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CAD 3B

Prova de auditoria
Auditoria Interna I

Discente:
Fátima Inusso Omar 2017806

Docente:Palmira
Chilundo

Maputo, Outubro de 2019 1


Estrutura

 Conceito da prova

 Testes de auditoria

 Técnicas de selecção de amostras em auditoria

 Documentação da prova

 Ajustamentos e reclassificações

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Prova de Auditoria
Prova de Auditoria - é toda a informação usada pelo auditor para chegar às conclusões em que
se baseia a opinião da auditoria, e inclui:
 A informação contida nos registos contabilísticos subjacentes às DF’s;

 Informação obtida de outras fontes como seja auditorias anteriores e procedimentos de


controlo de qualidade para aceitação e continuação de clientes.

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Testes de auditoria
Os procedimentos podem ser classificados atendendo aos objetivos a atingir, em:

 Procedimentos para avaliação do risco;

 Testes de controlo ou de conformidade;

 Teste substantivos.

Procedimentos para avaliação do risco: são procedimentos que se realizam para tomar conhecimento de:

o Políticas e procedimentos contabilísticos;

o Plano de contas;

o Sistema de controlo interno. 4


Testes de auditoria
Testes de controlo: destinam-se a obter prova de auditoria acerca da concepção e da
operacionalidade dos sistemas contabilísticos e de controlo interno.

Porém, antes de proceder aos testes de controlo, o auditor deve fazer um levantamento dos
sistemas para verificar se estes são:

 Adequados ;

 Não adequados.

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Testes de auditoria
 Adequados – Deve realizar testes de controlo para testar o seu funcionamento, tais como:

o Teste às vendas e às dívidas a receber;

o Teste às compras e às dívidas a pagar;

o Teste aos custos com o pessoal;

 Não adequados:

o O auditor considera que os sistemas não merecem confiança, nem a perda de tempo com a
realização de testes de controlo.

o O auditor considera que os sistemas são inadequados, mas mesmo assim, realiza testes de
controlo, embora, menos profundos. 6
Testes de auditoria

Testes substantivos: são realizados para obter prova sobre deteção de distorções materialmente
relevantes nas DF , e podem ser:

1. Testes de pormenor:

 Das transações;

 Dos saldos;

 De divulgações.

2. Procedimentos analíticos substantivos.


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Testes de auditoria
Testes substantivos:

 Testes de pormenor das transações

Envolvem o exame de documentos que suportam o registo de transações especificas em


determinadas contas.

 Testes de pormenor dos saldos

Envolvem o exame de fundamentação do saldo final de uma conta.

 Testes de pormenor de divulgação

Envolvem o exame da fundamentação e correção da informação divulgada.


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Testes de auditoria
Procedimentos analíticos substantivos:
Consistem na análise e comparação de rácios e tendências significativos, incluindo a investigação das
flutuações e relacionamento que sejam inconsistentes com outra informação ou que se desviem das
quantias que tenham sido previstas.

Procedimentos analíticos
A ISA 520 define procedimentos analíticos como avaliações de informação financeira feitas por meio de
um estudo de relacionamentos plausíveis não só entre dados financeiros como não financeiros.

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Testes de auditoria

Os procedimentos analíticos também abrangem a investigação de flutuações e de relacionamento

identificados que sejam inconsistentes com outra informação relevante ou que difiram de valores

esperados por quantia significativa.

Nas fases de processo de auditoria os procedimentos analíticos:

 Ajudam o auditor na decisão de aceitar o cliente;

 Ajudam o auditor no planeamento,natureza,oportunidade extensão dos procedimentos de

auditoria. 10
Processo de revisão analítica
Revisão analítica – é o processo de planeamento, execução e elaboração de conclusões a partir
dos procedimentos analíticos.

Consiste em 4 fases:

 Formação de expectativas- quanto mais precisas e credível, maior a probabilidade da


diferença ser atribuída a um erro e uma não diferença seja prova de confirmação para o auditor.

 Identificação das diferenças – deve ser determinado o valor a partir do qual ( o nível de
materialidade) se justifica passar à fase seguinte. 11
Processo de revisão analítica

 Investigação das causas – averiguar as possíveis razões que podem levar às diferenças,

socorrer-se de explicações da gestão.

 Avaliação e formação da opinião – determinar se as provas obtidas justificam as diferenças

ou se são necessários procedimentos adicionais para corroborar.

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Procedimentos analíticos como testes substantivos
Vantagens

 Permite ao auditor utilizar o conhecimento do cliente.

 Maior eficiência em determinados casos

Desvantagens

 Podem demorar mais tempo a serem desenhados

 Podem ser menos eficazes do que os testes de detalhe

 Podem não dar resultados desejados todos os anos

Assim, frequentemente, há necessidade de serem corroborados:

Recolha de prova suficiente para justificar as diferenças significativas 13


Procedimentos analíticos como testes substantivos
Técnicas a utilizar para corroborar:
 Inquirir pessoas externas à entidade;

 Inquirir pessoas independentes dentro da entidade;

 Aplicando outro procedimento de auditoria;

 Exame de documentos de suporte.

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Técnicas de selecção de amostras em auditoria

Amostragem de auditoria é a aplicação de um procedimento de auditoria a menos de 100% dos itens que

compõem um saldo de conta ou classe de transações, com a finalidade de avaliar algumas caraterísticas do

saldo ou classe.

Existem duas técnicas de selecção de amostras, são elas:

Amostragem não estatística (ou de apreciação), que compreende a amostragem Por intervalos, Por

blocos, Sobre valores estratificados e Por números aleatórios, e

Amostragem estatística, que contempla a amostragem Sobre valores acumulados e Numérica.

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Técnicas de selecção de amostras em auditoria

Na Amostragem não Estatística o tamanho da amostra, a selecção dos elementos que a integram e a avaliação dos

resultados fazem-se com base num critério subjectivo, baseado na apreciação, juízo, capacidade, experiência

profissional e critério próprios do auditor.

Na Amostragem estatística o tamanho da amostra, a selecção dos elementos que a integram e a avaliação dos

resultados fazem-se com métodos matemáticos baseados no cálculo das probabilidades.

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Técnicas de selecção de amostras em auditoria
A amostragem estatística apresenta as seguintes vantagens:

 Permite calcular a precisão e risco de trabalhar com base numa amostra;

 Permite formular opiniões objectivas sobre a população com base na amostra;

 Os resultados da amostra podem ser projectados para a população com base na amostra;

 Facilita a avaliação dos resultados da amostra;

 Permite uma melhorar a documentação suporte;

 O Auditor ganha tempo eliminando testes de controlo que não tenham influência nos testes substantivos;

 Mede a suficiência da matéria de prova;

 O trabalho ganha objectividade e credibilidade, sendo a sua opinião mais defensável;


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Técnicas de selecção de amostras em auditoria
Desvantagens:

 O custo de Implementação pode exceder os benefícios;

 A aplicação dos métodos estatísticos depende dos objectivos definidos e do julgamento do auditor.

Amostragem não estatística


Em termos genéricos, as técnicas de amostragem não estatística contemplam os seguintes passos:

1.º Determinar o tamanho da amostra;

2.º Seleccionar a amostra;

3.º Aplicar procedimentos de auditoria apropriados aos itens seleccionados;

4.º Avaliar os resultados da amostra. 18


Tipos de amostragem não estatística
 Amostragem por intervalos (sistemàtica ou sequencial)

 Aplica-se nas populações em que os elementos estão ordenados de forma consecutiva;

 Permite a realização de testes de controlo.

Esta técnica, quando aplicada terá de cumprir algumas fases:

1.º Determinar a população (N);

2.º Determinar o tamanho da amostra (n);

3.º Seleccionar o item de começo;

4.º Determinar os itens da amostra adicionando o intervalo ao item de começo e assim


sucessivamente. 19
Amostragem por intervalos (sistemàtica ou sequencial)

Exemplo:

O n.º de facturas emitidas no ano Z foi de 1.000, numeradas de 1 a 1.000, e pretende- se


seleccionar uma amostra de 200 para a realização do teste.

Resolução:

i = 1.000 / 200 = 5 (i.seleccionar uma factura de 5 em 5)

Se a 1.ª factura seleccionada (obrigatoriamente entre 1 e i) for a 4.ª

A 2.ª factura a seleccionar será a 9.ª = 4.ª + i = 4.ª + 5

A 3.ª factura a seleccionar será a 14.ª (9.ª + i) =(9 ͣ . + 5)

A última será a 999.ª (1.ª seleccionada + (n-1) * i) = 4 + (200 – 1)*5 20


 Amostragem por números aleatórios

 A amostra é seleccionada, aleatoriamente, através de um computador ou de uma tabela de


números aleatórios;

 Cada unidade da amostra tem hipótese de ser seleccionada.

 Amostragem sobre valores estratificados


 Consiste em seleccionar todas as partes de uma população a partir de um determinado valor
mínimo.

 Permite a análise dos saldos mais significativos;

 Permite a realização de procedimentos substantivos .

Ex:confirmação de saldos de Terceiros e na valorimetria das Existências. 21


Amostragem estatística temos:

 Amostragem sobre valores acumulados


 Selecciona, de forma sistemática, os valores de uma população e não os números dos
documentos;

 Permite a realização de testes de controlo e substantivos.

Ex: Teste às Vendas.

 Garante uma maior margem de segurança;

 Concilia aspectos práticos e estatísticos.

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Amostragem sobre valores acumulados

Esta técnica considera, os seguintes, dois aspectos:

 Limite de Precisão Monetária (LPM);

 Classificação do Controlo Interno (CI).


Limite de precisão monetária (LPM) é um dos aspectos de maior importância na utilização
desta técnica uma vez que o auditor está sobretudo interessado em obter uma segurança razoável
de que os erros são suficientemente relevantes para afetar o seu relatório sobre as demonstrações
financeiras ou sobre as operações que pretende examinar. Pressuposto: é aceitável uma margem
de erro de 5%.
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Amostragem sobre valores acumulados

Classificação do controlo interno (CI), segundo Costa (2014) afirma que após o
levantamento da documentação inerente ao controlo interno, o auditor procede à sua
avaliação, distinguindo o CI entre bom, regular ou deficiente.

Quanto melhor for a classificação do CI, menor será o número de itens a testar.

Existe ainda, neste caso, o conceito de limite de precisão monetário corrigido


(LPMC) que surge dividindo o limite de precisão monetária (LPM) pela
classificação ao controlo interno (CI):

𝐿𝑃𝑀𝐶 =𝐿𝑃𝑀/ 𝐶𝐼
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Amostragem sobre valores acumulados
Passos:

1. Determinar o LPM;

2. Classificar o Controlo Interno;

3. Determinar o Limite de Precisão Monetária Corrigido – LPMC = LPM / CI;

4. Seleccionar um n.º aleatório (Tabela de n.º Aleatórios) entre 0 e LPMC;

5. O n.º aleatório seleccionado deverá ser considerado com o sinal negativo;

6.Somar o valor do 1.º documento ao n.º aleatório seleccionado, e assim sucessivamente,


até que da soma resulte um valor positivo.

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Amostragem sobre valores acumulados

6.1. Se o resultado for positivo:

 O documento será objecto de teste;

 Adicionar o LPMC ao resultado da soma, tantas vezes quantas as necessárias até que a soma fique
negativa.

6.2. Se o resultado for negativo:

 Somar o valor do documento que se segue até que da soma resulte num valor positivo;

 Adicionar o LPMC ao resultado da soma, tantas vezes quantas as necessárias até que a soma fique
negativa.

7. Repetir o ponto 6 até que tenham sido considerados todos os documentos da população. 26
Amostragem sobre valores acumulados

Exemplo:

O auditor pretende efectuar o teste de controlo às vendas, tendo classificado o CI da Empresa

ABC, Lda., como sendo BOM. A Empresa prevê obter um RL de 16.000mt.

Para o caso em análise, é aceitável uma margem de erro de 5% do RL. A população é constituída

por 4 facturas, totalizando 2.146 mt.

O LPMC é de 800 mt.

Número escolhido aleatoriamente: 230. 27


Amostragem sobre valores acumulados

Resolução

Valor das Facturas: 531 mt, 573 mt, 896 mt, 146 mt

1º Documento: – 230 + 531 = 301 (Testar) 301 – 800 = - 499

2º Documento: - 499 + 573 = 74 (Testar) 74 – 800 = - 726

3º Documento: - 726 + 896 = 170 (Testar) 170 – 800 = - 630

4º Documento: - 630 + 146 = - 484 (Não Testar)


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Amostragem estatística numérica

Segundo Costa (2014) amostragem estatística numérica consiste em

determinar um intervalo mas sobre bases estatísticas contando para o

efeito com os elementos já trabalhados na amostragem estatística sobre

valores acumulados.

Formula:

(i) = [n*(LPM / m)] / CI 29


Amostragem estatística numérica
 i- representa o intervalo pois será o que se pretende calcular.

 n- representa a população em quantidade para um determinado período,

 m - população em valor para um determinado período.

 Os outros dois elementos representam o limite de precisão monetária (LPM) e o

controlo interno (CI).

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Amostragem estatística numérica
Exemplo:

O auditor pretende efectuar o teste de controlo às vendas, tendo classificado o CI da Empresa ABC, Lda,
como sendo BOM. O auditor determinou o LPM com base na margem bruta, que perfaz 14.000 mt. O
número de facturas emitidas durante o ano N foi de 10.817 (numeradas sequencialmente a partir do n.º 1)
e totalizando 34.851 mt.

Resolução:

LPM = 14.000 * 5% = 700

i = [n*(LPM / m)] / CI = [10187*(700 / 34.851)] / 1 = 205

Se a 1.ª factura seleccionada for a 119, então:

A 2.ª factura a seleccionar será a 324 119 + i = 119 + 205


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A 3.ª factura a seleccionar será a 529 324 + i = 324 + 205
Documentação da prova
A documentação de auditoria ou da prova é o registo dos procedimentos de auditoria executados,
ou seja, da prova de auditoria relevante obtida e das conclusões a que o auditor chegou.

Esta documentação pode ser registada em papel, em meios electrónicos ou outros, mas não substitui
os registos da entidade.

A documentação tem os seguintes objectivos:

 Auxiliar no planeamento e execução da auditoria;

 Auxiliar na supervisão e revisão do trabalho de auditoria;

 Proporcionar prova do trabalho de auditoria realizado, de forma a suportar a opinião do auditor;

 Reter um registo das matérias de importância continuada para futuras auditorias.


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Documentação da prova

A forma, conteúdo e extensão da documentação de auditoria depende:

 Da natureza dos procedimentos de auditoria;

 Dos riscos identificados;

 Da importância da prova de auditoria obtida;

 Da natureza e extensão de situações anormais identificadas;

 Da metodologia de auditoria e das ferramentas usadas.

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A documentação de trabalho divide –se em:

 Dossier permanente – Engloba todas as informações que o auditor considera importantes e


que tenham de ser consultadas ao longo das auditorias presentes e futuras;

 Dossier corrente – Engloba toda a documentação relativa a cada auditoria específica. Este
dossier é composto por dois grandes grupos: os programas de trabalho e os mapas de trabalho.

O Dossier permanente inclui, entre outros, os seguintes elementos:

o Informações sobre a instituição (ex: escritura de constituição e alterações ao pacto social,


registo comercial, actas, recortes de imprensa);

o Legislação aplicável à empresa

Ex:sector, laboral. 34
O Dossier permanente inclui, entre outros, os seguintes elementos:

o Contratos e documentos importantes (ex: contratos de leasing, acordos com credores -


Finanças, Segurança Social, apólices de seguros, registos de propriedade);

o Relatórios e orçamentos;

o Declarações obrigatórias (ex: Segurança Social);

o Controlo Interno (ex: Organigrama, descrição de funções, medidas e procedimentos de


controlo interno);

o Políticas e procedimentos contabilísticos (ex: manual de contabilidade, código de contas).

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Dossier corrente:

O Programa de trabalho consiste num documento escrito, que serve de guia à

execução dos testes de controlo e dos procedimentos substantivos.

Os Mapas de trabalho são os documentos onde o auditor deixa ficar a prova dos

testes ou procedimentos efectuados e das conclusões atingidas.

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Ajustamentos e reclassificações

o Saldos auditados – Resultam dos saldos do Razão e dos respectivos ajustamentos e


reclassificações da Auditoria.

o Lançamento de ajustamento – é todo aquele que AFECTA positiva ou


negativamente uma conta de resultados ou de capital próprio, ou aquele que foi omitido pela
empresa, mas detectado pelo auditor (Ex: Insuficiência na constituição de provisões para
cobranças duvidosas).

o Lançamento de reclassificação – é todo aquele que NÃO AFECTA os resultados ou o capital


próprio, mas torna necessário considerar para que as DF reflictam mais adequadamente a
situação da empresa (Ex: Não respeito do princípio “Da não compensação de saldos”).
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obrigada pela atenção.

Fátima Omar
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