Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Análise Do Uso de Fóruns e Comunidades Virtuais Colaborativas
Análise Do Uso de Fóruns e Comunidades Virtuais Colaborativas
Resumo: Descreve e analisa a experiência do Inmetro na adoção de fóruns e comunidades virtuais, destacando os fatores críticos e as barreiras
encontradas na conclusão de que os resultados foram influenciados pelas opções tecnológicas institucionais da época e pelo desconhecimento da
complexidade dos processos sócio-culturais envolvidos. Finaliza com diretrizes de desenvolvimento, que possam garantir êxitos futuros.
Fóruns virtuais são definidos como espaços para discutir, homogeneizar e compartilhar informações, idéias e experiências. As
Comunidades virtuais – que também se identificam como comunidades de prática ou de conhecimento – são grupos informais e
interdisciplinares de pessoas unidas em torno de um interesse comum.
No meio dos que discutem a utilização das tecnologias da informação e comunicação (TICs) nas práticas democráticas, o uso
destas ferramentas dá a convicção de que a participação ativa na governança das instituições e dos povos deve ir muito além do
simples acesso a bases de dados e ao voto eletrônico, com a passagem para outro nível de uso da TI: do nível informacional
(num só sentido) para o nível comunicacional (nos dois sentidos). Apenas isso poderá significar uma real mudança no grau de
abertura e receptividade dos poderes públicos em relação à seus funcionários, clientes e fornecedores diretos e a sociedade.
3. Fatores-chaves validados
Nota 1: Conhecimento explícito é aquele que se encontra amplamente disseminado em textos, desenhos, diagramas, etc, assim como guardado em bases de dados ou
publicações. Conhecimento tácito é aquele que o indivíduo adquiriu ao longo da vida e que está apenas em sua cabeça. Geralmente é difícil de ser formalizado ou
explicado a outra pessoa, pois é subjetivo e inerente as habilidades individuais das pessoas. No Inmetro, o maior esforço de conversão de conhecimento tácito em explícito
é o Sistema de Gestão da Qualidade que tenta mapear o conhecimento operacional dos funcionários para convertê-lo em Normas e Documentos.
Para estes fatores, são recomendadas as seguintes ações, respectivamente:
● Efetivar um apoio organizacional explicito aos fóruns e comunidades virtuais, em palavras e ações gerenciais; ampliar os
domínios da informação dentro da organização, compartilhando com mais pessoas as informações estratégicas para a tomada
de decisão; e capacitar as pessoas a trabalharem e valorizarem as iniciativas provenientes do trabalho em conjunto/equipe2.
● Ambientar as pessoas nos sistemas (TI) que baseiam os fóruns e comunidades virtuais, assim como dispor de um suporte
operacional para socorrer os membros em circunstâncias de dificuldade, para melhorar a operação destes sistemas e reduzir a
resistência a eles.
● Todo grupo deve ter um moderador que tenha de 20 a 50% do seu tempo dedicados a manter a comunidade em movimento;
este deve ter (e ser formalmente preparado para) suas atividades3, cujo foco principal é o estabelecimento de conexões entre
os indivíduos.
● É preciso entregar valor para os membros, seja enquanto indivíduos, grupos ou organizações e, para isso, deve-se conhecer o
que é considerado, por eles, como valores; é preciso associar a comunidade a um desenvolvimento tanto no plano pessoal
quanto no profissional; deve-se evitar a demora de respostas às demandas dos membros.
● O participante colaborador (individualmente) e o grupo devem ser reconhecidos pelos seus esforços e contribuiçções; isso deve
ser feito por meio daquilo que os motiva (é preciso saber o que os motiva); os sucessos, as solução e as contribuições, devem
ser largamente anunciados na instituição; e é necessário desenvolver os meios e processos para este reconhecimento.
● As altas, intermediárias e imediatas gerências devem dar todo o apoio necessário para realizar os objetivo de compartilhar e
criar conhecimento; devem promover esforços de colaboração e criatividade; devem fazer com que a participação nos fóruns e
comunidades seja considerada como parte das atividades de trabalho, de modo que possam explorar as oportunidades
surgidas nestes ambientes e incentivar o compromisso da sua equipe; devem alocar tempo para a participação de seus
funcionários, quando da distribuição de tarefas.
● Investir na construção de uma base de conhecimentos próprios, através da investigação, consolidação, validação e divulgação
dos resultados das colaborações e discussões, de forma mais ampla possível; garantir a disponibilidade e localização destas
informações e soluções de forma rápida e precisa; facilitar o acesso a outros conteúdos de interesse; e manter sempre estas
bases atualizadas e com qualidade.
Nonaka e Takeuchi (1997), entretanto, atentam para a necessidade de um ambiente organizacional com "condições
capacitadoras" 4, sem as quais seria impossível o compartilhamento de conhecimentos tácitos para o desenvolvimento de ações
de gestão do conhecimento nas empresas.
Nota 2: Assim, reduzindo a sobrecarga de trabalho, a partir de uma divisão equilibrada de tarefa e de tempo, é permitido que todos possam, sem se sentirem
sobrecarregados, participar.
Nota 3: Identificar os assuntos importantes do domínio; planejar, efetuar e facilitar a realização de eventos da comunidade; conectar informalmente os membros da
comunidade, cruzando fronteiras entre as unidades organizacionais e intermediando ativos do conhecimento; promover o desenvolvimento dos membros da comunidade;
gerenciar a fronteira entre a comunidade e a organização formal, tais como equipes e outras unidades organizacionais; ajudar a construir a prática, incluindo a base de
conhecimento, lições aprendidas, melhores práticas, ferramentas, métodos e eventos de aprendizagem; e avaliar a saúde da comunidade e suas contribuições para os
membros e para a organização.
Nota 3: