AGEs

Universidade do Estado da Bahia

Fisiologia da Nutrição

Docente: Miriam Vásquez

Discentes: Glauco Possaite ; Cristiane Matias

Produtos finais
de glicação
avançada
AGEs
O que são
Ages
Os produtos de glicação avançada são um grupo heterogêneo de
moléculas formadas a partir de reações não enzimáticas entre
grupamentos amino e carbonilo, sendo a carboximetilisina e a
pentosidina exemplos de produtos de glicação avançada
identificados em alimentos e in vivo.
● Podem ser formados através da reação de Maillard ( Aminoácido + açúcar
redutor)
❖ Reação de Maillard Base de Shiff Produtos de Amadori

● e in vivo por reação de glicólise, oxidação de açúcares, lipídios, e aminoácidos ,

reações de glicoxidação, lipoxidação e processos inflamatórios
● a formação de AGEs pode ser favorecida em condições de estresse oxidativo,
mesmo na ausência de estado hiperglicêmico.
Existem poucos AGEs que foram claramente estudados e identificados, sendo os
mais comuns derivados dos compostos :

● Dicarbonílicos GO,
● MG
● e 3-desoxiglicosona.
Origem dos
AGEs
Metabolismo
 AGEs
endógenos
● A formação dos AGEs é principalmente endógena
➢ Ocorre em condições fisiológicas
➢ Nos tecidos e fluidos corporais
➢ Exerce importante função no processo natural de envelhecimento
● A ocorrência de intermediários metabólicos reativos (triose fosfato e
diidroxiacetona) principais precursores dos AGEs formados endogenamente.
 AGEs
exógenos, nos
alimentos
A dieta é uma das principais fontes de AGEs exógenos e, embora haja evidências de
que promovem disfunções metabólicas de extrema preocupação, ainda existem
perguntas sem respostas, principalmente sobre absorção e biodisponibilidade dos
AGEs dietéticos.

10 a 30% do AGEs consumidos são absorvidos e 1/3 excretado.

● Fatores responsáveis pela taxa de formação e diversidade:

Tempo, temperatura de processamento, concentração de reagentes,

disponibilidade de água, e ph.
 AGEs e métodos preparativos

Métodos de preparo em alta temperatura e baixa umidade são fatores capazes de

potencializar a formação de AGEs nos alimentos comparados a alimentos cozidos
em baixa temperatura e presença de água.

Entre os conteúdos dietéticos para a formação, os alimentos ricos em lipídios são

considerados os principais.

Relação evidenciadas da soma de AGEs dietéticos e AGEs endócrinos favorecendo

complicações do diabetes.
Uma dieta com menor quantidade de
glicotoxinas pode ser alcançada através do
consumo de frutas, hortaliças, laticínios
desnatados, leguminosas, carnes magras e
peixes, também através dos métodos de
cocção em água ou vapor.
AGEs e danos
à saúde
AGEs podem causar danos ao metabolismo através de dois mecanismos:

1. Modificação da estrutura nativa de biomoléculas

Alteração na forma de proteínas intra e extracelulares.

2. Interação dos produtos com receptores sensíveis a AGEs presentes em

diversas células (endoteliais, monócitos, macrofagos, adipócitos) induzindo ao
estresse oxidativo, produção de citocinas inflamatórias e fatores de
crescimento.
As evidências que envolvem AGEs à doenças crônico-degenerativas incidentes
preocupam e estimulam pesquisas que destacam questões dentre as quais:

- A comprovação da via de formação, estruturas moleculares e efeitos biológicos

- Identificação e quantificação em diferentes fontes alimentares e biológicas
- Compostos naturais ou sintéticos capazes de inibir seus efeitos nocivos

Apesar de avanços, ainda existem questões pendentes relacionadas à

caracterização, biodisponibilidade, metabolismo e análise dos AGEs em
diversos sistemas.
AGEs e
doenças
crônicas
 AGEs e diabetes
➔ É um dos principais mecanismos desencadeadores de doenças associadas ao
diabetes tipo 2, incluindo cardiopatia, retino, neuro e nefropatia.
➔ Formação endógena dos AGEs mecanismo responsável por danos celulares e
teciduais na doença.
➔ Propriedade pró-oxidante e pró-inflamatória que favorece doenças crônicas.
➔ Envolvido em atraso de cicatrização de feridas diabéticas.
Efeitos adversos das glicotoxinas alimentares em feridas feitas em camundongos
geneticamente diabéticos
 ● Experimento para testar o papel de AGE derivado de dieta:

Baixo e alto teor de AGE

Duração de 3 meses

Resultados:

Camundongos alimentados com - AGE apresentaram fechamento mais rápido,

fechando completamente em 21 dias.
Antiglicantes
e
Antioxidantes
 Aminoguanidina
Exemplo antiglicantes
Ácido ascórbico

A atividade antiglicante é a Aspirina®

capacidade de inibir a formação
Metformina
dos AGEs. Há muitas
metodologias descritas na Hidralazina
literatura para a avaliação da
atividade antiglicante de uma Garcinol
substância e isso se deve à
Brometo de fenaciltiazol (PTB)
complexidade do mecanismo de
formação e a existência de várias Azeliragon®
rotas possíveis para formação
dos AGEs ou compostos Resveratrol
dicarbonílicos
Curcumina
Exemplo antioxidantes e
antiglicantes naturais
Estudos comprovaram que vários extratos de plantas, frutas e vegetais que
apresentam atividade antidiabética apresentaram também atividade antiglicante e
contém bioativos como:

● Terpenóides, por exemplo, o lupeol, e o ácido ursólico

● Flavonoides, como a apigenina e quercetina
● Fenilpropanóides, como o eugenol e derivados de cumarina
● Fenóis e Polifenóis, como o ácido gálico e a epicatequina
● Vitaminas, como piridoxina, vitamina E e o ácido lipóico
● Carnosina , dipeptídeo encontrado em tecido muscular
Conclusão
Embora todo o processo de formação dos AGEs in vivo seja complexo e ainda não
totalmente elucidado, sabe-se que estes são formados pela reação entre
compostos dicarbonílicos e um grupo amino livre de biomoléculas. Também é
comprovado que os AGEs contribuem para o processo natural do envelhecimento e
em doenças. A procura por moléculas que inibam a formação dos AGEs e as
disfunções fisiológicas resultantes são de extrema importância. O avanço na
pesquisa nesse campo pode contribuir para a abertura de novas possibilidades de
diagnóstico, monitoramento, prevenção e tratamento de diversas patologias, papel
essencial da química contemporânea.
REFERÊNCIAS
Júnia H. P. Barbosa; Suzana L. Oliveira; Luci Tojal e Seara. Produtos da glicação avançada dietéticos
e as complicações crônicas do diabetes. Rev. Nutr. vol.22 no.1 Campinas Jan./Feb. 2009

Meerwaldt et al. Accumulation of Advanced Glycation End Products and Chronic Complications in
ESRD Treated by Dialysis. Am J Kidney Dis. 2008;53:138-150, citado por TOJAL , Luci.
Alimentos e Nutrição - processamento e alterações. Produtos de glicação avançada. Disponível
em: <http://lucitojal.blogspot.com/2010/02/formacao-de-ages.html>

WAJCHENBERG,Bernardo L. Disfunção Endotelial no Diabetes do Tipo 2. Arq Bras Endocrinol

Metab vol.46 no.5 São Paulo Oct. 2002

Torres, N. M. P. O. et al. A Química dos Produtos Finais de Glicação Avançada. Rev. Virtual Quim.,
2018, 10 (2), no prelo.