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A Atenção Integral à Saúde do Trabalhador

• Qualificar as práticas de saúde, envolvendo o atendimento dos acidentados do


trabalho, dos trabalhadores doentes, das urgências e emergências às ações de
promoção e proteção da saúde e de vigilância, orientadas por critério
epidemiológico;

• Faz-se necessária abordagem interdisciplinar e a utilização de instrumentos,


saberes, tecnologias originadas de diferentes áreas do conhecimento, colocados a
serviço das necessidades dos trabalhadores;

• O processo de construção da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do


Trabalhador – RENAST, pela Portaria GM/MS nº 2.437, representou o
aprofundamento da institucionalização e do fortalecimento da Saúde do
Trabalhador no âmbito do SUS, reunindo as condições para o estabelecimento de
uma política de estado e os meios para sua execução.
• A concepção de uma rede nacional, cujo eixo integrador é a rede
regionalizada de Centros de Referência em Saúde do Trabalhador –Cerest–,
localizados em cada uma das capitais, regiões metropolitanas e municípios
sede de pólos de assistência, das regiões e microrregiões de saúde, com a
atribuição de dar suporte técnico e científico às intervenções do SUS no
campo da Saúde do Trabalhador, integradas, no âmbito de uma determinada
região, com a ação de outros órgãos públicos;

• as diretrizes para o desencadeamento de políticas estaduais que nortearão o


processo de elaboração de um Plano Estadual de Saúde do Trabalhador,
pré-requisito para a habilitação dos Estados aos investimentos definidos na
Portaria;

• Uma política permanente de financiamento de ações de Saúde do


Trabalhador, alocando recursos novos, fundo a fundo para os estados e
municípios.
POLÍTICA NACIONAL DE SEGURAÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR
- PNSST

• Objetivos:
- Promover e proteger a saúde dos trabalhadores por meio de ações de
promoção, vigilância e assistência;
- Explicitar as atribuições do setor saúde no que se refere às questões
específicas de Saúde do Trabalhador dando visibilidade à questão;
- Viabilizar a pactuação intra e intersetorial; e fomentar a participação e o
controle social
• A Portaria Interministerial nº 800 apresenta as diretrizes da PNSST:
- Ampliação das ações de SST, visando a inclusão de todos os trabalhadores
brasileiros no sistema de promoção e proteção da saúde;
- Harmonização das normas e articulação das ações de promoção;
- Proteção e reparação da Saúde do Trabalhador;
- Precedência das ações de prevenção sobre as de reparação;
- Estruturação da Rede Integrada de Informações em Saúde do Trabalhador;
- Reestruturação da Formação em Saúde do Trabalhador e em Segurança no
Trabalho e incentivo à capacitação e educação continuada dos
trabalhadores responsáveis pela operacionalização da PNSST;
- Promoção de Agenda Integrada de Estudos e Pesquisas em Segurança e
Saúde do Trabalhador.
• A Portaria GM/MS 2.437 define que as ações em Saúde do Trabalhador
“deverão ser desenvolvidas de forma descentralizada e hierarquizada, em todos
os níveis de atenção do SUS, incluindo as curativas, preventivas, de promoção
e de reabilitação”;

• Devem ser desenvolvidas em conjunto com representantes da sociedade civil:


trabalhadores e suas organizações sindicais e de locais de trabalho, outras
formas de representação social que congreguem os trabalhadores de setores da
economia informal, de produção agrícola, autônomos, empregadores, grupos
sociais interessados no desenvolvimento sustentável, como os movimentos
ambientalistas;

• Cabe ao Ministério da Saúde a coordenação nacional da Política de Saúde do


Trabalhador, assim como é da competência do SUS a execução de ações
pertinentes a esta área, conforme determinam a Constituição Federal e a Lei
Orgânica da Saúde.
Pactuação Inter e Intrasetorial

Constitui uma diretriz fundamental da PNSST e pressupõe o envolvimento de


diversos setores do governo e da sociedade civil;
• A intersetorialidade permite o estabelecimento de espaços compartilhados entre
instituições e setores de governos e entre setores de diferentes governos –
federal, estadual e municipal – que atuam na produção da saúde, na
formulação, implementação e acompanhamento de políticas públicas que
possam ter impacto positivo sobre a saúde da população;

• Permite considerar o cidadão na sua totalidade, nas suas necessidades


individuais e coletivas, demonstrando que ações resolutivas em saúde requerem
parcerias com outros setores, entre eles, Ministério do Trabalho e Emprego, da
Previdência Social, do Meio Ambiente, da Educação;

• A intersetorialidade nos estados e municípios envolve órgãos dos governos


locais, estaduais e municipais, com estruturas derivadas dos ministérios que
atuam nas regiões, tais como, DRT, INSS, Fundacentro, universidades, centros
de pesquisas etc.
• Intrasetorialidade:
• No âmbito do Ministério da Saúde, identificam-se interfaces
da Saúde do Trabalhador em toda a estrutura
organizacional, por exemplo: Secretaria de Atenção à
Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de
Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Secretaria de
Gestão Participativa, Secretaria de Ciência, Tecnologia e
Insumos Estratégicos, Anvisa e Funasa, entre outros.
• A intrasetorialidade deve ocorrer nos três níveis de governo
– federal, estadual e municipal – estabelecendo os passos de
articulação entre as diferentes secretarias de governo e com
órgãos regionais derivados dos ministérios – DRT e INSS.
RENAST – REDE NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO
TRABALHADOR

• O processo de construção da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do


Trabalhador – Renast – definida na Portaria Nº1.679/02 – representou o
fortalecimento da Política de Saúde do Trabalhador no SUS, reunindo as
condições para estabelecer uma política de estado e os meios para sua
execução;

• A Renast tem como principal objetivo integrar a rede de serviços do SUS,


voltados à assistência e à vigilância, para o desenvolvimento das ações de
Saúde do Trabalhador;

• É composta por mais de 200 Centros Estaduais e Regionais de Referência em


Saúde do Trabalhador (CERESTs) e por uma rede sentinela de mais de 1.500
serviços médicos e ambulatoriais de média e alta complexidade responsáveis
por diagnosticar os acidentes e doenças relacionados ao trabalho e por registrá-
los no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN-NET).
A Portaria GM/MS 2.728 de Dezembro de 2009, determina a ampliação da RENAST de
forma articulada entre o Ministério da Saúde, as Secretarias de Saúde dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, com o envolvimento de órgãos de outros setores dessas
esferas, executores de ações relacionadas com a Saúde do Trabalhador, além de
instituições colaboradoras nessa área;

As ações em Saúde do Trabalhador deverão ser desenvolvidas, de forma descentralizada e


hierarquizada, em todos os níveis de atenção do SUS, incluindo as de promoção,
preventivas, curativas e de reabilitação, sendo que a RENAST integra a rede de serviços
do SUS, voltados à promoção, à assistência e à vigilância, para o desenvolvimento das
ações de Saúde do Trabalhador;
Unidades Sentinelas
• As unidades sentinelas são serviços de média e alta
complexidade capacitados para identificar, investigar e
notificar, quando confirmados, os casos de
doenças/agravos e/ou acidentes relacionados ao
trabalho. Algumas unidades Sentinela, dependendo do
nível de complexidade e capacidade de resolução dos
problemas, poderão investigar, diagnosticar, processar
as informações e participar do planejamento das ações
de vigilância, inclusive contribuindo com a proposição
de medidas de intervenção e de mudança dos ambientes
e/ou processos de trabalho.
• A implementação da RENAST dar-se-á do seguinte modo:
• I - Estruturação da rede de Centros de Referência em Saúde do
Trabalhador (CEREST);
• II - Inclusão das ações de saúde do trabalhador na atenção básica,
por meio da definição de protocolos, estabelecimento de linhas de
cuidado e outros instrumentos que favoreçam a integralidade;
• III - Implementação das ações de promoção e vigilância em saúde
do trabalhador;
• IV - Instituição e indicação de serviços de Saúde do Trabalhador de
retaguarda, de média e alta complexidade já instalados, aqui
chamados de Rede de Serviços Sentinela em Saúde do Trabalhador;
• V - Caracterização de Municípios Sentinela em Saúde do
Trabalhador.
• As Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios devem
adotar as providências necessárias à implementação de ações em Saúde do
Trabalhador, em todos os níveis da atenção da rede pública de saúde;

• As ações em Saúde do Trabalhador deverão estar inseridas expressamente nos


Planos de Saúde Nacional, Estaduais e Municipais e nas respectivas Programações
Anuais, considerando ações e indicadores para:

• I - organização de ações de atenção integral à saúde do trabalhador, compreendendo


promoção, vigilância, atenção básica e serviços de média e alta complexidade;
• II - inserção das ações de atenção integral à saúde do trabalhador nas redes de
atenção à saúde locais e regionais;
• III - qualificação em Saúde do Trabalhador, incluindo diretrizes de formação para
representantes do controle social, como por exemplo, representantes de Conselhos
de Saúde, sindicatos de trabalhadores e outros; e
• IV - promoção da Saúde do Trabalhador por meio de articulação Intra e
Intersetorial.
Ações de Saúde do Trabalhador
• As ações de Saúde do Trabalhador compreendem a assistência aos agravos, a
vigilância dos ambientes e condições de trabalho (vigilância sanitária), da
situação de saúde dos trabalhadores (vigilância epidemiológica) e da situação
ambiental (vigilância ambiental); a produção, coleta, sistematização, análise e
divulgação das informações de saúde, a produção de conhecimento e as
atividades educativas, todas elas desenvolvidas sob o controle da sociedade
organizada;

• A partir das ações assistenciais são identifi cados os “casos” ou situações de


adoecimento relacionados ao trabalho, que são notifi cados ao Sistema de
Informação, desencadeando procedimentos de vigilância da saúde. As ações de
vigilância dos ambientes e condições de trabalho, vigilância epidemiológica de
agravos e da vigilância ambiental também geram informação e identifi cam
“casos de doentes ou de suspeitos” que são encaminhados à Rede de Serviços
Sentinela, para diagnóstico e, se necessário, para tratamento e reabilitação.
• A rigor, não se pode falar de um “modelo de atenção da Renast”, pois esta
se organiza na própria rede do SUS, segundo os princípios da
universalidade de acesso, integralidade da atenção, controle social, de
modo regionalizado e hierarquizado, privilegiando as estratégias da
Atenção Básica e o enfoque da Promoção da Saúde;

• Os trabalhadores sempre foram usuários dos serviços públicos de saúde. A


Renast se propõe a qualificar essa atenção, fazendo com que o SUS, como
um todo, incorpore e funcione A Gestão da Renast enquanto Estratégia da
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador na
perspectiva da Saúde do Trabalhador.
Controle Social
• O controle social nos serviços que compõem a
RENAST dar-se-á com a participação de
organizações de trabalhadores e empregadores,
por intermédio das Conferências de Saúde e
dos Conselhos de Saúde, previstos na Lei nº
8.142/90, bem como por meio das Comissões
Intersetoriais de Saúde do Trabalhador (CIST)
vinculadas aos respectivos Conselhos.

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