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Fernanda Françoso Genovesi

Fisioterapeuta pela Universidade Estadual de Londrina


Residência em Fisioterapia Neonatal e Pediátrica – UEL
Pós graduação em Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica – Faculdade Redentor
Mestrado em Ciências da Reabilitação – FMUSP
Fisioterapeuta UTI Pediátrica – Hospital Santa Catarina
 Trauma de origem térmica, química, elétrica ou
radioativa, atuando no tecido de revestimento do
corpo;

Colonização precoce *
Cicatrização demorada
Enxertia
 Brasil:

• 1milhão/ano

• 100mil procuram atendimento hospitalar

• 2500 – óbito por causa direta ou indireta das


lesões

 30% - tórax e MMSS


 Crianças são + envolvidas
 acidentes domésticos;
• Chama de fogo, água fervente, objetos superaquecidos;

 Adultos:
• Líquidos infláveis, eletricidade, agentes químicos.
 Distribuição dos óbitos x causas ocorridos durante a internação
no CTQ/HU/UEL no período de agosto de 2007 a agosto de 2015.
Chamas
Contato Escaldadura

Eletricidade Química Fogos de artifício


 Distribuição dos agentes
causais e motivos que
causaram as queimaduras em
pacientes internados no
CTQ/HU/UEL no período de
agosto de 2007 a agosto de
2015
 Um paciente grande queimado pode ter diversos graus
de queimaduras que levam a estratégias de tratamento
diferentes
 1º GRAU:  Hiperemia local, ardência,
inchaço, calor local;
 Luz solar, água quente;
 Rápida cicatrização
 2º GRAU SUPERFICIAL  Presença de bolhas;
 Rompe: roseado;

 DOLOROSA!!!
 2º GRAU PROFUNDO  + pálida;
 MENOS dolorosa;

 Forte tendência a cicatrização


hipertrófica, contraturas e
enxertos.
 3º GRAU  Aspecto esbranquiçado ou
marmóreo;
 INDOLOR;
 Sem chances de
reepitelização espontânea.
 4º GRAU  Músculos e ossos;
 Áreas carborizadas;
 Altíssima mortalidade –
mesmo em pequena área
 APROFUNDAMENTO  Aumenta extensão e
DAS QUEIMADURAS profundidade da queimadura,
aumenta riscos e gravidade.

 Importância de buscar
tratamento adequado e
imediato.
 REGRA DOS NOVE:

 Não conta queimaduras de 1º


grau;
 Não dá a porcentagem
correta;

 Situações rápidas de
emergência.
 ESQUEMA DE LUND-BROWDER
 Distribuição da superfície corpórea queimada (SCQ)
nos pacientes internados no CTQ/HU/UEL no período
de agosto de 2007 a agosto de 2015.
1º e 2º Grau
PEQUENO Menos de 10% SCQ crianças
Menos de15% SCQ adultos

2º Grau: 10-20% SCQ


MÉDIO e/ou
3º Grau : 3–5% SCQ

2º Grau: + 20% SCQ


GRANDE 3º Grau: + 10% SCQ
Face , mãos e pés
 Trabalho interdisciplinar: cirurgiões plásticos,
anestesiologistas, clínicos, intensivistas, enfermeiros,
psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, assistente
social, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional,
auxiliares, entre outros;

 Cuidado integral ao paciente.


 IMEDIATO:  SEQUENCIAL:

 Desbridamento de áreas
 Cálculo da área queimada;
necrosadas ou sem sinais
 Limpeza;
de reepitelização após 2
 Curativo com sulfa;
dias de queimadura.
• Feito troca a cada 2 dias
 Curativo com rayon, sem
até enxertia. troca por 2 dias.
 Auto-enxertos *
 3° grau : sempre necessitam para favorecer a
reepitelização;
 2° grau profundo : indicada quando o dano
estiver localizado em regiões onde a pele é
fina, móvel e elástica, como as articulações,
 Imobilização até a pega correta do enxerto;
 Algum tipo de sequela funcional.

FISIOTERAPEUTA
 Infecção da área doadora

 Curativo inadequado ou
coleções;

 Enxertos na área
doadora para conseguir
cicatrizar.
LAMINAR RETICULADO

 menos estético;
 mais estético;  menos riscos de hematomas;

 mais riscos de hematomas.  queimaduras muito extensas


com pouca área doadora viável
 Pontos de fixação bem
firmes;
 Sem hematomas
importantes.

 Avaliado pelo cirurgião


plástico responsável;
 Libera para a fisio;
 Mobilização intensa (+- 5
dias após enxerto)
 Enxerto inviável  Muito sangramento e
hematoma;

 Qualquer coleção ou
infecção entre área
queimada e doadora.
• Síndromes compartimentais

• Difícil de recuperar
 Processo fisiológico com formação de um arcabouço
de colágeno;
 3 fases: evolução, estabilização, involução.

2 meses
vasodilatação e
hiperpigmentação 18 meses depois

2º grau superficial 4 dias depois


Reepitelização
 Cicatriz hipertrófica:
• Cicatrização começa depois de 3 semanas;

• Crescimento acima da superfície da pele e dentro da borda da

ferida.
• Aspecto eritematoso, áspero e rígido.

• Estabilizam, involuem e diminuem a altura;


 Quelóides:
• Patológica;

• Crescimento acima da superfície cutânea, além das bordas da

lesão e de aspecto nodular;


• Pode surgir após até 3 meses de lesão;

• Ausência de involução: danos estéticos e funcionais.


 Mistas:
 Cicatrização excessiva

deformidades importantes com déficit funcional

cirurgias para correção

novos enxertos
 É o resultado do processo inflamatório das vias aéreas após a
inalação de produtos incompletos da combustão;
 É a principal responsável pela mortalidade (até 77%);

 Cerca de 33% dos pacientes com queimaduras extensas


apresentam lesão inalatória e o risco aumenta progressivamente
com o aumento da superfície corpórea queimada;

 Aumenta em 20% a mortalidade associada à extensão da


queimadura.
 Associação de fatores:
• Obstrução de vias aéreas superiores por edema nas
queimaduras de face e pescoço;
• Diminuição da expansão torácica por queimadura de tórax;

• Presença de curativo compressivo de tórax;

• Aumento da frequência respiratória devido à presença de dor;

• Aumento da resistência pulmonar;

• Ansiedade.
 O tratamento é sintomático;

 Baseado na:
• Oxigenioterapia;

• Ventilação mecânica;

• Prevenção de infecção e manutenção da homeostase

com reposição hidroeletrolítica adequada.


• Manter SatO2 90%;
• Exercícios de tossir e respirar profundamente a cada 2h;

• Fisioterapia a cada 4h;

• Técnicas de fisioterapia respiratória;

• Aspirações;

• Nebulizações;

• Deambulação precoce;

• Estudo da função pulmonar. *


 Profilaxia das deformidades:

 Posicionamento apropriado com ou sem tala; *


 Exercícios para manter ADM;
 Manutenção de FM e tônus;
 Mobilização, sedestação, ortostatismo e marcha
precoce.
 EXERCÍCIOS:
• Redução do edema;

• Manutenção das ADM e FM;

• da cicatriz;
• Manutenção da independência nas AVDs.

 Passivo resistido
 Ajuda a manter ADMs;
 Preservam FM de MMII;
 Evitam tromboembolia;
 Ajudam a manter densidade óssea com a sustentação
do peso;
 Estimulam independência por meio de atividades
funcionais.
PREVENÇÃO
POSIÇÃO DE CONFORTO
• Pescoço: extensão, flexão
• Flexão de pescoço;

• Protração de ombro; lateral, rotação;

• Flexão de cotovelo; • Ombro: flexão, abdução;


• Extensão de metacarpos; • Cotovelo: extensão, supinação;
• Flexão de interfalangianas;
• Punho: flexão;
• Flexão de punho;
• Dedos: extensão:
• Flexão de quadril;

• Flexão de joelho;
• Joelhos: extensão

• Plantiflexão de tornozelos • Tornozelo: dorsiflexão


 Gessadas ou termomoldáveis;
 POi de enxerto – evitar mobilização e perca do
enxerto;
 Tardio – manter ADMs;
 Manter uma posição
funcional de acordo com a
queimadura.
 Intensificar fisioterapia – todos pacientes são
encaminhados;

 Uso de malhas compressivas para diminuir as

cicatrizes hipertróficas e quelóides.


OBRIGADA !
fegenovesi@gmail.com

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