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A autora

Alice Vieira
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• Para conheceres a sua vida e a sua obra, consulta: 

"Viagem à roda do nome Alice";


• «Alice Vieira», in Editorial Caminho; 

• «Alice Vieira», in página da DGLAB; 

• «Alice Vieira», in Wikipédia; 

• «Alice Vieira», perfil no Facebook; 

• «Autor do Mês: Alice Vieira», in Biblioteca Pública de Évora.

• «Alice Vieira», in Casa da Leitura, da Fundação Calouste Gulbenkian. – doc. de 28 págs. em

formato .pdf; aqui podes encontrar: «A escrita é a minha profissão» - entrevista com Maria
Leonor Nunes; «Alice Vieira» - entrevista com Catarina Pires; «Trinta anos de livros e
leituras» por Ana Margarida Ramos ; «Obras de Alice Vieira [bibliografia]» - por Rui
Marques Veloso.
O livro
Resumo(s) da ação

• «Um rei bondoso, duas filhas más, uma filha boa e um bobo fiel. É assim o reino de Helíria!

• Tudo está em paz até ao dia em que o Rei tem um sonho muito estranho que o leva a crer que está na
altura de abandonar o trono.

• Como não tem filho varão decide entregar o reino à filha que mais o amar. Para isso, cada uma deve
exprimir, por palavras, os seus sentimentos.

• Amarílis e Hortênsia fazem um lindo discurso comparando o seu amor ao Sol, ao ar e a todos os elementos
vitais.

• Violeta, a filha mais nova, não encontra outra comparação senão a de que quer ao pai tanto como a comida
quer ao sal.

• O Rei não entende esta medida de amor e, furioso, expulsa a filha, para sempre, e entrega metade do reino
a cada uma das outras filhas.

• Mais tarde, as filhas más acabam por expulsar o pai, que caminha durante anos com o seu bobo fiel por
terras desconhecidas.

• Já velho, cansado e cego, encontra, sem saber, o reino de sua filha Violeta. Esta serve-lhe um manjar de
comida sem sal.

• O pai compreende, então, a falta de um bem tão essencial e pede perdão a Violeta por não ter percebido
que ela era a única filha honesta e que realmente o amava.»
Fontes de inspiração
• Pelo menos, duas histórias terão servido de inspiração ao texto
dramático de Alice Vieira:
• O Sal e a Água

• Um conto tradicional.

• In: Contos tradicionais portugueses do povo português - recolha


por Teófilo Braga, 1.ª ed. – Porto, 1860; com várias reedições
nos nossos dias.
Uma das mais famosas tragédias:

O rei Lear, de William Shakespeare

Edição recente em língua portuguesa:


O rei Lear, de William Shakespeare.
Análise da obra
O título «Leandro, rei da Helíria» cria a expectativa de a história ser sobre...
uma personagem principal, chamada... Leandro (o nome surge em primeiro
lugar) e que é... rei de uma terra chamada... Helíria.
Portanto, uma personagem masculina e o seu poder sobre um certo
território serão provavelmente aspetos importantes: «Deste o reino, deste o
manto, / deste o cetro, deste a coroa / às filhas do teu encanto [...]» (p. 69).
Como sabemos, trata-se de uma herança e uma questão de poder: Quem
sucederá a Leandro no seu trono?
Quem reinará em Helíria?
Estrutura externa da peça. Cena 1
Cena 2
Cena 3
Cena 4
Cena 5
A peça divide-se em dois atos Cena 6
Cena 7
Cena 8
(quando o cenário muda, assistimos ATO 1
Cena 9
Cena 10

então ao 2.º ato); TEXTO


DRAMÁTICO 
TOTAL
Cena 11

cada ato tem onze cenas (sempre


que uma personagem sai ou entra
em cena/palco demarca-se uma Cena 1
Cena 2
Cena 3
cena). Cena 4
Cena 5
Cena 6
Cena 7
Cena 8
Podemos esquematizar a sua ATO 2
Cena 9
Cena 10
Cena 11
estrutura deste modo:
• O texto principal são as falas das personagens, i.e., o modo de expressão
dominante é o diálogo - por exemplo:

• PRÍNCIPE FELIZARDO: E o que é que a gente faz com um coração?

• PRÍNCIPE SIMPLÍCIO: Tiraste-me as palavras da boca!


Existe ainda um texto secundário constituído pelas indicações do autor ou didascálicas destinadas aos atores e a
todos os técnicos que contribuem para a encenação da peça. Essas indicações cénicas surgem entre parênteses e em
itálico – vejamos vários exemplos:

Elementos envolvidos na representação Didascálicas


do texto

Cenarista (No jardim do palácio real de Helíria. Rei Leandro passeia com o Bobo)

Aderecista (Preparativos para a festa, os criados passam com grandes travessas, cestos, barris,
etc. ... Cantam)     
Luminotécnico (Aqui a cena fica suspensa, e a luz centra-se apenas no bobo, que fala para os
espetadores na plateia)    
(A luz regressa à gruta)     
Sonoplasta (Tocam as trombetas)     
Atores BOBO (gritando de repente, depois de olhar muito para Violeta): É ela! É ela! Eu bem
sabia que já tinha visto aquela cara! É ela! É Violeta!     (p. 103)
(Simplício encolhe os ombros); (Simplício diz que não com a cabeça, o outro fica mais
sossegado)     
Apresentação das principais personagens (sua caraterização)

O rei Leandro

É rei do reino de Helíria.


Sente-se velho demais para continuar a reinar.
Está atormentado com um sonho que interpreta como
sendo uma mensagem dos deuses.
Tem no Bobo um amigo, mas não lhe dá o devido valor.
O seu maior tesouro são as filhas, principalmente a mais
nova, Violeta.
É impulsivo ao questionar as filhas e a julgar as suas
respostas: demonstra ser cruel com Violeta por esta o
desapontar com a sua medida de amor.
O Bobo
Clique no ícone para
É uma personagem divertida que dá humor à ação.
adicionar uma imagem
Ao longo da peça, para além da sua função cómica,
o Bobo assume também o papel de comentador e de
crítico (por vezes, é irónico e muitas vezes os seus
apartes expõem ou dão a conhecer melhor as pessoas
que rodeiam o rei).
Revela ser inteligente e ponderado.
Apercebe-se bem do carácter das princesas.
Não abandona o Rei apesar da sua desgraça e é ele
quem, anos mais tarde, o guia até Violeta.
Estabelece uma relação forte com o público através
dos apartes e monólogos proferidos.
Amarílis

Clique no ícone para adicionar uma imagem É uma princesa, a filha mais velha do
rei Leandro da Helíria.
De acordo com a simbologia do seu
nome de flor, a traição, diz o povo que é
uma mulher artificiosa, enganadora e
interesseira.

Não se preocupa com a superficialidade


do noivo.
É falsa, ingrata e oportunista:
na primeira oportunidade expulsa
o próprio pai do seu reino.
Clique no ícone para adicionar uma imagem

Hortênsia
É uma princesa, a filha do meio do rei Leandro.
De acordo com a simbologia do seu nome de flor, a
vaidade, diz o povo que as Hortênsias são mulheres
caprichosas e inconstantes.
É falsa e interesseira, como a irmã mais velha:
também ela não se sente culpada ou com remorsos por
expulsar o pai do seu reino.
Não se incomoda com a falta de personalidade do
noivo.
Entra em competição com a irmã Amarílis.
Violeta

É uma princesa, a filha mais nova do rei Leandro da


Helíria e a sua preferida.
É uma filha preocupada, a amorosa e bondosa:
preocupa-se com o bem-estar do pai e de todos.
Simbolicamente a Violeta representa a modéstia. De
facto, é a simplicidade de Violeta que vai provocar a
ira do pai e a sua expulsão de casa.
Sente um amor verdadeiro e desinteressado pelo
príncipe Reginaldo.
Apesar de ter sido incompreendida e expulsa do
reino pelo pai, não lhe guarda rancor e perdoa-lhe
todo o mal que lhe fez.
O Príncipe Felizardo

É o pretendente e futuro marido de Amarílis.


Novo-rico, e muito materialista – acha que o valor
das pessoas se mede por aquilo que elas possuem –,
é vaidoso, convencido, altivo, grosseiro, gabarola.
Sendo também interesseiro, não espanta que não dê
importância ao amor no casamento entre duas
pessoas.
Desculpa as suas atitudes com as ordens de
Amarílis.
O Príncipe Simplício

É o pretendente e futuro marido de Hortênsia.


Vive na sombra de Felizardo, apoiando-o
incondicionalmente, e revela uma fraca personalidade.

Tem um vocabulário reduzido e por isso apenas profere,


ao longo de toda a peça, uma única frase: «Tiraste-me
as palavras da boca.».
Príncipe Reginaldo

É o pretendente e futuro marido de Violeta.


Ama-a de verdade verdadeiramente e sente-se
feliz por ser correspondido pelo amor igualmente
desinteressado de Violeta.

Enfrenta o rei quando este expulsa do reino a filha


mais nova, Violeta.
É terno, apaixonado, bondoso e generoso, e apoia
Violeta nas suas decisões.
Pastor, Godofredo Segismundo

É perspicaz e detentor de sabedoria


popular.

É uma pessoa feliz na sua humildade e


no seu casamento com Briolanja.

Encaminha o rei para o palácio de


Violeta, permitindo um final feliz.

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