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Estruturas do Centro Cirurgico

Enfª Janaína Isquierdo 2017


INTRODUÇÃO

• A unidade de centro cirúrgico destina-se às atividades cirúrgicas e de


recuperação anestésica,
•Sendo considerada área critica no hospital por ser um ambiente onde
se realizam procedimentos de risco e que possui clientes com sistema
de defesa deficiente e maior risco de infecção.
•O profissional que trabalha nessa unidade necessita de habilidade
técnica e conhecimento sobre princípios de limpeza , desinfecção,
esterilização, técnicas de assepsia, manuseio e conservação de
equipamentos e materiais diferenciados.
ESTRUTURA DO CENTRO
CIRÚRGICO (CC)
• A equipe do CC é composta por diversos profissionais:
•anestesistas,
•cirurgiões,
•instrumentador cirúrgico,
•enfermeiro,
•técnico e auxiliar de enfermagem, podendo ou não integrar a equipe o
instrumentador cirúrgico e o auxiliar administrativo.
• Para prevenir a infecção e propiciar conforto e segurança ao paciente e
equipe cirúrgica, a planta física e a dinâmica de funcionamento possuem
características especiais.
•(Atividade com os alunos construção de uma planta física).
•Devido ao seu risco, esta unidade é dividida em áreas:
• NÃO-RESTRITA: as áreas de circulação livre são consideradas áreas não-
restritas e compreendem os vestiários, corredor de entrada para os clientes
e funcionários e sala de espera de acompanhantes. O vestiário, localizado
na entrada do CC, é a área onde todos devem colocar o uniforme privativo:
calça comprida, túnica, gorro, máscara e propés (não se utiliza);

• SEMI-RESTRITAS: nestas áreas pode haver circulação tanto do pessoal


como de equipamentos, sem contudo provocarem interferência nas rotinas
de controle e manutenção da assepsia. Como exemplos temos as salas de
guarda de material e administrativa;

• RESTRITA: o corredor interno, as áreas de escovação das mãos e a sala


de operação (SO) são consideradas áreas restritas dentro do CC; para
evitar infecção operatória, limita-se a circulação de pessoal, equipamentos
e materiais .
LOCALIZAÇÃO

• De preferência, deve estar localizado no


andar mais alto, ao abrigo da contaminação,
da poeira e de ruídos.
COMPOSIÇÃO
•Vestiários masculino e feminino;
•Posto de enfermagem e secretaria;
•Salas de cirurgia;
•Lavabos;
•Sala de anestesia;
•RX e câmara escura;
•Sala de recepção de clientes;
•Sala de recuperação pós-anestésica;
•Expurgo;
•Copa;
•Laboratório e Banco de Sangue;
•Sala de macas;
•Depósito de materiais e equipamentos;
•Farmácia;
•Sala de estar médico;
•Sala de higiene e limpeza.
VESTIÁRIOS FEMININO E
MASCULINO

Incluem-se sanitários,
chuveiros e lavatórios.
• POSTO DE ENFERMAGEM E
SECRETARIA
• Servem para a administração e
burocracia do Centro Cirúrgico.
SALAS CIRÚRGICAS
• A sala de cirurgia ou operação deve ter cantos arredondados para facilitar a
limpeza; as paredes, o piso e as portas devem ser laváveis e de cor neutra
e fosca. O piso, particularmente, deve ser de material condutivo, ou seja, de
proteção contra descarga de eletricidade estática; as tomadas devem
possuir sistema de aterramento para prevenir choque elétrico e estar
situada a 1,5m do piso. As portas devem ter visor e tamanho que permita a
passagem de macas, camas e equipamentos cirúrgicos. As janelas devem
ser de vidro fosco, teladas e fechadas quando houver sistema de ar
condicionado. A iluminação do campo operatório ocorre através do foco
central ou fixo e, quando necessário, também pelo foco móvel auxiliar.
Lavabo
• O lavabo localiza-se em uma área ao lado da SO e é o local onde a equipe
cirúrgica faz a degermação das mãos e antebraços com o uso de
substâncias degermantes antissépicas, com a ação mecânica da
escovação.
• As torneiras do lavabo devem abrir e fechar automaticamente ou através do
uso de pedais, para evitar o contato das mãos já degermadas.

• Acima do lavabo localizam-se os recipientes contendo a soluçã degermante


e um outro, contendo escova esterilizada .
• SALA DE ANESTESIA
• RX E CÂMARA ESCURA
• SALA DE RECEPÇÃO DE PACIENTES
• É um local utilizado para punção de veias
e instalação de soros, administração de
medicações préanestésicas, checagem de
exames, avaliação das condições clinicas
e preparo físico e psicológico do paciente.
EXPURGO E SALA DE
HIGIENE E LIMPEZA
• EXPURGO: o ideal é que cada sala cirúrgica
tenha saída própria para lixo, roupas e materiais
sujos. Os mesmos devem ser entregues ao
expurgo através de janelões. O expurgo deve
estar localizado de forma a evitar cruzamento
com material limpo e esterilizado.
• SALA DE HIGIENE E LIMPEZA: destina-se a
guarda de materiais e máquinas utilizadas na
limpeza do Centro Cirúrgico.
Copa
• A existência de uma copa no Centro
Cirúrgico evita a saída de funcionários e o
uso inadequado de outras salas para
lanches.
• SALA DE MACAS
• DEPÓSITO DE MATERIAIS
• FARMÁCIA
• SALA DE ESTAR MÉDICO
 
MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DA SALA DE
OPERAÇÃO (SO)
• Para que o processo cirúrgico transcorra sem intercorrências e de forma
planejada, as salas cirúrgicas são equipadas com:
• Foco central, negatoscópio, sistema de canalização de ar e gases,
prateleiras (podem estar ou não presentes), mesa cirúrgica manual ou
automática com colchonete de espuma, perneiras metálicas, suporte de
ombros e braços, arco para narcose, coxins e talas para auxiliar no
posicionamento do paciente;
• Para controlar os dados fisiológicos do paciente e evitar complicações
anestésicas, a sala de cirurgia deve ser equipada com esfigmomanômetro,
monitor de eletrocardiograma, material para entubação traqueal,
equipamentos para ventilação e oxigenação, aspirador de secreções,
oxímetro de pulso e outros aparelhos especializados;
• Os equipamentos auxiliares são aqueles que podem ser
movimentados pela sala, de acordo com a necessidade: suporte de
hamper e bacia, mesas auxiliares, bisturi elétrico, foco auxiliar,
banco giratório, escada, estrado, balde inoxidável com rodinhas ou
rodízios, carros ou prateleiras para materiais estéreis, de consumo
e soluções antissépticas;
• Também são necessários diversos pacotes esterilizados contendo
aventais, “opa” (avental com abertura para a frente), luvas de
diferentes tamanhos, campos duplos, campos simples, compressas
grandes e pequenas, gazes, impermeável
• (para forrar a mesa do instrumentador), cúpulas grandes e
pequenas, cuba-rim, bacia, sondas e drenos diversos, cabo com
borracha para aspirador e cabo de bisturi elétrico (pode vir
acondicionado em caixas);
• Outros materiais esterilizados são as caixas de instrumentais, o estojo de material
cortante (pode estar acondicionado dentro da caixa de instrumentais), bandeja de
material para anestesia e fios de sutura de diferentes números e tipos;
• Como materiais complementares: a balança para pesar compressas e gazes, as
soluções antissépticas, esparadrapo, ataduras, pomada anestésica, medicamentos
anestésicos e de emergência, soluções endovenosas do tipo glicosada, fisiológica,
bicarbonato de sódio, solução de álcool hexa-hídrico (Manitol®), de Ringer® e de
Ringer Lactato®.
• Como no CC existem materiais inflamáveis e explosivos, a equipe deve tomar todas
as precauções contra acidentes que possam gerar explosões e incêndio. Para
preveni-los, recomenda-se evitar que alguns agentes anestésicos (óxido nitroso) e
soluções como éter e/ou benzina entrem em contato com descargas elétricas; dar
preferência ao uso de tecidos de algodão ao invés de sintéticos, que acumulam
carga elétrica e testar diariamente todos os equipamentos elétricos, bem como
conferir a aterragem dos aparelhos elétricos através de fio-terra.
VESTUÁRIO NO CENTRO
CIRÚRGICO
•Roupas: Todas as pessoas que estiverem trabalhando no Centro Cirúrgico
devem usar roupas limpas e privativas. Normalmente usam-se calças e
jalecos;
•Máscaras: Deverão ser usadas sempre, quando nas salas de cirurgias, para
minimizar a contaminação por vias aéreas;
•Gorros: Devem cobrir inteiramente os cabelos, de maneira que os fios,
grampos ou partículas de caspa ou poeira não caiam sobre o campo estéril.
Devem ser
•preferencialmente descartáveis, sem fiapos, e semelhantes a tecido;
•Sapatos: Recomenda-se que seja de uso exclusivo em Centro Cirúrgico,
confeccionado em borracha (lavável e antiderrapante).
ORGANIZAÇÃO DO CENTRO
CIRÚRGICO
•EQUIPE CIRÚRGICA

•Compreende-se como equipe cirúrgica o conjunto de profissionais e


ocupacionais que, num processo dinâmico e interativo, prestam assistência
sistematizada e global ao paciente durante sua permanência na unidade de
centro cirúrgico.
• A cada membro da equipe cirúrgica são atribuídas funções específicas,
cabendo a todos a responsabilidade para que o ato operatório seja
desenvolvido com segurança e com o menor risco para o paciente e para a
equipe.
• EQUIPE DE ANESTESIA

• A equipe de anestesia é formada por médicos anestesiologistas,


responsáveis por todo ato anestésico, com as atribuições iniciais de fazer a
avaliação pré-anestésica do paciente, ainda em sua unidade de internação,
e a prescrição da medicação anestésica.
• É também responsabilidade dessa equipe planejar e executar a
anestesia, prevendo com antecedência todos os materiais, equipamentos e
medicamentos necessários, bem como preparar e administrar drogas e
controlar as condições clínicas e anestésicas do paciente durante a
cirurgia.
• EQUIPE CIRÚRGICA

• Médico cirurgião: é o profissional que realiza o procedimento cirúrgico.


Portanto, é responsável pelo planejamento, execução e comando,
mantendo a ordem no campo operatório;

• Médico assistente: é o que auxilia no procedimento cirúrgico, exercendo


atividades delegadas pelo cirurgião. Dependendo do porte desta, pode ser
necessário mais um. Ao primeiro assistente compete auxiliar diretamente o
médico cirurgião e substituí-lo, caso haja necessidade.
Equipe da Enfermagem
• Enfermeiro: responsável pelo planejamento das ações de enfermagem que
serão desenvolvidas no decorrer do procedimento cirúrgico bem como pelo
gerenciamento relativo aos artigos e equipamentos necessários;
• Técnico de enfermagem: auxiliar direto da enfermeira, são-lhes delegadas
também tarefas especiais, como: verificar o funcionamento, a conservação
e a manutenção dos equipamentos necessários ao funcionamento do
centro cirúrgico; responsabilizar-se pelo encaminhamento das peças
cirúrgicas aos laboratórios especializados e controlar os artigos
esterilizados, verificando seus prazos de validade. Pode também exercer as
atividades de instrumentador ou circulante de sala;
• Auxiliar de enfermagem: excuta as atividades de circulante de sala, que
são: atendimento direto das solicitações da equipe médica no decorrer do
ato cirúrgico, posicionamento adequado do paciente, verificação e controle
de todos os equipamentos exigidos pela cirurgia;
• Instrumentador cirúrgico: é o integrante da equipe de enfermagem que se
responsabiliza pelo preparo da mesa e pela provisão de todos os artigos
indispensáveis ao procedimento cirúrgico, fornece instrumentais ao
cirurgião e ao assistente, mantém a mesa em ordem.
PLANEJAMENTO DO ATO
CIRÚRGICO
- O planejamento do ato cirúrgico envolve
dois aspectos importantes:
• O paciente como indivíduo, com direitos e responsabilidades, com
reações e limitações características, associadas aos riscos a que está exposto
no perioperatório;
• Problemas relacionados com incisão cirúrgica e acesso ao órgão ou
estrutura;
• Função do órgão ou da região do corpo envolvidos na cirurgia;
• Efeitos da cirurgia sobre o funcionamento do todo orgânico.
• O conhecimento que o paciente tem da natureza de sua doença, da
terapia e do prognóstico.
• Em função dessa complexidade de fatores, a cirurgia é acompanhada de
um sentimento de ansiedade que necessita ser previsto e detectado pela
equipe que assiste o paciente, no sentido de atenuá-lo. A ansiedade
cirúrgica está relacionada aos receios já conhecidos do paciente e alguns
aspectos que envolvem a cirurgia, tais como:
• O ato operatório em si;
• O desconhecimento dos fatos envolvendo a cirurgia;
• A anestesia;
• A morte;
• A gravidade do achado cirúrgico;
• A modificação da imagem e da auto-imagem.
• O primeiro passo para se reduzir essa ansiedade é criar um clima que
favoreça a expressão pelo paciente de suas dúvidas e apreensões. Caso a
equipe de enfermagem não esteja em condições de responder às
perguntas do paciente, pode encorajá-lo a fazê-las ao cirurgião ou então,
levá-las ao conhecimento deste. É importante também que todo paciente
cirúrgico seja preparado para as sensações que geralmente acompanham
o procedimento.
• Essa preparação pode incluir informações sobre as reações à anestesia, a
duração da cirurgia, o tipo de incisão cirúrgica, o emprego de sondas e
drenos, o tempo de hospitalização, o uso de analgésicos, etc. Antes de
tudo, o paciente precisa ter certeza de que os que o assistem são
profissionais competentes e estão dispostos a fazê-lo de forma eficiente.
Protocolo de Cirurgia Segura:
Cirurgia segura: 4º Passo para a
Segurança do Paciente:

- Para quê seguir o passo “Cirurgia segura”?


•Este passo traz uma estratégia importante para tornar o
procedimento cirúrgico mais seguro e ajudar a equipe de
saúde a reduzir a possibilidade de ocorrência de danos ao
paciente, promovendo a realização do procedimento certo,
no local e paciente corretos.
O que fazer para garantir
uma Cirurgia Segura?
• Comunicação eficaz e adequada entre os membros da equipe;
• Desenvolvimento e utilização de listas de verificação para as
diferentes etapas do processo, para garantia de presença de todos
os itens e realização de todos procedimentos essenciais;
• Solicite uma pausa nas atividades dos profissionais para a
realização de cada etapa da lista de verificação, que deverá ser
feita em voz alta;
• Registre no prontuário que o procedimento de verificação foi
realizado, bem como os nomes dos profissionais que participaram.
Como fazer para garantir uma
Cirurgia Segura?
•  Para garantir a segurança do paciente, a
Organização Mundial da Saúde (OMS)
recomenda que a instituição implemente a
lista de verificação, separada em três
fases:
1) Checar imediatamente antes (sign in – realizado antes da
indução anestésica);

• Confirmação do paciente: identificação do paciente, do local da cirurgia, do


procedimento a ser realizado e preenchimento do consentimento informado;
• Marcação do local da intervenção cirúrgica pelo profissional que irá realizar o
procedimento e/ou pelo paciente;
• Realização dos procedimentos de segurança para anestesia, pelo
anestesista, como a conferência do equipamento de anestesia;
• Monitoramento de oximetria;
• Verificação de alergias;
• Verificação das dificuldades de ventilação ou risco de aspiração;
• Avaliação de possíveis perdas sanguíneas ou risco de aspiração;
2) Checar antes (time out – realizado antes da incisão
na pele)

• Confirmação de todos os membros que compõem a equipe, apresentando-


se pelo nome e função;
• Confirmação do paciente, local da cirurgia e tipo de procedimento;
• Verificação pelo cirurgião dos pontos críticos da cirurgia, duração do
procedimento e perdas sanguíneas;
• Verificação pelo anestesista dos pontos críticos da anestesia;
• Verificação pela enfermagem dos pontos críticos da assistência, como
indicadores de esterilização e equipamentos necessários para a cirurgia;
• Realização de antibioticoterapia profilática;
• Verificação da necessidade de equipamentos radiográficos.
3) Checar depois (sign out – realizado antes de o
paciente sair da sala de cirurgia):

• Confirmação do procedimento realizado;


• Conferência dos instrumentais, compressas e agulhas;
• Conferência, identificação e armazenamento correto de
material para biópsia;
• Anotação e encaminhamento de problemas com algum
equipamento;
• Cuidados necessários na recuperação anestésica.
O que lembrar?
• Os serviços devem elaborar suas listas específicas, dependendo da
complexidade dos procedimentos que são realizados;
•  A marcação cirúrgica deve ser realizada em todos os casos que envolvam
lateralidade (direito/ esquerdo), múltiplas estruturas (dedos das mãos/pés,
lesões) ou múltiplos níveis (coluna vertebral). Deve ser clara, devendo ser
visível mesmo após o paciente preparado e coberto. E deve ser estimulado
a participação do paciente na marcação do local da intervenção cirúrgica;
• Em caso de recusa do paciente em demarcar determinada região, ou o
paciente não estiver orientado, a instituição deverá adotar mecanismos que
assegurem o local correto, a intervenção correta e o paciente correto.
Referência Bibliográfica:
• Conselho Regional de Enfermagem do
Estado de São Paulo (COREN-SP). 10
Passos para a segurança do paciente.
São Paulo, SP: COREN-SP; 2010.
PERÍODO TRANS-
OPERATÓRIO
•O período trans-operatório compreende o momento de recepção do paciente
no CC e o intra-operatório realizado na SO. Nesse período, as ações de
enfermagem devem assegurar a integridade física do paciente, tanto pelas
agressões do ato cirúrgico como pelos riscos que o ambiente do CC oferece
ao mesmo, já submetido a um estresse físico e exposição dos órgãos e tecidos
ao meio externo; daí a importância do uso de técnicas assépticas rigorosas.
Potencial Cirúrgico
• LIMPAS
• POTENCIALMENTE CONTAMINADAS
• CONTAMINADAS
• INFECTADAS

• 20 minutos
 
CLASSIFICAÇÃO DA CIRURGIA POR POTENCIAL DE
CONTAMINAÇÃO

• O número de microrganismos presentes no tecido a ser operado determinará o


potencial de contaminação da ferida cirúrgica. De acordo com a Portaria nº 2.616/98,
de 12/5/98, do Ministério da Saúde, as cirurgias são classificadas em:
• LIMPAS: realizadas em tecidos estéreis ou de fácil descontaminação, na ausência de
processo infeccioso local, sem penetração nos tratos digestório, respiratório ou
urinário, em condições ideais de sala de cirurgia. Exemplo: cirurgia de ovário.
• POTENCIALMENTE CONTAMINADAS: realizadas em tecidos de difícil
descontaminação, na ausência de supuração local, com penetração nos tratos
digestório, respiratório ou urinário sem contaminação significativa. Exemplo: redução
de fratura exposta.
• CONTAMINADAS: realizadas em tecidos recentemente traumatizados e abertos, de
difícil descontaminação, com processo inflamatório mas sem supuração. Exemplo:
apendicite supurada;
• INFECTADAS: realizadas em tecido com supuração local, tecido necrótico, feridas
traumáticas sujas. Exemplo: cirurgia do reto e ânus com pus.
Função Circulante :
• Montagem da Sala Cirúgica:
O auxiliar/técnico de enfermagem desempenha a função de circulante da sala cirúrgica.
Ao receber o plantão, o circulante da sala deve:
• Lavar as mãos;
• Antes de equipar a sala, limpar os equipamentos com álcool etílico a 70% ou outro
desinfetante recomendado, deixando-os prontos para a recepção do paciente e
equipe cirúrgica;
• Ler o aviso de cirurgia;
• Verificar os materiais, aparelhos ou solicitações especiais à mesma;
• Verificar o pedido de sangue e sua disponibilidade;
• Observar se o lavabo está equipado para uso e lavar as mãos;
• Testar o funcionamento dos aparelhos sob sua responsabilidade,
verificando suas perfeitas condições de uso;
• Revisar o material esterilizado e providenciar os materiais específicos em
quantidade suficiente para a cirurgia, dispondo-os de forma a facilitar o uso;
• Com o anestesista, checar a necessidade de material para o carrinho de
anestesia;
• Preparar a infusão endovenosa e a bandeja de antissepsia;
• Retirar as fitas adesivas dos pacotes de aventais, campos, luvas e a caixa
de instrumentais e distribuí-los nos respectivos lugares;
• Quando do processo de abertura do pacote, tomar o cuidado de manusear
somente a parte externa do campo, para evitar contaminar sua parte
interna.
Em Relação ao Paciente:
• As funções da equipe de enfermagem, nesta fase, começam com a
recepção do paciente no Centro Cirúrgico, abrangendo as seguintes
medidas:
• Atender ao paciente com cordialidade, transmitindo-lhe tranqüilidade e
confiança, proporcionar-lhe privacidade física e conforto.;
• Confirmação dos dados de identificação do paciente, chamando-o pelo
nome, checando a pulseira de identificação e da cirurgia;
• Checagem do preparo pré-operatório: verificar se o prontuário está
completo, se os cuidados pré-operatórios foram realizados, se há
anotações sobre problemas alérgicos e condições físicas e emocionais;
• Verificar administração de medicação pré-anestésica.
• A medicação pré-anestésica é parte integrante da anestesia tanto geral
como regional. Tem como finalidades:
• Diminuir a apreensão, o medo, a sensibilidade dolorosa e a irritabilidade
reflexa;
• Inibir o excesso de produção de secreções;
• Fazer baixar o metabolismo basal, para reduzir as doses de anestésicos.
• Esses medicamentos são prescritos de
• maneira individualizada para satisfazer as necessidades de cada paciente,
sendo sempre administrados por via IM, 45 a 60 minutos antes do inicio da
anestesia.
NA SALA DE OPERAÇÃO
•Transportar o paciente em maca, sempre com as grades levantadas para
evitar quedas acidentais até a sala de cirurgia;
•Transferir o paciente da maca para a mesa cirúrgica, tendo-se o cuidado de
posicionar corretamente os frascos de solução, drenos e sondas, caso
existam;
•Ao posicionar o suporte de braço (para a infusão endovenosa) sob o
colchonete da mesa cirúrgica, deve-se ter o cuidado de colocar o braço do
paciente num ângulo inferior a 90° em relação ao corpo, para evitar dores
musculares e articulares no pós-operatório.
 
TÉCNICA DE
PARAMENTAÇÃO
• Ajudar os integrantes da equipe cirúrgica a se paramentarem;
• O circulante deve posicionar-se de frente para as costas do membro da
equipe que está se paramentando, introduzir as mãos nas mangas, pela
parte interna do avental e puxar até que os punhos cheguem nos pulsos;
• Amarrar as tiras ou amarrilhos do decote do avental, receber os cintos pela
ponta e amarrar; posteriormente, apresentar as luvas.
• Abrir o pacote com o impermeável sobre a mesa do instrumentador e a
caixa de instrumentais sobre a mesa auxiliar, fornecer ao instrumentador os
materiais esterilizados (gaze, compressas, fios, cúpulas, etc.);
• Oferecer ao cirurgião a bandeja de material para antissepsia;
• Auxiliar o anestesista a ajustar o arco de narcose e o suporte de soro de
cada lado da mesa cirúrgica, fixar as pontas dos campos esterilizados,
recebidos do assistente, no arco e suportes, formando uma tenda de
separação entre o campo operatório e o anestesista;
• Aproximar da equipe cirúrgica o hamper coberto com campo esterilizado e o balde
de lixo;
• Conectar a extremidade de borracha recebida do assistente ou instrumentador ao
aspirador, e ligá-lo;
• Se for utilizado o bisturi elétrico, faz-se necessário aplicar gel condutor na placa
neutra, para neutralizar a carga elétrica quando do contato da mesma com o corpo
do paciente, conforme orientação do fabricante. Colocar a placa neutra sob a
panturrilha ou outra região de grande massa muscular, evitando áreas que dificultem
o seu contato com o corpo do paciente, como saliências ósseas, pele escarificada,
áreas de grande pilosidade, pele úmida;
• Jamais se deve deixar nenhuma parte do corpo do paciente em contato com a
superfície metálica da mesa cirúrgica, pois isto, além de desconfortável, pode
ocasionar queimaduras devido ao uso do bisturi elétrico;
• Quando não for mais utilizado material estéril dos pacotes, os mesmos devem estar
sempre cobertos para possibilitar o seu eventual uso durante a cirurgia, com
segurança;
• Prover necessidades: fios, gases, compressas, soro e outros;
• Executar anotações na papeleta: horário de início e fim da cirurgia,
operação realizada, nomes do cirurgião, do assistente, do instrumentador,
do circulante de sala, tipo de anestesia, estado geral do paciente, soro,
sangue e outros medicamentos não anestésicos utilizados, intercorrências,
peças cirúrgicas, curativo, existência de drenos, sondas e outros;
• Receber peça cirúrgica para exame anatomopatológico: identificá-lo com o
nome do paciente e o número do registro hospitalar, juntar ao pedido de
exame e colocá-lo em frasco limpo, com solução de formol a 10%.
No transcorrer da cirurgia, alguns cuidados se fazem
necessários, dentre eles:
• Ajustar o foco de luz sempre que solicitado, de forma a proporcionar
iluminação adequada no campo cirúrgico, sem projeção de sombras e
reflexos;
• Observar o gotejamento dos soros e sangue, líquidos drenados e sinais de
intercorrências;
• Controlar a quantidade e peso das compressas cirúrgicas e gazes, para
evitar esquecimento acidental desses materiais no campo operatório;
• Avaliar a perda sangüínea e de líquidos pelas sondas e do sangue aspirado
no frasco do aspirador;
A equipe de cirurgia deve:
• Cuidar para não contaminar nenhum dos materiais estéreis, e as pessoas fora de
campo não devem aproximar-se do mesmo;
• Seguir técnicas assépticas rígidas durante todo o procedimento cirúrgico;
• Se houver dúvida quanto à esterilidade de um artigo, este deve ser considerado
contaminado;
• As pessoas já paramentadas ao saírem de sala perdem sua condição de estéreis e
para retornar devem escovar-se e paramentar-se novamente;
• Após paramentada, apenas parte do corpo da pessoa é considerada estéril: da parte
anterior da cintura até a área dos ombros; antebraço e luvas. Portanto, as mãos
enluvadas devem permanecer em frente e acima da cintura;
• Para fornecer material estéril ao campo operatório, os braços do circulante não
devem se estender sobre a área estéril;
• Aquilo que for considerado estéril para uma paciente não pode ser usado para outra
paciente;
• Quanto à colocação de campos, os mesmos não devem ter furos ou rasgos, devem
ser colocados a uma margem bem maior do que a área usada para a cirurgia e
somente é considerada estéril a parte superior do paciente ou da mesa envolvida, as
partes laterais são consideradas contaminadas.
 
AO FINAL DA CIRURGIA :
• Ficar do lado do paciente até que ele seja transportado para a recuperação pós-
anestésica ou unidade cirúrgica, o mesmo não pode ser deixado sozinho devido ao
risco de quedas acidentais ou intercorrências pós-cirúrgicas;
• Desligar o foco e aparelhos;
• Remover os campos, pinças e outros materiais;
• Antes de providenciar a limpeza da sala cirúrgica, o circulante deve separar a roupa
usada na cirurgia e encaminhá-la ao expurgo após verificar se não há instrumentais
misturados;
• Os materiais de vidro, borracha, cortantes, instrumentais e outros devem ser
separados e encaminhados para limpeza e esterilização, ou jogados no saco de lixo,
encaminhando-os, lacrados, para o devido setor, sempre respeitando-se as medidas
de prevenção de acidentes com perfuro-cortantes;
• Com relação a impressos, ampolas ou frascos vazios de medicamentos controlados,
os mesmos devem ser encaminhados para os setores determinados;
• Lavar as mãos;
• Montar a sala para a próxima cirurgia.
Rembrandt
“A dúvida é o princípio da
sabedoria”.
Aristóteles

Obrigada!!!!

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