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TRATAMENTO DE ÁGUA

PARA ABASTECIMENTO
Floculadores
INTRODUÇÃO
Durante a floculação, as partículas
desestabilizadas na mistura rápida são
aglutinadas umas com as outras e com o
floculante formando os flocos.
Para que isto aconteça, a água deve ser
submetida a uma agitação lenta,
durante um tempo que pode variar, na
maioria dos casos, de vinte a quarenta
minutos.
INTRODUÇÃO
Em se tratando de água, cada caso é
um caso. Algumas vezes, podemos
flocular a água com tempos de
floculação inferiores a vinte minutos.
Normalmente, iniciamos a floculação
com muita agitação da água em
tratamento (isto é, gradientes de
velocidade mais elevados).
INTRODUÇÃO
Ao longo do floculador, esse grau de
agitação vai sendo reduzido (isto é, o
gradiente de velocidade vai sendo
reduzido).
Com isto, os flocos vão crescendo e se
tornando mais pesados. Na saída do
floculador, desejamos obter flocos pesados
o suficiente para que a maioria deles
possam ser separados da água em
tratamento, por sedimentação no interior
dos decantadores.
INTRODUÇÃO
Existem, basicamente, duas formas de
efetuarmos essa agitação:
- Fazendo com que a água percorra um
caminho cheio de mudanças de direção;
- Introduzindo equipamentos mecânicos,
capazes de manter a água em constante
agitação.
No primeiro caso, temos os floculadores
hidráulicos. No segundo caso, temos os
floculadores mecanizados, os quais serão
vistos mais adiante.
Floculadores NBR
12216/92
São unidades utilizadas para promover a
agregação de partículas formadas na
mistura rápida.
O período de detenção no tanque de
floculação e os gradientes de
velocidade a serem aplicados devem
ser determinados por meio de
ensaios realizados com a água a ser
tratada.
Floculadores NBR
12216/92
Dependendo do porte da estação e a critério do
órgão contratante, não sendo possível proceder
aos ensaios destinados a determinar o período
de detenção adequado, podem ser adotados
valores entre 20 min e 30 min, para
floculadores hidráulicos, e entre 30 min e
40 min, para os mecanizados.
Não sendo realizados ensaios, deve ser previsto
gradiente de velocidade máximo, no
primeiro compartimento, de 70 s-1 e
mínimo, no último, de 10 s-1.
Floculadores NBR
12216/92
Deve ser previsto dispositivo que possa alterar
o gradiente de velocidade aplicado, ajustando-
o às características da água e permitindo
variação de pelo menos 20% a mais e a menos
do fixado para o compartimento.
Os tanques de floculação mecanizados devem ser
subdivididos preferencialmente em pelo menos três
compartimentos em série, separados por cortinas ou
paredes, interligados, porém, por aberturas
localizadas de forma a reduzir a possibilidade de
passagem direta da água de uma abertura para
outra.
FLOCULADORES
HIDRÁULICOS
Existem diversas formas através das quais
podemos construir floculadores
hidráulicos.
Entre eles, os floculadores hidráulicos dos
tipos de chicanas. Alabama e Cox, por
serem os mais difundidos no nosso meio.
Pouco usual: os floculadores de meio
granular e os floculadores de telas.
Floculadores de
Chicanas
Estes floculadores podem ser de dois
tipos: de chicanas verticais e de
chicanas horizontais.
Chicanas verticais, a água percorre o
floculador em movimentos
sucessivamente
A água originária da câmara ascendentes e
descendentes.
número 1 passa para a
câmara número 2 através
de uma passagem situada
no fundo.
Em seguida, a água passa
para a câmara número 3
Floculadores de
Chicanas
Para evitar que os flocos se depositem no
interior das câmaras de floculação à medida
que vão sendo formados, os floculadores de
chicanas verticais são projetados para que
a velocidade média da água nesses
locais não seja inferior a 10 cm/s.
As paredes das câmaras de floculação podem
ser construídas de qualquer outro material
que garanta estanqueidade (isto é, a não
ocorrência de vazamentos).
Floculadores de
Chicanas
Os floculadores de chicanas verticais
têm muita câmaras de floculação. De
modo geral, eles têm cerca de quarenta
câmaras. (é bem mais fácil limpar e
regular floculadores com menor número
de câmaras).

ETA
RIBEIRÃO DA
ESTIVA
FLOCULADO
R VERTICAL
Floculadores de
Chicanas
No floculador de chicanas horizontais, a
agitação é assegurada pela passagem
da água em tratamento por sucessivas
mudanças horizontais de direção.

Como no caso de
chicanas verticais, é
desejável que a
velocidade média de
escoamento da água
em seu interior seja
Floculadores de
Chicanas
Para que essa condição seja atendida, de
forma que os canais de floculação não
resultem muito estreitos, costuma-se
construir floculadores de chicanas
horizontais somente para o
tratamento de vazões mais
elevadas. Assim sendo, no caso de
vazões menores, é preferível utilizar
floculadores de chicanas verticais.

hicana de Fluxo Horizontal - Planta


Floculadores de
Chicanas
ETA DUARTINA (SABESP)
FLOCULADOR DE FLUXO HORIZON

ETA SANTA ISABEL


FLOCULADOR DE FLUXO HORIZONTAL
Floculadores Alabama
A jusante de cada passagem de
interligação, é construído um anteparo,
que tem por objetivo desviar para cima o
fluxo da água em tratamento. Em
seguida, o fluxo desce novamente, para
atingir a passagem de interligação
seguinte.
Nesse tipo de floculador,
as câmaras são sempre
interligadas por baixo.
Floculadores Alabama
➢ Inicialmente, os flocos em formação são lançados
para cima, juntos com a água em tratamento;
➢ Em seguida, eles descem, junto com o fluxo água,
em direção à passagem seguinte;
➢ Os flocos que estão subindo trombam com os
quais estão descendo; desses choques
resultam a floculação.
No interior das câmaras dos floculadores do tipo
Alabama não há a necessidade de se manter a
velocidade média de escoamento superior a 0,10
m/s. Isso porque não há interesse em se arrastar os
flocos para cima.
Floculadores Alabama
Os floculadores podem ter menos câmaras
que os floculadores de chicanas
verticais.
Normalmente o número de câmaras dos
floculadores Alabama é em torno de
vinte. São, por isto, mais fáceis de
operar, no que diz respeito à realização
de limpezas e ajustes.

ETA ALDEIA DA SERRA


FLOCULADOR ALABAMA
Floculadores de Bandejas Perfuradas

Esse tipo de floculador tem sido utilizado


especialmente em estações de
tratamento de água pré - fabricadas.
A água é sempre introduzida na parede
cima de cada câmara de floculação. Ao
escoar no sentido descendente, ela passa
através de orifícios existentes numa
sucessão de bandejas perfuradas,
interpostas perpendicularmente à direção
do fluxo.
Floculadores de Bandejas Perfuradas

Ao atingir a parte inferior de


cada câmara, a água é
então conduzida à câmara
seguinte através de um
duto. Para assegurar o
arraste dos flocos
formados, esse duto é
dimensionado de forma
que a velocidade da água
em seu interior seja no
mínimo igual a 10 cm/s.
FLOCULADORES
MECANIZADOS
No Brasil, dois tipos básicos de floculadores
mecanizados são os mais utilizados: os que
utilizam paletas, que giram em torno de
um eixo e os que empregam turbinas ou
hélices.
Floculadores mecanizados (paletas), conforme
a sua forma de construção, se dividem em:
➢ Floculadores de paleta de eixo vertical;
➢ Floculadores de paleta de eixo horizontal;
➢ Floculadores de paleta única, de eixo vertical.
FLOCULADORES DE
PALETAS
 Aplicação limitada para instalações de
pequeno e grande porte;
 Devem ser compartimentados;
 A separação entre compartimentos deve
ser feita por paredes de distribuição;
 A velocidade de escoamento nas
passagens da parede deve estar
compreendida entre o,15 m/s e 0,30
m/s.
FLOCULADORES DE
PALETAS
Floculador de Paletas de Eixo Vertical
A água coagulada é introduzida numa série de
câmaras. Na primeira delas, o grau de agitação
(e, portanto, o gradiente de velocidade) é mais
intenso que na segunda. Por sua vez, o grau de
agitação na segunda câmara (e, portanto, o
gradiente de velocidade) é mais intenso que na
terceira. O gradiente de velocidade
depende da rotação do eixo e das
características da paleta: altura,
espessura e espaçamento, entre outras.
FLOCULADORES DE
PALETAS
Os eixos são
movimentados
por conjuntos
motor redutor,
instalados
sobre as
passarelas do
floculador.
FLOCULADORES DE
PALETAS
Floculador de Paletas de Eixo Horizontal
A água coagulada introduzida numa
série de câmaras. Em cada uma delas, o
gradiente de velocidade mais intenso que
na seguinte e menos intenso que na
anterior. O gradiente de velocidade
depende da velocidade de rotação do
eixo e das características da paleta:
altura, espessura e espaçamento,
entre outras.
FLOCULADORES DE
PALETAS
Os eixos são
movimentados
por conjuntos
motor redutor,
normalmente
instalados no
interior de
poços secos,
construídos ao
lado dos
floculadores.
FLOCULADORES DE
PALETAS
Floculador de Paleta Única de Eixo Vertical
Embora mais raro, algumas estações de tratamento
de água brasileiras ainda utilizam esse tipo de
equipamento.
A água coagulada é introduzida numa série de
câmaras. Na primeira delas, o gradiente de
velocidade é mais intenso que na segunda. Por sua
vez, o gradiente de velocidade na segunda câmara
é mais intenso que na terceira. O gradiente de
velocidade depende da rotação de eixo e das
características da paleta: altura e espessura,
entre outras.
FLOCULADORES DE
PALETAS
Os eixos são movimentados por conjuntos
motor redutor, instalados sobre as
passare-las do floculador.
FLOCULADORES DE FLUXO
AXIAL
 São mais indicados para instalações de
pequeno porte;
 Valem as mesmas relações utilizadas
para o dimensionamento de
misturadores mecânicos.

Tipos de
Impelidores
FLOCULADORES DE FLUXO AXIAL

Em regime turbulento a energia


necessária para floculadores cilíndricos
verticais, dotados de quebra vórtice, é a
mesma requerida para floculadores
verticais de seção quadrada, também
dotados de quebra vórtice;
Nos floculadores quadrados sem quebra
vórtice a energia transferida para o
líquido equivale a 75%.
FLOCULADORES DE
HÉLICE
PROCESSO DE FLOCULAÇÃO
ETA ALTO DA BOA VISTA

PROCESSO DE FLOCULAÇÃO
ETA ALTO TIÊTE (SABESP)
Observação
Dependendo das características da água
bruta, muitas vezes o projeto de
unidades de floculação antecedendo
a filtração direta é recomendado,
apesar de aumentar os custos de
construção das ETAs, pois a floculação
pode possibilitar a diminuição dos custos
operacionais em decorrência do aumento
da duração das carreiras de filtração.
Observação
Em estações de maior porte é
importante não ter apenas uma
linha de floculação, principalmente
quando a floculação é mecanizada, pois
com apenas uma linha é necessário
parar a produção de água quando se
fizer necessária a manutenção de
equipamentos.
Critérios de seleção das unidades de
floculação

A seleção do sistema de floculação é influenciada


por uma série de fatores, entre eles:
a) Tamanho da instalação;

b) Regularidade na vazão e período de operação;

c) Segurança operacional;

d) Capacidade operativa e de manutenção local;

e) Características construtivas;

f) Custo; e
g) Disponibilidade de energia.
Critérios de seleção das unidades de
floculação

Os critérios de simplicidade devem sempre


estar presente no projeto de um floculador,
sendo citado que um tanque retangular,
dotado de alguns equipamento de agitação,
é uma alternativa mais simples de construir
do que um canal sinuoso com dezenas de
paredes defletoras muito próximas, como é
o caso de um floculador hidráulico de
chicanas de pequena capacidade. Além
disso, a limpeza fica dificultada.
Critérios de seleção das unidades de
floculação

Os floculadores hidráulicos de chicanas de fluxo


vertical podem ser utilizados desde
capacidades tão pequenas com 25 L/s até 1.000
L/s ou maiores. Os floculadores mecânicos de
eixo vertical acompanham a mesma faixa. A limitação
para o uso de floculadores vertical é o número de
unidades. O volume máximo de influência de um
agitadores de eixo vertical para floculador está ao
redor de 80 a 100 m3. Desse modo, ETAs com
capacidade superior a 1.000 L/s seriam forçosamente
dotadas de um número de equipamento de floculação
superior a doze unidades.
Critérios de seleção das unidades de
floculação

Capacidades superiores a 1000 L/s


geralmente conduzem a floculadores de
eixo horizontal ou de turbinas.
Geralmente, os floculadores
mecanizados do tipo turbina são
mais adequados para gradientes de
velocidade superiores a 30 s-1,
enquanto os do tipo paleta são mais
convenientes para gradientes de
velocidade da ordem de 15 a 60 s- 1.
Critérios de seleção das unidades de
floculação

Os projetos de pequenas ETAs devem merecer um


cuidado especial na escolha do tipo de floculador.
Com poucas exceções e em condições especiais,
poder-se-á recomendar floculadores mecânicos.
Os floculadores hidráulicos de chicanas, por
resultarem com um espaçamento muito
próximo, trazem problemas construtivos e
operacionais. Os custos de construção podem
ser um pouco mais elevados nos floculadores
hidráulicos de maior capacidade, porém há
que se considerar o custo de manutenção
nos floculadores mecânicos.
Exemplo
Floculador em chicanas
verticais (seco) vendo-
se, à direita, o vertedor
para medição de vazão
ETA Alto Branco,
CAGEPA, Campina
Grande. 

Floculador mecânico
vendo-se as tampas
(amarelas), 
para proteção do motor
de acionamento do
misturador. 
ETA Gravatá, CAGEPA,
Sistema Boqueirão-
Referências
 Richter, Carlos A. e Netto, Azeveto M J.
Tratamento de Água: Tecnologia Atualizada. São
Paulo, 1991
 Di Bernardo, Luiz. Métodos e Técnicas de
Tratamento de Água. Volume I, Rio de Janeiro,
1993
 Filho, D.F. Tecnologia de Tratamento de Água.
Rio de Janeiro, 1976
 Viana, Marcos Rocha. Hidráulica Aplicada as
Estações de Tratamento de Água. Belo
Horizonte, 1992.
Referências
 Saneamento De Goiás S/A Superintendência De
Recursos Humanos Gerência De
Desenvolvimento De Pessoal Operação De
Estação De Tratamento De Água L\manuais
Atuais\manual – Mt-32/Operação De Estação De
Trat. De Água Revisão/ 00 Ano/Jun2006
 Noções Sobre Tratamento De Água
Http://Www.Dec.Ufcg.Edu.Br/Saneamento/Trata
m04_floc.Htm

 Projeto De Sistemas De Tratamento De Água


Prof. José Carlos Mierzwa – Notas de Aula
Referências
 Escola Politécnica Da Usp Departamento
De Engenharia Hidráulica E Sanitária
Saneamento I -Floculação - Prof. Dr.
Roque Passos Piveli e Prof. Dr. Sidney
Seckler Ferreira Filho Processos De
Coagulação E Floculação – Notas de aula

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