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Gestão Ambiental

Estudo de Impacto Ambiental

Prof. Lígia Oliveira


Estudo de Impacto Ambiental
Estudo de Impacto Ambiental é um documento
técnico onde se avaliam as consequências para o
ambiente decorrentes de um determinado projeto. Nele
encontram-se identificados e avaliados de forma
imparcial e meramente técnica os impactos que um
determinado projeto poderá causar no ambiente, assim
como apresentar medidas mitigadoras. Por estas razões,
é um importante instrumento de avaliação de impacto
ambiental (AIA).
Estudo de Impacto Ambiental
No Brasil foi instituído dentro da política nacional do meio
ambiente - PNMA, através da resolução do Conselho Nacional de Meio
Ambiente - CONAMA N.º 001/86, de 23 de Janeiro de 1986. Esta
mesma resolução define quais são as atividades que estão sujeitas a
elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), quando da solicitação de
licenciamento. Consultando a referida resolução podem-se encontrar
as diretrizes gerais básicas para a elaboração do EIA, bem como as
atividades técnicas mínimas que devem ser cumpridas em relação ao
diagnóstico ambiental da área, previsão e análise dos impactos
ambientais, definição de medidas mitigadoras e atividades de
acompanhamento e monitoramento.
Estudo de Impacto Ambiental
Neste caso, o licenciamento ambiental pode
necessitar de uma série de procedimentos específicos,
inclusive realização de audiência pública que envolve
diversos segmentos da população interessada ou afetada
pelo empreendimento. A exigência do estudo de
impacto ambiental foi mencionada pelo artigo 225. § 1º,
IV da Constituição Federal de 1988 nos seguintes termos:
Art. 225. § 1º, IV - exigir, na forma da lei, para instalação
de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo
prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
Licenciamento ambiental
O licenciamento ambiental é uma obrigação legal prévia à
instalação de qualquer empreendimento ou atividade potencialmente
poluidora ou degradadora do meio ambiente e possui como uma de
suas mais expressivas características a participação social na tomada
de decisão, por meio da realização de Audiências Públicas como parte
do processo. Essa obrigação é compartilhada pelos Órgãos Estaduais
de Meio Ambiente e pelo Ibama, como partes integrantes do SISNAMA
(Sistema Nacional de Meio Ambiente). O Ibama atua, principalmente,
no licenciamento de grandes projetos de infra-estrutura que envolvam
impactos em mais de um estado e nas atividades do setor de petróleo
e gás na plataforma continental. As principais diretrizes para a
execução do licenciamento ambiental estão expressas na Lei 6.938/81
e nas Resoluções CONAMA nº 001/86 e nº 237/97. Além dessas, o
Ministério do Meio Ambiente emitiu recentemente o Parecer nº 312,
que discorre sobre a competência estadual e federal para o
licenciamento, tendo como fundamento a abrangência do impacto.
Audiência Pública
A audiência pública é uma das etapas da avaliação do impacto
ambiental e o principal canal de participação da comunidade nas
decisões em nível local. Esse procedimento consiste em apresentar aos
interessados o conteúdo do estudo e do relatório ambiental,
esclarecendo dúvidas e recolhendo as críticas e sugestões sobre o
empreendimento e as áreas a serem atingidas.
As audiências públicas poderão ser realizadas por determinação do
IBAMA, sempre que julgar necessário, ou por solicitação de entidade
civil, do Ministério Público ou de 50 ou mais cidadãos. O edital de
realização da audiência é publicado no Diário Oficial da União e em
jornal regional ou local de grande circulação, rádios e faixas, com
indicação de data, hora e local do evento.
O local escolhido para realização da audiência deve ser de fácil acesso
aos interessados. Por isso, devido à localização geográfica das
comunidades e grupos interessados, poderá; haver mais de um evento
sobre o mesmo projeto.
RIMA
RIMA (relatório de impacto ao meio ambiente) é uma síntese dos
estudos em formato menos técnico, mais simples e compreensível de
acesso público. O Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de
Impacto sobre o Meio Ambiente são um conjunto, a diferença entre
estes dois documentos é que apenas o RIMA é de acesso público, pois
o EIA contém maior número de informações sigilosas a respeito da
atividade. Assim, o texto do RIMA deve ser mais acessível ao público, e
instruído por mapas, quadros, gráficos e tantas outras técnicas
quantas forem necessárias ao entendimento claro das conseqüências
ambientais do projeto. O EIA/RIMA é feito por uma equipe
multidisciplinar, pois deve considerar o impacto da atividade sobre os
diversos meios ambientais: natureza, patrimônio cultural e histórico, o
meio ambiente do trabalho e o antrópico.
Estrutura do EIA
“Artigo 6º – O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as seguintes
atividades técnicas:
I – Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa descrição e análise
dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a
situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, considerando:
a) o meio físico – o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a
topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrológico, as
correntes marinhas, as correntes atmosféricas;
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais – a fauna e a flora, destacando as
espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e
ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente;
c) o meio sócio-econômico – o uso e ocupação do solo, os usos da água e a sócio-
economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da
comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos
ambientais e a potencial utilização futura desses recursos.
Estrutura do EIA
II – Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de
identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis
impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e
adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e
permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e
sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais.
III – Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os
equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a
eficiência de cada uma delas.
lV – Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos
positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados.
Artigo 7º - O estudo de impacto ambiental será realizado por equipe
multidisciplinar habilitada, não dependente direta ou indiretamente do proponente
do projeto e que será responsável tecnicamente pelos resultados apresentados.
Artigo 8º - Correrão por conta do proponente do projeto todas as despesas e custos
referentes á realização do estudo de impacto ambiental”
Estrutura do RIMA
“Artigo 9º - O relatório de impacto ambiental - RIMA refletirá as
conclusões do estudo de impacto ambiental e conterá, no mínimo:
I - Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade
com as políticas setoriais, planos e programas governamentais;
II - A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais,
especificando para cada um deles, nas fases de construção e operação a
área de influência, as matérias primas, e mão-de-obra, as fontes de
energia, os processos e técnica operacionais, os prováveis efluentes,
emissões, resíduos de energia, os empregos diretos e indiretos a serem
gerados;
III - A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da
área de influência do projeto;
IV - A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e
operação da atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os
horizontes de tempo de incidência dos impactos e indicando os métodos,
técnicas e critérios adotados para sua identificação, quantificação e
interpretação;
Estrutura do RIMA
V - A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência,
comparando as diferentes situações da adoção do projeto e suas alternativas,
bem como com a hipótese de sua não realização;
VI - A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em
relação aos impactos negativos, mencionando aqueles que não puderam ser
evitados, e o grau de alteração esperado;
VII - O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos;
VIII - Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e
comentários de ordem geral).
Parágrafo único - O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada
a sua compreensão. As informações devem ser traduzidas em linguagem
acessível, ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de
comunicação visual, de modo que se possam entender as vantagens e
desvantagens do projeto, bem como todas as conseqüências ambientais de sua
implementação.”

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