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PSICOLOGIA HOSPITALAR

ANTECEDENTES
HISTÓRICOS
Faculdade Adventista da Bahia
Curso de Psicologia
Prof.ª: Luciana Melo
BREVE HISTÓRICO
 Influência do final da 2ª guerra – aproximações
entre a Medicina (Psiquiatria) e a Psicologia;
 Ênfase no papel do psicodiagnóstico e no
atendimento com base em encaminhamentos;
 Ampliação da Psicologia Hospitalar a partir de
meados do séc. XX;
 Posição do Ministério da Saúde de Cuba, em 1979:

“contribuir para o esclarecimento das variáveis


psicossociais presentes no processo de saúde-
enfermidade, mediante o uso de metodologia de
investigação psicológica e com a finalidade de
contribuir fundamentalmente a dar respostas a
problema´ticas locais e favorecer o
desenvolvimento eficaz”
BREVE HISTÓRICO
 Em 1983, a associação Panamericana de
saúde reconhece a importância da
integração da Psicologia como profissão nos
serviços de saúde;
 1/5 dos pacientes que recorriam a serviços de
saúde padeciam de problemas psicossociais;
 Proporção maior combinava problemas
psicossociais e somáticos;
 Essa proporção se mantinha em diversas
culturas, em países industrializados ou não;
 Tratar pacientes no hospital seria mais eficaz e
menos custoso do que tratá-los em ambulatório;
BREVE HISTÓRICO
 Primeira menção formal do trabalho do psicólogo
em um hospital foi em 1818, no Hospital McLean
em MA;
 1883 fundou-se o Psychological Bulletin;

 1887 – William O. Krohn é o 1º psicólogo clínico a


trabalhar em um hospital público - psiquiátrico;
 1904 – Shephard Ivony Franz inaugurou o
laboratório de Psicologia também no hospital
McLean – estudar a relação entre fisiologia e
psicopatologia;
 Shephard Ivory foi transferido para o St.
Elizabeth Hospital – exame psicológico de rotina
no momento da internação
BREVE HISTÓRICO
 No Brasil – Psicologia adentrou a área da
Medicina através da Psiquiatria, Neuriatria e
Medicina Legal;
 1900 – 21 trabalhos sobre Psicologia Geral;

 1914 – Afrânio Peixoto – “Epilepsia e Crime”:


repercussão internacional;
 1923 – Hospital Engenho de Dentro –
laboratórios da Liga Brasileira de Higiene
Mental;
 Ainda enfoque no estudo de processos
básicos;
BREVE HISTÓRICO
 Fundação dos Serviços de Higiene Mental em
São Paulo – papel dos conflitos emocionais e
condições afetivas culturais e do ambiente;
 27/08/1962 – regulamentação da profissão no
Brasil – ampliação do campo de trabalho em
Psicologia Clínica;
 Década de 50, psicólogas consideradas
precursoras da Psicologia Hospitalar no Brasil:
 Suely Brunstein: Hospital psiquiátrico em Porto
Alegre;
 Aidyl Macedo de Queiróz: Seção de Higiene
Mental do Hospital das Clínicas da USP;
BREVE HISTÓRICO
 Matilde Neder: em 1954, na antiga Clínica
Ortopédica e Traumatológica do Hospital das
Clínicas da USP;
 Estruturação gradual de Serviços ou
Departamentos de Psicologia Hospitalar em
vários estados do país;
 1983 – 1º Encontro Nacional de Psicólogos da
Área Hospitalar em São Paulo;
 1988 – 2º Encontro em Recife;

 1991 – 3º encontro em Curitiba;

 Proliferação de cursos de especialização e


aperfeiçoamento em todo o Brasil;
QUEM É O PSICÓLOGO HOSPITALAR
 Nova definição de saúde da OMS “completo
bem estar físico, psíquico e social, ocorrendo
conjuntamente, não apenas a ausência de
doença ou enfermidade”;
 Hospital como parte integrante do sistema de
saúde, cuja função seria assistência médica,
preventiva e curativa, incluindo serviços
extensivos à família em seus domicílios;
 O hospital também teria função de centro de
pesquisa e formação para profissionais de
saúde;
 Tendência em se considerar a medicina como
curativa, uso excessivo da hospitalização.
QUEM É O PSICÓLOGO HOSPITALAR
 Desumanização da prática médica;
 Despersonalização do doente: “o doente passa a
ser uma peça da engrenagem e a doença
encarada como desajuste mecânico. O homem é
despojado dos seus aspectos existenciais para se
tornar um objeto, um número de leito, um
prontuário, uma síndrome ou órgão doente”
 Medicina centrada na doença, e não no doente e
indiferente à dignidade e à morte (Santos, s/d);
 Em contrapartida, tem sido maior o
reconhecimento de fatores psíquicos, causando,
interferindo ou agravando problemas somáticos;
QUEM É O PSICÓLOGO HOSPITALAR
 Psicólogo passa a integrar as equipes de saúde
em diversos âmbitos do atendimento hospitalar;
 Dificuldades de inserção e de formação;

 Demora para a inserção da Psicologia Hospitalar


nas grades curriculares dos cursos de psicologia;
 Primeiros psicólogos hospitalares adaptaram
conhecimentos da psicologia à sua prática em
hospitais;
 Inadequação da transposição do modelo clínico
tradicional ao hospital;
 Desenvolvimento de um modelo assistencial
próprio ao hospital.
QUEM É O PSICÓLOGO HOSPITALAR
 Diferenças entre o psicólogo clínico e o
psicólogo hospitalar:
1. A atuação do psicólogo é determinada por limites
institucionais; deve inserir-se na equipe de
saúde;
2. Espaço institucional resistente;
3. Transpor os limites do consultório, mantendo
contato constante com outros profissionais:
multiplicidades de ações e diferentes enfoques
ao mesmo problema;
4. Atuação permeada por uma multiplicidade de
solicitações – capacidade de ação emergencial;
5. Local de trabalho – tira o psicólogo da sua zona
de conforto;
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6. Tempo: rotatividade de leitos, proximidade da
morte; gravidade das doenças – ação emergencial,
utilização de técnicas de psicoterapia breve;
7. Lidar com o sofrimento físico sobreposto ao
sofrimento psíquico;
8. Indicação x Opção de tratamento: não é o paciente
que vai em busca do psicólogo, como no
consultório, mas o psicólogo que vai ao leito ou a
equipe quem indica;
9. Técnica psicológica utilizada: psicoterapia breve ou
focal, de emergência.
10. Atendimento voltado para um momento particular
de crise para o sujeito – recomendação de uma
psicoterapia egóica e consciente;
QUEM É O PSICÓLOGO HOSPITALAR
11. Atuação essencialmente permeada pela morte e
pelo morrer;
12. Atuação voltada para pacientes, familiares e
equipes de saúde, objetivo de amenizar a facilitar a
vivência do doente no período de adoecimento e
hospitalização, visando a atenção global à saúde.
 Importância da aceitação por parte da equipe
de saúde;
 Dicotomização do indivíduo nos serviços de
saúde;
 Desafio ao psicólogo hospitalar: “unir o objetivo
ao subjetivo, tratar o geral e o particular como
forças complementares e não oponentes”
REFERÊNCIA
CHIATONE, H. B. de C.; SEBASTIANE, R.W.
Introdução em Psicologia Hospitalar.
Nêmeton: Centro de Estudos e Pesquisas em
Psicologia e Saúde, s/d.

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