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Críticas ao relativismo

cultural
FILOSOFIA – 10º ANO

Adaptado de Luís Rodrigues, Filosofia 10, Plátano Editora


1. O relativismo cultural transforma a diversidade de opiniões e de
crenças morais em ausência de verdades objetivas.
 essa diversidade pode ser sinal de que há pessoas e sociedades
que estão erradas e não de que ninguém está errado.
2. As diversas sociedades podem divergir sobre o que é certo ou errado, mas nenhuma pode legitimamente dizer a outra
«Nós é que temos razão. Vocês estão errados». Há que aceitar as diferenças. Nenhuma sociedade é melhor do que outra
em termos morais.
Esta ideia de tolerância é discutível porque:

2.1. O relativismo cultural pode legitimar (sem o querer) a intolerância.

Imaginemos, como já aconteceu, que uma determinada cultura julga ser seu dever «civilizar» outros povos porque
considera os seus costumes imorais e inadmissíveis. Se moralmente correto é igual a cultural e socialmente aprovado,
então essa atitude intolerante é moralmente correta.

Temos de tolerar que as mulheres tenham menos direitos do que os homens ou que certos grupos de indivíduos sejam
discriminados como intocáveis só porque «Cada terra com seu uso»? Não será isto tolerar a intolerância? A ideia de
tolerância universal é incoerente.
2.2. Embora negue que haja valores e normas morais universais, o Relativismo
Cultural transforma a tolerância num valor universal.
O argumento da tolerância a favor do relativismo tem por base a ideia de que se
não aceitarmos o relativismo, seremos intolerantes, pois:
 estaremos a impor os valores da nossa sociedade a sociedades diferentes que
pensamos estarem erradas
 não seremos capazes de compreender/apreciar os seus costumes e tradições
Pensaremos que essas sociedades são inferiores, primitivas

Não há normas morais universais é o credo relativista. Mas, se não há normas


morais universais, também não há deveres morais universais. Ora, ao dizer que
todos devemos ser tolerantes e aceitar as diferenças culturais, o relativismo
contradiz-se.
2.2. Embora negue que haja valores e normas morais universais, o Relativismo Cultural transforma a tolerância
num valor universal.
O argumento da tolerância a favor do relativismo tem por base a ideia de que se não aceitarmos o relativismo,
seremos intolerantes, pois:
 estaremos a impor os valores da nossa sociedade a sociedades diferentes que pensamos estarem erradas
 não seremos capazes de compreender/apreciar os seus costumes e tradições
Pensaremos que essas sociedades são inferiores, primitivas quando, na verdade são apenas diferentes
ENTÃO: se não aceitarmos o relativismo seremos intolerantes, mas como não devemos ser intolerantes,
devemos aceitar p reltivismos

TODAVIA: Se não há normas morais universais, também não há deveres morais universais. Ora, ao dizer que
todos devemos ser tolerantes e aceitar as diferenças culturais, o relativismo contradiz-se.
3. O Relativismo reduz a verdade ao que a maioria julga ser verdadeiro.

É discutível que uma convicção moral seja verdadeira porque a maioria a


partilha. Vários exemplos históricos como o nazismo e o apartheid provam
que, muitas vezes, as crenças da maioria são moralmente erradas e
perniciosas.
O Relativismo convida ao conformismo moral, a seguir, em nome da coesão
social, as crenças dominantes.
4. O relativismo cultural parece implicar que a ação dos reformadores
morais é sempre incorreta.

Como, segundo o relativismo, as convicções morais da maioria dos


membros de uma sociedade são a verdade e devem ser seguidas, então
Martin Luther King comportou-se de forma moralmente errada.

King denunciou a injusta situação das pessoas afro-americanas na


sociedade do seu tempo. Dizer que Luther King agiu de forma imoral
parece no mínimo estranho.
5. O relativismo moral torna incompreensível o progresso moral.

As sociedades que aboliram a escravatura, reconheceram o direito ao


voto das mulheres, condenaram a discriminação racial, etc., são vistas
como tendo melhorado e progredido no plano moral. Isso implica
reconhecer que as sociedades que aprovavam aquelas práticas estavam
erradas. Mas, para o RC, nenhuma sociedade esteve ou está errada nas
suas crenças e práticas morais. Por isso, em vez de melhoria ou de
progresso, o RC defenderia que as sociedades simplesmente mudaram.

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