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Introdução ao estudo de

Parasitologia/Fitopatologia
Parasitologia

É a parte da Biologia É uma ciência que se


que estuda os baseia no estudo dos
fenómenos de Ou parasitas e suas
dependência entre relações com o
os seres. hospedeiro.

Engloba os filos: protozoa; Nematoda;


Platihelminthes e Arthropoda
Conceitos básicos utilizados na
Parasitologia
• Agente etiológico = é o agente causador
duma doença. pode ser um vírus, bactéria,
fungo, protozoário ou um helminto.

• Endemia - é uma doença que se manifesta


apenas numa determinada região, de causa
local.

• Doença endêmica - aquela cuja incidência


permanece constante por vários anos, dando
uma idéia de equilíbrio entre a população e a
doença.
Conceitos básicos
• Epidemia - É uma doença infecciosa e
transmissível que ocorre numa comunidade
ou região e que pode atingir outras regiões,
originando um surto epidêmico

• Infecção - é a invasão do organismo por


agentes patogênicos microscópicos.

• Infestação - é a invasão do organismo por


agentes patogênicos macroscópicos.
Conceitos básicos
• Vector - organismo capaz de transmitir
agentes infecciosos. 0 parasita pode ou não
desenvolver-se enquanto encontra-se no
vector.

• Hospedeiro - organismo que serve de habitat


para outro, encontrando as condições de
sobrevivência. o hospedeiro pode ou não
servir como fonte de alimento para a
parasita.
Cont.
• Hospedeiro definitivo - é o que apresenta o
parasita em fase de maturidade ou em fase
de atividade sexual.Ex: homem como HD do
Áscaris lumbricoides.

• Hospedeiro intermediário - é o que apresenta


o parasita em fase larval ou em fase
assexuada.Ex: o gado bovino é HI da Taenia
saginata.

• O HI pode ser Activo ou Passivo.


Conceitos básicos
• Activo : o HI trasmite a forma infectante
do parásita ao HD por inoculação.

• Passivo: o HI trasmite a forma infectante do


parásita ao HD através da ingestão.

• Profilaxia - é o conjunto de medidas que


visam a prevenção, erradicação ou controle
das doenças ou de fatos prejudiciais aos
seres vivos.
Conceitos básicos
• Pandemia é uma epidemia que atinge grandes
proporções, podendo atingir até nações.

• Parasita - É o ser vivo que vive a totalidade


ou parte de sua existencia no interior ou
exterior do outro organismo (hospeidero).

• Hospedeiro accidental (HA). É um hospedeiro


que não está dentro do ciclo natural de uma
parasitose.

Conceitos básicos
• Hospedeiro paraténico ou de transporte (HP).
É um hospedeiro accidental no qual o
parásita não evolui, não continúa seu ciclo
habitual, mas pode sobreviver alojado nos
tecidos. Por exemplo, o homem como HP de
larvas de moscas; os pexes são HP de
Gnathostoma spinigerum
Conceitos básicos
• Ciclo evolutivo, biológico ou de vida
É um conjunto de processos , transformação
ou estadios que realiza um parásita para
chegar ao hospedeiro, desenvolve-se nele e
produz formas infectantes que assegura a
sobrevivencia da própria especie.
Compreende dois tipos
básicos:

• CICLO DIRECTO OU HOMOXENO: Onde o


parásita tem um só hospedeiro cujo
organismo chega sem intervenção de outros,
ex: A. lumbricoides e Trichomonas vaginalis

• CICLO INDIRECTO OU HETEROXENO: O


parásita necessita um hospedeiro definitivo e
um ou mais intermediarios, ex: Trypanossoma
cruzi .
FONTES DE INFECÇÃO
1. Agua e solo contaminados.
2. Alimentos contaminados que contenham
estadios imaturos infectantes do parásita.
3. Insectos hematófagos.
4. Animais domésticos ou silvestres que
alberguem o parásito.
5. Outras pessoas, suas roupas ou o meio
ambiente imediato contaminados com os
parásitos .
6. Autoinfecções repetidas
RESERVATORIOS
• É o hábitat natural do parásita.

• VECTORES- É um artrópode ou animal


invertebrado que transmite o parásita ao
hospedeiro, bem seja por inoculação ao picar,
por depositar o material infectante na pele ou
mucosas, ou por contaminar alimentos e
outros objectos.
Cont.
• Portadores mecánicos: aqueles em que o
agente patógenico é transportado na
superficie do vector, ex: moscas e baratas.

• Portadores biológicos: os parásitas evoluem


ou se multiplicam neles, e desenvolvem
alguma fase de sua evolução, por exemplo,
insectos da familia Reduviida
VÍAS DE ENTRADA AO
HOSPEDEIRO
• Digestiva : por contaminação dos alimentos
ou agua ou ao control inadequado das fezes.

• Respiratoria : inalação de ovos de E.


vermicularis do ar até a faringe posterior.

• Cutánea e mucosa : penetração a partir do


solo e através da pele. Por exemplo,
Strongyloides stercoralis e ancilostomídeos.
Cont.
• Orificios de cavidades naturais : transmamaria
(leite) com especies de Strongyloides
ancilostomídeos.

• Transplacentarias (congénitas): Toxoplasma


gondii, Plasmodium spp.

• Contacto sexual : Trichomonas vaginalis.

• Vectorial : requerem artrópodes


chupadores de sangue e os parásitas são
introduzidos com a picadura, por exemplo,
filarias e tripanossomas.
ENFERMIDADE INFECCIOSA
• É quando o hospedeiro não pode controlar a
infecção, os agentes biológicos provocam
lesões em distintos tecidos ou órgãos,
manifestando-se por signos e síntomas
clínicos.

INFESTACÇÃO:
• Se utiliza para o parasitismo externo por
artrópodos ectoparásitos sobre a pele ou
tecidos superficiais do corpo.
ATRIBUTOS PATOGÉNICOS OU
MECANISMOS DE ACÇÃO

1.Traumáticos
2. Mecánicos
3.Bioquímicos
4.Expoliativos
5.Imunológicos
TRAUMÁTICOS
• Há destruicção de tecidos e infecção
dos mesmos, ex: Trichuris trichiura que
introduz seu extremo anterior da
parede colon. 
MECÁNICOS 
• Produz obstrucção ou compressão. O parásito
se aloja em conductos do organismo e os
obstrui ou compressiona quando ocupa
espaços em vísceras como a invasão do
cerebro por Cysticercus bovis.
BIOQUÍMICOS
•  Alguns parásitas produzem substâncias
químicas ou metabólicas que levam a
destruição dos tecidos ex: o askaron do
Ascaris e substâncias líticas produzidas pela
E. histolytica.

EXFOLIATIVO
• Consome elementos nutrientes do
hospedeiro. Ex: sangue pelo Necator
americanus.  
IMUNOLÓGICOS
•  Productos de excreção dos parásitas
que produzem reacções de
hipersensibilidade imediata e tardía.
Ex: Giardia lamblia. 
CAMPO DA PARASITOLOGIA

Sentido amplo (lato Sentido restrito(estrito


sense) sense)

todos os vírus, por razões


algumas espécies convencionais são
de: Bactérias, alocados somente
Fungos, algumas espécies de:
Protozoários, Protozoários, Helmintos
Platelmintos, e Artrópodes
Nematelmintos, compreendendo também
Artrópodes e de em algumas instituições
Algas de ensino o estudo dos
microscópicas Fungos parasitas.
PRINCIPAIS TIPOS DE PARASITISMO

• ACIDENTAL - Quando o parasita é encontrado


em hospedeiro anormal ao esperado. P.e.
Adulto de Dipylidium caninum parasitando
humanos.

• ERRÁTICO - Se o parasita se encontra fora de


seu habitat normal. P.e. Adulto de Enterobius
vermicularis em cavidade vaginal.
OBRIGATÓRIO
- É o tipo básico de parasitismo, onde o
parasita é incapaz de sobreviver sem seu
hospedeiro P.e. A quase totalidade dos
parasitas.
FACULTATIVO
- Algumas espécies que podem ter um ciclo de vida livre
e opcionalmente podem ser encontrados em estado
parasitário. P.e. Algumas espécies de moscas que
normalmente se desenvolvem em materia orgânica em
decomposição no solo (cadáveres ou esterco), podem
sob determinadas condições, parasitar tecidos em
necrose, determinando o estado de miíases
necrobiontófagas.
PRINCIPAIS PARÁSITAS QUE
AFECTAM AO HOMEM
CLASIFICAÇÃO
1. Protozoos
• Rizópodos: (pseudópodos): Amibas 
• Mastigóforos ou flagelados: (flagelos):
Giardia lamblia.
• Ciliados: (cilios): Balantidium coli
• Esporozoarios: (não tem órgãos de
locomoção): Plasmodium vivax
Cont.
2.HELMINTOS:
• Nematelmintes: Ascaris
lumbricoides
• Platelmintes:
a)Cestodos ( cintas ): Taenias
s.
b)Tremátodos: Fasciola
hepática
Cont.
3. ARTRÓPODOS
Vectores: Moscas, mosquitos

CLASIFICAÇÃO TAXONÓMICA
1. De acordo com sua localização
no hospedeiro:
Cont.
• ECTOPARÁSITAS: vivem sobre a superficie
externa do corpo dos hospedeiros; parasitam
pele, faneras (pêlos eunhas), e mucosas das
cavidades naturais abertas ao meio externo.
Exemplo: piolhos, ácaros, carrapatas, algumas
larvas de moscas.

ENDOPARÁSITAS:
Vivem dentro do corpo do hospedeiro, se
localizam em pulmões, tubo digestivo, fígado e
outros tecidos. Exemplo: cestodos, trematodos,
nematodos e protozoarios
Introdução a Fitopatologia

• Fitopatologia: (phyton- planta;


phatos- doença; logos- estudo)

Entretanto, é ciência que estuda:


Os organismos e as condições ambientais que
causam doenças em plantas;
Os mecanismos pelos quais esses fatores
produzem doenças em plantas;
a interação entre agentes causando doenças e
a planta doente;
Os métodos de prevenção ou controle de
doenças, visando diminuir os danos causadas
por estas.
Resumindo:
• Fitopatologia é a ciência que estuda as doenças
de plantas, desde a diagnose, sintomatologia, etiologia,
epidemiologia, até o seu controle .

CONCEITO E IMPORTÂNCIA DAS DOENÇAS


DE PLANTAS

• Como estabelecer limites entre o que é normal


ou sadio e o que é anormal ou doente?;
Cont.
• Como separar doença de uma simples injúria
física ou química?;

• Como separar doença de praga ou de outros


factores que afetam negativamente o
desenvolvimento das plantas?;

• Como aceitar que factores do ambiente,


como falta d’água, possam causar doença?
Doença em plantas como fenómeno
natural, sua definição é complexa
Definição aceite
• Gaümann (1946) representou a teoria do triângulo, em que
cada vértice representa um fator (agente causal = patógeno;
planta suscetível = hospedeiro; ambiente favorável= ambiente).

Patógeno

Hospedeiro Ambiente
• Representação clássica dos factores que interagem para a
ocorrência de doenças em plantas
CLASSIFICAÇÃO DE DOENÇAS
DE PLANTAS
• McNew (1960); propôs grupos de
doenças correspondentes:
Grupos Doenças
I Doenças que destroem os órgãos de
armazenamento
II Doenças que causam danos em plântulas
III Doenças que danificam as raízes
IV Doenças que atacam o sistema vascular
V Doenças que interferem com a fotossíntese
VI Doenças que alteram o aproveitamento das
substâncias fotossintetizadas
Grupos de doenças 2⁰ a classificação de
McNew, baseada no processo fisiológico
interferido pelo patógeno.
Grup. Processo Doenças/Sint Patógeno Controle
Interferido omas
01 Armazenamento Doenças pós- Parasitas Evitar
de nutrientes colheita, facultativos ferimentos
podridões ou acidentais -
moles - Rhizopus Armazename
ou secas em spp. nto
sementes, - Penicillium adequado
frutos, etc. spp. - Uso de
- Erwinia spp. fungicidas
02 Formação de “Damping-off” Parasitas -Tratamento
tecidos jovens ou facultativos do solo, de
tombamento - Pythium sementes
de plântulas spp. - Uso de
- Rhizoctonia sementes
solani sadias
Phytophthora - Práticas
spp. culturais
Cont.
Grup Processo Doenças/Sint Patógeno Controle
. Interferido omas
03 Absorção de água Podridões de Parasitas Tratamento do
e nutrientes raízes e do colo facultativos solo
- Fusarium - Rotação de
solani cultura
- Sclerotium - Cultivares
rolfsii resistentes
- Thielaviopsis
basicola
04 Transporte de Murchas Parasitas Tratamento
água e vasculares facultativos do solo
nutrientes com sintomas - Fusarium - Rotação de
externos e oxysporum cultura
internos - Verticillium - Cultivares
albo-atrum resistentes
- Ralstonia - Controle de
solanacearum nematóides
Cont.
Grup Processo Doenças/Si Patógeno Controle
Interferido ntomas
05 Fotossíntese a) Manchas e Parasitas Cultivares
crestamentos facultativos resistentes
- Alternaria spp. - Controle
- Cercospora químico
spp. - Medidas de
- Colletotrichum sanitização
gloeosporioides
- Xanthomonas
spp.
b) Míldios Parasitas Controle
obrigados químico
- Plasmopara - Cultivares
viticola resistentes
- Bremia - Medidas de
lactucae sanitização
- - Rotação de
Pseudoperon cultura
ospora
cubensis
Cont.
Grup. Processo Doenças/Si Patógeno Controle
Interferido ntomas
c) Oídios Parasitas - Controle
obrigados químico
- Oidium spp. - Cultivares
resistentes
- Medidas de
sanitização
- Rotação de
cultura
d) Ferrugens Parasitas - Controle
obrigados químico
- Puccinia - Cultivares
spp. resistentes
- Uromyces - Medidas de
spp. sanitização
- Hemileia - Rotação de
vastatrix cultura
Cont.
Grup. Processo Doenças/Si Patógeno Controle
Interferido ntomas
06 Utilização a) Carvões Parasitas Rotação de
das obrigados cultura
substâncias - Ustilago - Cultivares
elaboradas scitaminea. resistentes
- Ustilago - Tratamento
maydis de sementes
- Entyloma - Medidas de
spp. sanitização
b) Galhas Parasitas Cultivares
obrigados resistentes
- “Tobacco - Controle de
mosaic vectores
virus” – TMV - Eliminação
- “Cucumber de
mosaic hospedeiros
virus” - CMV alternativos
Cont.
G. Processo Doenças/Sintoma Patógeno Controle
Interferido s
d) Amarelos Parasitas - Cultivares
Fitoplasmoses obrigados resistentes
Espiroplasmoses - Fitoplasmas - Controle de
- vectores
Spiroplasma -Eliminação de
citri hospedeiros
alternativos
- Uso de
tetraciclina
ETIOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DE
PATÓGENOS
Etiologia: aetia = causa + logos =
estudo.

• Estuda as causas das doenças de plantas e


tem como objetivo o estabelecimento de
medidas corretas de controle.

.
Cont.
• Patógeno é qualquer organismo capaz de
causar doença infecciosa em plantas, ex:
fungos,bactérias, vírus, viróides, nematóides
e protozoários.

• Patogenicidade é a capacidade que um


patógeno possui, de associar-se ao
hospedeiro, causar doença.
TESTE DE PATOGENICIDADE

• Organismo encontrado associado a uma


planta doente, se for conhecido ou registado
anteriormente, é identificado com a ajuda de
literatura.

• Se for um organismo desconhecido, é


necessária a realização do Teste de
patogenicidade para indentificar o agente
causador
Confirmação do estabelecimento de um
patógeno ao hospedeiro, 2⁰ o postulado de
Robert Kock (1881)
1. Associação constante patógeno-hospedeiro:
Deve-se ser capaz de associar sempre um determinado
sintoma a um patógeno particular.

2. Isolamento do patógeno: o organismo associado aos


sintomas deve ser isolado da planta doente e multiplicado
artificialmente.

• 3. Inoculação do patógeno e reprodução dos


sintomas: a cultura pura do patógeno, obtida
anteriormente, inocula-se em plantas sadias da mesma
espécie que apresentou os sintomas inicias da doença e
provocar a mesma sintomatologia observada
anteriormente.
Cont.
4. Reisolamento do patógeno: o mesmo
organismo deve ser isolado das plantas
submetidas à inoculação artificial.

• Se todas as etapas acima forem cumpridas, o organismo


isolado pode ser considerado como o agente patogênico,
responsável pelos sintomas observados.

• Os testes de patogenicidade são realizados, geralmente, em


casa-de-vegetação para plantas, e em laboratório para
partes de plantas como estacas, frutos, tubérculos e
legumes.
CLASSIFICAÇÃO DOS PATÓGENOS

• Parasitas obrigados, ex: fungos causadores de


míldios, oídios, ferrugens e carvões; vírus,
viróides, nematóides e algumas bacterias.

• Saprófitas facultativos: Podem ser cultivados em


meio de cultura. ex: fungos causadores de
manchas foliares, como Alternaria spp.,
Colletotrichum spp. e Cercospora spp.

• Parasitas facultativos: São facilmente cultivados


em meio de cultura, ex: fungos como
Rhizoctonia solani e Sclerotium rolfsii.
Migrações e guerras e sua relação com
doenças
parasitárias
• Factores que contribuíram para a emergência das
doenças infecciosas

Factores Factores Doenças


principais específicos
Mudanças Agricultura, Esquistossomose,
ecológicas, desmatamentos, febres
desenvolvimento mudanças nos hemorrágicas,
econômico ecossistemas leishmaniose,
e manipulação da hídricos, disseminação das
terra enchentes e secas, arboviroses (vírus
fome, mudanças sabiá/
climáticas vírus
rocio/encefalite)
Cont.
Factores principais Factores Doenças
específicos
Demografia e Crescimento Síndrome de
comportamentos populacional e imunodeficiência
humanos migrações, guerras e adquirida, hepatites
conflitos civis,
virais (B e C),
deterioração humana,
comportamento dengue, tuberculose
sexual, uso de drogas
venosas
Comércio e viagens Movimento Malária,
internacionais internacional de disseminação de
pessoas e produtos, mosquitos vetores,
viagens aéreas cólera e dengue.
Cont.
Factores principais Factores Doenças
específicos
Indústria e Internacionalização Encefalopatia
tecnologia do suprimento de espongiforme
alimentos, bovina, hepatites B
mudanças no e C, doença de
processamento e Chagas, infecções
empacotamento oportunistas em
de alimentos, pacientes
transplante de imunodeprimidos
órgãos e tecidos,
uso inadequado de
antibióticos
ECOLOGIA PARASITÁRIA
• Ecossistema- É a unidade funcional de base em
ecologia, onde há um estreito relacionamento entre as
várias espécies de animais, vegetais e minerais.

• Exemplos : grandes lagos, o mar, florestas, desertos


e campos.

No ecossistema encontramos:
• Heterotroficos;
• Saprofitos;
• Abioticos- São os componentes físicos e químicos do
meio;
• Autotróficos
Cont.
• Habitat- local ou órgão, onde determinada
espécie ou população vive. Exemplo: o Ascaris
lumbricoides tem por hábitat o intestino
delgado humano.

• Nicho Ecológico- É a atividade dessa espécie ou


população dentro do hábitat. Exemplo: o A. lumbricoides
dentro do seu hábitat realiza suas funções reprodutivas
e alimentares (absorve fósforo, cálcio, carboidratos,
açúcares, proteínas etc.), espoliando o hospedeiro.
• O Ancylostoma duodenale - tem nicho ecológico
diferente, pois consome sangue e ferro do hospedeiro.
Cont.
• Ecótipo - É o abrigo fisico do animal. Assim, dentro de
uma floresta tropical, o Haemagogus leucocelaenus
vive na copa das árvores.

• Ecótono - É uma região de transição entre dois


ecossistemas ou biomas estabelecidos. A margem de
uma lagoa, a região próxima entre a floresta e o
campo são bons exemplos deste termo.

• Biótopo = ecótipo - é "uma área geográfica, de


superficie e volume variáveis, submetida a condições
cujas dominantes são homogéneas".
Cont.
• Biocenose - É a associação de vários
organismos habitando o mesmo biótopo.

• Com esses conceitos, podemos explicar por que os


parasitas não se distribuem ao acaso nas várias regiões
do globo, porque existe a especificidade parasitária,
mesmo dentro do hospedeiro, o parasita possui o órgão de
eleição.

• A instalação de uma determinada parasitose e sua


propagação numa numa região, é necessario a existência
de condições indispensáveis exigidas pela espécie
parasita, ex: biotopo (local), e Biocenose (os hospedeiros
vertebrados, vectores, etc)
FOCO NATURAL DE UMA PARASITOSE

• Há um inter-relacionamento de relevo, solo, clima,


água, flora e fauna, de tal como que haja:

 Coincidência de hábitats dos hospedeiros e vectores;

 Número suficiente de hospedeiros e vectores para que


o parasita possa circular entre eles;

 O parasita em número suficiente para atingir o


hospedeiro e o vector;

 Condições propícias para a transmissão (clima húmido,


temperatura e altitude adequadas etc.)
Métodos de trabalho em
Parasitologia
• Podem ser: Quantitativos ou Qualitativos.

Quantitativos -são aqueles nos quais se faz a


contagem dos ovos nas fezes, permitindo,
assim, avaliar a intensidade do parasitismo.

• São pouco usados, pois a dose dos


medicamentos antiparasitária não leva em
conta a carga parasitária e sim o peso
corporal do paciente.
Métodos mais conhecidos
 Método de Stoll-Hausheer;

 Método de Kato-Katz – o mais usado.


Métodos qualitativos
• são os mais utilizados, demonstrando a presença das
formas parasitárias, sem, entretanto,quantificá-Ias.

• Muitas vezes o número de formas parasitárias


eliminadas com as fezes é pequeno, havendo
necessidade de recorrer a processos de
enriquecimento para concentrá-las.
Processos de enriquecimento
Os principais são:

 Sedimentação espontânea: método de Hoffman, Pons e


Janer, também conhecido como método de Lutz.
Permite a identificação de ovos e larvas de helmintos
e de cistos de protozoários;

 Sedimentação por centrifugação: método de Blagg


(também conhecido por método de MIFC), método de
Ritchie, Coprotest. Usados para a pesquisa de ovos e
larvas de helmintos, cistos e alguns oocistos de
protozoários;
Processos de enriquecimento
 Flutuação espontânea: método de Willis.
Indicado para a pesquisa de ovos leves
(principalmente ancilostomídeos);

• Centrífugo flutuação: método de Faust. Usado


para a pesquisa de cistos e alguns oocistos
de protozoários,permitindo, também, o
encontro de ovos leves.
EPF de Qualidade
Deve-se ter sempre em mente que:
1. Algumas espécies de parasitos só são
evidenciadas por técnicas especiais;
2. Um exame isolado, onde o resultado é
negativo, não deve ser conclusivo, sendo
recomendável a sua repetição com outra
amostra;
3. A produção de cistos, ovos ou larvas não é
uniforme ao longo do dia ou do ciclo do
parasita.
COLETA E CONSERVAÇÁO DAS
FEZES
A coleta, armazenamento e conservação das fezes são
de fundamental importância na qualidade do EPF.

 É preciso orientar ao paciente, dizendo-lhe que a


evacuação deve ser feita em recipiente limpo e seco e
parte das fezes transferida para um frasco próprio, de
boca larga, bem fechado e identificado.

 A identificação deve conter o nome do paciente, idade,


data e, se possível, a hora da coleta.
Os conservadores mais usados

Conservador Efeito
Formol 10% Conserva por mais de um mês os ovos
ou larvas de helmintos e os cistos e
oocistos de protozoarios
Formol comercial 10 ml

Solução salina a 0,85%


90ml
MIF (Mertiolato ou
mercurocromo), Iodo e
Formol)
SAF Para conservar cistos e trofozoítos,
sendo útil para fezes formadas ou
diarreicas.
Coloração pelo lugol
• Os cistos de protozoários e as larvas de
helmintos necessitam ser corados para uma
correta identificação na microscopia.

Apresentacao dos resultados


 Todos os parasitas encontrados no EPF deverão
ser relatados, sejam eles patogênicos ou não.

• Deverão ser citados a forma parasitária observada (ovo,


larva, cisto, trofozoíto, oocisto, verme adulto) e o nome
científico do parasita, incluindo o gênero e espécie,
sempre que possível.
Exemplo de um resultado

Nome do paciente: idade:


Sexo:

Nome do médico:
Data:
EXAME PAUASITOLÓGICO DE FEZES
Consistência das fezes: dado não disponível (fezes
no conservador)
Método empregado: MIFC
Resultado: Não foram encontrados ovos ou larvas de
helmintos, nem cistos ou trofozoítos de protozoários
no material examinado.
Observação: Coleta de três amostras em dias alternados
Exemplo de um resultado

Nome do paciente: idade:


Sexo:

Nome do médico:
Data:
EXAME PAUASITOLÓGICO DE FEZES
Consistência das fezes: pastosas
Método empregado: Hoffman, Pons e Janer
Resultado: Ovos de Ascaris lumbricoides
Larvas de Strongyloides stercoralis
Cistos de Giardia lamblia
Descrição de métodos
Exame directo a fresco
1. Colocar 2-3 gotas de salina a 0,85% em uma
lâmina de microscopia;
2. Tocar, com a ponta de um palito, em vários
pontos das fezes, transferindo uma pequena
porção destas para a lâmina.
3. Espalhar as fezes, fazendo um esfregaço e
examinar com as objetivas de 10x e/ou 40x. A
espessura do esfregaço não deve impedir a
passagem de luz.
4. Para a identificação de cistos de protozoários e larvas de
helmintos, corar a preparação com lugol.
Observações
 Esse método apresenta baixa sensibilidade, pois não utiliza
um processo para a concentração das formas parasitárias,
a quantidade de fezes empregada é muito pequena e o
excesso de detritos pode mascarar as formas parasitárias;

 Estas serão detectadas quando presentes em grande


quantidade.

 Entretanto, este método pode ser útil para a pesquisa de


trofozoítos de protozoários em fezes diarreicas recém-
emitidas (no máximo 30 minutos após).

 E aconselhável examinar, no mínimo, três lâminas de cada


amostra.

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