Você está na página 1de 22

Elaborado por Eva Quembo

 O papel do Estado na economia tem variado


ao longo do tempo, houve fases em que
rejeitava-se a participação do Estado na
economia, noutras em que defendiam a
necessidade de limitar o nível de
intervenção do Estado na economia, noutras
ainda, e diferente das outras, defendia-se
uma ampla participação do Estado no sector
produtivo (também chamada de fase do
Estado de Bem-estar social ou ainda a fase
do Estado protector) onde o Estado era o
principal provedor de bens e serviços.
 O liberalismo económico condensa-se na máxima
“laissez faire, laissez passer, le monde va de lui
même” que não significa mais do que a liberdade
de comércio e de produção. Estas liberdades
apoiam-se não apenas na propriedade privada,
como na liberdade de empresa e na lei de
mercado, em que a oferta e a procura a regular o
mercado, e onde o Estado não deve intervir.
Nascida como colorário da Revolução Francesa de
1789, com a Declaração dos Direitos e liberdades
fundamentais.
 Na formulação liberal o papel do Estado
encontra-se reduzido a garantir o
cumprimento destes direitos e a assegurar a
ordem pública pois verificou-se que o Estado
não conseguia regular livremente os
mercados, assim colocou-se a questão de o
estado entregar a instituições independentes
a função de regulamentar os mesmos,
deixando com que a mão invisível perpetuada
por Adam Smith actuasse livremente.
 Para o Estado Liberal do século XVIII, a
economia não precisava de ser regulada
artificialmente por meio de comandos
exógenos. O mercado podia reagir sobre os
factores de perturbação e reequilibrar o
funcionamento dos mecanismos
económicos. A regulação era inerente à
própria economia. A máquina funcionava
“naturalmente” sozinha, não precisando de
qualquer regulação.
 O declínio do liberalismo clássico
remonta ao final do século XIX. Com a
quebra da Bolsa de Valores de Nova
York, em 1929, e a subsequente
Grande Depressão resultante da II
Guerra Mundial, a queda foi vertiginosa
 A partir daí, caiu em descrédito as teorias
liberais, ao passo que ganharam força
teorias de intervenção do Estado na
economia, notadamente as ideias de
Keynes, aplicadas quase simultaneamente,
pelo plano do New Deal do Presidente
norte-americano Franklin Roosevelt, para
sair da Grande Depressão ou a crise de
superprodução que a América enfrentou
quando a Europa se reergueu da crise pós
II Guerra Mundial e não precisou mais de
importar bens e serviços dos Estados
Unidos.
 Portanto, os ideais do liberalismo clássico entraram em
declínio em finais do século XIX mas com marcas evidentes
a partir do início do século XX e foram postas de lado logo
após a catástrofe da crise de 1929, e aponta-se como a
principal causa da sua queda, a incapacidade de lidar com
os efeitos nefastos da grande depressão dos anos 30.
 Por outro lado houve a influência da adopção do Socialismo
por alguns Estados Europeus como a Alemanha de Hitler,
que era contra as ideias do Capitalismo que se gera com o
liberalismo que era visto como a causa da luta de classes
dentro dos Estados.
 Com os efeitos da grande depressão e
a queda dos regimes ditatoriais com a
II Guerra mundial, nasce o estado de
bem estar onde a intervenção estatal
assumiu grandes dimensões:
constituíram-se se extensos sectores
públicos empresariais e procedeu-se a
nacionalizações, nomeadamente em
França.
 Assim, nos anos setenta, estavam instituídos
modelos de regulação que chegaram a tomar
a forma de planeamento central, mais ou
menos forte, e o capitalismo na Europa
ocidental tomava a forma de uma economia
orientada e coordenada pelo Estado. O
Estado Providência apostava no alargamento
das prestações sociais, e o Estado produtor
assumia-se, em todo o seu esplendor, em
nome do “serviço público”.
 No entanto o Estado provedor que se assumia provedor de
todos serviços públicos para satisfação das necessidades da
colectividade elevou demais as suas funções na economia, os
gastos públicos aumentaram sobremaneira e com a crise do
petróleo vivida nos anos1970/1980 não mais conseguia
responder de forma satisfatória a provisão de serviços básicos,
pois sentiu a necessidade de reduzir os gastos públicos para
manter o equilíbrio orçamental. Aliado a necessidade de
reduzir gastos públicos, começam a tomar conta do cenário
mundial ondas de reformas do Estado e do sector público e a
expansão dos mercados globais que exigiam que o Estado
redimensionasse a sua intervenção na economia. Surge assim
o Estado Neoliberal com um papel pouco interventivo na
economia, reservando assim o papel chave como regulador.
 O Estado passou de uma situação de produtor e
planificador de serviços e bens, para um papel de
regulador, fazendo com que se criassem condições
favoráveis, a que houvesse uma dinamização e
reestruturação interna do sector empresarial. Por
outro lado o fenómeno da globalização ao
aproximar economias com características
diferentes, veio também a aproximar diferentes
concepções de Estado, dos mais intervencionistas
aos mais liberais, o que pressupõe a tendência
para a alteração do seu papel.
 Falar da corrente Neoliberal é falar de um conjunto
de ideias políticas e económicas que defendem a
não participação do Estado na economia. Para
Fontes (s/d), trata-se de uma doutrina que defendia
a liberalização do mercado, pois acreditavam que
liberalizando o mercado estaria garantido o
crescimento e desenvolvimento de um país. Os
defensores do neoliberalismo alegam que esta
liberdade é saudável e que através dela os países
alcançariam uma evolução natural, um caminho
para se chegar a um bem-estar geral.
 A corrente Neoliberal estabelece que o
funcionamento da economia deve ser entregue
ao mercado, pois a intervenção limita a liberdade
individual e impede o desenvolvimento. Os
defensores do neoliberalismo acreditam que este
sistema é capaz de proporcionar o
desenvolvimento económico e social de um país.
Defendem que o neoliberalismo deixa a
economia mais competitiva, proporciona o
desenvolvimento tecnológico e, através da
concorrência, faz os preços e a inflação caírem.
 De acordo com Pereira (2004), os neoliberais
pregavam um Estado mínimo e um governo
forte, mas forte, somente no sentido de
controlar e romper o poder dos sindicatos, de
controlar estritamente a emissão da moeda,
de controlar e diminuir os gastos sociais,
enfim da diminuição significativa da
intervenção do Estado na economia.
 Para Pereira (2004), a corrente neoliberal
preconizava não somente a saída do Estado de
todas actividades produtivas e intervencionistas,
mas também um processo de privatização e da
desregulamentação generalizado. Para os
neoliberais, o processo de privatização se justifica
devido a grande participação do Estado na
economia pré-1980, enquanto a
desregulamentação favorecia a liberdade de
actuação das empresas privadas, estimulando-as
ao investimento e consequentemente o
crescimento económico.
 o neoliberalismo constitui um sistema
extremamente capitalista e de direita.
 também ‘e conhecido como um sistema que
não se preocupa com a área social e estatal
de um país, tendo como preocupação maior
crescimento e tecnológico.
 Com o liberalismo clássico a intervenção do Estado
na economia era nula devido a importância dada a
auto-regulação das forças da procura e da oferta, da
protecção a livre concorrência e a teoria da mão
invisível. Mais tarde com o Estado de bem-estar
social, o Estado torna-se mais interventivo na
economia sendo mesmo o principal agente
económico. Com o neoliberalismo por sua vez, há um
redimensionamento do papel do Estado na economia,
sendo que ele não é um Estado não interventivo, mas
também não é o principal actor económico.

 O Estado passa a actuar nas áreas vitais para
produzir bens e serviços que são essencias a
vida humana, protegendo desse modo os
direitos fundamentais do cidadão. Assim o
Estado volta a intervir na economia com as
seguintes razões:
 Promoção da eficiência e equidade na
redistribuição de recursos: através do sistema fiscal,
e da provisão de serviços essenciais que concorrem
para a satisfação das necessidades colectivas.

 Garantir a estabilidade macroeconómica e


crescimento: criar condições para incentivar o
investimento estrangeiro.

.

 Corrigir as falhas do mercado: através da
provisão dos bens públicos e da correcção das
externalidades. Cowen (2000) adianta que uma das
grandes razões da intervenção pública na actividade
económica, reside no facto da economia de mercado
não estar, à partida, disponível para fornecer bens
públicos nem tratar das externalidades. Perante tal
constatação, o sector público deverá intervir na
economia de mercado para evitar, pelo menos, a
dilatação do âmbito de tais falhas.

Você também pode gostar