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Prof. Dr.

Fábio Frizzo
Universidade Estácio de Sá
Niep-Marx-PreK
Seshat
O Modo de Produção Asiático e as comunidades rurais
Uma Interpretação das Estruturas Econômicas do Egito
Faraônico (1987)
Les Communautés Villageoises dans l’Égypte Ancienne
(1986)
Modo de Produção Asiático. Nova visita sobre um velho
conceito. (1990)
Sociedades do Antigo Oriente Próximo (1991)
A Economia no Egito Faraônico na Era do Bronze (com
ênfase no II Milênio) (2007-2011)
1) ausência de propriedade privada da terra, que, em
última instância, pertence somente ao Estado;
2) base social constituída pelas comunidades aldeãs
auto-suficientes que mesclam em seu interior a
agricultura e o artesanato;
3) o papel central do poder central, derivado de um
contexto ecológico que impunha a necessidade da
realização de obras hidráulicas;
4) uma classe dominante mais ou menos idêntica ao
poder de Estado, que explorava as comunidades aldeãs
através da renda das terras e do trabalho compulsório.
Modo de Produção Aldeão
 Fruto da Revolução Neolítica
 1) a economia de subsistência;
 2) a ausência de divisão social ou especialização do
trabalho (mantendo-se unidos nas aldeias a agricultura
e o artesanato);
 3) a ausência de uma diferenciação em classes sociais;
 4) a posse comunitária da terra.
Modo de Produção Palatino
 Fruto da Revolução Urbana
 1) a existência de estruturas templárias e palaciais;
 2) uma economia baseada na concentração, transformação
e redistribuição dos excedentes recolhidos pelos templos e
palácios dos produtores diretos;
 3) a utilização da coação fiscal no recolhimento dos
excedentes, que poderiam ser pagos em gênero e/ou
trabalho;
 4) o consequente surgimento de uma divisão social do
trabalho, configurada com o aparecimento de especialistas
de tempo integral (sacerdotes, artesãos e burocratas
dependentes dos templos e palácios);
 5) a existência de uma forte hierarquização da sociedade;
 6) um sistema complexo de propriedade que incluía, entre
outras formas, as propriedades palaciais e templárias.
“...grupo rural solidário, caracterizado por laços
comunitários que reúnem seus membros ou famílias
num conjunto que apresenta às pessoas de fora uma
frente comum pelo menos segundo certos pontos de
vista”. (CARDOSO, 1987, p. 223)
Como aparece este caráter comunitário?
 Chefe de aldeia recebendo grãos pra semeadura (relevo
de tumba próxima a El-Bersha, 2330 a.C.)
 Chefes de aldeia levados a prestar contas aos escribas
(relevo da tumba de Ti, Sakkara, início da V Dinastia)
 Chefes de aldeia levados a prestar contas aos escribas
(tumba do Reino Antigo, III Milênio)
wHyt - Comunidade Aldeã

wHyt - Família, tribo, clã.


HqAw – chefes de
aldeia
 Cena de medição dos campos da tumba de Menna
(século XV a.C.)
 Fragmento BM 37982 (Reino Novo)
DADAt

qnbt
Funções
 Ó aldeia de Kheraha, que guardas a inundação longe de
Busiris, mas fazes que a inundação venha, (...) Esta
serpente que pertence a ela (vem) a partir das nascentes
gêmeas de Elefantina, na foz da inundação. Ele (vem) o
com água e para no distrito de Kheraha (no) Conselho
que está sobre as águas, (...). Deuses que estão no
Kheraha, Conselho que está sobre as águas, abram para
mim seus tanques, abram para mim seus lagos, que eu
possa ter acesso à água, para que eu (possa estar)
satisfeito com as águas.
(Encantamento 149 do Livro dos Mortos)
Funções
Ano 38, primeiro mês da inundação, dia 3, no reinado do
rei das duas terras Weser-Ma'at- Rá Setep-en [Rá, filho de
Rá] Ramsés Mery-Amon (Ramsés II), dada vida pra
sempre e eternidade enquanto perdurar no céu.
Deixe a corte da Necrópole agir em conformidade com as
leis de Maat![...]
o trabalhador chefe Ka-ha
o escriba Ra-mose
o escriba [...]
O dia do julgamento entre Hort, filho de Mer-waset e o
portador [do cinzel][...]
(Ostracon Michigan 47)
Funções
Ano 25, terceiro mês da inundação, dia 13. Juramento do
senhor, V.P.S., feito pelo porteiro Kha-em-waset:
'Enquanto Amon perdurar, enquanto o governante,
V.P.S., perdurar, (o preço de)sse boi é 50 deben de cobre.
Eu não o contestarei no futuro'. Frente ao operário Nefer-
hotep.
(Ostracon Deir el-Medina 56)
Composição - Presença ou não de representantes do
aparelho de Estado (escriba do vizir, chefe de polícia)
Ano 28, terceiro mês de inverno, dia 22. Conselho deste
dia:
o trabalhador Nakhte-Min
o trabalhador [Pen-ta]-weret
o trabalhador Nefer-hotep
a senhora I[...]
a senhora Merut-Mut
O [trabalhador] homem Weser-hat disse, 'Enquanto
Amon perdurar, enquanto o [governante] perdurar, [...]
(Ostracon Gardiner 150)
Relações de exploração
Manutenção do controle tradicional sobre as obras
hidráulicas
Subsunção de lógicas tradicionais pelo Estado
(parentesco, organização da “justiça”)
Avanço da lógica estatal também por meio da
destruição das lógicas tradicionais (tributação coletiva
até o Reino Novo e familiar – P. Lansing, P. Anastasi
V)

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