MOVIMENTO DE QUEDA,

NA VERTICAL,

COM EFEITO DA RESISTÊNCIA

DO AR APRECIÁVEL
• Nem sempre se pode desprezar o efeito
da resistência do ar!....
• E este efeito nem sempre é prejudicial!...
Ausência de atrito e de resistência do ar:
situação plenamente atingida no vácuo.
Mas, e se alguém tivesse mesmo que se
deparar com estas condições?
David Scott – comandante da Apollo 15
Com o módulo lunar e as montanhas de fundo, este astronauta
recriou a famosa experiência de Galileu, em vácuo sujeito a uma
fraca gravidade, deixando cair um martelo e uma pena de falcão
ao solo lunar (2/Agosto/1971)

http://www.youtube.com/watch?v=4mTsrRZEMwA&feature=player_embedded

Como é dito pelo astronauta no final, parece que Galileu tinha

razão: todos os corpos caem com a mesma aceleração constante.
 Na Lua, visto que não
existe resistência do ar
pois a sua gravidade é
demasiado fraca (1/6
da gravidade terrestre)
para manter uma
atmosfera, objectos de
massas, formas e
densidades
completamente
diferentes caem ao
mesmo tempo.
 Galileu versus Aristóteles
Aristóteles observou que se se deixarem cair, próximo da
superfície terrestre, dois corpos maciços de igual
natureza e com a mesma forma, o maior e mais pesado
chega primeiro ao chão. A velocidade de queda seria
proporcional ao peso.
 "Vemos que corpos com maior tendência de peso ou de
leveza, mas semelhantes em todos os outros aspectos, se
movem mais rapidamente no mesmo espaço e isto na razão
que tenham entre si os valores dessas tendências. Por isso
mover-se-ão também no vazio com esta razão de
velocidades. Mas tal é impossível; porque deve um corpo ser
mais rápido do que o outro?"

Esta afirmação teve o mérito de corresponder a dados da observação corrente.

Foi esta a razão da longevidade dos ensinamentos de Aristóteles e o motivo pelo
qual as suas opiniões persistiram durante cerca de dois mil anos sem nunca
terem sido alvo de qualquer crítica consequente.
 Galileu e a queda dos graves
• "O ridículo da opinião de Aristóteles é mais claro do
que a luz. Quem vai acreditar, por exemplo, que se
duas esferas de chumbo forem largadas da órbita da
Lua, sendo uma cem vezes maior do que a outra, a
maior chegue à Terra numa hora, enquanto a menor
leva cem horas no seu movimento? Ou se duas
pedras forem lançadas ao mesmo tempo de uma
torre alta, tendo uma o dobro do tamanho da outra,
quem vai acreditar que a mais pequena vá a meio
do caminho quando a grande está a chegar ao
chão?"

• A sua maior contribuição para a ciência está no

estabelecimento das bases do pensamento
científico moderno, o método experimental. É por
isso que Galileu Galilei é considerado o pai da Física.
http://www.seed.slb.com/uploadedFiles/Science/L
aboratory/Air_and_Space/Galileo_Drops_the_Ball/
anim/en/index.html?width=740&height=570&pop
up=true
 A Natureza nem sempre está, porém, de acordo
com as nossas intuições mais imediatas. Se se
«desligasse» a resistência do ar, a pedra grande
e a pedra pequena cairiam ao mesmo tempo.

No chamado “tubo de Newton” (um tubo de vidro

onde se faz o vácuo) pode-se deixar cair, da mesma
altura, objectos diferentes, por exemplo, uma chave e
uma pena, e observar que chegam ao fundo do tubo
exactamente ao mesmo tempo. Esse instrumento
permite efectuar, em condições ideais, a hipotética
experiência de Galileu na torre de Pisa.
 Aristóteles versus Galileu
CONCEPÇÕES DE ARISTÓTELES
(séc. IV a.C.)
O movimento de queda de um corpo é um movimento
natural, pois o corpo é feito do elemento «terra», cujo
lugar natural é por baixo do elemento «ar».
O movimento de queda realizar-se-ia, na ausência de
ar, com velocidade constante.
O ar impulsiona, com o seu peso, o movimento dos
corpos.
Os corpos mais pesados caem mais rapidamente da
mesma altura.
Se nenhuma força actuar sobre um móvel, este acaba
por parar.
CONCEPÇÕES DE GALILEU
(séc.XVI-XVII, d.C.)
O movimento de queda de um corpo é um movimento
forçado, pois é provocado por uma força que nele se
exerce.
O movimento de queda realizar-se-ia, na ausência de
ar, com uma velocidade que aumentaria
uniformemente.
O ar contraria o movimento dos corpos.
Os corpos caem da mesma altura no mesmo tempo,
independentemente do seu peso.
Se nenhuma força actuar sobre um móvel, este
manterá eternamente a sua velocidade.
A resistência do ar ao movimento de um corpo nele imerso é
uma força que não é constante, dependendo de vários
parâmetros:

• densidade da atmosfera no local onde decorre o movimento;

• coeficiente de atrito entre a superfície do corpo e o ar que
este atravessa, característica que assume valores diferentes
dependendo do material de que o corpo é feito;
• área da superfície de contacto entre o corpo e o ar que
atravessa;
• (quadrado) da velocidade do corpo em movimento.
Estudando o movimento de queda de um pára-quedista:
 
Fg  Rar . , isto é, a intensidade da força gravítica
que a Terra exerce sobre o pára-quedista é maior
que a intensidade da resistência que o ar oferece à
passagem deste. Ele está em queda livre e a
velocidade vai aumentando à medida que cai até
que, a partir de um certo instante, como a
resistência do ar depende da velocidade do corpo,
estas duas forças  passam a ter a mesma
intensidade, Fg  Rar .
 
Fg  Rar , isto é, a intensidade da força gravítica
que a Terra exerce sobre o pára-quedista é menor
que a resistência que o ar oferece à passagem
deste, devido à abertura do pára-quedas, dado que
a resistência do ar depende da superfície em
contacto.
 
Fg  Rar , isto é, a intensidade das duas forças é
igual pois, com a diminuição da velocidade, diminui
a intensidade da resistência do ar.
Descrição do movimento:

Referencial escolhido: Oy ,
positivamente orientado de baixo para cima.
 Exemplo de um gráfico v=v(t)
do movimento de um pára-quedista:

A
C

D
 Physlets
Exemplo - ilustração:
Ilustração 2 – Forças de atrito

Exemplo - aplicação:
Questão conceptual nº3 – Forças de atrito

http://mecanica-newtoniana.physletspt.co.cc/
Questão:
Um pára-quedista abandona o avião e inicia a sua queda, em
pleno ar, no instante t=0. Cai “livremente”, submetido à
aplicação de duas forças: a resistência do ar e o seu peso -
até o instante t1, quando abre o pára-quedas.
O gráfico a seguir representa a velocidade vertical do pára-
quedista em função do tempo.
Selecciona as afirmações
correctas:
A) A aceleração do pára-quedista tem
valor constante, desde o instante em que
abandona o avião (t = 0) até ao instante
em que o pára-quedas abre (t = t1).

B) Entre os instantes t1 e t2, a força de

resistência tem valor igual ao peso.
C) Desde o instante em que o pára-quedista abandona o avião (t = 0) até o instante t1, a força de
resistência do ar aumenta, desde zero até um valor igual ao do peso.
D) Entre os instantes t2 ‚ e t3, a força de resistência do ar sobre o pára-quedista e o seu pára-
quedas é maior do que o peso do conjunto, e a força resultante tem sentido contrário ao do
movimento do pára-quedista.
E) Em nenhum instante, a força de resistência do ar apresentou maior intensidade do que o peso
do pára-quedista.
F) Ao atingir o solo, a energia cinética do paraquedista é igual à energia potencial gravitacional
ao abandonar o avião, porque a energia mecânica se conserva.
G) Durante toda a queda, a aceleração do paraquedista é constante e igual à aceleração da
gravidade.