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• A diferença na pronúncia é a que podemos perceber

inicialmente. Os brasileiros, por exemplo, não


pronunciam a letra “L” no final das palavras: Brasil,
pronuncia-se “Brasiu”, nem a letra “O” final – falando
como um “U”: o nome Marcelo falamos como
“Marcelu”; já em Portugal, por outro lado, os falantes
costumam “eliminar” as vogais átonas, pronunciando
bem apenas as vogais tônicas, como por exemplo a
palavra “Esperança”: No Brasil ela é pronunciada
como “esperança” e em Portugal como “esp’rança”.
Algumas construções sintáticas comuns no Brasil não
costumam ser utilizadas em Portugal, tais como:

• 1.Uso do pronome oblíquo iniciando


sentenças.
No Brasil dizemos, “Me dá um abraço?” e em
Portugal dizemos, “Dá-me um abraço?”
• 2.  Uso do gerúndio, ao invés de infinitivo
+ preposição.
• No Brasil dizemos, “Estou ligando para você.”
e em Portugal dizemos, “Estou a ligar para
você.”
• 3. Diferenças na acentuação. (PB – Português do Brasil e PP –
Português de Portugal)
• – Proparoxítonas com e e o tó[ô]nicos seguidos de consoante ou
dígrafo nasal (m, n e nh): PB acadêmico (com e fechado) e PP
académico (com e aberto); PB fenômeno (com o fechado) e PP
fenómeno (com o aberto). Exceção, Fêmea e estômago têm a
mesma grafia.
• – Paroxítonas com e e o tó[ô]nicos seguidos de consoante ou
dígrafo nasal e terminadas em i e u (seguidos ou não de s): PB
tênis e PP ténis; PB bônus e PP bónus.
• – Oxítonas : PB matinê e PP matiné; PB judô e PP judo
• – Ditongo ói/oi em flexões verbais: PB (eu) apóio e PP (eu) apoio
• 4. Diferenças na grafia.
• – Terminação -emos/-êmos no presente do subjuntivo:

• – PB demos (igual ao pretérito perfeito do indicativo demos) e


PP dêmos(com ê fechado em contraste com o pretérito perfeito
do indicativo demos, com e aberto).
• – PB comumente e PP comummente; PB escoteiro e PP
escuteiro; PB ímã e PP íman; PB caminhão e PP camião.
• – Maiúsculas e minúsculas:
• a) meses – PB janeiro e PE Janeiro;
• b) festas pagãs: PB carnaval e PE Carnaval
• “O português falado em Portugal possui uma variedade de vogais muito mais complexa que o português brasileiro.
Enquanto a fonética do português brasileiro é muito semelhante à do sec. XVII, o português europeu avançou
muito mais rápido. Ou seja, o português europeu possui mais sons vocálicos do que o português brasileiro, que é
mais conservador. Como o sistema vocálico deles é mais complexo, quando eles falam, ouvimos vários sons que
desconhecemos, enquanto que eles, ao nos ouvirem, não encontram nenhuma dificuldade, visto que todos os sons
vocálicos existentes no português brasileiro existem também no português europeu.

• No Brasil também se pronunciam todas as vogais, enquanto, em Portugal, há muitas vogais que se omitem. Por
exemplo, a palavra “diferente” será pronunciada “difrente”.

• Sabe-se que as vogais são o núcleo de uma sílaba. Quando há diferenças vocálicas expressivas, a inteligibilidade fica
comprometida.

• Também é um pouco mais complicado compreender o português europeu por causa da tendência à palatalização
do som /s/ (que é fazê-lo com som de X, que ocorre com uma intensidade muito mais forte do que no português
carioca ou no recifense).

• Ignore quem disser que é porque o brasileiro bagunçou o português ou porque um ou outro não fala o português
direito. Essa é a resposta típica do leigo. Cada povo usa a língua da maneira que melhor lhe serve e ninguém é capaz
de bagunçar uma língua. Ela sempre seguirá padrões lógicos e rigosos.”
10 palavras brasileiras que os portugueses
não usariam.
Carta a um amigo português
Brasília, 26 de agosto de mil novecentos e antigamente.
Querido Ivo,
Você é meu amigo de “longa data”, mas nunca lhe
contei algumas diferenças de nossa língua. Aí em
Portugal fala-se bem diferente que aqui no Brasil e por
essas e outras que irei descrever algumas situações que
quando você vier me visitar talvez não entenda. Já vou
esclarecer isso.
• Nós dizemos “alô” quando vamos atender a um telefonema, se
disser “estou” não iremos entender nada e talvez até
desliguemos o telefone na sua cara achando que isso seria uma
falta de educação ou até um “trote” desses que a gente que
enganar alguém por ai para rirmos depois.
• Quando quiser se referir a uma criança, diga sempre “menino” e
no máximo “moleque”, mas nunca, nunca mesmo, diga “puto”.
Puto aqui é alguém muito aborrecido e bravo com alguma coisa.
• Amigo, se quiser deixar uma mulher feliz ao elogiar diga: “você é
muito elegante” ao invés de dizer você é gira. Girar é
simplesmente dar voltas de 360º no mesmo lugar aqui (rsrs).
• Se fizer calor, ofereça um “suco” de laranja. Acredita  que uma vez ofereceram-
me um “sumo” para beber e eu recusei prontamente. Disse que queria um
refrigerante. Até que percebi que sumo era suco momentos depois (rsrs).
Pensei, “querem me dar um sumo da casca da laranja?”
• Hum…. Já notei algo também, amiga, usamos “gostosa” para uma mulher
muito bonita fisicamente com fins muitas vezes sexuais, é o que seria mais que
“gira” para vocês. Então… muito cuidado ao usar essa palavrinha para uma
mulher. Melhor dizer que ela é elegante.
• Querido, nunca chame uma mulher de “rapariga”, ao contrário daí que é uma
mulher nova, aqui significa uma “prostituta”.
• E se achar uma mulher, não “garina”, nunca diga “telemóvel”, mas sim
“celular”.
• No calor, “tome banho” e não um duche.
• Se for lanchar, coma um “sanduíche” e não um “sandes”.
Ah! Saia sempre com sua “ carteira de identidade” e não bilhete de
“identidade”.

Querido Ivo, espero que tenha aprendido com nosso Português do


Brasil. Temos muitas particularidades que nos tornam um pouquinho
distantes um do outro. Mas isso não separa nossa amizade, mas sim
aproxima pelas diferenças fazendo com que possamos aprender mais
culturalmente um do outro.

“Apanhou todas as dicas?”

Saudades!

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