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A Crise do Sistema Feudal:

Profa. Mara Magaña

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“O homem medieval não tinha


nenhum sentido de liberdade
segundo a concepção moderna.
Para ele, a liberdade era o
privilégio, e a palavra era usada
frequentemente no plural. (...) O
homem livre era aquele que
tinha um senhor poderoso.
Quando, na época da Reforma
Gregoriana, os clérigos
reclamavam a ‘liberdade da
Igreja’, entendiam por isso
subtrair-se a dominação dos
senhores terrenos para exaltar
diretamente apenas o senhor
mais alto, Deus.”

Jacques Le Goff, em A
Civilização do Ocidente
Medieval.
O embate entre muçulmanos e cristãos na “Terra Santa”

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Afinal, o que foram


as cruzadas? Um ato de fé
e heroísmo? Um massacre
covarde? “Não faz sentido
buscar hoje bandidos e
mocinhos”, diz o holandês
Peter Demant, historiador
da USP. “As batalhas
tiveram significados
diferentes para o Ocidente
e o Oriente”. São olhares
diferentes que ajudam a
entender por que, nove
séculos depois, o assunto
continua fascinando – e
causando polêmica – nos
dois lados do mundo.
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Houve a separação da Igreja do


Ocidente e do Oriente e um
rastro de violência que fez
aumentar a desconfiança entre
cristãos e muçulmanos nos
anos seguintes. Em
compensação, é inegável que
a Europa, apesar de não ter
conquistado seus objetivos,
saiu fortalecida. As
cruzadas reforçaram a
autoridade dos reis, abrindo
caminho para a criação dos
Estados Nacionais. Elas
também impulsionaram o
comércio com o Oriente,
enriquecendo as cidades
italianas que teriam papel
fundamental na sofisticação
das transações financeiras até
resultar na criação do sistema
bancário.
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O excedente da produção facilitou o crescimento demográfico da população medieval,
incentivou o comércio, dinamizou a economia e promoveu a urbanização na Europa .

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Lentamente um
novo mundo
começou a ser
construído: o
mundo dos
negócios. A
burguesia estava
preocupada em
poupar, investir, em
obter lucro e
administrar seus
interesses com mais
autonomia.
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“A fraqueza das técnicas


de produção reforçada
pelos hábitos mentais
condenava a economia
medieval à estagnação; a
satisfazer apenas a
subsistência, e os gastos
com produtos de luxo de
uma minoria.”

Jacques Le Goff, ao
comentar sobre a vida
material dos feudos.
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Não haverá incentivo à


competitividade. Portanto,
era bastante diferente de
hoje, em que a
concorrência prevalece e
cada empresa faz aquilo
que crê ser melhor para seu
crescimento.
“Era normal que esta
indiferença e mesmo
hostilidade ao crescimento
econômico se refletisse no
setor de economia
monetária e opusesse forte
resistência ao
desenvolvimento de um
espírito de lucro de tipo pré-
capitalista.”
(Le Goff)
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Os habitantes dos burgos


sentiam necessidade de se
libertarem e, para tal, era
necessária a compra de uma
carta (foral), a qual podia
conceder-lhes a libertação
total ou parcial do domínio
do senhor, dependendo da
quantia paga. Surgia assim,
o movimento comunal, ou
seja, o desejo dos burgueses
de obterem liberdade,
segurança, isenção de
impostos feudais e justiça
própria, desejos estes que
eram sobretudo resultado do
desenvolvimento comercial.
Pode-se dizer que este foi o
nascimento das comunas.
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Sua condenação como uma


prática ilícita e pecaminosa
tem uma longa tradição na
história do pensamento
cristão. A começar pelos
textos contidos na Bíblia,
livro sagrado do
cristianismo, onde são
explícitas as citações que
condenam tal ato, podendo
ser citados pelo menos
quatro textos do Antigo
Testamento e um do Novo
Testamento. Textos estes
provenientes da versão em
latim, conhecida como
Vulgata, edição
largamente utilizada
durante todo o período
medieval.
“A fome, a peste e a guerra.”

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Na época, as cidades
medievais agrupavam
desordeiramente uma
grande quantidade de
pessoas. O lixo e o
esgoto corriam a céu
aberto, atraindo insetos
e roedores hospedeiros
da peste. Os hábitos de
higiene pessoal
ofereciam grande risco.
Os banhos não faziam
parte da rotina das
pessoas. (Ver texto em
destaque no material
didático)
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Estudiosos calculam
que cerca de 1/3 de
toda população
européia teria
sucumbido ao terror
da epidemia. Ao
mesmo tempo em
que a Peste Negra
era compreendida
como um sinal de
desgraça, indicava o
colapso de alguns
valores e práticas do
mundo feudal.
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A Grande fome de 1315-


1317 na Europa  foi a
primeira de uma série de
crises em larga escala que
atingiram a Europa no inicio
do século XIV, causando
milhões de mortes por um
grande número de anos,
marcando o fim de um
período anterior de
prosperidade durante o
século XIII. Iniciando com um
tempo ruim na primavera de
1315, quebras universais de
colheitas passaram por 1316
até o verão de 1317. A
Europa não se recuperou
totalmente até 1322. 
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Aconteceu no final da idade


média, entre 1337 e 1453,
não foram 100, mas sim 116
anos de guerra entre a
França e a Inglaterra. Os
normandos, que haviam se
estabelecido na Inglaterra,
tinham coroado sua
descendência como
monarcas ingleses, estes
possuíam na França grandes
extensões de terra. Quando,
na França, foi extinta a
dinastia dos Capetos, o rei
Felipe de Valois foi
nomeado seu sucessor.
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Evitando certo exagero, é


neste episódio que
encontramos a participação
de Joana D’Arc. Os
franceses impuseram
seguidas derrotas aos
exércitos britânicos. Em
1453, a conquista da cidade
de Bordeaux obrigou os
ingleses a admitir sua
derrota, dando fim à
Guerra dos Cem Anos.
Depois disso, a monarquia
francesa ganhou amplos
poderes sob a tutela do rei
Carlos VII.
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Foi uma série de longas e


intermitentes lutas
dinásticas pelo trono
da Inglaterra, ocorridas ao
longo de trinta anos de
batalhas esporádicas (1455
e 1485). Em campos opostos
encontravam-se as casas de
York e de Lancaster. As
lutas pelo trono de
Inglaterra entre famílias
rivais dos descendentes
de Eduardo III devem o seu
nome aos símbolos das duas
facções:
uma rosa branca para a Casa
de York, uma vermelha para
a Casa de Lancaster.
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“Enfim, penso que ao se


esforçar para descrever e
explicar a civilização medieval,
convém não esquecer duas
realidades essenciais. A
primeira relaciona-se com a
própria natureza do período. A
Igreja desempenhou aí um
papel central, fundamental.
Mas é preciso ver que o
Cristianismo aí funcionou em
dois níveis: como ideologia
dominante, apoiada num
poder temporal considerável, e
como religião propriamente
dita. Negligenciar um desses
papéis levaria à
incompreensão e ao erro.”

Jacques Le Goff
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Renascimento Urbano

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Rotas Comerciais:
 Marítimas: Mar do Norte
Mar Báltico
 Terrestres : Champagnhe
Flandres
 Caravanas
 Comércio nos Nós de Trânsito
 Feiras:
# Comércio dos Produtos
# Trocas, letras, moedas, bancos
# Aumento da circulação monetária
# Sedentarização do Comércio
# Impostos p/ donos da terra.

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 Problemas das Feiras:
# Somente 7 ou 15 dias
# Itinerantes
# Assaltos
# Estradas Ruins
# Inverno
 Criação dos Burgos (Favorece
sedentarização do comércio)
* BURGUESIA *
 Burgo: Terras do Senhor Feudal
 Problemas:
# Impostos
# Senhor feudal = justiça
# Pesos e medidas variadas

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 Comunas:
Junção dos burgueses para libertação
do Burgo e conquista do direito de
Auto-Governo!
 Carta de Franquia: Compra ou Guerras
 Burgueses conseguem apoio do Rei
contra Senhores Feudais
Cidades = Centros de Comércio
 Divisão do Trabalho:
# Mestres
# Oficiais
# Aprendizes
# Jornaleiros

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Organização e Fiscalização:
 Corporações de Ofício (Artesãos):
# Qualidade
# Quantidade
# Preços
# Justiça/ Trabalho.
 Guildas (comerciantes)
 Hansas (intermunicípio)
 Confrarias (Festas Religiosas)

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