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M ATRI Z ES
A FRICA NA S
Relato Histórico:
Os portugueses, através do processo de colonização do
Brasil, contribuíram para a formação da diversidade
religiosa. Com eles veio a expressão católica e, através
dos seus escravos africanos, vieram suas crenças e
expressões religiosas que fincaram raízes na terra
brasileira e permanecem até os dias de hoje. Assim,
índios, portugueses e africanos apresentam três modos
distintos de expressar a sua religião.
Os escravos trazidos para o Brasil pertencia dois grupos
étnico-culturais da África: bantos e sudaneses. Das
regiões da Angola, Congo e Moçambique vieram os
bantos. Quando chegaram ao Brasil foram
encaminhados para o Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco
e São Luiz do Maranhão. Os sudaneses vieram das
regiões situadas entre o Saara e o Atlântico, onde hoje
Nas religiões africanas, os sudaneses acreditam num Ser
Superior. No entanto também acreditam em orixás que,
embora não tenham uma natureza divina, são superiores aos
homens. Os orixás são auxiliares do Ser Supremo e se
identificam com forças da natureza ou com atividades
humanas elevadas a um nível sobrenatural. É importante
salientar que a crença nos orixás é um aspecto comum e
central entre sudaneses e bantos. Os orixás são em grande
número e conhecidos por nomes que identificam estes seres
superiores aos homens. Os nomes desses seres também
identificam sua função como auxiliar do Ser supremo. Nos
bantos, sua cultura e religiosidade é menos complexa do que
a dos sudaneses.
Os bantos e sudaneses formam as matrizes de todas as
religiões afro-brasileiras que são conhecidas no Brasil. Além
desses dois grupos, existem expressões religiosas em
regiões brasileiras de classificação incerta. Atualmente
existem grupos religiosos que possuem grande influência da
Cultos Afro-brasileiros
Trazidos da África para o ocidente no século XVI
como escravos e impedidos de cultuar suas
crenças, os africanos desenvolveram práticas
sincretistas, absorvendo em sua fé ele mentos
constantes de outros comportamentos religiosos
e in interpretando-os conforme suas crenças
originais. Assim é que, no Brasil, os africanos
incorporaram em suas crenças práticas católicas
romanas, indigenistas e até espíritas. Desse
processo, emergiram vários comportamentos,
chamados de cultos afro brasileiros,
destacando-se o candomblé e a umbanda.
Convergência com algumas religiões
cristãs:
É comum nos grupos que surgiram em terras
brasileiras a influência de elementos das
tradições africanas mesclados com elementos
de outras religiões. Entre estas está a
umbanda, que conjuga catolicismo popular,
religiosidade indígena, espiritismo kardecista e
candomblé. Portanto, assim como nas
expressões religiosas do Cristianismo, é difícil
levantar-se dados concretos da origem ou da
matriz religiosa de algumas expressões
religiosas das religiões afro-brasileiras. Embora
existam grandes diferenças entre as inúmeras
● reencarnação - após a morte a alma retorna ao
país de seus ancestrais;
● monoteísmo - um deus único é a origem e
sustentador dos orixás, dos homens e dos outros
seres, manifestando seu poder de modo especial
na natureza e seus fenômenos;
● possessão - transe, pelo qual existe a crença de
que o divino visita o mundo humano, se encarna,
se faz presente de modo dinâmico e efetivo.
Candomblé
Raízes
O candomblé não é um culto afro-cristão. Enquanto
religião, é mais conveniente afirmar-se que o candomblé
é um processo sincrético intertribal africano. É formado
basicamente por quatro grandes nações africanas
reconhecidas como Kêtu, Fan, Jeje e Angola.
Geograficamente, podem-se situar-se essas nações no
Sudão, na Nigéria e na cidade de Daomé. As três
primeiras nações são de origem sudanesa, enquanto que
a nação angolana é banto, caracterizada por um espírito
menos tolerante frente ao sincretismo afro-brasileiro.
O termo candomblé designava a dança, o
instrumento e a música desenvolvidos pelas
quatro nações. Só mais tarde é que o sentido
se ampliou para indicar a própria vivência
religiosa. Ainda assim, não existe unanimidade
quanto ao uso do termo. Na Bahia, ele se
mantém, bem como em São Paulo e no Rio de
Janeiro. Em Pernambuco e Alagoas, é
denominado de xangô. No Maranhão e no
Pará, é conhecido como tambor de mina, e no
Rio Grande do Sul, o candomblé é conhecido
como batuque. Durante muito tempo, no Rio
de Janeiro, foi chamado de macumba.
Divindades
Raízes
A umbanda é um comportamento religioso próprio do
Brasil. Dentre as muitas histórias sobre a sua origem,
conta-se a de Zélio Fernandinho de Moraes, um espírita
que recebeu orientação mediúnica para criar a nova
religião no Rio de Janeiro em 1908. É muito difícil traçar
uma única ideologia que perpasse todos os
comportamentos umbandistas, pelas razões já expostas
anteriormente. Acrescente-se a estas razões que o
surgimento da umbanda no Brasil tem como
característica dominante um sincretismo para onde
convergem elementos das religiões africanas, do
catolicismo romano, das religiões indígenas e do
espiritismo kardecista.
As Divindades e sua estrutura
A divindade maior é adorada sob vários nomes,
especialmente Zambi, que é tido como perfeito e
não criado ou concebido. Logo a seguir, vem o Orixá-
maior, chamado de Oxalá, identificado com Jesus
Cristo e que está no comando dos orixás
(semelhante aos anjos do catolicismo romano) e dos
santos (espíritos evoluídos e desencarnados,
semelhantemente ao pensamento kardecista). Os
orixás e os santos têm como função comandar as
linhas (faixas de vibração espiritual correspondentes
a cada elemento da natureza, semelhantes à
vivência religiosa indigenista) e os chefes de falange
(entidades espirituais evoluídas que servem como
guias a um conjunto de espíritos de menor evolução
ZAMBI
Os espíritos de menor evolução guiados pelos
chefes de falange são como guias espirituais,
espécie de mensageiros dos orixás e santos,
que se manifestam como caboclos (espíritos
dos índios), pretos velhos (espíritos de
escravos africanos) e crianças, a fim de
trazerem aos homens ainda encarnados as
mensagens dos orixás. Estas entidades
menores trabalham sempre dentro de uma
das "sete linhas" disponíveis: Orixalá, Ogum,
Oxóssi, Xangô, Yorimá/Obaluayê (preto-
velho), Yori/ Ibeji (criança) e Iemanjá. Todos os
encarnados nascem dentro de uma destas
linhas, na mesma linha de vibração de um
orixá, permanecendo, por isso, sob sua
O conceito de ser humano
O ser humano, assim como os orixás,
entidades e guias, possui um espírito
que não morre e tem possibilidade de
infinito aperfeiçoamento. Esse espírito
possui individualidade própria e livre
arbítrio, o que lhe possibilita buscar o
aperfeiçoamento, entrando em sintonia
e harmonizando-se a Zambi.
O livre arbítrio é que determinará se as
ações e intenções vão na direção da
harmonização ou não. Duma ou doutra
forma, o espírito reencarnará e sofrerá a
lei do carma, segundo a qual o estado
atual do ser humano é decorrente de
atos passados, à semelhança do
hinduismo e do kardecismo. No decorrer
de uma encarnação, o ser humano terá,
de um lado, entidades que o querem
ajudar, e de outro, entidades que o
querem prejudicar. As entidades que o
querem ajudar são denominadas de
O Exu
ERICK BRENNER
GERSON SALCEDO
JONATHAN AGUIAR