HISTÓRIA DA

SAÚDE MENTAL
Profª Andrea
INTRODUÇÃO
 Para os povos primitivos a doença mental era
explicada a partir de formulações fantásticas
e irracionais, caracterizando o período do
pensamento mágico. Aos poucos estas
explicações são substituídas por várias
teorias que atribuíam causas naturais para a
etiologia das doenças.
INTRODUÇÃO
 O retrocesso do pensamento científico,
correspondente ao período da Idade Média,
se fará presente até o advento da primeira
revolução Psiquiátrica, impulsionada pela
ideologia humanista e pelo surgimento da
psiquiatria como especialidade médica. A
partir de então, a psiquiatria irá se
desenvolver cada vez mais até a
consolidação da Psiquiatria moderna.
HISTÓRIA DA SAÚDE MENTAL
 Nas sociedades simples o homem com
poderes misteriosos, como prever vitória na
guerra, fazer plantações crescerem, provocar
chuva ou sol tinha também a função de curar
doentes mentais. Esses indivíduos que
viviam (ou vivem) em sociedades simples
visualizavam a doença mental como uma
possessão demoníaca ou a manifestação do
descontentamento dos deuses, em que os
doentes eram vitimas do castigo divino.
HISTÓRIA DA SAÚDE MENTAL
 Os tratamentos provinham da magia, da
invocação dos poderes celestiais e do
exorcismo de demônios, utilizando-se de
castigos físicos e outras punições.
 Entretanto, neste mesmo período, já surgiam
práticas terapêuticas que podemos
considerar modernas, como: ouvir música
suave, atividades recreativas e passeios
HISTÓRIA DA SAÚDE MENTAL
 Esta época se caracteriza pelo domínio do
pensamento mágico, na qual toda
enfermidade era explicada por crenças
imaginárias e culto ao sobrenatural. Pode-se
dizer que a relação da sociedade com o
doente era ambígua, pois se de um lado
havia um sentimento de respeito com o
enfermo, intitulando-o como mensageiro de
Deus, de outro prevalecia certo temor e o
pensamento de que este podia ser portador
de um espírito malévolo.
HISTÓRIA DA SAÚDE MENTAL
 Poucas são as civilizações antigas que
sobrepujaram em importância o Egito para o
mundo moderno. O estímulo, para
numerosas conquistas intelectuais e morais
da atualidade vieram dos antigos egípcios.
 O povo egípcio sempre despertou muita
curiosidade em todas as pessoas, pois criou
obras extremamente imponentes para a
época vivenciada.
HISTÓRIA DA SAÚDE MENTAL
 A história da medicina, com a qual está
intimamente relacionada à história da saúde
mental, começou a ser desvendada no
século passado, mas o marco principal foi a
descoberta da Pedra Rosetta por arqueólogos
franceses em 1979 que era uma grande
placa basáltica que detém um texto
aeroglífico.
 Muitos outros papiros foram encontrados,
esses abordavam práticas cirúrgicas, além
de tratamentos medicamentosos e místicos.
HISTÓRIA DA SAÚDE MENTAL
 Todo conhecimento que antes era voltado para o
misticismo, passa por uma transição do pensamento
mágico para causas naturais. São muitos os
pensadores que começam a desenvolver explicações
racionais para os transtornos mentais.
 Hipócrates (460-380 a.C.), dotado de grande
capacidade de observação, já ligava quadros mentais
a estados infecciosos, hemorragias e ao parto. Foi o
primeiro a tentar libertar a medicina dos ritos
mágicos. Através do “Corpus Hippocraticum”
acreditava-se que os temperamentos eram baseados
numa mistura de humores corporais, portanto as
doenças, de uma forma geral, e,inclusive as mentais,
surgiriam do desequilíbrio destes humores
(fleugma,sangue, bile amarela e bile negra).
HISTÓRIA DA SAÚDE MENTAL
 Para Hipócrates, o cérebro era a sede dos
sentimentos e das idéias. Foi o pioneiro na
classificação das doenças mentais: o “Corpus
Hippocraticum” inclui descrições de
moléstias identificáveis como melancolia,
psicose pós-parto, fobias, delirium tóxico,
demência senil e histeria.
 O médico romano Galeno (131-200 d.C.),
atribuía ao cérebro o papel controlador dos
fenômenos mentais. Era, portanto, a sede da
alma, como já havia sido dito por Platão.
HISTÓRIA DA SAÚDE MENTAL
 Galeno dividiu a alma em razão e intelecto,
coragem e raiva, apetite carnal e desejos.
Dizia que os sintomas físicos não eram
oriundos somente de alterações orgânicas.
Discordou de Hipócrates, quando atribuiu
etiologia sexual-bioquímica à histeria.
HISTÓRIA DA SAÚDE MENTAL
 O período medieval irá se caracterizar por
um retrocesso de todo pensamento cientifico
que se chegava até então. A feitiçaria e a
“demonologia”, justificativas da Inquisição,
passaram a dominar o pensamento e as
ações médicas neste período. No que diz
respeito ao tratamento vigente desta época
o exorcismo, a fogueira e a prisão dos
enfermos, junto com os criminosos, era a
única forma de contenção admitida pela
sociedade.
HISTÓRIA DA SAÚDE MENTAL
 O movimento de fundação dos hospitais e
casas de saúde psiquiátricos e o
reconhecimento do doente mental como
objeto da Psiquiatria, constituem a Primeira
Revolução Psiquiátrica. A partir do século XVI
é restabelecido o caráter científico da
psiquiatria, no qual os médicos e outros
profissionais de saúde retomaram as
observações clínicas minuciosas sobre o
comportamento e as verbalizações dos
doentes mentais
HISTÓRIA DA SAÚDE MENTAL
 Com Pinel (1745-1826), na chefia dos
Hospitais de Bicêtre e Salpêtrière, os
pacientes transtornos mentais passaram a
ser liberados das sangrias, purgativos e
vesicatórios e também das cadeias e dos
grilhões a que eram submetidos, passando a
receber um tratamento humanitário e
psicologicamente orientado.
 Pinel fornecia-lhes ambiente limpo e arejado,
lugar ao sol, conseguindo até emprego no
comércio aos pacientes com melhores
condições.
HISTÓRIA DA SAÚDE MENTAL
 A psiquiatria como especialidade médica
nasce precisamente nesta época (segunda
metade do século XVIII). Se produziu um
importante movimento de reforma
assistencial que, iniciado na Inglaterra, se
estende, em poucos anos, por toda Europa.
Responsáveis por essas mudanças é o
aparecimento da ideologia humanista e
filantrópica muito interessada na reforma da
sociedade e das condições de vida do
homem nela.
HISTÓRIA DA SAÚDE MENTAL
 Na segunda metade século XIX, houve uma
“reação” ao mentalismo e foram criados
hospitais para doenças nervosas, onde se
ensinava Neurologia e Psiquiatria. Surge uma
nova corrente fortemente baseada em
Neuroanatomia e Neuropatologia. Surgem os
“neuropsiquiatras”, que se utilizavam de
dados vindos do plano clínico, anatômico,
fisiológico, histológico e neurocirúrgico,
tentando demonstrar a localização cerebral
de funções sensoriais e motoras, cada vez
mais apoiadas pela experimentação.
HISTÓRIA DA SAÚDE MENTAL
 A psiquiatria moderna é impulsionada com
idéias advindas do movimento romântico que
despertou interesse pelo inconsciente.
 Charcot (1825-1893) descreveu sintomas
histéricos e reconhecia que um trauma, em
geral de natureza sexual, estava relacionado
a idéias e sentimentos que se tornariam
inconscientes. Charcot acreditava na cura
pela hipnose, onde era possível reproduzir os
sintomas neuróticos e obter alívio dos
sintomas.
HISTÓRIA DA SAÚDE MENTAL
 Sigmund Freud (1856-1939) foi o mentor de
uma revolução intelectual na visão do
homem pelo homem, com o
desenvolvimento da teoria psicanalítica.
Aluno de Charcot, Freud, juntamente com
Breurer, iniciou seus estudos observando
pacientes neuróticos e a hipnose como forma
de tratamento para estes pacientes. Nesta
época, surgiu uma classificação para as
neuroses em: ansiedades, fobias e
obsessões.
HISTÓRIA DA SAÚDE MENTAL
 Em 1952 foi sintetizada em laboratório a
clorpromazina, dando grande impulso ao
tratamento medicamentoso. Surge uma nova
esperança para os doentes mentais: a
atitude em relação à doença mental passa a
ser positiva; doentes considerados crônicos
melhoravam; surge a possibilidade de tratar
o doente em casa; criam-se ambulatórios;
muda radicalmente a arquitetura hospitalar
(sem grades ou quartos-forte).
A ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
ATRAVÉS DOS TEMPOS
 A Enfermagem não existia como trabalho
científico e a assistência ao doente mental se
resumia em asilar-se com seus pacientes, a
exemplo do médico, em grandes casarões
em lugares muito distantes da comunidade.
Os doentes mentais, já marginalizados, eram
mantidos em espaços totalmente fechados
por longos períodos de internação.
A ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
ATRAVÉS DOS TEMPOS
 Foi a psiquiatria comunitária, que através de
experiências americanas por volta de 1908 e
posteriormente ao término da 2ª Guerra
Mundial que muito contribuiu para a
humanização do serviço psiquiátrico, criando
programas com base a uma nova consciência
com relação aos pacientes psiquiátricos e a
necessidade de atendê-los não mais em
asilos distantes mas sim, em seu próprio
ambiente evitando quando possível, até a
internação.
A ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
ATRAVÉS DOS TEMPOS
 O processo de Humanização no atendimento ao
doente mental desencadeou uma série de
modificações com relação à assistência ao
paciente psiquiátrico de um modo geral. A
criação de atendimento ambulatorial nos próprios
hospitais e clínicas, o trabalho integrado de uma
equipe multiprofissional, incluindo a
Enfermagem, a criação do chamado ambiente
terapêutico, e a socialização através da interação
de pacientes, entre outros fatores, acabou
transformando os antigos manicômios e asilos,
também chamados sanatórios, em hospitais que
atuam dentro de um sistema de integração
chamado Comunidade Terapêutica.
A ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
ATRAVÉS DOS TEMPOS
 No referente a associação Humanização –
Enfermagem, podemos destacar, em 1952, o
trabalho pioneiro de Hildegard Peplau, que
preconiza o relacionamento terapêutico
enfermeira-paciente como instrumento
básico da assistência de enfermagem
psiquiátrica.
 A partir desta época a assistência de
enfermagem também sofre uma grande
transformação. O enfoque à assistência, que
até então era voltado aos cuidados físicos
(higiene, limpeza), à vigilância e contenção,
passa a se centrar nas relações interpessoais
A ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
ATRAVÉS DOS TEMPOS
 Inicia-se uma nova era onde a criação e
manutenção de um ambiente terapêutico
nas instituições humaniza a assistência ao
doente mental. A participação efetiva da
equipe de enfermagem na assistência global
ao paciente passa a ser conhecida e cobrada
tanto em nível hospitalar como extra-
hospitalar.