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“Ocidente”

2ª parte- Mar Português

Pessoa justifica a proposta feita na


1ª parte

Era a de uma nação que iria trazer novos


mundos ao mundo.

“Ocidente”

Simboliza a descoberta do Brasil


"Ocidente"
Com duas mãos - o Acto e o Destino -
Desvendámos. No mesmo gesto, ao céu
Uma ergue o fecho trémulo e divino
E a outra afasta o véu.
 
Fosse a hora que haver ou a que havia
A mão que ao Ocidente o véu rasgou,
Foi a alma a Ciência e corpo a ousadia
Da mão que desvendou.
 
Fosse Acaso, ou Vontade, ou Temporal
A mão que ergueu o facho que luziu,
Foi Deus a alma e o corpo Portugal
Da mão que o conduziu.
Acto e Destino

Deus Homem

Com duas mãos - o Acto e o Destino -


Desvendámos. No mesmo gesto, ao céu
Uma ergue o fecho trémulo e divino A mão de Deus
Sujeito plural E a outra afasta o véu. conduziu

Oculta o desconhecido

O Homem
desvendou
O Ocidente foi descoberto, passou de
Fosse a hora que haver ou a que havia
desconhecido a conhecido
A mão que ao Ocidente o véu rasgou,
Foi a alma a Ciência e corpo a ousadia
Da mão que desvendou.

Mão do Acto Conhecimento e coragem dos


navegadores portugueses
Dúvida quanto à natureza da descoberta do Brasil, se esta foi
Intuição do Homem ocasional, planeada, ou causada por um temporal.

Providência divina
O uso de maiúsculas confere autonomia,
Fosse Acaso, ou Vontade, ou Temporal valor e legitimidade a cada uma das
A mão que ergueu o facho que luziu, hipóteses levantadas
Foi Deus a alma e o corpo Portugal
Da mão que o conduziu.

Caprichos da Natureza

Foi deus que conduziu o corpo


(Portugal) ao seu destino
"Ocidente" Metonímia
Ocidente-Portugal

Com duas mãos - o Acto e o Destino -


Desvendámos. No mesmo gesto, ao céu 12 poemas do Mar Português  12 signos do zodíaco
Uma ergue o fecho trémulo e divino Ocidente- 7º poema  7º signo: Balança
E a outra afasta o véu.
 
Fosse a hora que haver ou a que havia
A mão que ao Ocidente o véu rasgou,
Foi a alma a Ciência e corpo a ousadia
Da mão que desvendou.
 
Anáfora Fosse Acaso, ou Vontade, ou Temporal
A mão que ergueu o facho que luziu,
Foi Deus a alma e o corpo Portugal
Da mão que o conduziu.
Balança: equilíbrio, unidade, complementaridade

Titulo: “Ocidente” A posição relativa da balança no zodíaco é


oeste, o ocidente.

Deste modo, o sétimo signo refere-se ao outro, ao par, à


complementaridade com o signo caranguejo o exemplo da
individualidade. De um lado está, portanto, o um (Eu); do outro
lado está o dois (o Outro). E é, precisamente, por aí que Pessoa
começa, dizendo: “Com duas mãos…”
"Ocidente" O sujeito poético coloca sempre em paralelo
duas ordens de valores.

Com duas mãos - o Acto e o Destino -


Desvendámos. No mesmo gesto, ao céu Necessidade de cooperação (complementaridade
Uma ergue o fecho trémulo e divino típica do signo Balança) onde cada uma das
E a outra afasta o véu.
partes tem uma função específica.
 
Fosse a hora que haver ou a que havia
A mão que ao Ocidente o véu rasgou,
Foi a alma a Ciência e corpo a ousadia
Da mão que desvendou.
  Estas palavras, com que se inicia Ocidente, podem
Fosse Acaso, ou Vontade, ou Temporal juntar-se às últimas para dar – “Com duas mãos (…) o
A mão que ergueu o facho que luziu, conduziu.”
Foi Deus a alma e o corpo Portugal
Da mão que o conduziu.

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