TEORIA GERAL DO ESTADO PROFA.: MARIA JULIA LEONEL BARBOSA EMAIL: mariajulialeonel@gmail.com PARA QUE SERVE?
Estuda o Estado e suas relações com a
sociedade. Analisa os mais variados aspectos que envolvem o funcionamento das instituições responsáveis pela sociedade. Estado, Governo, Democracia, Legitimidade e Poder são objetos desta ciência. Segundo Bobbio, a Ciência Política, deve ser compreendida como ciência do homem e do comportamento humano, e tem em comum com todas as outras ciências humanísticas , dificuldades específicas que derivam de algumas características da maneira de agir do homem, das quais três são particularmente relevantes:
1) O homem é um animal teológico, que cumpre
ações e se serve de coisas úteis para obter seus objetivos, nem sempre declarados, e muitas vezes, inconscientes não podendo a Ciência Política prescindir, desse modo, da presença da psicologia e da psicanálise; 2) O homem é um animal simbólico, que se comunica com seus semelhantes através de símbolos _ dos quais o mais importante é a linguagem. O conhecimento da ação humana exige a decifração e a interpretação destes símbolos, cuja significação é quase sempre incerta, às vezes desconhecida, e apenas passível de ser reconhecida por conjecturas;
3) O homem é um animal ideológico, que utiliza
valores vigentes no sistema cultural no qual está inserido, a fim de racionalizar seu comportamento, alegando motivações diferentes das reais, com o fim de justificar- se ou de obter o consenso dos demais. Nesse sentido, entendemos a Ciência Política como um saber operativo, um instrumento apto a intervir na realidade que estudamos (Giovani Sartori). A ciência Política será, assim, essa disciplina que, mediante um processo de compreensão interdisciplinar, possibilitará interpretar a complexidade que envolve o Estado, o poder, a política, a democracia e o direito (e suas consequências para sociedade). Vê-se, então, que como conteúdo, a Ciência Política, na qual aqui se inclui uma Teoria (Geral) do Estado, pretende estudar o Estado, sua estrutura e seu funcionamento, bem como sua relação com o sistema jurídico, o qual é apresentado e se pretende o locus privilegiado de emanação da normatividade, e, como objeto, tanto a sua realidade quanto a sua idealidade. “O de que mais se precisa no preparo dos juristas de hoje é fazê-los conhecer bem as instituições e os problemas da sociedade contemporânea, levando-os a compreender o papel que representam na atuação daqueles e aprenderem as técnicas requeridas para a solução destes. Evidentemente certas tarefas a serem cumpridas com relação a esse aprendizado terão de ser deixadas às disciplinas não jurídicas da carreira acadêmica do estudante de Direito” (Edgar Bodenheimer) Há, nessa referência, três pontos que devem ser ressaltados:
a) É necessário o conhecimento das instituições, pois quem
vive numa sociedade sem consciência de como ela está organizada e do papel que nela representa não é mais do que um autônomo, sem inteligência e sem vontade;
b) É necessário saber de que forma e através de que métodos
os problemas sociais deverão ser conhecidos e as soluções elaboradas, para que não se incorra no gravíssimo erro de pretender o transplante, puro e simples, de fórmulas importadas, ou a aplicação simplista de ideias consagradas, sem a necessária adequação às exigências e possibilidades da realidade social;
c) Esse estudo não se enquadra no âmbito das matérias
estritamente jurídicas, pois trata de muitos aspectos que irão influir na própria elaboração do Direito. Fixando-se, em largos traços, a noção de Teoria Geral do Estado, pode-se dizer que ela é uma disciplina de síntese, que sistematiza conhecimentos jurídicos, filosóficos sociológicos, políticos, históricos, antropológicos, econômicos, psicológicos, valendo-se de tais conhecimentos para buscar o aperfeiçoamento do Estado, concebendo-o, ao mesmo tempo, como um fator social e uma ordem, que procura atingir os seus fins com eficácia e com justiça. Concluí-se que quanto ao objeto da Teoria Geral do Estado pode-se dizer, de maneira ampla, que é o estudo do Estado sob todos os aspectos, incluindo a origem, a organização, o funcionamento e as finalidades, compreendendo- se no seu âmbito tudo o que se considere existindo no Estado e influindo sobre ele. O que é importante observar, porém, é que o Estado, podendo ser abordado de diferentes perspectivas, apresenta-se como um objeto diverso, segundo o ponto de vista do observador.