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O Ciclo do Café e a

Imigração Italiana

Ricardo Antonio Gomes Barbosa


O Ciclo do Café
• Depois que o preço do açúcar entrou em decadência e
o ouro ficou raro, a economia do Brasil não melhorou.
Era preciso encontrar um novo produto agrícola que o
mundo quisesse comprar. Este produto foi o café.
• Desde que Palheta trouxe as primeiras mudas de café,
o Brasil começou a produzir um pouco por toda parte,
para consumo local.Quando houve a possibilidade de
exportar a produção aumentou consideravelmente.
• Logo de pois da Independência, o café já era
responsável por 1/5 do que nós exportávamos. Logo
depois, por volta de 1850, o café já era o primeiro
produto de exportação, representando, sozinho, 40%
das exportações. A partir daí, o Brasil passou a ser
conhecido como o país do café.
O Ciclo do Café
• Era mais fácil fazer café do que açúcar. Para fazer café,
bastava terra e escravos. Não precisava de máquinas.
Bastava tratar a terra, plantar, colher, deixar secar e
ensacar.
• Chegamos a fazer quase todo o café que se tomava no
mundo. O Brasil era praticamente o único país que
exportava café. Em 150 anos, o Brasil exportou milhares
de toneladas de café
• Pelos caminhos de ferro que ligavam Vassouras ao Rio
de Janeiro corriam vagões carregados. Era o café que se
dirigia ao porto para ser vendido à Europa ou aos
Estados Unidos.A rede de ferrovias que compõe a base
do sistema ferroviário na América Latina é originária
desse período. Através da exportação de café, a
economia brasileira reintegrou-se ao mercado mundial.
O Ciclo do Café
• O plantio do café encontrou no vale do Rio Paraíba, em
áreas situadas entre os Estados de São Paulo, Rio de
janeiro e Minas Gerais, o local ideal para uma formidável
expansão, que subiu as serras e acabou as matas
existentes.
• Embora a Inglaterra fosse o país do qual o Brasil
dependia ou melhor, era economicamente dominado por
ela, não havia muito consumo do café entre os ingleses,
que estavam acostumados a tomar só o chá. Por isso, o
café não era muito exportado para a Grã- Bretanha.
• Os Estados Unidos tornaram-se os maiores
consumidores do café brasileiro. O café dependia e ainda
depende e é regulado pelos preços do mercado externo,
do mercado internacional.
Mudanças provocadas pelo
Ciclo do Café
• O café mudou o perfil sócio-econômico do Brasil, pois transferiu
para o eixo centro-sul, o centro irradiador da economia do país e
com isso, provocou definitivamente a decadência irremediável da
região Nordeste, cuja economia baseava-se na cultura do açúcar.
• Durante o século XIX foram levados para a região produtora de
café, mais de um milhão de escravos, procedentes da África e
depois das sucessivas proibições do tráfico, transferidos do
Nordeste.
• O café deu origem a uma nova classe social que apoiava o
governo imperial e dominava a política, juntamente com os
comerciantes.
• No rastro do café nasceram muitas cidades, muitos latifúndios,
novas fortunas e muitos Barões do Café. Construíram-se ferrovias
e desenvolveram-se os portos de Santos e do Rio de Janeiro, os
principais do Brasil até hoje.
O Fim do Ciclo
• Com a pressão para extinguir-se o trabalho escravo,
os Barões do Café são forçados a introduzir o trabalho
assalariado em suas fazendas, com o regime de
colonato e a imigração de trabalhadores estrangeiros
livres - espanhóis, italianos, japoneses - que passam a
chegar ao Brasil em grandes quantidades, e contribuir
para mudar o país do ponto de vista social e étnico.
• A região produtora do Vale do Paraíba entra em
decadência e o eixo de produção se desloca para o
oeste paulista.
• Com o crack da Bolsa de Valores Americana, os
cafeicultores brasileiros não tinham mais para quem
vender. O café sobrou. Foi o fim do período conhecido
como República Velha.
A Imigração Italiana
A Imigração Italiana
• Após a unificação italiana (1861) o novo reino da Itália sofreu
profundas transformações, como a industrialização das
regiões do norte, provocando o deslocamento de grandes
populações do sul, em busca de empregos nas indústrias em
expansão.
• Esse fator, e mais a crise agrícola, a exaustão do solo nas
regiões do Sul da Itália, a presença de grandes latifundiários,
deixando milhões de camponeses sem possibilidade de
conseguir terras para o plantio e finalmente o crescimento
demográfico, criaram condições para a imigração em grande
escala.
• Aproveitando as circunstâncias, o governo brasileiro recrutou
famílias interessadas em virem para o Brasil, com a finalidade
de substituir a mão-de-obra escrava nos cafezais paulistas.
A Imigração Italiana
• Com o sucesso da imigração italiana em São Paulo, o
governo imperial resolveu colonizar vastas áreas do sul do
Brasil com italianos, aqui chegando a partir de 1875.
• Os imigrantes italianos ocuparam vastas áreas,
desenvolveram atividades manufatureiras; desenvolveram
o cultivo do trigo; introduziram o cultivo da uva;
enriqueceram a cozinha brasileira com novos pratos;
introduziram o jogo da bocha; criaram um estilo
arquitetônico próprio, a casa de madeira; povoaram vastas
regiões do Brasil; desenvolveram um novo tipo de
catolicismo com novas devoções e um estilo de culto
diferente das tradições lusitanas.
A Imigração Italiana
• O processo de distribuição dos imigrantes
italianos se deu por dois modos: em Santa
Catarina e no Rio Grande do Sul se deu por
concentração(colônias); e em São Paulo, por
dispersão(fazendas e centros urbanos).
• Convém destacar que em São Paulo, os italianos
passaram de trabalhadores rurais para operários
urbanos.
  
A Contribuição
Gastronômica
• No Rio Grande do Sul deve-se ao italiano a
vinicultura, sendo hoje, a região da Serra
Gaúcha, a maior produtora de vinhos do
país. Também introduziram novos tipos de
queijos, embutidos e modificações na
doçaria e panificação.
A Contribuição
Gastronômica
• Em São Paulo, chama a atenção a introdução da
pizza, do consumo de massas em grande escala e o
uso do tomate em molhos.

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