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ISPB.

BENGUELA 2019

INTEGRAÇÃO E REGULAÇÃO DO
METABOLISMO

Jejum e diabetes melitus

Professor: Augusto João Manuel; MD-Amado


Benguela 2019
SUMÁRIO

1. Estado de jejum.
2. Diabetes Millitus
 Causas
 Alterações metabólicas
 Sinais e sintomas
OBJECTIVOS

1. Descrever as caracteristicas do metabolismo celular


durante o jejum.
2. Explicar o papel de diferentes orgãos durante o
jejum.
3. Descrever os mecanismo que explicam a Diabetes
Mellitus.
4. Comparar as caracteriscas metabólicas da diabetes
com o jejum.
Jejum
Quando as pessoas de forma voluntária ou involuntária
se vem privadas de alimentos.

Causas

Voluntárias Involuntárias
Causas voluntarias de jejum

 Autoprivação de comer como meio de luta


política.
 Tratamento da obesidade.
 Causas religiosas. Causas involuntárias de jejum

 Não aquisição de alimentos por pessoas de baixo


poder económico.
 Acidentes: Naufrágios, mineiros presos e desastres
naturais.
Reservas energéticas do organismo para o metabolismo

Glúcidos Lípidos

Glicogénio hepático e Triglicéridos do tecido


muscular adiposo
Proteinas

Todas as proteinas do organismo se encontram cumprindo uma


função especifica de tal forma que a sua utilização como fonte
de energia interfere com as suas funções (enzimaticas,
contracteis, estruturais etc).
Orgãos e tecidos implicados no jejum
Orgãos

Cérebro Fígado Músculos Tecido adiposo


Fases do jejum
Em dependências das mudanças metabólicas existem
3 fases:

Fase A Fase B Fase C


Fase A do jejum: hierarquização das fontes de
energia a serem utilizadas.

1. Consumo de glicogénio hepático que termina ao fim de ½ dia ou 1


dia.

2. Após a utilização do glicogénio, aumenta rapidamente o ritmo de


utilização das proteinas.

As proteinas se degradam em uma


sequência definida.
Ordem de degradação das proteinas

1. As enzimas digestivas do estômago, pâncreas e intestino


delgado (não são utilizadas).
2. As enzimas hepáticas relacionadas com a transformação
de nutrientes provenientes do intestino.
3. Proteinas musculares facilitado pela diminuição da
insulina: Fibras contracteis e enzimas glicoliticas do
sarcoplasma. Quando começam a utilizar-se as proteinas
musculares, os individuos em jejum se tornam fisicamente
inactivos e emagrecem,parecendo inanição
Ritmo de utilização das proteinas
musculares durante a primeira semana

100 g/dia
APROXIMADAMENTE

Rápida perdida de peso devido ao relativamente baixo rendimento


energético dos glúcidos e proteinas ( 4kca/gr) e porque a mobilização
de proteinas leva a perdida de uma quantidade de água de hidratação.
Ciclo de Cori e Cahill
Glicose

Glicose Glutamina
Glicina

Piruvato Desaminacão Catabolismo


aminoácido de proteínas
Urea Piruvato s
Alanina Alanina

Alanina
• Os aminoácidos das proteinas musculares se
transaminam com o piruvato, obtendo-se
alanina, que no figado é transformado em
glucosa pela gluconeogénese. Além da alanina, o
músculo exporta glutamina e glicina.
• A desaminação de aminoácidos no fígado
provoca a obtenção de NH3 que se incorpora ao
ciclo da urea, dali o aumento da concentração de
urea durante o jejum.
Lipólise no tecido
adiposo

Ácido graso + Glicerol

Não se pode Pode transformar-se em


transformar em glicose glicose mas não é o
suficiente para o cérebro

A principal fonte de glicose


na fase A são as proteinas.
Metabolismo dos lípidos na fase A do jejum:
• Simultaneamente com a utilização das
proteinas começa a mobilização dos
triacilgliceridos da reserva.
Jejum Hipoglicemia
insulina

MÚSCULO
Glucagon
FÍGADO Proteína
GlIcógenIo (12 horas de
jejum) aas Piruvato

Glucosa

cetoácido alanina
alanina
piruvato alanina

NH3

UREA GLiCOSe
GLICÓLISE CEREBRO

(Fonte de energia)
Fase B do jejum: Metabolismo dos
lípidos
Ao final do 6º dia de jejum se utiliza pouca proteina como
fonte de energia (aproximadamente 10g/dia)

A que se deve esta mudança?

O cérebro adquiriu a capacidade de utilizar os corpos cetónicos como


fonte de energia principalmente o Beta OHbutirato.
Porque o cérebro se adapta a utilizar
os corpos cetónicos como fonte de
energia?
A utilização dos corpos cetónicos pelo
cérebro na fase B do jejum

É o evento mais Representa uma


importante da fase B poupança de glicose
para o organismo.
Fase B do jejum: Metabolismo dos
glucidos

A glicemia se estabiliza aproximadamente nos


50mg/dl a expensas da gluconeogénese apartir
de aminoácidos provenientes das proteinas
musculares e do glicerol dos triacilgliceridos do
tecido adiposo.
+ TECIDO ADIPOSO
Lipolise
Jejum Hipoglicemia Glucagon
Triacilglicéridos
músculo albúmina
Acidos grasos
Ácidos grasos
B oxidação AG- glicerol
albúmina
Proteinas

Acetil CoA aminoácidos


CORAÇÃO
fígado Fonte de energía
CEREBRO
Acidos grasos (não a acetona)
Fuente de energía Beta hidroxi butirato
RIM
Acetil CoA glucosa
Glucosa cetonuria
Fuente de
Corpos cetónicos
Energía
Fase C do jejum

Esta etapa marca o final do jejum:


• Se esgotam as reservas lipidicas.
• Se incrementa o consumo de proteinas.
• Morte por: acidose, infeções ou quando o
desgaste muscular torna intolerante o
complexo funcional cardiorespiratório.
A bioquímica do jejum nas crianças é um sério problema, já
que os mesmos não possuem grandes massas de gordura e
de músculo que permitem sobreviver como os adultos
durante um tempo mais prolongado. Ex: Marasmo e
Kwashiorkor.
2. DIABETES MELLITUS
Diabete millitus
Enfermidade endócrino-metábolica e genética,
caracterizada por hiperglicemia, causada por um defeito
absoluto ou relativo na produção e ou liberação de
insulina pelo pâncreas e ou resistência da insulina por
parte dos tecido periféricos
Causas de Diabetes Millitus

 Resistêcia da insulina por parte dos tecidos périfericos


 Aumento na acção de hormonas contrárias a insulina
(cortisol, glucagon, STH).
 Diminuição na secreção de insulina por parte do
pâncreas
A acção insulinica deficiente pode ser devido a:

Acção insuficiente

Dificuldades na
síntese e Inactivação da Dificuldades nos
secreção da insulina receptores
insulina
Dificuldades na síntese e secreção da insulina

Dificuldades

Deficiente secreção da
Deficiente produção insulina
Inactivação da insulina

 Anticorpos anti-insulina.
 Activação exagerada dos mecanismos
normais da inactivação.
Dificuldade nos receptores

• Deficiente número de receptores


• Receptores estruturalmente anormais.
Alterações no metabolismo dos glucidos

• Transporte defeitoso de glicose até o interior


dos tecidos dependentes de insulina como os
músculos e o tecido adiposo.
• Diminuição da glicólise (diminuição da sintese
das enzimas glicoliticas)
• Diminuição da sintese do glicogénio.
Alterações no metabolismo dos glucidos

Estimula-se a glicogenolise hepática, que com o aumento da


actividade da glicose 6 fosfatase, favorece o passagem da
glicose do hepatocito ao sangue.
• Aumento da gliconeogenese hepática ápartir de aminoácidos
provenientes da dieta ou das proteinas musculares e do glicerol
proviniente dos triacilgliceridos do tecido adiposo.
• paragem quase completa da conversão da glicose em ácidos
graxos por via do Acetil COA.
Em resumo, o metabolismo do diabético está
afinado para manter a maior concentração
possível de glicose no sangue apesar de que seu
nível sanguineo pode exceder em muito o limiar
renal para a glicose.
Alterações no metabolismo das proteinas

• Aumento do catabolismo proteico no


músculo.
• Afectação no transporte de aminoácidos ao
interior dos tecidos.
• Transformação dos aminoácidos em glicose a
nível do fígado.
Alterações no metabolismo dos lípidos
 Aumento da lípolise no tecido adiposo.
 Utilização dos ácidos graxos como fonte de energia tanto
no músculo como no figado.
 Aumento da B oxidação por tanto grande produção de
Acetil COA apartir dos ácidos graxos no figado, aumento da
cetogénese.
 Utilização dos corpos cetonicos pelos orgãos excepto pelo
cerebro.
 Aumento do colesterol sanguineo
Défice de insulina SEVERA

Hiperglicemia LIPÓLISE

poliuria glucosuria BETAOXIDAÇÃO

desidratação Pérdida de nutrientes


CETONEMIA

polidipsia polifagia Perda


ACIDOSE CETONURIA
de peso
Complicações

Complicações

Agudas Crónicas
Comparação entre DM e jejum

SEMELHANÇAS
• Em ambos estados se produz adaptações ao
metabolismo celular a situações estressantes.
• Em ambos participam órgãos e tecidos especializados
do organismo, pondo-se nestes exemplos a unidade
metábolica não somente da célula, mas sim também
do organismo no seu conjunto.
Diferenças entre DM e jejum
Jejum Diabete Mellitus.
Hipoglicemia Hiperglicemia
Aglicosuria Glicosuria
Cetonemia e cetonuria menos Cetonemia e cetonuria mais
marcada, já que o cerebro marcada, ja que o cerebro não
utiliza os corpos cetónicos. utiliza os corpos cetónicos.

Diminue a síntese do colesterol. Aumenta a síntese do


colesterol.
Próxima aula

INTEGRAÇÃO DO METABOLISMO

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