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Suspensão e Interrupção do Contrato de Trabalho 01

Suspensão e Interrupção

• Reguladas nos arts. 471 a 476-A da CLT.


• O contrato de trabalho caracteriza-se pela sua
continuidade.
• Essa continuidade não é absoluta.
• Pode haver uma descontinuidade na execução
do contrato.
• São as hipóteses de suspensão e interrupção do
contrato de trabalho.
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Suspensão e Interrupção:
Efeitos comuns:

• São afastamentos do trabalho previstos em


lei.
• Não implicam dissolução do contrato de
trabalho.
• Não acarretam perda de direitos aos
trabalhadores.
• As obrigações acessórias permanecem nas
duas modalidades.
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Suspensão e Interrupção:

A principal diferença entre suspensão e


interrupção é:

Na suspensão, o empregador não paga


salários.

Na interrupção, o salário continua sendo pago.


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Modalidades:

São modalidades de suspensão e interrupção


do contrato de trabalho:
 
Suspensão total ou simplesmente
suspensão do contrato de trabalho.

Suspensão parcial, o mesmo que


interrupção, do contrato de trabalho.
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Cômputo do tempo de serviço e na


remuneração:

A suspensão opera um desaparecimento


temporário de todos os efeitos executivos do
contrato de trabalho. Não há cômputo de tempo
de serviço.
 A interrupção opera um desaparecimento parcial
da obrigação do empregado (apenas em
trabalhar ). A remuneração é devida, mas o
trabalho não. O tempo de serviço é computado
para todos os fins.
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Suspensão total
Quando ocorre a suspensão executiva da
relação contratual.
O vínculo contratual permanece latente, não
se rompendo, mas o contrato não produz
nenhum efeito, salvo exceções legais.
O empregado não trabalha, e também não
recebe.
Exemplos: serviço militar obrigatório (o
contrato de trabalho fica suspenso até a
volta dele), salário-maternidade (a
empregada recebe no INSS).
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Suspensão parcial (ou redutiva):

É a interrupção do contrato de trabalho.


Neste caso, apenas alguns efeitos do
contrato são suspensos.

Exemplo: férias, casamento, falecimento de


dependente, doação de sangue, etc. (o
empregado não trabalha, mas continua
recebendo).
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Suspensão:
Efeitos secundários entre as partes:

Na suspensão, o contrato de trabalho


não deixa de refletir efeitos
secundários entre as partes.

Assim, são ainda devidas a lealdade, a


probidade e a boa-fé recíprocas, sob pena
de configuração de falta grave a ensejar a
justa rescisão contratual.
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Efeitos comuns e efeitos específicos:


A suspensão e a interrupção do contrato
produzem os seguintes efeitos comuns:  
• A desobrigação do empregado em ficar à
disposição do empregador (o empregado
se desobriga no caso da total e da
parcial).
• O direito do empregado às vantagens
auferidas pela sua categoria profissional
na empresa (art. 471 da CLT).
• Reavivamento do contrato, uma vez
cessada a causa da suspensão ou
interrupção.
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Quanto à origem, a suspensão pode ser


classificada:
a) Voluntária:
Manifestada pela vontade das partes. Pode ser
unilateral ou bilateral.

b) Normativa:
Resulta de uma norma imperativa, seja de origem
legal ou puramente normativa (acordo ou convenção
coletiva).
Exemplo: casamento, falecimento, licença-prêmio
(estando em acordo coletivo ou convenção coletiva).
Todos eles advêm da lei ou de convenção ou acordo
coletivo.
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Suspensão

Efeitos jurídicos:
 
A suspensão do contrato de trabalho
acarreta a paralisação dos seus efeitos
jurídicos, ou seja, o empregado não presta
serviços, tampouco o empregador paga-
lhe o salário.
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Suspensão
Direitos mantidos: 
a) Direito ao emprego:
Se inexistisse tal direito o contrato estaria
extinto. O empregado tem direito à função
que antes exercia, voltando ao lugar que
ocupava (não é permitido promover alteração
de função e muito menos rebaixamento). No
curso da suspensão, não pode haver
despedida, sendo inválida a concessão de
aviso prévio;
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Suspensão
Direitos mantidos: 
b) Direito às vantagens da categoria:

“Ao empregado afastado do emprego,


são asseguradas, por ocasião de sua
volta, todas as vantagens que, em sua
ausência, tenham sido atribuídas à
categoria a que pertencia na
empresa”.
(CLT art. 471);
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Suspensão
Direitos mantidos: 
c) Direito à contagem do tempo para antiguidade:
Nos casos previstos em lei, uma vez que a
ausência compulsória deve ser considerada
tempo de serviço.

Exclusão da contagem do tempo de afastamento.


• Licença por motivo de prolongada doença;
• Representação sindical;
• Para tratar de interesses particulares, isto é,
licença não remunerada. (CLT art. 476).
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Suspensão
Recolhimentos previdenciários e Depósitos
do FGTS:
Nos períodos de suspensão, tendo em vista
não serem devidos salários, não há
necessidade de recolhimento
previdenciário e nem obrigação de
depositar FGTS, isso em razão de a
empresa não estar obrigada ao
pagamento de salários durante esse
período.
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Casos mais comuns de suspensão:


• licença não remunerada, limitada há 30 dias;
• doença justificada (após os primeiros 15 dias);
• suspensão disciplinar;
• aposentadoria por invalidez;
• serviço militar obrigatório;
• exercício do cargo público não obrigatório;
• desempenho de cargo sindical (se houver
afastamento).
... entre outros.
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Suspensão:
Participação do empregado em curso ou
programa de qualificação profissional:
“O contrato de trabalho poderá ser suspenso, por um
período de dois a cinco meses, para participação
do empregado em curso ou programa de
qualificação profissional oferecido pelo
empregador, com duração equivalente à
suspensão contratual, mediante previsão em
convenção ou acordo coletivo de trabalho e
aquiescência formal do empregado, observado o
disposto no art. 471 desta Consolidação”.
(CLT, Art.476-A)
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Suspensão por fato imputável ao empregado:


 Suspensão disciplinar:
Uma das prerrogativas do empregador é o
poder disciplinar.
É a garantia da lei de manutenção da boa
ordem dos trabalhos. A suspensão
consiste no afastamento do empregado
com perda de salário.
A suspensão não pode ser superior a 30 dias
(CLT art. 474);
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Suspensão por fato imputável ao empregado:


Suspensão para inquérito:

Para apuração de falta grave em inquérito


judicial com o fim de resolver o contrato de
trabalho
(CLT, art. 853 a 855).
 A suspensão é preventiva e dura até a sentença
definitiva.
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Interrupção do contrato de trabalho:


 
Interrupção do contrato de trabalho é o
período em que o empregado não trabalha,
mas conserva, todavia, o direito à
continuidade do emprego e ao recebimento
de salários integrais do respectivo período.
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Interrupção do contrato de trabalho:


Depósitos do FGTS e contribuições
Previdenciárias:
 
Os depósitos do FGTS e contribuições ao
INSS são devidos nos casos de
interrupção do contrato de trabalho, uma
vez que nessa modalidade são devidos os
salários.
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Interrupção do contrato de trabalho:


Hipóteses taxativas (CLT, art. 473):
• domingos e feriados;
• férias;
• falecimento de cônjuge, ascendente, irmão;
• casamento;
• doação de sangue;
• nascimento de filho;
• acidente de trabalho;
• afastamento por doenças (primeiros 15 dias);
• aviso prévio em dinheiro.
• ... entre outras.
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Afastamento por doença

Até o 15º dia o afastamento por doença configura


interrupção, mantendo-se as obrigações
trabalhistas devidas pelo empregador.

Após o 16º dia o afastamento se transforma em


suspensão do contrato de trabalho, quando o ônus
pela remuneração do empregado recai sobre a
Previdência Social.
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Afastamento por greve:

Suspensão ou interrupção (?):

Greve declarada legal, os empregados receberão


os salários. Neste caso, será uma interrupção
(os trabalhadores não executam o trabalho, mas
receberão).
Greve declarada ilegal, os empregados não
receberão os salários. Este período é de
suspensão.

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