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MEDICINA LEGAL

Introdução
Profª Tammy Souza
• CENA DO FILME A AUTOPSIA DE JANE DOE
http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2015/09/com-fim-de-semana-violento-corpos-sao-amontoados-em-necroterio-no-
rn.html
• https://aminoapps.com/c/terroramino_pt/page/blog/eu-trabalhava-no-necroterio-para-tirar-um-dinheiro-extra/J8mV_P64hdulXjmKrW4MgoXgl5LVYlkndzM
• A medicina legal, como a conhecemos hoje, é uma especialidade
nova, historicamente falando, mas seus traços originários podem ser
detectados desde a Antiguidade. Naquele período, ainda que
esporadicamente, médicos eram convocados para esclarecer
questões pertinentes ao que poderíamos chamar de esboço dos
princípios e lógica médico-legais. Não era ainda medicina legal, como
a concebemos hoje, mas a semente já estava ali.

• Os antigos egípcios, por exemplo, já dispunham de uma forma de


medicina que poderíamos chamar legal, que era exercida pelos
sacerdotes, os praticantes da medicina da época, que eram,
consequentemente, os encarregados das perícias. Havia já uma
utilização legal dos conhecimentos médicos, e a lei egípcia, por
exemplo, protegia as mulheres grávidas e punia os crimes sexuais. Na
Babilônia de XVIII a. C, pelo Código de Hamurabi,
• Já se estabelecia uma relação jurídica entre médico e paciente, e os antigos
hebreus referiam-se a esse relacionamento nas leis de Moisés e no Antigo
Testamento. Na Índia de 1300 a 800 a. C, loucos, crianças, velhos e
embriagados não poderiam testemunhar, conforme prescrevia o chamado
Código de Manu. Esse tipo de interdição só chegará ao Ocidente cerca de
quatro séculos depois, já no Império Romano.

• Também os persas, classificavam as lesões sob o ponto de vista pericial, e


há reflexos dessa prática no seu livro sagrado, o Zend Avesta. E mesmo a
antiga Grécia conhecia referências legais que podem ser consideradas
pertinentes à medicina legal.

• A Medicina Legal é, na definição de Maranhão 1989, o uso dos


conhecimentos médicos e biológicos a serviço do Direito constituído e do
Direito constituendo, isto é, aplica-se tanto na elaboração quanto na
aplicação das leis. Para facilitar o entendimento dos alunos, nós a
definimos, em nossas aulas, como sendo a Medicina a serviço do Direito,
tanto na elaboração quanto na aplicação das leis.
• A Medicina Legal, como disciplina, consta no currículo de dois cursos
de graduação: Medicina e Direito. Trata-se, pois, de um verdadeiro
elo entre estas duas ciências. Não é por acaso que o professor
Flamínio Fávero (1973), um dos expoentes da Medicina Legal no
Brasil, enfatizava não basta ser médico para ser legista, é preciso ter
uma formação médico-legal, ou seja, o médico, para poder atuar
numa perícia, necessita ter conhecimentos jurídicos, além, da sua
formação médica. O programa curricular, porém, é o mesmo em
ambas as faculdades.

• Todavia, enquanto o aluno de Medicina tem aulas teóricas e práticas,


o de Direito tem apenas aulas teóricas, pois o médico poderá ser
convocado para realizar uma perícia mesmo ele não sendo médico
legista e o profissional da área jurídica terá atribuições de solicitar
uma perícia e interpretar o laudo pericial documento elaborado pelo
médico que realizou o exame.
• Por isso é que não temos aulas práticas de Medicina Legal na faculdade de
Direito, mas apenas aulas teóricas. O que se espera, nessa disciplina, é que
o aluno adquira a competência de saber solicitar uma perícia, bem como
saber interpretar corretamente um laudo pericial. Porquanto, em
conformidade com a Lei, ao juiz é facultado o direito de determinar que se
faça outra perícia, bem como o de rejeitar o laudo em parte ou no todo
artigo 182 do Código de Processo Penal. O juiz não ficará adstrito ao laudo,
podendo rejeitá-lo em parte ou no todo.

• A Medicina Legal surgiu juntamente com o Direito como instituição. Tão


logo surgiram as penas houve a necessidade de elucidar certas dúvidas
para não se cometerem, em nome da Justiça, verdadeiras injustiças.
Tomemos como exemplo que se tenha encontrado um cadáver.

• Quando suspeitam de homicídio, mas a perícia revela tratar-se de um


suicídio. Sem esse fundamental esclarecimento, algum inocente seria
injustamente penalizado. Por outro lado, poderia se pensar que fosse
morte natural, mas a perícia elucida que se trata de um homicídio. O
processo seria então reaberto e iniciar-se-iam as investigações para se
chegar ao homicida.
• Os primórdios da Medicina Legal, qualquer cidadão poderia opinar
como perito, pois, na verdade, nem se fazia perícia de fato. Esta fase,
que vai até mais ou menos o século XVI, chama- se de período pré-
científico da Medicina Legal, em oposição ao chamado período
científico, iniciado naquela época pelo então imperador Carlos V, com
o chamado Código Carolino.

• Esse Código determinava que as perícias somente devessem ser


realizadas por pessoas com algum conhecimento da matéria a ser
examinada, além do que instituía certa regulamentação das perícias.
A partir dessa época ficou estabelecida a necessidade de se ter
conhecimentos técnicos para se poder atuar como perito. Por volta
de 1575, foi publicado o primeiro livro de Medicina Legal. Tratado dos
Relatórios, de Ambrósio Paré e, por volta de 1601, Paulo Zacchia
publicou sua obra prima Questões Médico-Legais.
• Esta última foi escrita com tal precisão científica que, segundo
Camargo Jr. (1987, p.22), ainda é consultada. Como foi dito
anteriormente, o período científico da Medicina Legal se caracteriza
pela regulamentação das perícias. Na nossa legislação, essa
regulamentação se encontra tanto no Código de Processo Penal
quanto no de Processo Civil. Maranhão (1989) divide a Medicina Legal
em Medicina Legal Profissional, Medicina Legal Judiciária e Medicina
Legal Social.
• A primeira cuida dos direitos ideologia e dos deveres (deontologia)
do médico, a terceira cuida das perícias relacionadas à área
administrativa aposentadorias, licenças médicas etc., e à área
securitária (perícias relacionadas aos seguros em geral.

• A segunda Medicina Legal Judiciária constitui o programa de nosso


curso, dividido nos seguintes capítulos Antropologia Forense:
• Antropologia, numa definição bem genérica, é a ciência que estuda o
ser humano tanto no aspecto biológico como no sociocultural. Aqui
nos limitaremos ao estudo da identidade, da identificação e da
determinação pericial da idade.
Psicopatologia Forense: Seguindo a orientação de
Hélio Gomes, subdivide-se em
• Psicologia Forense - em que se estudam as funções mentais,
Psicologia da Testemunha e da Confissão, além de se apresentar o
modelo Psicanalítico Psicopatologia Forense, propriamente dita, na
qual se estudam os fatores mentais que determinam alteração na
responsabilidade penal e na capacidade civil.

• Sexologia Forense - estudo da sexualidade humana e as implicações


médico-legais das suas aberrações, como os crimes sexuais,
abortamento e infanticídio.

• Traumatologia Forense - estudo dos agentes lesivos de modo geral,


as lesões por eles causadas e as consequências médico-legais destas
lesões bem especificadas no art. 129 do Código Penal.
• Asfixiologia - estudo das asfixias em geral afogamento, estrangulamento,
confinamento, soterramento, enforcamento etc.

• Tanatologia Forense - estudo da morte e dos assuntos a ela relacionados


que sejam do interesse da Medicina Legal, tais como: o conceito de morte;
a morte real e a morte encefálica; o diagnóstico de certeza da morte; causa
médica da morte e natureza jurídica da morte; destino dos cadáveres; os
fenômenos transformativos.

• A Medicina Legal não é uma ciência autônoma, como chegaram a aventar


alguns autores, mas, a nosso ver, trata-se apenas de mais uma
especialidade médica. Como todo ramo de qualquer conhecimento, ela
também tem as suas limitações e, não raramente, recorre a outras
especialidades como a traumatologia, a ginecologia, a psiquiatria etc., bem
como a outras ciências como a Antropologia, a Entomologia, a Química
etc.., perícias, Peritos e Documentos Médico-Legais.
• A perícia, assim define o nosso Código de Processo Civil (art. 420), é
qualquer exame, vistoria ou avaliação. Podemos deduzir, por este
enunciado, que em qualquer área da atividade humana, e não
somente na área médica, pode-se requerer uma perícia.

• Quando a matéria a ser examinada for do interesse da Medicina,


teremos então a chamada perícia médico-legal. Desse modo,
podemos definir a perícia médica como qualquer procedimento
médico uma consulta, um exame etc., realizado a serviço da Justiça.
Note-se que o à serviço da Justiça é que caracteriza uma perícia
judiciária. Em se tratando do mesmíssimo exame, feito pelo mesmo
médico, mas que não seja por determinação da Justiça, embora seja
um serviço feito por um especialista no assunto, não constitui uma
perícia judiciária, embora este exame possa vir a servir de subsídio,
como veremos adiante, para uma ulterior perícia retrospectiva.
• Tomemos como exemplo como antigamente, com certa frequência,
ocorria, o caso de uma mãe aflita porque a filha chegou em casa de
madrugada, que recorre a um médico conhecido para que este verifique se
a honra da família não foi ultrajada. Neste caso, o médico poderá até
fornecer um atestado médico para a mãe (se a filha for menor) relatando
se houve ou não conjunção carnal; mas não terá a validade de uma perícia.

• Porém, considerando ainda a filha de menor idade, se a mãe recorrer à


Delegacia e fizer uma ocorrência acusando o namorado do crime de
pedofilia; o mesmo médico, fazendo o mesmo exame, agora a serviço da
Justiça, por determinação do delegado, estará, então, realizando uma
perícia. Determina o artigo 158 do Código de Processo Penal (CPP) que
quando houverem vestígios deixados pelo ato delituoso, será necessário o
exame de corpo de delito, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Ou seja, a realização da perícia é um imperativo legal.
• Mas o que é corpo de delito todo e qualquer vestígio deixado pelo ato
delituoso é corpo de delito. Assim é corpo de delito uma fratura, uma
equimose, uma cadeira quebrada, um toco de cigarro, uma mancha
de sangue ou de esperma, uma impressão digital etc. Ao médico
legista competirá examinar os vestígios deixados no corpo da vítima,
bem como no do agressor; enquanto competirá ao perito criminalista
o exame dos outros vestígios deixados no local.

• Este perito criminalista não é médico, mas é perito. Assim temos o


perito criminalista que examina os vestígios deixados no local e o
médico legista que examina os vestígios deixados no corpo da vítima
ou do agressor. Cada um, atuando a serviço da Justiça, elabora o seu
laudo pericial e o encaminha à autoridade solicita. Esses dois peritos
atuam de forma paralela, mas complementar.
• Antigamente o médico-legista realizava as duas funções. Por esta
razão é que nos livros mais antigos de Medicina Legal encontram-se
muitas informações da Criminalística propriamente dita. Assim,
qualquer perícia judiciária é, na verdade, um exame de corpo de
delito.

• Segundo Camargo Jr. (1987), os vestígios deixados pelo ato delituoso


podem ser: transeuntes e permanentes. Os primeiros desaparecem
com o passar do tempo sem deixar nenhum sinal a rubefação, a
equimose, o hematoma etc.. Já os outros os permanentes deixam
marcas indeléveis a cicatriz deixada por uma cirurgia ou por uma
queimadura de terceiro grau.
• Temos ainda, segundo o mesmo autor, as chamadas vias de fato em
que há bate-boca e até luta corporal como acontece em briga de
comadres, com cuspe na cara e xingamento das mães e até das avós,
mas que não deixam nenhum vestígio. Podemos classificar as perícias
em diretas e indiretas. Perícia Direta - o perito examina os vestígios,
deixados pelo ato delituoso antes deles se extinguirem. Importa
ressaltar que tanto podem ficar vestígios na vítima como no agressor
as chamadas lesões de defesa. Entende-se, portanto, a importância
de o exame de corpo de delito ser realizado o mais cedo possível por
exemplo, numa briga de bar um sujeito leva um soco no rosto,
resultando uma equimose.

• Feita a ocorrência na Delegacia, a vítima imediatamente é


encaminhada ao Instituto de Medicina Legal (IML) para que se faça a
perícia. Os peritos descrevem as lesões e respondem aos quesitos.
Mas, supomos que não se faça o exame de imediato.
• Decorrido aproximadamente vinte dias a equimose que é um vestígio
transeunte já desapareceu. Perícia Indireta - os peritos dão o seu
parecer analisando relatórios dos médicos que examinaram e
atenderam à vítima por ocasião do delito. Por exemplo, uma pessoa
esfaqueada é atendida no Pronto Socorro, submete-se a uma delicada
cirurgia e permanece duas semanas na Unidade de Terapia Intensiva
UTI.

• Um mês depois recebe alta, porém continua debilitada. Seis meses


depois é submetida a exame de corpo de delito. Os peritos, para
responderem aos quesitos, valer-se-ão dos prontuários médicos que
serão requisitados pela Justiça e anexados ao processo. No Direito
Penal, a perícia é, em regra, uma prova material (art. 160 do CPP: os
peritos descreverão minuciosamente o que examinaram e
responderão aos quesitos.
• Ou seja, os peritos devem responder aos quesitos a partir do que estão
examinando. Isso, em tese significa que devem responder aos quesitos
baseados no que estão vendo e não no que viram ou dizem as
testemunhas. Entretanto, há uma exceção, prevista em lei, onde os peritos
poderão ouvir testemunhas.

• Vejamos o que diz o artigo Art. 167 do CPP: Não sendo possível o exame de
corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova
testemunhal poderá suprir-lhe a falta. Na área cível, por outro lado, a regra
é os peritos ouvirem as testemunhas para poderem formar o seu juízo.

• Reza o art. 429 do Código de Processo Civil: Para o desempenho de sua


função, podem o perito e os assistentes técnicos utilizarem-se de todos os
meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, e outras
quaisquer peças.
• A medicina legal, como a conhecemos hoje, é uma especialidade
nova, historicamente falando, mas seus traços originários podem ser
detectados desde a Antiguidade. Naquele período, ainda que
esporadicamente, médicos eram convocados para esclarecer
questões pertinentes ao que poderíamos chamar de esboço dos
princípios e lógica médico-legais. Não era ainda medicina legal, como
a concebemos hoje, mas a semente já estava ali.

• Os antigos egípcios, por exemplo, já dispunham de uma forma de


medicina que poderíamos chamar legal, que era exercida pelos
sacerdotes, os praticantes da medicina da época, que eram,
consequentemente, os encarregados das perícias. Havia já uma
utilização legal dos conhecimentos médicos, e a lei egípcia, por
exemplo, protegia as mulheres grávidas e punia os crimes sexuais.
• Na Babilônia de XVIII a.C., pelo Código de Hamurabi, já se estabelecia
uma relação jurídica entre médico e paciente, e os antigos hebreus
referiam-se a esse relacionamento nas leis de Moisés e no Antigo
Testamento. Na Índia de 1300 a 800 a.C, loucos, crianças, velhos e
embriagados não poderiam testemunhar, conforme prescrevia o
chamado Código de Manu.

• Esse tipo de interdição só chegará ao Ocidente cerca de quatro


séculos depois, já no Império Romano. Também os persas,
classificavam as lesões sob o ponto de vista pericial, e há reflexos
dessa prática no seu livro sagrado, o Zend Avesta. E mesmo a antiga
Grécia conhecia referências legais que podem ser consideradas
pertinentes à medicina legal. É só a partir da Idade Média que
poderemos estabelecer uma abordagem cronológica da medicina
legal, que podemos estender até os seus primeiros passos no Brasil:
• 1209- O papa Inocêncio III decreta que os médicos deveriam visitar os feridos que
estivessem à disposição dos tribunais.

• 1234- O papa Gregório IX exigia que os médicos dessem seu parecer no


diagnóstico de lesões observadas que considerassem mortais. Declarava Paulo
Roberto Silveira nulos casamentos nos quais, comprovadamente, não se
consumara conjunção carnal, o que era atestado pelo fato da mulher permanecer
virgem.

• 1521- Morto sob suspeita de envenenamento, o papa Leão XIII teve o corpo
submetido a uma necropsia.

• 1525- Surge na Itália, o Editto della gran carta della Vicaria de Napoli, que exige o
parecer dos peritos profissionais antes da decisão dos juízes.

• 1532- É promulgada a lei básica do Império Germânico, sob o governo de Carlos


Magno. O assim chamado Código Criminal Carolino (Legislação Carolina),
estabelecia a intervenção do médico em crimes como o homicídio, o aborto, o
infanticídio, e as ofensas físicas, dentre outros, o que redundava na
obrigatoriedade do exame de corpo delito, não apenas da vítima, mas também
do acusado. Carlos Magno estabelece que os juízes devem se apoiar nos
pareceres médicos.
• 1575 - Ambroise Paré escreve sua obra denominada Tratado dos Relatórios,
que aborda temas da medicina legal, tais como asfixias, feridas,
embalsamamentos, e virgindade, dentre outros.

• 1578- Na Itália, o médico João Felipe Ingrassia publica uma das primeiras
obras sobre a medicina legal. Dois anos depois, ele restaura a anatomia na
Universidade de Nápoles.

• 1595- Ainda na Itália, Batista Condronchi publica um tratado de medicina


legal.

• 1995- Também na Itália, Fortunato Fedele publica sua obra sobre medicina
legal.

• 1641- É publicada a obra Questões Médicas Legais, em 3 volumes, de


autoria do médico e perito Paulo Zachias. O trabalho, considerado um
marco da medicina legal, engloba sexologia, psiquiatria, morte, alegados
milagres, etc., Fundamentos da Medicina Legal.
• 1814- Vem a público Impugnação Analítica ao Exame Feito Pelos
Clínicos Antônio Pedro de Souza e Manoel Quintão da Silva em Uma
Rapariga que Julgaram Santa, do médico mineiro Antônio Gonçalves
Gomide, primeira publicação, no Brasil, sobre medicina legal.

• 1832- As faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia


instituem a cadeira de medicina legal;

• 1835- É publicada, no Diário da Saúde, a autópsia do Senhor Regente


Bráulio Muniz, pelo Dr. Hércules Octávio Muzzi, cirurgião da família
imperial brasileira. Esta foi a primeira necropsia médico-legal
publicada no Brasil.

• 1836- Em Portugal, a reforma na educação passa a incluir o ensino da


medicina legal.
• 1839- Dissertação Médico-Legal Acerca do Infanticídio, apresentada por
Antônio Pereira das Neves, é uma das primeiras teses de medicina legal no
Brasil.

• 1845- Em Portugal, Lima Leitão traduz o livro de Sedillot Traité de


Mèdecine Opératoire Bandages et Appareils.

• 1846/1847- O primeiro catedrático de medicina legal da Faculdade


Nacional de Medicina, da Universidade do Brasil, José Martins da Cruz
Jobim, publica Reflexões Sobre Um Caso Julgado de Ferimento Mortal.

• 1867 – No Maranhão, Pedro Autran da Motta publica A Loucura


Instantânea ou Transitória;

• 1887 - Agostinho José de Souza Lima assume a cátedra de medicina legal


na Faculdade Nacional de Medicina;
• 1833 - Joaquim Marcelino de Brito publica Tratado Elementar de Medicina Legal;

• 1901 - É publicado o Manual de Autópsia Médico Legal, de Raimundo Nina


Rodrigues.

• 1910 - Afrânio Peixoto publica Elemento de Medicina Legal.

• 1928- O Decreto n° 5,515, de 13 de agosto de 1928 devolve às autoridades


policiais a competência para a instrução criminal dos processos; o Instituto
Médico Legal passa, então, a integrar o Departamento Federal de Segurança
Pública.
• 1938 - É lançado o Tratado de Medicina Legal, de Flamínio Fávero;

• 1942 - Hélio Gomes publica o livro Medicina Legal;

• É publicada a primeira edição do livro Lições de Medicina Legal, de autoria de


Veiga de Carvalho Bruno e Segre.
• 1948 - Com o mesmo título de Lições de Medicina Legal é publicado livro de
Almeida Junior.
A sedimentação da medicina legal no Brasil

• A primeira obra de medicina legal publicada no Brasil surgiu em 1814,


mas só em 1830, em virtude do advento de nosso primeiro Código
Penal, passou a ser obrigatório o juiz recorrer à avaliação médica,
para fundamentar sentenças em casos de violência. Dois anos depois,
institui- se a perícia profissional, com a regulamentação do processo
penal e o estabelecimento de regras para os exames de corpo de
delito.
• No mesmo ano, as antigas escolas médico-cirúrgicas da Bahia e do Rio de
Janeiro, criadas anteriormente por D. João VI, foram transformadas, por
decreto, em faculdades oficiais de medicina. Foi criada uma cadeira de
medicina legal em cada uma delas. Isso estimula a produção intelectual
específica e dá origem aos primeiros estudos em medicina legal do Brasil.
Em 1856, a medicina legal oficial foi transferida da autoridade judiciária
para a polícia, por meio de uma assessoria médica ligada à Secretaria de
Polícia da Corte. No mesmo ano foi criado O primeiro necrotério do Rio de
Janeiro foi criado no mesmo ano, no depósito de mortos da Gamboa, onde
antes se guardavam cadáveres de escravos, indigentes e presidiários.
Apenas em 1877 o necrotério será aberto à faculdade, para aulas práticas
de medicina legal.
• Embora o século XIX tenha sido especialmente importante para o
desenvolvimento da medicina legal no Ocidente, essas
transformações demonstram que, no Brasil, ela só nasce, realmente,
ao longo das primeiras décadas do século XX. Por sua atuação nesse
quadro de modernização, Afrânio Peixoto é considerado um de seus
patronos em nosso país. É com justiça que se apõe seu nome
prestigioso ao do IML do Rio de Janeiro, que se torna, então, o
Instituto Médico-Legal Afrânio Peixoto (IMLAP).
INTRODUÇÃO
*DEFINIÇÃO: É a união da Medicina e o Direito com o objetivo de esclarecer fatos jurídicos

• HISTÓRICO:
• *Egito: verificava- se a espécie da morte. Crime sexual amarrava-se o homem na cama (nu) e as
mulheres dançavam nuas: caso o pênis sofresse ereção, era considerado culpado.

• *Hebreus : Sacerdotes peritos. Os velhos verificavam as vestes das mulheres desvirginadas (à


procura de sangue).

• * Roma: Matronas verificavam as vestes. Morte violenta: expunham o cadáver para opiniões.

• * Código Justiniano (casamento, impotência, aborto, interdição, doenças simuladas, parto, etc):
Século VI.
• * Feudos: Costumes locais.
• * Influência do Direito Canônico : principalmente em crimes sexuais.
• * 153 2 (Renascença): “Inauguração” da Medicina Legal com
• Código Carolino (lei básica do Império Germânico), que exigia a
presença dos peritos nos diversos delitos.
• * 157 5 : Ambrósio Paré: “Pai da Medicina Legal”, com o lançamento
do “Tratado dos Relatórios”.
• * Ensino : As primeiras no mundo foram → Fac. Medicina – Alemanha
e Fac. Direito – Portugal.
Histórico / Arte
a
Perícias e Peritos
• I.a) PERÍCIA: Conjunto de processos médicos e das ciências afins, que tem como
finalidade o esclarecimento de um fato de interesse da justiça.
• II.b) PER ITOS: Pessoas qualificadas e experientes em certos assuntos, a quem
incumbe a tarefa de esclarecer um fato de interesse da justiça, quando solicitada
(autoridade policial, juiz ou o presidente de inquérito militar)
• II.b.1) OFICIAIS: Médico Legista ou Médico Forense. (funcionários concursados do
Estado.)
• II.b.2) NÃO OFICIAIS: Médico de qualquer especialidade ou pessoa experiente na
matéria (Perito Leigo). O Juiz pode no mear um médico, que não seja funcionário
público, através de publicação no Diário Oficial, nestes casos, o perito será
denominado PERITO “AD-HOC”, quefuncionará como assistente judicial ou perito
judicial. O Delegado de Polícia também pode nomear um perito “AD-HOC”.
• II.b.3) ASSISTENTES TÉCNICOS: Médico contratado pelas partes, depois de aceito
e nomeado pelo juiz.
Documentos Médico - Legais

• III.1) Notificações Compulsórias.

• III.2) Atestados (Médicos, Odontológicos, etc.).

• III.3) Relatórios:
• - Laudo Médico Legal: investigado e manuscrito;
• - Auto Médico Legal: ditado;
• - Parecer Médico Legal: exprime a opinião do perito.

• OBS.: Estes são documentos de competência somente do Médico Legista.


MODELO
a
DACTILOSCOPIA

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