Você está na página 1de 87

Eletromagnetismo

Me. Mauro José Kummer


Experimento der Faraday

• Faraday construiu um par de esferas metálicas concêntricas,


cuja esfera externa consistia de dois hemisférios que podiam
ser firmemente fixados um no outro. Ele também preparou
cascas de materiais isolantes (ou material dielétrico, ou
simplesmente dielétrico), que ocupariam todo o volume
entre as esferas concêntricas.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 48). . Edição do Kindle .
• Seu experimento, então, consistiu nos seguintes passos:
• 1. Com o equipamento desmontado, forneceu-se à esfera
interna uma carga positiva de valor conhecido.
• 2. Os hemisférios foram então fixados um no outro,
envolvendo a esfera interna, com aproximadamente 2 cm de
material dielétrico entre os mesmos.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 49). . Edição do Kindle.
• 3. Depois disso, a esfera externa foi momentaneamente
conectada ao solo e descarregada.
• 4. Nessa etapa, o espaço externo foi separado
cuidadosamente, utilizando-se para isso ferramentas feitas
de material isolante, com o objetivo de não influenciar a
carga induzida no mesmo, e aí finalmente a carga negativa
induzida em cada hemisfério foi medida.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 49). . Edição do Kindle.
• Faraday descobriu que a carga total na esfera externa era igual,
em módulo, à carga original colocada na esfera interna, e que
isso era sempre verdade independentemente do material
dielétrico que separava as duas esferas. Ele concluiu que havia
algum tipo de “deslocamento” da esfera interna para a esfera
externa, e nós agora nos referimos a esse fluxo como
deslocamento, fluxo de deslocamento ou, simplesmente, fluxo
elétrico*.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 49). . Edição do Kindle.
• Mostrou que uma carga positiva maior na esfera interna
induzia, correspondentemente, uma carga negativa maior na
esfera externa, levando a uma proporcionalidade direta
entre o fluxo elétrico e a carga na esfera interna.
 
(coulumb)
• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 49). . Edição do Kindle.
• No SI de unidades, a constante é a unidade. Se o fluxo
elétrico é denotado por ψ (psi) e a carga total na esfera
interna por Q, então, pelo experimento de Faraday,

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 49). . Edição do Kindle.
• Na superfície da esfera interna, ψ coulombs de fluxo elétrico
são produzidos pela carga Q (= ψ ) coulombs distribuída
uniformemente por uma superfície que tem área de 4πa2
m2. A densidade do fluxo nessa superfície é ψ /4πa2 ou
Q/4πa2 C/m2, e essa é uma importante nova grandeza.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 49). . Edição do Kindle.
• À densidade de fluxo elétrico, medida em coulombs por metro
quadrado (às vezes descrita como “linhas por metro quadrado”,
pois cada linha é devida a um coulomb), é reservada a letra D,
que foi originalmente escolhida por causa dos nomes
alternativos densidade de fluxo de deslocamento ou densidade
de deslocamento. Contudo, o termo densidade do fluxo elétrico
é mais descritivo, e por isso será utilizado aqui constantemente.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 49). . Edição do Kindle.
• A densidade de fluxo elétrico D é um campo vetorial e um
membro da classe de “densidades de fluxo” de campos
vetoriais, oposta à classe de “campos de força”, que inclui a
intensidade de campo elétrico E. A direção e o sentido de D
em um ponto correspondem à direção e ao sentido das linhas
de fluxo naquele ponto, e sua intensidade é dada pelo
número de linhas de fluxo que atravessam uma superfície
normal às linhas, dividido pela área de superfície.
• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 50). . Edição do Kindle.
• 

• Onde
• 

• , portanto

• para cargas pontuais


•  Para uma distribuição volumétrica

• (apenas no espaço livre)

• Com dielétricos a eq. vai mudar um pouco


Lei de Gauss
• Os resultados dos experimentos de Faraday com as esferas
concêntricas poderiam ser resumidos como uma lei
experimental, segundo a qual, o fluxo elétrico que passa por
uma superfície esférica imaginária, que se localiza entre as
duas esferas condutoras, é igual à carga contida dentro da
própria superfície imaginária.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 52). . Edição do Kindle.
• Como um coulomb de fluxo elétrico é produzido por um
coulomb de carga, o condutor interno poderia ser, da mesma
maneira, um cubo ou uma chave de metal; a carga induzida
total na esfera externa permaneceria sendo a mesma. A
densidade de fluxo mudaria da sua distribuição simétrica
anterior para alguma configuração desconhecida, mas +Q
coulombs em qualquer condutor interno produziriam uma
carga induzida de −Q coulombs na esfera externa.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 52). . Edição do Kindle.
• Essas generalizações do experimento de Faraday levaram ao
seguinte enunciado, conhecido como Lei de Gauss:

O fluxo elétrico que passa por qualquer superfície fechada é


igual à carga total que está contida dentro dessa superfície.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 52). . Edição do Kindle.
• Vamos imaginar uma distribuição de cargas, mostrada como
uma nuvem de cargas pontuais na Figura 3.2, cercada por
uma superfície fechada de qualquer formato. A superfície
fechada pode ser a superfície de algum material real, mas de
forma mais genérica é qualquer superfície fechada que
desejarmos visualizar. Se a carga total é Q, então Q coulombs
de fluxo elétrico passarão pela superfície circundante.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 52). . Edição do Kindle.
• Em todos os pontos na superfície o vetor densidade de fluxo
elétrico D terá algum valor DS, onde o subscrito S
simplesmente nos lembra que D deve ser calculado na
superfície, e DS, de uma forma geral, variará em intensidade,
direção e sentido de um ponto para outro na superfície.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 52). . Edição do Kindle.
• Consideremos a natureza de um elemento incremental da
superfície. Sendo ΔS é quase uma porção de uma superfície
plana. A descrição de ΔS requer não apenas uma definição
de sua área, mas também de sua orientação no espaço. ΔS
é uma grandeza vetorial. A única direção que pode ser
associada a ΔS é a direção da normal ao plano que é
tangente à superfície no ponto em questão.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 52). . Edição do Kindle.
• Considere um elemento incremental de superfície ΔS em
qualquer ponto P e suponha que DS faça um ângulo θ com ΔS,
como mostrado na Figura 3.2. Assim, o fluxo que atravessa ΔS
será o produto do componente normal de DS com ΔS,
Δψ = fluxo que atravessa ΔS = DS, norm ΔS = DS cos θ ΔS = DS·ΔS
nessa equação, somos capazes de aplicar a definição do
produto escalar

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 53). . Edição do Kindle.
•  O fluxo total que passa pela superfície fechada é obtido
somando-se as contribuições diferenciais que atravessam
cada elemento de superfície ΔS,

• (integral de superfície fechada)


•  o elemento de superfície dS sempre envolve as diferenciais
de duas coordenadas, tais como dx dy, ρ dφ dρ ou r2 sen θ dθ
dφ, a integral é uma integral dupla.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 53). . Edição do Kindle.
•  Pode ser também que a carga envolvida seja formada por
diversas cargas pontuais e, neste caso,

• ou, caso seja formada por uma linha de cargas,

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 53). . Edição do Kindle.
•  ou por uma superfície de cargas,

• (não necessariamente uma superfície fechada) ou,


finalmente, por uma distribuição volumétrica de cargas,

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 54). . Edição do Kindle.
Exemplo
• Para ilustrar a aplicação da lei de Gauss, vamos verificar os
resultados do experimento de Faraday colocando uma carga
pontual Q na origem de um sistema de coordenadas
esféricas (Figura 3.3) e escolhendo nossa superfície fechada
como uma esfera de raio a.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 54). . Edição do Kindle.
• 

• Na superfície
•  O integrando é

• Integrando na superfície fechada


•  A integração leva a

• o resultado, mostra que Q coulombs de fluxo elétrico


atravessam a superfície, uma vez que a carga envolvida é Q
coulombs.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 55). . Edição do Kindle.
Aplicações da lei de Gauss
•  (lei de Gauss)

• Consideremos agora como vamos utilizar a lei de Gauss, para


determinar DS se a distribuição de cargas for conhecida. Esse
é um exemplo de uma equação integral na qual a grandeza
desconhecida a ser determinada aparece dentro da integral.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 56). . Edição do Kindle.
• A solução é fácil se formos capazes de escolher uma
superfície fechada que satisfaça duas condições:
• 1. DS é, em todos os pontos, normal ou tangencial à
superfície fechada, de forma que DS·dS se torna DSdS ou zero,
respectivamente.
• 2. Na porção da superfície fechada na qual DS·dS não for
zero, DS = constante.
• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 56). . Edição do Kindle.
• Isso nos permite substituir o produto escalar pelo produto
entre os escalares DS e dS, e depois trazer DS para fora do sinal
de integração. A integral restante é, então, ∫SdS, calculada
sobre a porção da superfície fechada na qual DS a atravessa de
forma perpendicular – e o resultado é simplesmente a área
desta seção da superfície. Somente um conhecimento da
simetria do problema nos permite escolher tal superfície
fechada.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 56). . Edição do Kindle.
• Vamos, novamente, considerar uma carga pontual Q na origem
de um sistema de coordenadas esféricas e escolher uma
superfície fechada adequada, que satisfará aos dois requisitos
anteriormente listados. A superfície em questão é, obviamente,
uma superfície esférica centrada na origem e de raio r qualquer.
DS é, em todos os pontos, normal à superfície, e DS apresenta o
mesmo valor em todos os pontos da superfície.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 56). . Edição do Kindle.
• 


• Como um segundo exemplo, vamos reconsiderar a
distribuição linear e uniforme de cargas ρL posicionada ao
longo do eixo z e se estendendo de −∞ até +∞. Devemos,
primeiramente, conhecer a simetria do campo, e somente
vamos considerar esse conhecimento completo quando as
respostas a essas duas questões forem conhecidas: 1. Com
quais coordenadas o campo varia (ou de quais variáveis D é
função)? 2. Quais componentes de D estão presentes?
• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 57). . Edição do Kindle.
• Usar a lei de Gauss não é uma questão de utilizar simetria
para simplificar a solução, porque a aplicação da lei de Gauss
depende de simetria, e se não pudermos mostrar que a
simetria existe, então não poderemos usar a lei de Gauss
para obter a solução. As duas perguntas anteriores agora se
tornam “necessidades”. De nossa discussão anterior sobre a
linha uniforme de cargas, é evidente que somente o
componente radial de D está presente, ou
• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 57). . Edição do Kindle.
•  e essa componente é função apenas de ρ. A escolha de uma
superfície fechada é algo simples agora, pois uma superfície
cilíndrica é a única superfície para a qual Dρ é normal em
todos os pontos, e pode ser fechada por superfícies planas
normais ao eixo z.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 57). . Edição do Kindle.
•  Um cilindro circular reto fechado de raio ρ que se estende de
z = 0 a z = L é mostrado na Figura 3.4. Aplicamos a lei de
Gauss,

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 57). . Edição do Kindle.
•  e obtemos

• A carga total envolvida

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 57). . Edição do Kindle.
•  Que leva a
• O problema de um cabo coaxial é quase idêntico àquele da
linha de cargas, e é um exemplo extremamente difícil de
resolver a partir da lei de Coulomb. Suponha que tenhamos
dois condutores cilíndricos coaxiais, o interno de raio a e o
externo de raio b, ambos de extensão infinita (Figura 3.5).
Devemos considerar uma distribuição de cargas de ρS na
superfície externa do condutor interno.
• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 58). . Edição do Kindle.
• Considerações de simetria nos mostram que apenas o
componente Dρ está presente e que somente pode ser
função de ρ. Um cilindro circular reto de comprimento L e
raio ρ, onde a < ρ < b, é necessariamente escolhido como a
superfície gaussiana, e então, de forma imediata, teremos
• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 58). . Edição do Kindle.
• 
• A carga total em um comprimento L do condutor interno é
• no qual tem-se

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 58). . Edição do Kindle.
•  Este resultado pode ser expresso pela carga por unidade de
comprimento, pois o condutor interno tem 2πaρS coulombs
em um metro de comprimento e, assim, sendo ρL = 2πaρS,

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 59). . Edição do Kindle.
•  Uma vez que toda linha de fluxo elétrico que começa da
carga no cilindro interno deve terminar em uma carga
negativa na superfície interna do cilindro externo, a carga
total naquela superfície deve ser

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 59). . Edição do Kindle.
•  já a carga superficial no cilindro externo, é encontrada em

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 59). . Edição do Kindle.
•O
  que aconteceria se usássemos um cilindro de raio ρ, ρ > b,
para a superfície gaussiana? Neste caso, a carga total
envolvida seria zero, pois existem cargas iguais mas de sinais
opostos em cada cilindro condutor. Logo

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 59). . Edição do Kindle.
• Um resultado idêntico seria obtido para ρ < a. Assim, o cabo
ou capacitor coaxial não possuiria campo externo (já
provamos que o condutor externo é uma “blindagem”) e não
haveria campo dentro do condutor central.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 60). . Edição do Kindle.
• Nosso resultado também é útil para um cabo coaxial de
comprimento finito, aberto em ambas as extremidades, caso
o comprimento L seja muitas vezes maior que o raio b, de
forma que as condições de não simetria nas duas
extremidades não afetem consideravelmente a solução. Tal
dispositivo é também chamado de capacitor coaxial.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 60). . Edição do Kindle.
Aplic. Lei Gauss – Elem. Diferencial
de Volume
• Vamos agora aplicar os métodos da lei de Gauss em um tipo
de problema ligeiramente diferente – um que não possui
nenhum tipo de simetria. À primeira vista, isso pode parecer
algo impossível, pois sem simetria uma superfície gaussiana
simples não pode ser escolhida de forma que o componente
normal de D seja constante ou zero por toda a superfície.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 61). . Edição do
Kindle.
• Sem uma superfície desse tipo, a integral não pode ser
calculada. Existe apenas uma maneira de driblar essas
dificuldades: escolher uma superfície fechada muito
pequena na qual D seja quase constante ao longo da
superfície, e de tal forma que a pequena mudança em D
possa ser adequadamente representada pelo uso dos dois
primeiros termos da expansão de D em série de Taylor.
• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 61). . Edição do Kindle.
• Assim, o resultado se tornará mais exato à medida que o
volume envolvido pela superfície gaussiana diminuir, o qual
pretendemos que se aproxime de zero.
• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 61). . Edição do Kindle.
• Esse exemplo também difere dos anteriores pois aqui nossa
resposta não será o valor de D; em vez disso, obteremos
algumas informações extremamente valiosas sobre a forma
como D varia na região da nossa pequena superfície. Isso
leva diretamente a uma das quatro equações de Maxwell,
que são básicas para toda a teoria eletromagnética.
• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 61). . Edição do Kindle.
• Consideremos um ponto qualquer P, mostrado na Figura 3.6,
posicionado em um sistema de coordenadas cartesianas. O
valor de D no ponto P pode ser expresso em componentes
cartesianos como D0 = Dx0ax + Dy0ay + Dz0az. Escolhemos
como nossa superfície fechada a pequena caixa retangular
centrada em P que tem lados de comprimentos Δx, Δy e Δz, e
aplicamos a lei de Gauss,
• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 61). . Edição do Kindle.
• 

•Com o objetivo de calcular a integral sobre


a superfície fechada, devemos quebrá-la
em seis integrais, uma para cada face,

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 61). . Edição do Kindle.
•  Consideremos que o elemento de superfície é muito
pequeno, D é essencialmente constante (nessa porção
específica da superfície fechada) e


• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 61). . Edição do Kindle.
••  onde temos apenas que aproximar o valor de D nessa face
x
da frente. A face da frente está a uma distância de Δx/2 de P,
e com isso

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 61). . Edição do Kindle.
••  onde D é o valor de D em P, e onde uma derivada parcial
x0 x
deve ser utilizada para expressar a taxa de variação de Dx em
relação a x, uma vez que Dx, em geral, também varia com y e
z. Tem-se:

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 62). . Edição do Kindle.
•  Considere agora a integral sobre a superfície de trás,

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 62). . Edição do Kindle.
• 

• Se combinarmos essas duas integrais, temos

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 62). . Edição do Kindle.
•  Pelo mesmo processo
•  Reunindo os resultados
• ++

• Ou
Divergência e 1ª Eq. de Maxwell
•  A partir da Equação,

• fazendo com que o elemento de volume Δν se reduza até


zero. Escrevemos essa equação como

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 64). . Edição do Kindle.
•  Os métodos da seção anterior poderiam ter sido utilizados
em qualquer vetor A para se encontrar para uma superfície
fechada pequena, levando a

• onde A poderia representar velocidade, gradiente de


temperatura, força ou outro campo vetorial qualquer.
• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 64). . Edição do Kindle.
•  Essa operação apareceu tantas vezes em investigações físicas
no século passado que acabou recebendo um nome
descritivo: divergência. A divergência de A é definida como

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 64). . Edição do Kindle.
• Equação implica; nesse caso, devemos considerar A como
um membro da família dos vetores de densidade de fluxo
para que isso nos auxilie na interpretação física.
• A divergência do vetor densidade de fluxo A é o fluxo que
deixa uma pequena superfície fechada, por unidade de
volume, quando o volume tende a zero.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 64). . Edição do Kindle.
• A interpretação física de divergência propiciada por essa
definição é frequentemente útil para se obter informação
qualitativa sobre a divergência de um campo vetorial sem
apelar para uma investigação matemática.
• Uma divergência positiva para qualquer grandeza vetorial
indica uma fonte daquela grandeza vetorial naquele ponto.
Similarmente, uma divergência negativa indica um
sorvedouro.
• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 64). . Edição do Kindle.
• 
• Deve-se notar que a divergência é uma operação realizada
em um vetor, mas cujo resultado é um escalar. Devemos nos
lembrar que, de uma forma mais ou menos semelhante, o
produto escalar foi visto como uma multiplicação de dois
vetores que resultava em um escalar. Por alguma razão,
quando se lida com a divergência pela primeira vez, atribuir
uma qualidade de vetor à operação, distribuindo-se vetores
unitários pelas derivadas parciais, é um erro comum.
• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 65). . Edição do Kindle.
•  A divergência simplesmente nos diz quanto fluxo está
deixando um pequeno volume, e “por unidade de volume”.
Nenhuma direção e sentido são a ela associados.
• Finalmente, podemos combinar as Equações e formar a
relação entre densidade de fluxo elétrico e densidade de
carga:

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 65). . Edição do Kindle.
 Oper. Vet. Teorema da Divergência
• Se nos lembrarmos novamente que a divergência é uma
operação em um vetor que resulta em um escalar, assim
como o produto escalar entre dois vetores resulta em um
escalar, poderemos encontrar algo que possa formalmente
ser multiplicado escalarmente com D para resultar em um
escalar

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 67). . Edição do Kindle.
• 

• Obviamente, isso não pode ser alcançado usando um


produto escalar. O processo deve ser uma operação escalar.
Com isso em mente, definimos o operador nabla ∇* como
um operador vetorial,
• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 67). . Edição do Kindle.
• Operadores escalares similares aparecem em diversos
métodos de solução de equa- ções diferenciais onde,
frequentemente, substituímos D por d/dx, D2 por d2 /dx2 e
assim por diante. Definiremos ∇ para que esse operador seja
tratado, para todos os efeitos, como um vetor comum, mas
com uma importante exceção: seus resultados serão
derivadas parciais e não produtos de escalares.
• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 67). . Edição do Kindle.
•  Considere ∇ · D significando

• Primeiramente, consideramos os produtos escalares dos


vetores unitários, descartando os seis termos nulos, e
obtemos o resultado como a divergência de D:
• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 68). . Edição do Kindle.
•  O operador vetorial ∇ não é utilizado apenas com
divergência, mas também para diversas outras operações
importantes que aparecerão depois. Uma delas é ∇u, onde u
é qualquer campo escalar, o que leva a

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 68). . Edição do Kindle.
•  O operador ∇ não tem uma forma específica em outros
sistemas de coordenadas. Se estivermos considerando D em
coordenadas cilíndricas, então ∇ · D ainda indicará a
divergência de D, ou

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 68). . Edição do Kindle.
• Não temos forma própria que nos auxilie a obter essa soma
de derivadas parciais. Isso significa que ∇u, ainda não
definido mas facilmente escrito em coordenadas cartesianas,
nesse momento não pode ser expresso por nós em
coordenadas cilíndricas.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 68). . Edição do Kindle.
• Devemos concluir nossa discussão de divergência
apresentando um teorema que se mostrará necessário
diversas vezes nos próximos capítulos: o Teorema da
Divergência. Esse teorema se aplica a qualquer campo
vetorial para o qual a derivada parcial apropriada exista,
apesar de ser mais fácil, neste caso, desenvolvê-lo para a
densidade de fluxo elétrico.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 68). . Edição do Kindle.
•  Na realidade, já o obtivemos e temos agora pouco mais para
acrescentar do que mostrá-lo e nomeá-lo, pois, começando
da lei de Gauss,

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 68). . Edição do Kindle.
• que pode ser enunciado como segue:
• A integral do componente normal de qualquer campo vetorial sobre
uma superfície fechada é igual à integral da divergência desse campo
vetorial no volume delimitado pela superfície fechada.

• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 68). . Edição do Kindle.
• Novamente, enfatizamos que o teorema da divergência é
verdadeiro para qualquer campo vetorial, apesar de o
termos obtido, especificamente, para a densidade de fluxo
elétrico D. Mais tarde, teremos oportunidade de aplicá-lo a
diversos campos diferentes. Seus benefícios derivam do fato
de ele relacionar uma integral tripla em algum volume a uma
integral dupla na superfície que delimita tal volume.
• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 69). . Edição do Kindle.
• O teorema da divergência se torna fisicamente óbvio se
considerarmos um volume v cuja seção reta é mostrada na
Figura 3.7, delimitado pela superfície fechada S. A divisão do
volume em diversos pequenos compartimentos de tamanho
diferencial e a consideração de uma célula mostram que o
fluxo que diverge de tal célula entra na (ou converge para a)
célula adjacente, a menos que a célula contenha uma porção
da superfície externa.
• Hayt Jr., William Hart; Buck, John A. (2013-01-01). Eletromagnetismo (Página 69). . Edição do Kindle.

Você também pode gostar