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UNIDADE

Economia
Internacional
II

Aula 3
O imperialismo
Objetivo de Lenin: expor, sumariamente, os laços e as relações
recíprocas existentes entre as particularidades econômicas
fundamentais do imperialismo.

Características do imperialismo segundo Lenin:

1. Concentração da produção e a formação de monopólios;


2. Bancos assumem novo papel (monopolizam o capital);
3. A oligarquia financeira – capital que se encontra a disposição
dos bancos e que os industriais utilizam;
4. A exportação de capital;
5. A partilha do mundo entre as associações capitalistas;
6. A partilha do mundo entre as grandes potências.
Concentração da produção e a
formação de monopólios
Segundo Lenin: o enorme incremento da indústria e o processo
notavelmente rápido de concentração da produção em
empresas cada vez maiores constituem uma das
particularidades mais características do capitalismo.

Lenin destaca que:

• A concentração da produção é mais intensa do que a de


operários pois o trabalho nas grandes empresas é mais
produtivo;
• Um pequeno número de empresas passam a concentrar a
maior parte da força motriz a vapor e elétrica;
• Ao chegar a determinado grau do desenvolvimento, a
concentração, por si mesma, conduz diretamente ao
monopólio. E essa transformação de concorrência em
monopólio constitui um dos fenômenos mais importantes do
capitalismo nos últimos tempos (início do séc.XX).
Concentração da produção e a
formação de monopólios
Armas utilizadas pelas grandes empresas:
• Privação de matérias-primas;
• Privação de mão-de-obra;
• Privação de meios de transportes;
• Privação de possibilidades de vendas;
• Acordos de exclusividade com compradores;
• Diminuição sistemática de preços;
• Privação de créditos;
• Declaração de boicote.

As grandes empresas praticam a chamada combinação. Ou seja,


reunem numa só empresa diferentes ramos da indústria ou
representam fases sucessivas da elaboração de uma matéria-
prima. Isso deixa seus lucros mais estáveis.
Bancos assumem novo papel
(monopolizam o capital)
A operação fundamental e inicial que os bancos realizam é a de
intermediar pagamentos. Eles reunem toda espécie de
rendimentos em dinheiro e colocam-nos à disposição da classe
capitalista.

Mas, à medida que vão aumentando as operações bancárias e


se concentram num número reduzido de estabelecimentos os
bancos convertem-se de modestos intermediários em
monopolistas onipotentes. Essa transformação constitui um dos
processos fundamentais da transformação do capitalismo em
imperialismo capitalista.

Bancos utilizam seus dados para:


• Conhecer com exatidão a situação de seus clientes;
• Controlá-los mediante restrição ou ampliação do crédito;
• Decidir seus destinos.
A oligarquia financeira – capital que se
encontra a disposição dos bancos e que
os
Segundo Lenin: industriais
nesta utilizam
etapa do capitalismo, desenvolve-se a
união pessoal dos bancos com as maiores empresas industriais e
comerciais. A fusão de umas com as outras se dá mediante a
posse da ações, mediante a participação dos diretores dos
bancos nos conselhos de supervisão (ou de administração).

De acordo com R.Hilferding: Capital financeiro é o capital que se


encontra à disposição dos bancos e que os industriais utilizam.

Para Lenin essa definição não é completa porque não indica um


dos aspectos mais importantes: o aumento da concentração da
produção e do capital em grau tão elevado que conduz, e tem
conduzido, ao monopólio.

Tal fato (o monopólio) leva, inevitavelmente, à dominação da


oligarquia financeira.
A exportação de capital

Segundo Lenin: o que caracterizava o velho capitalismo, no qual


dominava plenamente a livre concorrência, era a exportação de
mercadorias. E o que caracteriza o capitalismo moderno, no qual
impera o monopólio, é a exportação de capital.

De acordo com Lenin, o desenvolvimento desigual, por saltos,


das diferentes empresas e ramos da indústria e dos diferentes
países é inevitável sob o capitalismo.

Lenin afirma que, no limiar do séc.XX, assistimos à formação:


1. De uniões monopolistas de capitalistas em todos os países de
capitalismo desenvolvido;
2. Situação monopolista de uns poucos países de riquíssimos,
nos quais a acumulação de capital tinha alcançado
proporções gigantescas. Constituiu-se um enorme “excedente
de capital” nos países avançados.
A partilha do mundo entre as
associações de capitalistas e entre as
Segundo Lenin: as grandes potências
associações de monopolistas capitalistas –
cartéis, sindicatos, trusts – partilham entre si, em primeiro lugar,
o mercado interno (respondendo pela maior parte da produção
do país) e, depois, avança sobre o mercado mundial.

De acordo com Lenin, no entanto, determinada partilha realizada


entre grandes grupos monopolistas não excluem uma nova
partilha, no caso de se modificar a correlação de forças em
conseqüência da desigualdade do desenvolvimento, das
guerras, dos craques, etc.

Lenin afirma que, no início do séc.XX, a política colonial dos


países capitalistas já completou a conquista de todas as terras
não ocupadas que havia no nosso planeta. No futuro só se
poderão efetuar novas partilhas, em geral, via guerras.
O imperialismo
IMPERIALISMO:

• Surgiu como desenvolvimento em continuação direta das


características fundamentais do capitalismo;
• Só quando este (o capitalismo) chega a fase avançada é que
se transforma em imperialismo;
• Os monopólios que dominam não eliminam a livre
concorrência mas existem acima e ao lado dela.

O IMPERIALISMO é a fase monopolista do capitalismo.

O IMPERIALISMO conta de um lado com o capital financeiro e de


outro com a partilha do mundo para avançar.
Crítica do imperialismo
Para Lenin a crítica do imperialismo , no sentido amplo da
palavra, consiste na atitude das diferentes classes da sociedade
perante a política do imperialismo, de acordo com a ideologia
geral das mesmas.

Segundo Lenin, no início do séc.XX, existe um entusiasmo geral


pelas perspectivas do imperialismo. A sua defesa é furiosa. Sua
ideologia penetra até mesmo no seio da classe operária.

O essencial na crítica do imperialismo consiste em saber se é


possível modificar por meio de reformas as bases do
imperialismo, se há que seguir para diante, agudizando e
aprofundando ainda mais as contradições que o imperialismo
gera, ou se há que retroceder, atenuando essas contradições.

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