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Noções de Inteligência e

Contra-Inteligência

Prof. Heron Duarte


Ex-Analista de Informações da ABIN
temas globais
Narcotráfico,
as questões ambientais
direitos humanos
movimentos ecológicos
organizações criminosas - terroristas,
sobretudo aqueles com base no
fundamentalismo islâmico.
Há problemas estratégicos em comum
(temas globais) como
o terrorismo,
o comércio ilegal de componentes
radiológicos e nucleares e
o tráfico transnacional de drogas e de
armas.
Declaração sobre Segurança nas
Américas,na OEA
Inclui novas ameaças e desafios à
segurança continental - pobreza extrema
como fator de instabilidade, tráfico de
seres humanos e ataques à segurança
cibernética.
Três grandes problemas estratégicos na
América do Sul

a) a instabilidade venezuelana,
b) o conflito colombiano e
c) a ascensão dos movimentos políticos
indígenas nos países andinos.
Entre as medidas fundamentais para a
garantia da segurança, encontra-se a
manutenção de um sistema de
Inteligência eficiente e eficaz, capaz de
assessorar o processo decisório e garantir
a preservação do Estado e da sociedade
contra ameaças reais ou potenciais.
Democracia nenhuma pode prescindir
disso.
Conciliar a tensão entre o segredo na
atividade de Inteligência e a transparência
das atividades estatais
Garantir que os órgãos de Inteligência
desenvolvam suas atividades dentro
princípios democráticos
A maneira como a sociedade lida com
transparência x secretismo indica o grau
de desenvolvimento da democracia.
Termos
Controle (control) = gerenciamento da
Administração, responsabilidade do Poder
Executivo.
Fiscalização (oversight) = O Legislativo
fiscaliza se o Executivo atua legalmente.
Prestação de contas (accountability).
Um problema...
Os serviços de Inteligência são aceitos e
reconhecidos como fundamentais em
países democráticos, mas são muito
malvistos em sociedades que passaram
recentemente por períodos autoritários.
Inteligência compreende informação, atividades e
organizações.
Informação relevante para se formular e
implementar políticas voltadas aos interesses de
segurança nacional e lidar com as ameaças –
atuais ou potenciais – a esses interesses.
A Inteligência compreende a coleta e a análise de
informações e inclui atividades destinadas a
conter as ações de Inteligência adversas.
Conforme a Lei nº 9.883, de 1999, art. 2º

Inteligência é “a atividade que objetiva a


obtenção,análise e disseminação de
conhecimentos, dentro e fora do território
nacional, sobre fatos e situações de
imediata ou potencial influência sobre o
processo decisório e a ação
governamental e sobre a salvaguarda e a
segurança da sociedade e do Estado”.
(art. 3º)
Contra-Inteligência, é a atividade voltada à
“neutralização da Inteligência adversa”– a
qual pode ser tanto de governos como de
organizações privadas.
Envolve diversas áreas, que vão da
inteligência militar, inteligência policial,
inteligência estratégica, inteligência
financeira, e inteligência empresarial ou
competitiva.
A atividade de Inteligência e o
direito internacional
Não há objeções ao pleno emprego da
atividade de Inteligência em tempo de
guerra entre os Estados beligerantes.
A IV Convenção de Haia e o I Protocolo
Adicional às Convenções de Genebra
garantem aos espiões o status de
prisioneiro de guerra quando capturados
portando uniforme militar ou quando não
houverem utilizado métodos considerados
“deliberadamente clandestinos ou
pretextos falaciosos”.
O Direito Internacional separa os meios
empregados pela atividade operacional de
campo dos demais empregados nos
segmentos Inteligência e Contra-
Inteligência.
Inteligência de sinais (Sigint) e a Inteligência
de imagens (Imint) são consideradas
lícitas, assim como a interceptação de
telecomunicações estrangeiras baseada
em território pátrio.
No campo da Inteligência de fontes
humanas (Humint), destacar busca de
informações por elementos humanos de
outras atividades da área.
Durante a Guerra Fria a atividade de
espionagem teve um importante papel ao
revelar e conter atos agressivos entre as
duas superpotências sem conduzir a uma
guerra aberta.
Os governos devem utilizar todas as armas
disponíveis, resguardando os direitos
individuais dos cidadãos, para combater
os desafios à sociedade internacional
Não são lícitas no plano internacional :
sabotagem, assassinato, desestabilização
de regimes políticos, fomento e auxílio de
rebeliões, auxilio a grupos separatistas e
até financiamento ou treinamento de
grupos terroristas.
Carta das Nações Unidas, artigo 2

“Todos os Membros deverão evitar em suas


relações internacionais a ameaça ou o
uso da força contra a integridade territorial
ou a independência política de qualquer
Estado, ou qualquer outra ação
incompatível com os Propósitos das
Nações Unidas”.
ÉTICA

O principal elemento com que o profissional de


Inteligência deve lidar é o sigilo. CF, art. 5º,
inciso XXXIII:
A segurança do Estado e da sociedade é o valor
que legitima a existência de informações
sigilosas.
O princípio que norteia a atividade de Inteligência
é o sigilo, para segurança do Estado e da
sociedade, justificando-se juridicamente o uso
de técnicas e meios sigilosos para a produção e
a salvaguarda de conhecimentos.
Dilemas:

1. Os conflitos entre interesses públicos: Os


direitos e garantias individuais de
liberdade de expressão, privacidade e
intimidade representam interesses
públicos primários; já o princípio do sigilo
pode representar interesses públicos ora
primários, ora secundários, conforme se
dirija para a segurança da sociedade ou
do Estado.
2. Liberdade de expressão e do direito à
informação: Quando há necessidade de
sigilo sobre uma informação e particulares
têm interesse no seu acesso, ou em
divulgá-la (liberdade de imprensa).
O servidor tem o dever ético de
garantir o pleno exercício das liberdades
individuais, mas, como agente de
inteligência, tem o dever ético de
preservar a segurança do Estado e da
sociedade, salvaguardando a informação
de modo a mantê-la sob sigilo.
Princípios básicos da atividade de
Inteligência

1.Segurança
Em todas as fases de sua produção, a informação
deve ser protegida
2.Clareza
A informação deve ser expressa de forma a ser
imediata e completamente compreendida pelos
usuários.
3. Amplitude
A informação produzida sobre fato, tema ou
situação deve ser a mais ampla possível –
porém sintética – a fim de facilitar seu
entendimento.
4. Imparcialidade
A informação difundida deve ser pertinente e
isenta de idéias preconcebidas, subjetivismos e
outras influências que gerem distorções em sua
interpretação.
5. Objetividade
A informação deve ser produzida de modo a
atender objetivos definidos, a fim de minimizar
custos e riscos desnecessários.
6. Oportunidade
A informação deve ser produzida dentro de prazos
que assegurem sua utilização completa e
adequada.
7. Utilidade
A informação produzida por um OI, de qualquer
natureza, tem de ser útil e deve ser
transformada em ação. Não existe a informação
pela informação.
8. Exclusividade
A informação deve ser exclusiva. Um assunto,
mesmo conhecido, pode ser abordado sob
vários ângulos: seja em razão de uma fonte
exclusiva, seja pela relação com outro tema
ainda não abordado, perspectiva de assunto ou
cenário em andamento. Fornecer à autoridade
algo de novo é o objetivo. Senão, o
conhecimento oriundo de um OI perde a razão
de ser.
9. CONVICÇÃO
AS INFORMAÇÕES PRODUZIDAS POR
UM OI “EXPRESSAM A CONVICÇÃO DO
ÓRGÃO QUE A PRODUZIU”.
Concluindo
Informação de Inteligência: é o
conhecimento integrado, sigiloso, obtido
por intermédio de metodologia específica,
resultante da coleta ou busca,
processamento e análise de todas as
informações obtidas pertinentes a
determinado assunto.
FIM
OBRIGADO!

Duvidas?
alunosdoheron@yahoogrupos.com.br

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