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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

NÚCLEO DE DESENVOLVIMENTO AMAZÔNICO EM ENGENHARIA


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INFRAESTRUTURA E DESENVOLVIMENTO ENERGÉTICO
 

CARACTERIZAÇÃO DOS REJEITOS DE MINERAÇÃO DE


FERRO, COMO MATERIAL ALTERNATIVO NA CONSTRUÇAO
CIVIL
__________________________________________
THIAGO NERES DE ALENCAR
ORIENTADOR: Prof. Dr. Wassim Raja el Banna

Tucuruí
2020
Estrutura Da Apresentação

• Objetivos

• Justificativa

• Revisão Bibliográfica

• Metodologia Científica

• Cronograma
Objetivos

• Objetivo Geral
Avaliar se o rejeito de minério de ferro na região dos Carajás, possui potencial como matéria-
prima na construção civil.

• Objetivos Específicos
• Caracterizar o rejeito proveniente da extração do minério de ferro, do ponto de vista físico,
químico, mineralógico e morfológico;

• Estudar a aplicabilidade do rejeito do minério de ferro, em substituição ao cimento Portland,


na confecção de argamassas com diferentes percentuais de substituição, e avaliar a
influência do rejeito na resistência destas matrizes no estado endurecido.
Justificativa

• Diminuição dos impactos ambientais gerados pelas industrias de


Mineração e Construção Civil;

• Sustentabilidade;

• Agregar valor ao resíduo de minério de ferro;

• Potencial do estado do Pará na pesquisa e reutilização deste rejeito,


devido a grande exploração na região.
Justificativa
Substância Quantidade Contido Teor Médio
Ferro 585.337.085 t 318.587.105 t 54,43 % Fe

• Potencial do estado Minas Gerais 406.877.966 t 204.829.783 t 50,34 % Fe


Pará 168.495.286 t 110.293.917 t 65,46 % Fe
do Pará na Mato Grosso
do Sul 5.020.295 t 3.094.736 t 61,64 % Fe
pesquisa e São Paulo 4.850.498 t 317.663 t 6,55 % Fe
Maranhão 45.237 t 20.356 t 45,00 % Fe
reutilização deste
Bahia 36.459 t 23.510 t 64,48 % Fe
rejeito, devido a Amazonas 5.913 t 4.139 t 70,00 % Fe
Ceará 3.613 t 2.230 t 61,71 % Fe
grande exploração Rio Grande
do Norte 1.818 t 771 t 42,42 % Fe
na região.
Quadro 1 – Produção Bruta-2017
Fonte: Adaptado do Anuário Mineral Brasileiro de 2018
Revisão Bibliográfica
• Minério de Ferro

Segundo (Carvalho et al, 2014):


• O ferro é o quarto elemento
mais abundante da crosta
terrestre;
• Os dois minerais mais
importantes em relação à
extração de ferro são a
magnetita e hematita.
Quadro 2 - Fórmula química e conteúdo teórico de ferro (em %) dos
principais minerais portadores de ferro
Fonte: Adaptado Carvalho (2014)
Revisão Bibliográfica

• Rejeito de Minério de Ferro


• O minério de ferro é composto, tanto de minerais com altos teores de oxido
de ferro, que apresentam valor econômico agregado, quanto de outros
minerais, que não apresentam valor econômico para a mineração de ferro
(WOLFF, 2009);

• Os minerais de ferro, quando processados com objetivo de aumentar o teor


de ferro contido no produto final, podem gerar rejeitos que contêm diferentes
minerais em sua composição (WOLFF, 2009).
Revisão Bibliográfica

• Rejeito de Minério
de Ferro
• Normalmente, os minerais
associados aos rejeitos da
mineração de ferro são
caulinita, gibbsita,
goethita, hematita,
magnetita e quartzo
(WOLFF, 2009). Figura 1- Composição química dos minerais normalmente encontrados em rejeitos da
mineração de ferro.
Fonte: (MACHADO et al., 2003)
Revisão Bibliográfica
• Rejeito de Minério de Ferro
De acordo com (SILVA, VIANA, CAVALCANTE, 2011). Na atividade de
mineração são gerados grandes volumes de dois tipos de resíduos, os estéreis e
os rejeitos.
• Estéreis
Materiais que escavados e movimentados durante as atividades de extração ou
no decapeamento e lavra da mina, não possuindo valor econômico e ficando
geralmente dispostos em pilhas.
• Rejeitos
São resíduos resultantes dos processos de beneficiamento, sob a forma de polpa
ou lama, ou seja, mistura sólido – água, que são dispostos em reservatórios,
conhecidos como barragens de contenção.
Revisão Bibliográfica
• Rejeito de Minério
de Ferro

Figura 2 - Principais destinos de rejeitos dentro da mineração no estado de Minas Gerais.


Fonte: Inventário de Resíduos Sólidos da Mineração (2018)
Revisão Bibliográfica
• Rejeito de Minério de Ferro
• O despejo de resíduos requer monitoramento constante para a estabilidade
geotécnica e podem conter elementos químicos nocivos, que podem ser
libertados para o ambiente, significando um sério problema do ponto de
vista ambiental (SILVA, 2007).

• Araújo (2006) menciona que as características químicas dos rejeitos variam


de acordo com o mineral de interesse e as substâncias químicas envolvidas
no processo de extração dos metais.
Revisão Bibliográfica
• Rejeito de
Minério de
Ferro

Figura 3 - Composições químicas de diferentes amostras de rejeito de minério de ferro.


Fonte: Bezerra (2017)
Revisão Bibliográfica
• Rejeito de Minério de Ferro
• Segundo Gomes (2009), os produtos e os rejeitos de minério de ferro não são
definidos apenas pelos teores mínimos de ferro (Fe) e máximos das impurezas
(SiO2, Al2O3, PO4, perda ao fogo (PPC), etc.), mas também por classes de frações
granulométricas rigidamente controladas.

• Conforme a natureza do minério e a forma como o beneficiamento é realizado, o


rejeito pode assumir o aspecto de material arenoso não plástico, que são
chamados rejeitos granulares, ou de material de granulometria fina e alta
plasticidade, conhecidas como as lamas (ARAÚJO,2006).
Revisão Bibliográfica
Reaproveitamento do Rejeito de Minério de Ferro como
material na construção civil
Shettima et al (2016) analisaram um concreto produzido com diferentes
percentuais de rejeito de minério de ferro, em substituição à areia. Os
resultados mostraram que o concreto produzido com 25% de rejeito obteve
uma resistência maior que o concreto de referência.
Yellishetty et al. (2008) concluiram que as partículas com
granulometria entre 12,5 a 20 mm são bastante adequadas para
uso na fabricação de concreto. As partículas com granulometria
entre 4,75 a 12,5 tiveram êxito quando utilizadas como agregado
miúdo para obras de construção diversas. Por fim, as partículas
inferiores a 4,75 mm se mostraram bastante adequadas à
fabricação de tijolos.
Revisão Bibliográfica
• Reaproveitamento do Rejeito de Minério de Ferro como material
na construção civil
• O material pulverulento com diâmetro menor que 0,075mm contido no
rejeito, é indesejado quando este for utilizado como agregado miúdo na
fabricação do concreto. Entretanto, podem ser utilizados como aditivo no
concreto como substâncias inertes, cimentantes, pozolantes e agentes de
cristalização. Quando adicionados ao concreto tais materiais podem
modificar de forma positiva suas características físicas e mecânicas
(BAUER et al., 2002).
Revisão Bibliográfica
• Reaproveitamento do Rejeito de Minério de Ferro como material na
construção civil

• De acordo com Bauer et al. (2002) materiais inertes, como o quartzo, finamente divididos,
podem ser utilizados como aditivos no concreto, na proporção de 5 a 15%, modificando
suas características físicas e mecânicas. Quando inertes, estes materiais pulverulentos
podem melhorar as características de resistência à compressão no concreto.

• No estudo realizado por Bezerra (2017), o rejeito de minério de ferro apresentou uma
distribuição granulométrica similar à do cimento. Os principais minerais encontrados foram
hematita (50,6%) e quartzo (31,5%), todos na forma cristalina, indicando a não
reatividade, mostrando potencial como filler.
Revisão Bibliográfica
• Reaproveitamento do Rejeito de Minério de Ferro como material
na construção civil
• Gama (2015), realizou um estudo no qual utilizou os finos do rejeito da
mineração de ferro, ou seja, partículas com diâmetros menores que
0,075mm, depois realizou a chama calcinação Flash, que consiste na
queima deste rejeito em temperatura controlada variando entre 500° à
900° C, posteriormente adiciona-se a cal virgem obtendo um produto
aglomerante de alta resistência, no qual patenteou com o nome de
Metakflex.
Revisão Bibliográfica
• Reaproveitamento do Rejeito de Minério de Ferro como material
na construção civil
• Gama (2015), realizou um estudo no qual utilizou os finos do rejeito da
mineração de ferro, ou seja, partículas com diâmetros menores que
0,075mm, depois realizou a chama calcinação Flash, que consiste na
queima deste rejeito em temperatura controlada variando entre 500° à
900° C, posteriormente adiciona-se a cal virgem obtendo um produto
aglomerante de alta resistência, no qual patenteou com o nome de
Metakflex.
Revisão Bibliográfica

• Reaproveitamento do Rejeito de Minério de Ferro como material na


construção civil
• Tavares (2014), conclui que há viabilidade técnica de se produzir tintas alquídicas com a lama da

barragem de minério de ferro.

• Silva (2014), avaliou a incorporação de rejeitos da mineração de ferro para produção de cerâmica

e observou que a adição de rejeitos em materiais cerâmicos pode ser tecnicamente viável.

• Em um projeto realizado pelos alunos da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) concluiu

que os blocos produzidos com 10% e 50% de RBMF em substituição ao agregado miúdo atendem

aos requisitos mínimos para utilização em vias de tráfego convencional e em locais sujeitos a

elevados esforços de abrasão, como pátios de indústrias e corredores de ônibus.


Revisão Bibliográfica

• Impactos Ambientais na Construção Civil


• A construção civil consome entre 14% e 50% dos recursos naturais extraídos no
planeta (JOHN, 2000).
• O setor da construção civil brasileira contribui consideravelmente na geração de
impactos ambientais, sendo considerado como um dos setores da economia que gera
maior impacto negativo sobre o ambiente natural (GRIGOLETTI e SATTLER, 2003).
• Os agregados compõem grande parte do volume de vários produtos da construção
civil, entre eles estão as argamassas, concretos e pavimentos. Mas esta larga escala
de utilização acarreta grandes impactos ambientais na fase de exploração destes
recursos.
Revisão Bibliográfica

• Impactos Ambientais
na Construção Civil
• Segundos dados da
Associação Nacional
das Entidades de
Produtores de
Agregados para
Construção (ANAPEC,
2015), no Brasil foram
produzidos cerca de
741 milhões de
toneladas.
Figura 4 - Produção de Agregados no Brasil
Fonte: ANAPEC, 2015.
Revisão Bibliográfica

• Impactos Ambientais na Construção Civil


• Os gases de efeito estufa, o CO₂ contribui com cerca de 65% do aquecimento
global, sendo que a indústria cimentícia, sobretudo o processo de calcinação, é
responsável por grande contribuição destes gases para a atmosfera.
• Segundo Associação Brasileira de cimento Portland (ABCP, 2016) o cimento é
responsável por 5% do total de emissões de CO2 no mundo. No Brasil, a
participação da indústria cimenteira nas emissões de CO2 é metade da média
mundial, cerca de 2,6%.

Figura 4 - Produção de Agregados no Brasil


Fonte: ANAPEC, 2015.
Revisão Bibliográfica
• Impactos Ambientais na Construção Civil

Figura 5 - Emissão específica de (Kg de CO2/t de cimento)


Fonte: ABCP, 2015.

 
Metodologia De Pesquisa

• O programa experimental foi dividido em duas etapas.

• Caracterização do rejeito.

• Ensaios substituindo o cimento Portland tradicional pelo rejeito do minério

de ferro.
Metodologia De Pesquisa
ETAPA 1 ETAPA 2

Figura 6 - Fluxograma de metodologia caracterização dos Figura 7 - Fluxograma de metodologia do modelo


Metodologia De Pesquisa

• Plano de Amostragem

De acordo com NBR 10007/04, amostragem de resíduos sólidos em lagoas de

resíduos. Definir a quantidade e os pontos de amostragem.

• Preparo das Amostras Coletadas


• Homogeneização das amostras;
• Secagem;
• Preparação das amostras para os ensaios de físicos, químicos, mineralógicos
e morfológicos.
Metodologia De Pesquisa

• Análise das Propriedades Físicas

• Composição Granulométrica

• Massa Específica
Metodologia De Pesquisa

• Análise das propriedades Químicas e Mineralógicas

• microfluorescência de raios-X

• difratometria de raios-X
Metodologia De Pesquisa

• Análise das propriedades Morfológicas

• Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV).


Metodologia De Pesquisa

• Etapa 2 – Modelo Experimental

• Caracterização Dos Materiais;

• Dosagem;

• Ensaios em Laboratório.
Metodologia De Pesquisa

• Etapa 2 – Modelo Experimental

• Caracterização Dos Materiais;

• Cimento Portland

Massa Específica

• Agregado Miúdo
• Granulometria
• Massa Específica
• Massa Unitária
Metodologia De Pesquisa

• Etapa 2 – Modelo Experimental

• Dosagem

Para o estudo da influência da adição do rejeito de minério de ferro, serão produzidas

matrizes cimentícias, com adição do rejeito em diferentes percentuais, além de uma

matriz de referência sem a adição do rejeito. Com dosagem de uma parte de cimento,

três partes de areia (em massa) e fator água/cimento de 0,48 de acordo com a NBR

7215(2009). A dosagem dos materiais será realizada pelo método IPT (Instituto de

Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo).


Metodologia De Pesquisa

• Etapa 2 – Modelo Experimental

• Ensaios De Resistência
• Resistência à Compressão Uniaxial
• Resistência à Tração na Flexão
Metodologia De Pesquisa

• Etapa 2 – Modelo Experimental


• Resistência à Compressão Uniaxial
• moldes cilíndricos (50x100mm)
• 4 camadas compactadas com 30 golpes cada.
• Após 24 horas de cura inicial ao ar, os corpos de prova serão desmoldados, e
devidamente identificados e submersos em água não corrente
• nas idades de 3,7 e 28 dias será realizado o ensaio
• Serão criadas séries de 3 corpos de prova para cada teor de adição do
rejeito, em relação a idade do ensaio.
• NBR 7215(2009)
Metodologia De Pesquisa

• Etapa 2 – Modelo Experimental


• Resistência à Tração na Flexão
• corpos-de-prova prismáticos moldados em fôrmas com dimensões 40 x 40 x 16
(mm)
• utilizando a mesa de adensamento e um conjunto de espátulas para
espalhamento e nivelamento de cada uma das camadas adensadas
• Após 48 horas de cura inicial ao ar, os corpos-de-prova serão desmoldados, e
curados em condição submersa até as idades 3,7 e 28 dias onde serão ensaiados.
• Serão criadas séries de 3 corpos de prova para cada teor de adição do rejeito, em
relação a idade do ensaio.
• NBR 13279(2005).
Cronograma
2020 2021
Atividades
Desenvolvidas Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar
Revisão Bibliográfica X X X X X X X X X
Defesa Pré Projeto X
Obtenção do Material para
Pesquisa X X X
Caracterização do Resíduo X X X
Qualificação X
Confecção dos corpos de
prova X X X
Ensaios em Laboratório X X X
Submissão do artigo X X
Defesa da Dissertação X
Quadro 3 - Cronograma de atividades.
Referências Bibliográficas

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