Ameríndios Prof. Dr. Marcos Rafael da Silva 2º Semestre de 2018 Cursos História e Geografia Qual ou quais visões são mais difundidas sobre a África?
Quais as origens das visões mais frequentes
e recorrentes sobre a África?
Quais ideias elas nos transmitiram?
“A África não é uma parte histórica do mundo. Não tem movimentos, progressos a mostrar, movimentos históricos próprios dela. Quer isto dizer que a sua parte setentrional pertence ao mundo europeu ou asiático. Aquilo que entendemos precisamente pela África é o espírito a-histórico, o espírito não desenvolvido, ainda envolto em condições naturais e que deve ser aqui apresentado apenas como no limiar da história do mundo.” Georg Hegel (Georg Wilhelm Friedrich Hegel , 1770-1831, filósofo alemão considerado um dos mais destacados filósofos da história no século XIX). “Pode ser que, no futuro, haja uma história da África para ser ensinada. No presente, porém, ela não existe; o que existe é a história dos europeus na África. O resto são trevas, e as trevas não constituem história.” Hugh Trevor-Hope Hugh Redwald Trevor-Roper ou Hoper, 1914 - 2003, é um historiador britânico especializado na Grã-Bretanha moderna e na Alemanha Nazista. “Não há povo sem história ou que possa ser compreendido sem ela. Sua história, como a nossa, é incompreensível fora de sua inserção em um mundo mais amplo (...) e, certamente, no último milênio, não pode ser entendida exceto por meio das suas intersecções de diferentes tipos de organização social, cada um modificado por interação com os demais.” Eric Hobsbawm Eric John Ernest Hobsbawm, 1917-2012, britânico nascido no Egito, foi um dos mais brilhantes historiadores do século XX e influenciou gerações de estudantes e intelectuais que se interessam pela história contemporânea. História da África
Nos anos 50, associações de historiadores e escritores africanos se
mobilizam para escrever a História dos diversos povos que compõem o continente africano.
A Coleção “História Geral da África” - UNESCO
Coleção “História Geral da África”
O debate para a produção da Coleção inicia-se em
1964/1965 e vai até 1971. A partir de 1971, tem início a organização dos documentos e planificação dos temas abordados. Comissão Científica composta por 39 intelectuais, dos quais dois terços eram africanos. Contribuíram para a Coleção 350 especialistas. Alta rigorosidade nos textos. Publicado, inicialmente, em inglês, francês e árabe. Pouco tempo depois, saiu em duas línguas africanas: kiswahili e o haussa. Estrutura: Oito Volumes, composto por trinta capítulos cada, já foram publicados: Volume I: Metodologia e Pré-História da África (1981) Volume II: África Antiga (1981) Volume III: África do século VII ao XII (1988) Volume IV: África do século XII ao XVI (1984) Volume V: África do século XVI ao XVIII (1992) Volume VI: África do século XIX à década de 1880 (1989) Volume VII: África sob dominação colonial, 1880-1935 (1985) Volume VIII: África desde 1935 (1993) Volume IX: ? Quadro cronológico para a História da África, por Joseph Ki-Zerbo: 1. As Civilizações Paleolíticas; 2. A Revolução Neolítica e suas consequências; 3. A Revolução dos Metais ou a passagem dos clãs a reinos e impérios; 4. Os Séculos de reajustamento: europeus, tráfico de escravos e suas consequências; século XV ao XIX; 5. A ocupação europeia e as reações africanas até os movimentos de libertação no século XX; 6. África pós-descolonização.
Lições sobre a África: Colonialismo e Racismo nas Representações: sobre a África e os Africanos nos Manuais Escolares de História em Portugal (1990-2005)