O Ciclo do Café • Depois que o preço do açúcar entrou em decadência e o ouro ficou raro, a economia do Brasil não melhorou. Era preciso encontrar um novo produto agrícola que o mundo quisesse comprar. Este produto foi o café. • Desde que Palheta trouxe as primeiras mudas de café, o Brasil começou a produzir um pouco por toda parte, para consumo local.Quando houve a possibilidade de exportar a produção aumentou consideravelmente. • Logo de pois da Independência, o café já era responsável por 1/5 do que nós exportávamos. Logo depois, por volta de 1850, o café já era o primeiro produto de exportação, representando, sozinho, 40% das exportações. A partir daí, o Brasil passou a ser conhecido como o país do café. O Ciclo do Café • Era mais fácil fazer café do que açúcar. Para fazer café, bastava terra e escravos. Não precisava de máquinas. Bastava tratar a terra, plantar, colher, deixar secar e ensacar. • Chegamos a fazer quase todo o café que se tomava no mundo. O Brasil era praticamente o único país que exportava café. Em 150 anos, o Brasil exportou milhares de toneladas de café • Pelos caminhos de ferro que ligavam Vassouras ao Rio de Janeiro corriam vagões carregados. Era o café que se dirigia ao porto para ser vendido à Europa ou aos Estados Unidos.A rede de ferrovias que compõe a base do sistema ferroviário na América Latina é originária desse período. Através da exportação de café, a economia brasileira reintegrou-se ao mercado mundial. O Ciclo do Café • O plantio do café encontrou no vale do Rio Paraíba, em áreas situadas entre os Estados de São Paulo, Rio de janeiro e Minas Gerais, o local ideal para uma formidável expansão, que subiu as serras e acabou as matas existentes. • Embora a Inglaterra fosse o país do qual o Brasil dependia ou melhor, era economicamente dominado por ela, não havia muito consumo do café entre os ingleses, que estavam acostumados a tomar só o chá. Por isso, o café não era muito exportado para a Grã- Bretanha. • Os Estados Unidos tornaram-se os maiores consumidores do café brasileiro. O café dependia e ainda depende e é regulado pelos preços do mercado externo, do mercado internacional. Mudanças provocadas pelo Ciclo do Café • O café mudou o perfil sócio-econômico do Brasil, pois transferiu para o eixo centro-sul, o centro irradiador da economia do país e com isso, provocou definitivamente a decadência irremediável da região Nordeste, cuja economia baseava-se na cultura do açúcar. • Durante o século XIX foram levados para a região produtora de café, mais de um milhão de escravos, procedentes da África e depois das sucessivas proibições do tráfico, transferidos do Nordeste. • O café deu origem a uma nova classe social que apoiava o governo imperial e dominava a política, juntamente com os comerciantes. • No rastro do café nasceram muitas cidades, muitos latifúndios, novas fortunas e muitos Barões do Café. Construíram-se ferrovias e desenvolveram-se os portos de Santos e do Rio de Janeiro, os principais do Brasil até hoje. O Fim do Ciclo • Com a pressão para extinguir-se o trabalho escravo, os Barões do Café são forçados a introduzir o trabalho assalariado em suas fazendas, com o regime de colonato e a imigração de trabalhadores estrangeiros livres - espanhóis, italianos, japoneses - que passam a chegar ao Brasil em grandes quantidades, e contribuir para mudar o país do ponto de vista social e étnico. • A região produtora do Vale do Paraíba entra em decadência e o eixo de produção se desloca para o oeste paulista. • Com o crack da Bolsa de Valores Americana, os cafeicultores brasileiros não tinham mais para quem vender. O café sobrou. Foi o fim do período conhecido como República Velha. A Imigração Italiana A Imigração Italiana • Após a unificação italiana (1861) o novo reino da Itália sofreu profundas transformações, como a industrialização das regiões do norte, provocando o deslocamento de grandes populações do sul, em busca de empregos nas indústrias em expansão. • Esse fator, e mais a crise agrícola, a exaustão do solo nas regiões do Sul da Itália, a presença de grandes latifundiários, deixando milhões de camponeses sem possibilidade de conseguir terras para o plantio e finalmente o crescimento demográfico, criaram condições para a imigração em grande escala. • Aproveitando as circunstâncias, o governo brasileiro recrutou famílias interessadas em virem para o Brasil, com a finalidade de substituir a mão-de-obra escrava nos cafezais paulistas. A Imigração Italiana • Com o sucesso da imigração italiana em São Paulo, o governo imperial resolveu colonizar vastas áreas do sul do Brasil com italianos, aqui chegando a partir de 1875. • Os imigrantes italianos ocuparam vastas áreas, desenvolveram atividades manufatureiras; desenvolveram o cultivo do trigo; introduziram o cultivo da uva; enriqueceram a cozinha brasileira com novos pratos; introduziram o jogo da bocha; criaram um estilo arquitetônico próprio, a casa de madeira; povoaram vastas regiões do Brasil; desenvolveram um novo tipo de catolicismo com novas devoções e um estilo de culto diferente das tradições lusitanas. A Imigração Italiana • O processo de distribuição dos imigrantes italianos se deu por dois modos: em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul se deu por concentração(colônias); e em São Paulo, por dispersão(fazendas e centros urbanos). • Convém destacar que em São Paulo, os italianos passaram de trabalhadores rurais para operários urbanos.
A Contribuição Gastronômica • No Rio Grande do Sul deve-se ao italiano a vinicultura, sendo hoje, a região da Serra Gaúcha, a maior produtora de vinhos do país. Também introduziram novos tipos de queijos, embutidos e modificações na doçaria e panificação. A Contribuição Gastronômica • Em São Paulo, chama a atenção a introdução da pizza, do consumo de massas em grande escala e o uso do tomate em molhos.