A evolução da

ciência e a questão
da objetividade –
Popper e Kuhn
2. Estatuto do Conhecimento Científico
Popper e Kuhn – síntese comparativa
 Como evoluiu a ciência?

KARL POPPER THOMAS KUHN

 A ciência é um processo contínuo de
eliminação de erros.
 A ciência evolui por conjeturas (sistemas de
hipóteses científicas) e refutações (falsificação
de teorias).
 A ciência evolui de forma descontínua por
sucessão de paradigmas.
 Temos de distinguir a ciência normal da
ciência extraordinária.
 Em períodos de ciência normal, o
conhecimento evolui cumulativamente.
 Em períodos de ciência extraordinária, o
conhecimento científico sofre profundas
mudanças, podendo dar origem a um novo
paradigma (instaurado por uma revolução
científica) e, com ele, a um novo período de
ciência normal.
 Qual é o objetivo da investigação científica?
KARL POPPER
 O objetivo da investigação é colocar as
teorias à prova, submetê-las à crítica, a fim de
as corroborar ou falsificar.
 A ciência não tem por objetivo verificar a
verdade das teorias– rejeição do
verificacionismo. Recorrer à verificação
significaria aceitar os procedimentos do
método indutivo.
THOMAS KUHN
 O objetivo da investigação é resolver os
problemas (enigmas/puzzles) que são
colocados à comunidade científica, através dos
instrumentos ao dispor do cientista, num dado
período histórico.
 Como decidir qual a melhor teoria científica?
KARL POPPER
 A melhor teoria científica é aquela que
possui maior conteúdo empírico.
 Por possuir material capaz de ser testado
através da experimentação, a teoria tem a
possibilidade de ser corroborada ou refutada.
 O facto de ser refutada significa que é
científica.
 A boa teoria científica opõe-se à
pseudociência ou aos dogmas, estes sim,
insuscetíveis de serem testados.
 Em suma, uma boa teoria científica é aquela
que é suscetível de falsificação.
THOMAS KUHN
 A melhor teoria científica é aquela que
consegue resolver os enigmas à luz do
paradigma em vigor.
 As teorias só são comparáveis entre si no
interior de um mesmo paradigma.
 Uma vez que os paradigmas são
incomensuráveis, as teorias não são
comparáveis entre si em termos de
aproximação à verdade.
 Com o progresso científico, as teorias
apenas se revelam melhores do que as suas
predecessoras enquanto «instrumentos de
resolução de enigmas», porque possuem
ferramentas mais capazes de responder aos
desafios.
 O conhecimento objetivo é possível?

KARL POPPER THOMAS KUHN

 Sim. Há um critério objetivo de demarcação
de teorias que permite distinguir a ciência da
não ciência.
 Escolhendo as teorias que passam no teste
de cientificidade, a ciência aproxima-se cada
vez mais de um conhecimento objetivo da
realidade.
 O conhecimento objetivo é possível através
da eliminação de erros e da falsificação das
teorias.
 O conhecimento científico é subjetivo– não
é possível ao cientista libertar-se da visão do
mundo conferida pelo paradigma.
 Para além de subjetivo, o conhecimento é
relativo (isto é, é sempre referente a um
paradigma).
 As teorias aproximam-se cada vez mais da verdade?
KARL POPPER
 Sim. A ciência é uma aproximação sucessiva
à verdade.
 Dado que o objetivo do cientista é colocar as
teorias à prova, exercer a crítica das teorias
existentes, sempre que consegue eliminar o
erro, está a contribuir para se aproximar da
verdade.
 A verdade é um ideal regulador da ciência.
THOMAS KUHN
 Não. Uma vez que os paradigmas são
incomensuráveis, não podemos comparar as
«verdades» de teorias que se situam em
diferentes períodos da história, inseridas em
paradigmas diferentes.
 É o consenso entre os cientistas e a partilha
de crenças e ideias que definem a verdade de
uma teoria, num dado período.