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A colaboração entre as disciplinas e profissionais é um ponto chave para o sucesso de um projeto baseado
em BIM (Figura 04), deve-se entender o modelo como um todo e não mais como desenhos isolados, as
informações devem ser compartilhadas constantemente e envolver o cliente, caso contrário adotar-se-á o
processo atual de contratações de projetos isolados e entregas individuais e assim subutlizar a tecnologia.
Kalay (1998) apud Manzione (2013) conceitua colaboração como um acordo entre os envolvidos para
compartilhar suas habilidades em processos e atingir os objetivos do projeto como um todo.
Leicht (2009) apud Manzione (2013) pontua que há três elementos que definem colaboração:
• é um processo;
• envolve a interação entre duas ou mais pessoas, e
• é preciso trabalhar em conjunto para alcançar um objetivo comum.
• confiabilidade de custos e gestão: por ser facilmente alimentável, o BIM proporciona quantitativos e estimativas
mais confiáveis;
• gestão do cronograma: a redução do tempo de lançamento de um empreendimento pode ser auxiliada pelo uso
de modelos paramétricos para coordenação tridimensional, préfabricação, planejamento e modificações na obra;
• complexidade da infraestrutura: o uso de um modelo tridimensional que integra todos os sistemas prediais,
estrutura e arquitetura proporciona maior qualidade na execução, facilidade de manutenção, conformidade com
a legislação e normas e redução de conflitos entre as equipes e entre os prestadores de serviços;
• sustentabilidade: redução do consumo de energia por meio da análise de eficiência energética e aumento da
produtividade operacional futura, utilizando a simulação do comportameno da edificação no decorrer do tempo;
• mão de obra e comunicação: aumenta a eficiência da mão de obra pela pré-fabricação e planejamento do
trabalho em campo, supera barreiras de linguagem através de modelos tridimensionais interativos e instrui com
mais rapidez novas equipes que entram no projeto;
• avaliação do projeto: análise de conformidade com o programa de necessidades, gestão do escopo, maior
feedback dos interessados após visualização da simulação tridimensional do edifício, obter alternativas de
design rapidamente e simulação da operação das instalações, e
• gerenciamento de informação: retroalimentação fácil e ágil da base de dados, gerenciamento de ativos de
facilidades e avaliação dos impactos de manutenção ou alteração.
Gestão de Projetos
O Guia PMBOK (2008) assevera que a gestão de projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e
técnicas durante um projeto para atender a os seus requisitos.
Basicamente segue o ciclo PDCA (Plan, Do, Check and Act). Sua aplicação é realizada através de quarenta e dois
processos distribuídos em seis grupos:
Seguindo o raciocínio dos cinco grupos do PDCA, na ótica do Gerenciamento da Integração segundo o PMBOK
(2008), cria-se uma relação com o Bulding Information Modeling para aprimorar os processos e otimizar a execução
da obra, para constituir o sucesso de um empreendimento. Dornelas (2012) desenvolveu um quadro que ilustra a
proposta colaborativa de relação entre o Gerenciamento da Integração e o ambiente BIM:
Extensão para Construção do Guia PMBOK®
A Extensão para Construção do Guia PMBOK® (Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos), vai
além da orientação geral sobre o gerenciamento de projetos, aplicável quase sempre à maioria dos projetos,
fornecendo orientação aplicável especificamente a projetos de construção, porém aplicável mesmo a quem
não trabalha em construção.
A extensão está escrita em Inglês (não há previsão de tradução para o Português).
Fornece aos profissionais do gerenciamento de projetos orientações específicas para profissionais de
construção em cada área de conhecimento do Guia PMBOK®, e também diretrizes sobre quatro áreas
adicionais não encontradas no Guia:
1.Todos os recursos de projeto, e não apenas os humanos;
2.Integridade, segurança e proteção do projeto e gerenciamento ambiental;
1. Integridade: inclui a saúde física e bem-estar. Não apenas saúde laboral, mas também equilíbrio entre
vida pessoal e profissional e atividades que visam reduzir stress;
2. Segurança: está relacionado com redução dos acidentes de trabalho;
3. Proteção: manter todo o ambiente do do canteiro de obra protegido, evitando entradas não
autorizadas, roubo e vandalismo;
4. Gerenciamento ambiental: inclui vida animal, clima, isolamento de centros urbanos, aspectos culturais,
etc.;
3.Gerenciamento financeiro do projeto, além do custo;
1. Aborda os recursos para financiamento da construção, incluindo a obtenção do financiamento e seu
gerenciamento, o faturamento e monitoramento do fluxo de caixa;
4.Reivindicações (pleitos).
1. Mudanças contestadas ou em disputa, atrasos do cronograma e penalizações, riscos que impactaram
o trabalho de subcontratados, etc.
Esta edição da Extensão de Construção também se pauta por uma nova estrutura que discute os princípios de
cada uma das áreas de conhecimento, em vez de discorrer sobre cada um dos processos. Esta abordagem amplia
a aplicabilidade da Extensão de Construção pois aumenta o enfoque do “o quê” e o “por quê” do gerenciamento de
projetos de construção.
A Extensão de Construção também inclui a discussão das tendências e os desenvolvimentos emergentes do setor
de construção que afetam a aplicação do gerenciamento de projetos aos projetos de construção.
Há, por exemplo, uma seção dedicada a BIM (Building Information Modeling ou ”Building Information Model”) que
significa Modelagem da Informação da Construção ou Modelo da Informação da Construção, um conjunto de
informações geradas e mantidas durante todo o ciclo de vida de uma obra.
Também são interessantes as referências dedicadas ao Gerenciamento do Ciclo de Vida e Custo do Ciclo de Vida
e tudo relacionado ao meio ambiente e responsabilidade social. Estou anexando uma tabela que já à primeira
vista nos ajuda a compreender as diferenças em relação à edição passada.
Implantando o BIM
Implantar o Building Information Modeling (BIM) é muito mais uma decisão empresarial do
que uma decisão técnica. O BIM é uma tecnologia com potencial para aperfeiçoar a
comunicação entre parceiros de negócio, melhorar a qualidade da informação disponível para
a tomada de decisões e dos serviços entregues e reduzir os prazos e os custos em cada
etapa do ciclo de vida do edifício.
Mas enquanto o BIM abre a porta para essas possibilidades ele não faz com que os seus
resultados aconteçam como “mágica”. A tecnologia precisa ser implantada como parte
importante da estratégia empresarial para a obtenção do sucesso.
Para a adoção do BIM os empresários precisam reconhecer benefícios tangíveis que
justifiquem mudar os seus processos de trabalho e a natureza das suas relações de negócio
com parceiros e clientes antes de fazer os investimentos para implantar as mudanças
necessárias.
Sempre que os empresários percebem tais benefícios claramente, o BIM tende a promover
mudanças rápidas e as barreiras culturais, institucionais e comerciais conseguem ser mais
facilmente superadas.
Por outro lado, quando os empresários não possuírem a habilidade de conectar o BIM com os
objetivos empresariais, as mudanças tenderão a ocorrer muito lentamente e os obstáculos
parecerão irremovíveis.
As estratégias mais eficazes de implantação do BIM são aquelas baseadas na revisão dos
processos de trabalho da organização, tanto interna quanto externamente. O foco correto
não é como adaptar o fluxo de trabalho para se adaptar à tecnologia, mas sim explorar como
O ponto chave para uma implantação eficaz do BIM é reconhecer que o processo de
negócio da empresa é parte de um sistema, e que as informações do edifício criadas
por alguém desse sistema têm um valor potencial para alguma outra parte do sistema.
Isso não significa que uma parte apenas deva assumir a responsabilidade ou assumir o
risco e o custo de criar, compilar ou manter um modelo completo de informações de
um edifício para o benefício de alguém.
Para que os modelos de informação do edifício sejam perenes pelo ciclo de vida da
edificação, eles precisam ser criados e mantidos em um processo de negócio
sustentável, com uma clara proposição de valor entre o criador e os beneficiários das
informações contidas no modelo BIM.
A Implantação do BIM leva à Reorganização dos Processos
A implantação do BIM se dá através de um conjunto de aplicativos que se articulam em
“plataformas tecnológicas”, compostas por aplicativos interoperáveis de um mesmo ou de
diferentes fornecedores. Estas plataformas definem a nova tecnologia de processo de
projeto e de gestão da operação, sendo variadas conforme a etapa de ciclo de vida da obra
e as diferentes especialidades envolvidas, mantendo, porém, a integridade e consistência
da informação e a interoperabilidade destes diferentes sistemas ao longo de todo este ciclo
de vida.
O foco na integridade e consistência da informação evidencia que o BIM traz novos
processos de comunicação entre os diferentes agentes do projeto e demais intervenientes
no ciclo de vida da edificação, levando à reorganização de fases, agentes e produtos no
projeto. Em decorrência, o projetista ou gestor necessita de um novo conjunto de
conhecimentos e habilidades.
Enquanto no processo de projeto “clássico” imagina-se em 3D e representa-se em 2D, no
projeto em BIM imagina-se em 3D e a representação é através de uma construção virtual
comumente chamada de “modelo”. A representação 2D, ainda necessária, é quase
completamente automatizada, sendo complementada e integrada à bases de dados
externas com especificações de requisitos de desempenho e outras informações que no
processo de projeto anterior eram desconectadas entre si.
Como resultado, os projetistas conseguem maior produtividade, eficácia e eficiência,
gerando informação mais aprofundada e consistente. Os construtores se beneficiam da
redução de erros e inconsistências, maior previsibilidade e menores custos totais de
obra. Já os proprietários conseguem menores custos de operação, previsão mais precisa
da efetiva disponibilidade do bem e maior tempo de usufruto decorrente da melhor
qualidade de produto. Finalmente os fornecedores de produtos e materiais conseguem
maiores facilidades de comunicação com seus clientes e parceiros, logística mais rápida
e barata e melhor acompanhamento do ciclo de vida do produto. E naqueles segmentos
de produção customizada, tais como pré-fabricados em geral, esquadrias e coberturas
se beneficiam ainda de uma melhor integração entre concepção e produção, resultando
em custos significativamente menores.
Percebe-se que o BIM implica em uma alteração do processo de projeto, que se reflete
em uma determinada articulação de atores da estrutura produtiva local.
1. Estratégia de implementação BIM
Muitos processos e fluxos de trabalho precisam se adequar para serem obtidas as vantagens
plenas que a tecnologia BIM oferece. Muitos pensam que a decisão chave na implantação do
BIM seja qual software comprar, e o critério chave para essa seleção é “o que os outros estão
usando”. Isso é seguido por decisões sobre o número de licenças de software a serem
compradas e o número de pessoas da equipe a serem treinadas. Muito frequentemente essas
três coisas definem toda a estratégia de implantação do BIM em uma empresa. O grande
potencial do BIM não pode ser obtido com o foco apenas sobre o aspecto da sua tecnologia.
O custo do software e do treinamento, embora não seja insignificante, é incidental quando
comparado com o impacto potencial na lucratividade da empresa resultante de outros
aspectos do BIM. Um software é uma commodity e não um investimento de capital e seu
valor é agregado somente quando permite que a empresa cumpra bem sua missão. Dentro
do escopo da estratégia de implantação do BIM a escolha do software e as decisões de
treinamento precisam ser feitas no contexto dos amplos objetivos empresariais. Para que a
implantação estratégica do BIM seja efetiva, o treinamento no uso do software precisa ser
precedido, ou ao menos acompanhado pela educação e preparo da organização, pois treinar
ensina as pessoas como fazer e a educação ensina as pessoas como pensar.
2. Abordagem sistêmica para a implementação BIM
Para a adoção do BIM os empresários precisam reconhecer benefícios tangíveis que
justifiquem mudar os seus processos de trabalho e a natureza das suas relações de negócio
com parceiros e clientes antes de fazer os investimentos para implantar as mudanças
necessárias. Sempre que os empresários percebem tais benefícios claramente, o BIM tende
a promover mudanças rápidas e as barreiras culturais, institucionais e comerciais
conseguem ser mais facilmente superadas. Por outro lado, quando os empresários não
possuírem a habilidade de conectar o BIM com os objetivos empresariais, as mudanças
tenderão a ocorrer muito lentamente e os obstáculos parecerão irremovíveis. As estratégias
mais eficazes de implantação do BIM são aquelas baseadas na revisão dos processos de
trabalho da organização, tanto interna quanto externamente. O foco correto não é como
adaptar o fluxo de trabalho para se adaptar à tecnologia, mas sim explorar como a
tecnologia pode melhorar o processo de trabalho. O ponto chave para uma implantação
eficaz do BIM é reconhecer que o processo de negócio da empresa é parte de um sistema, e
que as informações do edifício criadas por alguém desse sistema tem um valor potencial
para alguma outra parte do sistema. Isso não significa que uma parte apenas deva assumir
a responsabilidade ou assumir o risco e o custo de criar, compilar ou manter um modelo
completo de informações de um edifício para o benefício de alguém. Para que os modelos
de informação do edifício sejam perenes pelo ciclo de vida da edificação, eles precisam ser
criados e mantidos em um processo de negócio sustentável, com uma clara proposição de
valor entre o criador e os beneficiários das informações contidas no modelo BIM. A seguir
são comentados alguns pontos importantes a serem observados na estratégia de adoção
da tecnologia BIM.
• Alinhamento da estratégia de implementação BIM com as tendências da tecnologia
É fundamental que os empresários adaptem suas estratégias de implantação do BIM com a
evolução do estado da tecnologia. No lugar de desenvolver ferramentas para criar e manter um
único modelo de informação do edifício, os desenvolvedores de software têm criado
ferramentas que permitem para cada um dos agentes do mercado – particularmente nas fases
de projeto e construção – trabalhar dentro do seu próprio ambiente de modelagem e
periodicamente combinarem e compartilharem os modelos para o trabalho colaborativo ou
análises.
• Avaliação dos riscos fundamentais
Embora a inovação contenha riscos, o risco da implantação do BIM é muito menor do que foi o
risco da implantação da tecnologia CAD uma geração atrás, porque é muito mais fácil alinhar a
tecnologia BIM com os processos da organização e de suas competências centrais e conseguir
medir os seus resultados.
• Fomentar uma cultura de gestão das informações
A palavra BIM tem dois significados: Building Information Modeling – onde o verbo modeling
(modelagem da informação) significa um processo e Building Information Model – onde o
substantivo model (modelo da informação) significa o resultado do processo de modelagem.
A tendência da tecnologia BIM sugere que a estratégia empresarial mais flexível e viável é
aquela que enfatiza o valor das trocas de informação para sustentar o processo de negócio
(modelagem da informação) sobre o produto que resulta desses processos (modelo da
informação).
• Transformar a informação produzida em um ativo rentável
Quaisquer mudanças nas práticas do negócio devem ser acompanhadas por um equitativo
ajuste dos riscos, responsabilidades e compensações. Por exemplo, um dos potenciais
benefícios na troca de dados do BIM entre o Arquiteto e o Contratante é a redução do tempo
e a melhoria da precisão para a obtenção dos levantamentos quantitativos. Mas o Arquiteto
pode ficar relutante em compartilhar o BIM para esse propósito com a preocupação de que
um modelo de informações de construção pode ser suficientemente completo para transmitir
a intenção do projeto, mas não suficientemente detalhado ou total para garantir bons
levantamentos quantitativos. É importante que as partes combinem previamente através de
contratos os padrões das informações quantitativas e qualitativas a serem transferidas
provendo o autor da informação as compensações necessárias para o atendimento dos
padrões de informação. Muito frequentemente os contratos são falhos e especificam somente
que o entregável será um “modelo BIM”. Caso as partes não sejam hábeis para definir o
conteúdo do modelo de informações na ocasião do contrato certamente ocorrerão
problemas.
Obrigada!!!
Camila Gagliardi
Professora especialista em gestão de projetos, com foco em PMBOK.
Pós graduada em auditoria, controladoria e finanças e em gestão de
projetos. MBA em Gestão estratégica de negócios.
Contatos: camilag@msn.com
WhatsApp: 11 95349 6837