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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE ENGENHARIA – DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA


ELÉTRICA
ENG04434 – PRINCÍPIOS DE COMUNICAÇÃO

ESTUDO TEÓRICO DO TRABALHO DE REFERÊNCIA:


Placa Demoduladora AM/DSB
Modulador AM/DSB
Demodulador Assíncrono

Alunos: Gustavo Jacques Friedrich (00243918)


Renan Petry Eltz (00243880)
COMUNICAÇÃO POR PORTADORA
 É o tipo de comunicação que faz uso da modulação para deslocar a frequência de uma
mensagem a uma banda específica de frequências.

 Chama-se de banda base a frequência do sinal original a ser modulado.

 É a forma de comunicação usada em comunicações sem fio, onde não existem canais
dedicados a transmissão da mensagem, impossibilitando a transmissão na banda base. A
comunicação por portadora permite uma demodulação facilitada na situação em que há
múltiplos sinais sendo transmitidos em um mesmo meio. Outra característica
impactante é que as dimensões físicas de uma antena receptora dependem da frequência
do sinal que se deseja captar. Em transmissões de rádios, por exemplo, as dimensões de
uma antena receptora para sinais na banda base teriam de ser maiores do que o
desejado.
MODULAÇÃO AM
 Na modulação AM a informação que se deseja transmitir, altera a amplitude da onda
portadora.

 Dado um sinal m(t), a modulação AM consiste em transformar o sinal original em um


sinal xAM(t) da forma:

𝑥𝐴𝑀 𝑡 = 𝐴 + 𝑚 𝑡 cos 𝜔𝑐 𝑡 (1)

 A Transformada de Fourier do sinal modulado xAM(t) é dada por:

1 1
𝑋𝐴𝑀 𝜔 = 2 𝑀 𝜔 − 𝜔𝑐 + 2 𝑀 𝜔 + 𝜔𝑐 + 𝜋𝐴 𝛿 𝜔 − 𝜔𝑐 + 𝛿 𝜔 + 𝜔𝑐 (2)

 Onde M(ω) é a Transformada de Fourier do sinal m(t).


 A imagem abaixo demonstra os efeitos da modulação AM em um sinal m(t) tanto
no domínio tempo quando no domínio frequência. Verifica-se que o espectro de
amplitude da Transformada de Fourier do sinal modulado é constituído do espectro
do sinal original deslocado por ωc e – ωc (decorrentes da multiplicação por uma
cossenoide) e de dois impulsos em ωc e – ωc (decorrentes da adição do nível DC
multiplicado por uma cossenóide, ao sinal original).
DEMODULAÇÃO AM POR
ENVOLTÓRIA
 A demodulação AM por envoltória é relativamente simples frente a outras formas de
demodulação. A demodulação por envoltória pode ser realizada com um circuito retificador
monofásico de meia onda com um capacitor paralelo com a saída. O circuito detector de
envoltória está demonstrado abaixo, junto a forma de onda do sinal demodulado. O diodo
permite a passagem de corrente em apenas um sentido e o capacitor armazena a tensão nos
períodos em que o diodo permanece em corte. Como a forma do envelope do sinal
modulado AM é igual a forma do sinal original (quando o índice de modulação é menor do
que um), a forma de onda demodulada é aproximadamente igual ao do sinal original.
 Uma característica importante para garantia da demodulação AM por envoltória é
que o nível DC gerado pela constante A deve ser grande o suficiente de modo que
o envelope do sinal modulado possua o formato do sinal modulante m(t). Essa
garantia é satisfeita quando a amplitude do envelope não cruza o eixo das
abscissas. Assim, deve-se garantir que:

𝐴+𝑚 𝑡 ≥0 (3)

 Ou que:

𝐴 ≥ |min 𝑚 𝑡 | (4)

 Considerando um sinal m(t) no seguinte formato:


 Os gráficos abaixo demonstram as situações quando a expressão (3) é garantida e
quando ela não é garantida:
 Define-se índice de modulação μ como:

|min 𝑚 𝑡 |
𝜇= (5)
𝐴

 Então, para que se possa realizar uma demodulação AM por envoltória sem distorção, é
necessário que 0 ≤ μ ≤ 1.

 Quando μ > 1, a demodulação por envoltório não é mais possível, torna-se necessária uma
forma diferente de demodulação. Um solução para tais situações é realizar uma
demodulação síncrona.
 Para um demodulação por envoltória eficiente é necessário que o capacitor se
descarregue pouco durante um ciclo da onda portadora de modo que a constante de
tempo deva atender a seguinte especificação RC >> 1/ωc.

 Porém, caso ela seja demasiadamente grande ela não conseguirá seguir corretamente
o envelope e haverá perda de informação. Uma vez que a taxa máxima de variação do
envelope é dada pela máxima frequência B do sinal original m(t), um segundo critério
de projeto deve ser que RC << 1/2πB

 O sinal demodulado será então da forma:

𝑣𝑐 𝑡 ≈ 𝐴 + 𝑚 𝑡 (6)

 Onde nível DC pode ser retirado através de um capacitor e o ripple de m(t) pode ser
suprimido através de um filtro passa-baixa.
 A imagem ao lado mostra a demodulação
proveniente de dois circuitos RC mal
dimensionados.

 Na primeira imagem constata-se uma constante


de tempo muito elevada, de forma em que a saída
não acompanha o envolope.

 Na segunda imagem a constante de tempo é


demasiadamente baixa, de modo que o capacitor
se descarrega muito rápido.
 A potência do sinal AM é dado pela soma da potência da portadora e da informação:

𝑃𝑇 = 𝑃𝑐 + 𝑃𝑚 (7)

 Onde,
𝐴2
𝑃𝑐 = (8)
2

 E Pm é a potência do sinal modulante. Na situação particular de modulação de um sinal


de uma única frequência:
𝜇𝐴 2
𝑃𝑚 = (9)
2

 E, portanto, na melhor das hipóteses (μ = 1) tem-se que 50% da potência do sinal


modulada estará presente na portadora, que não carrega informação. Assim, é de praxe
na modulação AM tentar obter o maior nível índice de modulação possível, sem que
haja sobremodulação.
 O circuito a seguir foi proposto para realização prática de uma demodulação por
envoltória na disciplina de Princípios de Comunicação no semestre 2016/2.
 O primeiro estágio trata-se de um amplificador sintonizável. O amplificador de entrada
atua como um buffer, isolando o circuito da fonte de sinal.
 A seguir tem-se um capacitor de desacoplamento, que permite a sobreposição do sinal
de entrada à tensão de base do transistor bipolar.
 O ponto quiescente da tensão de base do transistor é continuamente ajustado pela
retroalimentação realizada a partir da saída do demodulador. O ajuste automático de
ganho (garantido pela retroalimentação) é necessário, pois, a amplitude do sinal
recebido pode variar consideravelmente
 A corrente de coletor-emissor do transistor bipolar flui em uma bobina de FI, que é
composta por um transformador com um capacitor em paralelo com o primário. Pode-se
ajustar o tap da bobina através de um parafuso externo ao encapsulamento, o que altera
a frequência de ressonância do circuito LC. A frequência sintonizada é passada ao
secundário ao passo que as demais são filtradas.
 No secundário da bobina de FI está presente o circuito demodulador, composto pelo
diodo D1, o capacitor C13 e o resistor R21.
 Na saída do demodulador está presente um circuito RC composto pelo capacitor C15 e
o resistor R22. Tal circuito atua como um filtro passa-alta, retirando o nível DC
decorrente da modulação.
 O segundo estágio é um estágio de filtro. O amplificador operacional U2:A está
configurado como uma topologia Sallen-Key passa-baixas. A frequência de corte
para essa topologia é dada pela equação:

1
𝑓𝑐 = (10)
2𝜋 𝑅1 𝑅2 𝐶1 𝐶2

 Assim, o filtro implementado possui frequência de corte de aproximadamente 796


Hz. O amplificador U2:B atua como um reforço de corrente.
 O último estágio é o amplificador de áudio, a aumentar a potência do sinal
demodulado para que o mesmo possa ser reproduzido por um alto falante de 8Ω.
Foi utilizado o CI TDA2822 que possui dois amplificadores operacionais dentro
de seu encapsulamento. O potenciômetro RV1 atua como o ajuste de volume.
Referências

 LATHI, B.P. Modern Digital and Analog Communication Systems. 4.ed NY: Oxford
University Press, 2009.
 HSU, H.P. Teoria e Problemas de Comunicação Analógica e Digital. Porto Alegre:
Bookman, 2006.
 HOEFEL, R.P.F. Notas de Aula sobre Modulação Linear

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