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INTOXICAÇÕES POR

AGROTÓXICOS

Paulo Roberto Lanfranchi


Consultor e Técnico em Segurança do Trabalho
Reg. SSST/MTE nº 0655-4
Cel (66) 9716-7442 – (66) 8400-9175 (WhatsApp)

Filme 03
Os agrotóxicos ou defensivos agrícolas são
substâncias que vêm sendo cada vez mais utilizadas
na agricultura e na saúde pública, podendo ou não
oferecer perigo para o homem, dependendo da
toxicidade, do grau de contaminação e o tempo de
exposição durante sua aplicação. Assim, o principal
problema está na sua utilização indiscriminada, sem
qualquer preocupação com a segurança.
A questão da segurança não deve se restringir aos
que manuseiam os agrotóxicos, aplicando-se também
aos operários que os fabricam, às pessoas que os
transportam e à população que consomen os produtos
nos quais foram utilizados. Tais substâncias além de
não apresentarem especificidade para determinada
praga (eliminam o nocivo e o útil) poluem o ambiente
(persistem no solo por vários anos) e, posteriormente,
acumulam-se no homem e em animais
A contaminação humana por agrotóxicos se dá por
via direta (operários das indústrias de síntese,
manipuladores e aplicadores) e por via indireta
(população exposta). Os principais agentes de
intoxicação entre os praguicidas são os inseticidas
usados na agricultura, em ambientes domésticos e
públicos, classificados em três grandes grupos: os
organoclorados, os inibidores da colinesterase
(organofosforados e carbamatos) e as piretrinas
naturais e sintéticas.
A exposição a organofosforados é um problema que pode
atingir boa parte da sociedade, desde os grupos mais
expostos (operários, formuladores, aplicadores na agricultura
ou no controle de vetores), até a população em geral, pelo uso
doméstico destes produtos, pelo uso inadequado, pela
proximidade a campos de cultura ou pelo consumo de
alimentos contaminados. Logo, precauções devem ser
tomadas para previnir não somente quadros de intoxicação
aguda, mas também controlar a absorção de repetidas doses
por longo tempo Sua principal ação farmacológica é a inibição
da enzima acetilcolinesterase com conseqüente acúmulo de
acetilcolina nas terminações nervosas.
Na intoxicação, os efeitos manifestados inicialmente
são muscarínicos: miose, sudorese, aumento das
secreções brônquicas, salivação, lacrimejamento,
vômitos, náuseas e diarréia, bradicardia e dores
abdominais. Em seguida, os nicotínicos, quando
diminui a severidade dos anteriores, manifestados
por: tremores e cãimbras, hipertensão arterial,
fasciculação muscular e flacidez, eventualmente
morte por parada repiratória ou edema pulmonar.
Dentre os efeitos a longo prazo na exposição a estes
compostos, o de maior ocorrência é o aparecimento
de neuropatia periférica tardia, além de cefaléia,
fraqueza, alteração de memória e de sono, anorexia,
fadiga fácil, tremores, nistagmo.
O tratamento geral consiste na manutenção das funções
vitais, seguida pela descontaminação com lavagem gástrica,
até 6 a 8 horas após a ocorrência, até retorno límpido, caso
haja ingestão, (retirar roupas e lavar as áreas atingidas, se
exposição dérmica e respiratória) administrar carvão ativado
1grama por quilo de peso (máximo 50g), além de catártico.
Especificamente, é utilizada a atropina que apresenta ação
anticolinérgica e antimuscarínica e atua como tratamento
sintomático, somente deve ser administrado nos quadros
onde os sintomas muscarínicos são bem evidentes.
Os exames laboratoriais complementares são a
dosagem de atividade das colinesterases e a
cromatografia em camada delgada (CCD), muito
utilizado em toxicologia por ser um método físico-
químicode separação de compostos e identificação
através de comparação com padrões. A amostra
pode ser conteúdo gástrico ou 1 ml de sangue com
anticoagulante, o objetivo é confirmar a presença do
agente tóxico.
Os piretróides quando ingeridos causam irritação e dor
epigástrica, náuseas, vômitos, sonolência, fadiga, fraqueza,
parestesia, visão turva, sudorese, dor torácica, pneumonites,
fasciculações musculares, convulsões. Quando inalados
ocasionam coriza, congestão nasal, irritação da orofaringe,
reações de hipersensibilidade e no contato com a pele,
queimação, prurido, hipersensibilidade e efeitos sistêmicos.O
tratamento engloba as medidas de ordem geral: manutenção
das funções vitais, medidas de descontaminação, se ingestão,
proceder a lavagem gástrica, carvão ativado e catárticos; se
derramamento nos olhos, deve ser realizada lavagem ocular
cuidadosamente, se contato dérmico: lavagem corporal.
FIM

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