Você está na página 1de 27

Práticas de ensino do SEA: princípios gerais e

atividades voltadas a compreender as


propriedades do sistema

Artur Gomes de Moraes


Esclarecimentos sobre a adoção de uma visão construtivista:

• O professor deve ajustar o ensino às


necessidades reais dos alunos.
• Não existe uma receita pronta. A escolha da
melhor “opção didática” depende de vários
fatores, como o contexto social no qual está
inserido o aluno, as dificuldades especificas de
cada educando, a filosofia de cada escola e do
próprio professor e principalmente o tipo de
cidadão que se pretende formar.
Princípios filosóficos construtivistas:

• Formar pessoas criticas, que lutem pelos seus direitos;


• Que criam e recriam conhecimentos, sem repeti-los
apenas mecanicamente;
• Que reagem por princípios éticos de justiça social, de
redução das desigualdades, de respeito às diversidades
entre as pessoas, grupos sociais e povos;
• Formar pessoas que respeitem as singularidades do
processo de ensino aprendizagem de cada um,
mostrando que todos nos precisamos ser ajudados
para podermos avançar.
Ao escolhermos uma determinada
perspectiva, não precisamos
abandonar todas as outras. Não é
necessário se fixar em apenas um
método. O professor deve ser
flexível, trabalhando de forma que
proporcione sempre o aprendizado
para o aluno.
Definição de alguns
princípios para o ensino
eficaz do SEA:
Quando começo a ensinar o SEA?
• A alfabetização não depende da maturidade do individuo
e sim das oportunidades vividas na escola. Assim, quanto
mais cedo a criança tiver contato com o SEA, melhor ela
se apropriará dele. O autor recomenda que seja iniciado
trabalhos na educação infantil, aos 4 ou 5 anos.
• Não se esta falando de ensinar o SEA as crianças de 5
anos de forma sistemática, mas sim se maneira lúdica, a
fim de que elas tenham contato com as primeiras letras e
que a ajudarão no aprendizado sistemático, que se dará
no ciclo seguinte.
Quando começo a ensinar o SEA?
• As praticas de leitura, juntamente com a reflexão sobre
palavras, deve ser mantida em todo o ciclo de
alfabetização do Ensino Fundamental. Esse ciclo abrange o
1º, 2º e 3º anos;
• Para uma alfabetização de qualidade, é necessária a
contextualização, para que haja significado para o aluno;
• O aprendizado da escrita alfabética, diferente do
letramento que não se limita ao ciclo de alfabetização,
mas acompanhará o individuo toda a vida, precisa ser
concluído de maneira eficiente no final do ciclo de
alfabetização.
Desinvenção da Alfabetização
• Um dos grandes problemas no processo
brasileiro de “desinveção” da alfabetização, a
que nos referimos previamente, foi acreditar
que o investimento exclusivo em ler e produzir
textos nas salas de aula de alfabetização, sem
um ensino do SEA, faria os alunos se
alfabetizarem, espontânea ou naturalmente
(p. 120).
Todo dia não é dia só de linguagem
• É preciso intencionalmente, planejar a cada
dia os dois tipos de situações: de aprendizado
da escrita alfabética e de aprendizado da
linguagem que se usa ao escrever.
Estabelecimento de metas ou expectativas para cada ano do ciclo de
alfabetização

• 1º ano: Aos 6 anos, a quase totalidade dos alunos devem ter


compreendido o SEA, ou seja, tenham chegado a uma hipótese
alfabética;
• 2º ano: deverá ser dedicado à consolidação das regras de
escrita, a fim de proporcionar ao aluno avanços na capacidade
de ler e escrever com autonomia;
• 3º ano: os mesmos alunos devem, ao final do terceiro ano,
terem avançado no domínio da norma ortográfica e que,
sozinhos, consigam ler com fluência e compreender pequenos
textos, como também deve produzir textos com autonomia.
Atividades que promovem a compreensão do SEA

Procurar usar atividades que despertem a reflexão,


como:

• Envolver a reflexão de aspectos fonológicos das


palavras;
• Explorar palavras estáveis, como os nomes próprios
e outras palavras já familiares para os alunos;
• Montar e desmontar palavras com o alfabeto
móvel.
Textos de tradição oral e jogos (para a
reflexão dos aspectos fonológicos:
• As letras substituem a pauta sonora das
palavras e nunca levam em conta as
características físicas ou funcionais dos
referentes;
• As letras notam segmentos sonoros menores
que as sílabas;
• As letras tem valores sonoros fixos.
Atividades
1- contar as sílabas das palavras e comparar palavras
quanto ao número de síbalas;
2- dizer uma palavras maior ou menor que a outra;
3- identificar palavras que começam com a mesma
sílaba;
4- produzir palavras que começam com a mesma sílaba;
5- identificar palavras que rimam;
6- produzir palavra que rima com outra;
7- identificar palavras que começam com o mesmo
fonema.
Escrita das palavras parecidas:
MAPA
MACACO PIOLHO
MATO PIRATA
MAÇÃ PIANO
PIPOCA
Esse tipo de registro cria para os
alunos uma espécie de
“paradigma” como um mistério a
ser desvelado: por que palavras
que falamos de forma parecida
tendem a ser escritas de forma
parecida?(p.134)
Explorando palavras estáveis
• Determinadas palavras se tornam estáveis
para um aprendiz quando ele as reconhece de
memória e pode tentar reproduzi-las a partir
do que memorizou sobre as letras que as
constituem e sobre a ordem que se encontram
dispostas (p.136)
Quando as crianças “estabilizam”
ou guardam em suas mentes a
imagem de determinadas palavras,
nós que queremos ajudá-las a
compreender o SEA, passamos a
dispor de elementos preciosos
para ativar a reflexão sobre uma
série de propriedades do SEA.
RELAÇÕES
• Observação da ordem e o repertório de letras que
constituem uma palavra não pode ser alterado,
senão deixa de existir tornando-se outra palavras;
• Numero de letras é maior que o número de sílabas;
• As palavras não acompanham as características;
• As sílabas não pertencem exclusivamente a uma
palavra e podem mudar de posição quando
pretende-se escrever outra palavra;
RELAÇÕES
• Algumas letras aparecem pouco e ás vezes só
vem acompanhada. Ex: QU
• As palavras podem ser escritas com diferentes
tipos de letras.
Embora as atividades não precisem ser feitas
apenas com palavras estáveis, elas aumentam
a possibilidade e elaborarem reflexões sobre
determinados aspectos na notação da escrita.
Alfabeto Móvel
• Palavras podem ser montadas e desmontadas,
podem ser “construídas” e “destruídas”,
tornando-se objetos especiais desse mundo:
objetos porque assumem uma materialidade
nas letras que ocupam um espaço crescente à
medida em que a letra vai sendo formada.
Mas especiais, porque são objetos que podem
desaparecer do mundo ou transformar-se em
outros objetos (novas palavras) (p.140)
O velho tema do tipo de letra a ser usado na
alfabetização
• História: até 80 cursiva com traçado perfeito;
cartilhas com letra de imprensa e resposta em
letra cursiva;
• Psicogênese da escrita: imprensa maiúscula na
etapa inicial da apropriação do SEA, pois tem o
traçado mais simples o que permite concentra-
se na reflexão de quais e quantas letras vai
colocar para escrever determinada palavra.
O velho tema do tipo de letra a ser usado na
alfabetização
• Como ficam separadas as letras maiúsculas
são tratadas como unidades;
• No entanto é necessário que o aluno precisa
conhecer os outros tipos de letra e entender
que as variações na tipografia não criam novas
letras, nem alteram seu significado.
ATIVIDADE COM ALFABETO MÓVEL
FIM!!

Você também pode gostar