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CHINA:

OTÊ NCI A M U NDI AL


A NOVA P
GRA FI A – PR OF. C A M IL A MANZ
GEO
Shangai

CHINA: ASPECTOS GERAIS


• Com um vasto território (cerca de 9,5
milhões de km²) e uma população superior
a 1,4 bilhão de habitantes (2017), a China
tem apresentado nos últimos anos elevado
crescimento econômico, destacando-se
como potência emergente no cenário
global do século XXI.

• Em 2017, o PIB chinês atingiu a marca de


US$ 12 trilhões, menor apenas que o PIB
estadunidense, de US$ 19 trilhões no
mesmo ano.
Guangzhou
Pequim

Tibet

Shangai

TAIWAN

Hong Kong
Pequim
A CONSTRUÇÃO
POLÍTICA DA CHINA
• Sua performance dos últimos anos
não deixa dúvidas: nenhum país
cresceu tanto, mesmo em tempos de
crise. Para melhor entender o
caminho percorrido pelo “dragão
asiático”, faz-se necessário focar em
três momentos decisivos que
perpassaram pelo país no século XX:
o jugo colonial, a Revolução
Chinesa e as reformas econômicas
de 1978.
• Durante o imperialismo do século
XIX, a China foi alvo de
interesses do Reino Unido,
Rússia, França, Alemanha e
Japão, que exploraram seus
recursos naturais e se
apropriaram de partes do seu
território.

• Até a primeira metade do século


XX, a China esteve desarticulada
e foi controlada por potências
imperialistas, sobretudo pelos
ingleses.
•O Reino Unido e o Japão
subjugaram a China entre o final
do século XIX e início do XX. Os
japoneses iniciaram sua investida
no Oriente e ocuparam parte da
China em 1895. Já os britânicos,
desde a Primeira Guerra do
Ópio (1839-1842), declararam
guerra aos chineses por
impedirem o negócio da droga
comercializada por eles. O
resultado foi a vitória britânica
que, entre outras reparações de
guerra impostas a China, se
apropriaram de Hong Kong por
meio do Tratado de Nanquim, de
1842.

Juncos chineses sob bombardeio britânico


durante a Guerra do Ópio.
Batalha entre infantaria britânica e manchus
chineses, na Guerra do Ópio.
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rebelião camponesa.

Rebeldes chineses lutam contra as tropas aliadas da


Aliança das Oito Nações: Rebelião dos Boxers (China).
• Outra resistência chinesa surgiria
em 1900, quando nacionalistas
fundaram o Kuo-Min-Tang
(Partido Nacionalista Chinês),
liderado pelo médico Sun Yat-
Sen.

• O partido combatia não somente


a cambaleante dinastia imperial
(dinastia Qing), mas também a
presença estrangeira, criando
uma república, em 1912, regime
que não foi reconhecido pelas
forças de ocupação britânica e
japonesa. Além disso, durante
muitos anos não houve um
governo estável, pois alguns
senhores da guerra feudais, que
dominavam as províncias,
lutavam também pelo poder.
Batalha campal entre o exército imperial (à esquerda)
e o exército revolucionário nacionalista (à direita).
• Pouco mais tarde, uma nova frente de resistência surgiria: em
1921, foi fundado o Partido Comunista Chinês (PCCh). Ascendia
entre as fileiras comunistas a imagem do líder, Mao Tsé-Tung.

• Além da dominação estrangeira, a China experimentava um


momento de instabilidade interna, caracterizada pelas relações
incertas entre nacionalistas e comunistas, ora aliados contra o
invasor, ora em confronto entre si.

• Nesse primeiro momento da ambígua resistência chinesa, os


nacionalistas organizaram-se e, liderados por Chiang Kay-Shek,
priorizaram a perseguição aos comunistas, cujo crescimento
entre os camponeses incomodava o Kuomintang.
MAO TSÉ-TUNG • CHIANG KAY-SHEK
Líder do Partido Comunista • Líder do Partido Nacionalista
Chinês (PCCh) Chinês (Kuo-Min-Tang)
• Em 1934, fugindo dessa perseguição,
Mao-Tsé-Tung e seus seguidores
marcharam pelo interior do país, ao
norte, percorrendo mais de 9.000 km, em
uma das mais conhecidas táticas de
guerrilha de todos os tempos, nomeada
como a Longa Marcha.
•A invasão japonesa na Manchúria, região rica em minérios
localizada no norte da China, seguida da eclosão da Segunda
Guerra Mundial, suspendeu os embates entre nacionalista e
comunistas que, em 1937, selaram uma aliança para combater o
invasor, pois, apesar das divergências, eles tinham um agressivo
inimigo em comum.

• Enquantocombatiam os japoneses, os comunistas chineses


aumentaram consideravelmente seu efetivo militar e territorial,
promovendo reformas agrárias nas terras conquistadas e, assim,
ganhando cada vez mais o apoio da população, majoritariamente
rural.
• As hostilidades entre comunistas e nacionalistas estavam
suspensas, mas Chiang Kay-Shek dava mostras de incomodar-
se mais com o avanço das tropas de Mao-Tsé-Tung e seus
companheiros do que com o dos japoneses. Os camponeses,
por sua vez, assumiam distintas posturas na guerra.

• Enquanto Chiang Kay-Shek, conhecedor da inferioridade militar


chinesa, não empreendia grandes esforços na resistência aos
japoneses, conformando-se em manter algumas áreas longe do
domínio nipônico. Mao e seus generais incitavam a população a
resistir e lutar com afinco.
Japoneses celebram captura da cidade de Nanquim
(na época capital chinesa), em dezembro de 1937.

Cadetes do Kuomintang prontos para batalha


na China, em 11 de julho de 1941.

Execução de prisioneiros chineses durante a


Segunda Guerra sino-japonesa (1937).
• Outro fato que contribuiu para a
desconfiança camponesa foi ver seus
senhores, muitos deles nacionalistas,
selarem acordos com os japoneses, em
uma clara colaboração com o invasor. A
fama da corrupção nacionalista
espalhava-se pela China. Em
contrapartida, corriam rumores dos atos
de heroísmo comunista, como a Longa
Marcha e a forte resistência aos
japoneses.

• Após o desfecho da Segunda Guerra


Mundial, com a rendição japonesa e o
enfraquecimento das forças britânicas
de ocupação, a aliança entre
nacionalistas e comunistas se encerrou.
Teve início uma guerra civil que
perdurou de 1945 a 1949.

Cenas da Guerra Civil Chinesa (1945 a 1949).


• Os comunistas foram vitoriosos e, em 1° de outubro de 1949, na
Praça da Paz Celestial, Mao Tsé-Tung anunciou a fundação da
República Popular da China, uma nação socialista de acordo
com a acepção marxista: era o fim de quase 5.000 anos de
império.

Mao Tse-Tung proclamando a fundação


da República Popular da China em 1 de
outubro de 1949 em Pequim.
• Os nacionalistas, liderados por Chiang Kay-Shek, se deslocaram
para a ilha de Taiwan, onde anunciaram a República
Nacionalista da China, “Estado” não reconhecido até hoje.

• Apesar da China continental não aceitar a “pseudorrepública”, os


comunistas priorizaram a organização do novo país. Ademais,
para eles seria difícil, naquele momento, vencer os nacionalistas
dentro da ilha, que estavam circunscritos a um anel de proteção
pelo mar, tornando a logística militar para o ataque à “ilha
rebelde” inviável. Essa contenda estende-se aos dias atuais.
A CHINA DE MAO TSÉ-TUNG
• Em 1954, Mao Tsé-Tung torna-se
presidente da China, e com isso
organiza o 1º Plano Quinquenal,
seguindo o modelo soviético, procurando
estimular a industrialização e acelerar a
coletivização da agricultura mediante a
multiplicação de cooperativas agrícolas.
No entanto, Mao, considerou
insatisfatórios os resultados obtidos.
• Em 1958, inicia o 2º Plano Quinquenal,
que chamou de “Grande Salto Adiante”,
que também não deu os resultados
previstos.
Cartazes
Cartazes dede propaganda
propaganda do do “Grande
“Grande Salto
SaltoAdiante”
Adiante”
estimulando
estimulando aa população
população aa trabalhar
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nas áreas
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essenciais
essenciais parapara oo desenvolvimento
desenvolvimento chinês:
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agricultura
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indústrias de
de base
base (siderúrgicas).
(siderúrgicas).
“O GRANDE SALTO ADIANTE” DE
MAO
• Foiuma política de industrialização forçada iniciada em 1958,
por Mao Tsé-Tung. O objetivo era transformar a China, um país
populoso e agrário, em uma nação industrial em pouco tempo.
Para isso, Mao emprega os mesmos métodos que Stalin fez na
União Soviética: coletivização forçada da terra, deslocamento de
populações e abandono da atividade agrícola.

• O resultado foi desastroso: naquele momento a China não se


industrializou como esperado, os cultivos foram abandonados, e
a consequência foi a fome generalizada que pode ter matado 38
milhões de pessoas.
“O GRANDE SALTO ADIANTE” DE
MAO
• Diante de tamanho caos, a posição de Mao Tsé-Tung ficou
fragilizada e já eram várias as vozes discordantes dentro do
próprio partido que pediam mais participação política. Mao,
então, resolve lançar a Revolução Cultural Chinesa a fim de
conquistar o apoio da juventude.

• Como reflexo das falhas do Grande Salto, em 1959, Mao Tsé-


Tung se retirou da presidência da República, mantendo-se na
presidência do partido. Assume a chefia do estado, o presidente
Liu Shao-Chi, que passou a orientar a economia chinesa.
• Mao Tsé-Tung jamais renunciou a
“política dos grandes saltos à
frente”. Em 1966, inicia a Grande
Revolução Cultural Proletária, mais
conhecida como Revolução Cultural
Chinesa, empreendida com o apoio
de sua esposa Jiang Qing.
• Esta Revolução representava uma
tentativa de imposição a seus
adversários dentro do partido, que
desejavam uma linha política mais
moderada. Acusado de traidor, o
presidente Lau Shao-Chi é
destituído e preso.
• Com o apoio dos Guardas Vermelhos,
recrutados entre estudantes e
camponeses, empreendeu a reeducação
doutrinária tanto das massas quanto das
instituições.
• Qualquer oposição era eliminada. em
1969, mao tsé-tung voltou à presidência,
desempenhada até sua morte, em pequim,
no dia 9 de setembro de 1976.
• paraeles, mao era o "grande timoneiro".
muitos dos considerados inaptos à nova
ordem foram presos e humilhados, vários
acabaram mortos.

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