Você está na página 1de 11

Coordenação e

Subordinação
Dois processos de
organização do pensamento

Proferida pelo Professor


Claudionor Aparecido Ritondale
Conceitos de
encadeamento e
hierarquização

A coordenação estabelece um paralelismo de


funções ou valores sintáticos idênticos.
Isso significa a fórmula S-P coordenada a S-P, ou
seja, sujeito e predicado completos coordenados a
sujeito e predicado completos.
Mais especificamente: uma oração não é termo de
outra, não figura dentro da outra.
Na coordenação, as orações dizem-se da mesma
natureza.
Podemos ver que a mesma estrutura sintático-gramatical
ocorre em duas coordenadas, as quais se interligam por
meio de conectivos chamados conjunções coordenativas.
O vínculo é um processo de encadeamento.

As chamadas conjunções coordenativas expressam


relações de maneira muito mais atenuada do que
as subordinativas: e indica adição ou
concatenação, assim como nem (cujo significado é
e não); são as mais típicas de todas as
coordenativas, aquelas cuja função é apenas
aproximar ideias, num processo matemático de
soma. Por isso são as chamadas aditivas.
As outras já assinalam relações mais acentuadas: as
adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no
entanto) indicam contraste, ressalva ou atenuante;
as alternativas (ou, ou...ou, ora..ora, já...já, quer...quer,
seja... seja) indicam alternância ou escolha;
as explicativas (pois, porque) expressam razão, motivo ou
explicação, e até frequentemente são confundidas com as
subordinativas causais;
as conclusivas (logo, pois, portanto, por conseguinte,
então) indicam conclusão ou praticamente uma
consequência.
De todas, as duas últimas são as que mais se aproximam
das subordinativas por estabelecem mais clara relação de
mútua dependência entre as orações por elas ligadas.
Na subordinação, não há paralelismo mas
desigualdades de funções e de valores sintáticos.
É um processo de hierarquização em que o enlace
entre as orações é muito mais estreito do que na
coordenação.
Na coordenação, há independência sintática, mas nem
sempre semântica.

Na subordinação, as orações são sempre dependentes de


outra, quer quanto ao sentido quer quanto ao travamento
sintático.
Nenhuma oração subordinada subsiste por si mesma, isto é,
sem o apoio de sua principal (que, numa estrutura complexa,
pode ser até outra subordinada) ou da principal do período,
da qual todas as subordinadas dependem.
As subordinadas, se não são independentes, fazem parte de
outra oração, a principal, exercendo nela alguma função
sintática.
Uma oração subordinada é, na realidade, um fragmento de
frase. As subordinadas não conseguem ter sentido sozinhas.
Assim: “Se achassem água por ali perto” não consegue
sozinha dar sentido a nada, sem uma outra oração, como
Esquemas simples dão conta visualmente das noções de

coordenação e subordinação.

Coordenação

1a. Oração 2a. Oração

Subordinação
À primeira vista, é possível notar uma diferença elementar: os períodos
formados por duas orações (no esquema definidas como 1ª. Oração e
2ª. Oração) tem uma ligação diferente entre a primeira e a segunda
oração.
No esquema da coordenação, vê-se nitidamente que o primeiro
paralelogramo (1ª. Oração) liga-se por um segmento de reta ao
segundo paralelogramo. Dentro de cada um deles não há outro
paralelogramo.

No segundo esquema (da subordinação), o segundo paralelogramo,


que representa a segunda oração, está inserido na primeira oração
(primeiro paralelogramo).
Qual a diferença notável? A coordenação realiza-se entre
orações autônomas.

A subordinação exige que uma das orações esteja contida em


outra.
A oração que contém chama-se principal, a oração que está
contida é a subordinada.

Nas orações coordenadas, como não há hierarquização entre


principal e subordinada, ambas são apenas chamadas
coordenadas, pois efetivamente apenas coordenam-se entre si.
Tal visualização será completada com as funções principais
que ocorrerão dentro da oração, ou seja, sujeito e
predicado. Não as colocamos dentro dos
paralelogramos, porque elas se apresentarão de formas
as mais diversificadas.

De maneira geral, sem considerar o fato de que em


português pode haver orações sem sujeito, ter-se-á para
a coordenação:

1a. Oração 2a. Oração


S indica sujeito; P indica predicado.
Os parênteses indicam a possibilidade ou não de ocorrência de sujeito.

Então, as orações coordenadas têm estruturas sintáticas completas (sujeito ou


predicado; ou apenas predicado), sem haver nenhum membro de uma que esteja
contido na outra.
Já para a subordinação, a 2ª. Oração poderá ser
Sujeito da primeira, ou ser uma parte do sujeito ou do
predicado da primeira oração. Dessa forma, os
desenhos podem se apresentar nas mais diversas
formas (considerando que pode a oração ter ou não
sujeito). De forma geral, serão dois esquemas:

Pelos quadros acima, vê-se claramente que a segunda oração poderá ser
sujeito ou parte do sujeito da primeira; ou parte do predicado da segunda.

Você também pode gostar