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Universidade Federal do Pará

Curso de Licenciatura em Química

Disciplina: Português Instrumental

Aula 01: O que é escrever bem?

Tutora: Tainá Paula

São Sebastião da Boa Vista/Pa


Português Instrumental: O quê? Pra quê?

 Instrumento para a produção de textos voltados aos mais diversos


objetivos.

 Ser avaliado e avaliar registros linguísticos – falado ou escrito – segundo


as regras do contexto no qual se encontra.

 Conceber a língua materna a partir de seu aspecto usual, ou seja, a partir


das práticas de linguagem.
“Pobrema” é problema?

 O que se entende por escrever bem?

 Até onde é necessário o domínio do sistema linguístico


preestabelecido?

 É possível estabelecer outro domínio sobre a língua?


O contexto/As relações de poder

 Contextos: Conjunto de condições de uso da língua que envolve,


simultaneamente, o comportamento linguístico e o social. Neste caso,
usamos contexto para identificar aquilo que constitui o texto no seu todo,
para além das palavras.

 O conhecimento linguístico, não importa se falado ou escrito, circula em


CONTEXTOS regidos por relações de poder. Exemplos? Uma
entrevista de trabalho, uma prova da faculdade, um concurso público,
uma petição judicial.
A língua em constante transformação
Transformações históricas

 A origem (latim vulgar) da língua portuguesa nos leva a refletir sobre seu
caráter dinâmico. A partir do estudo da diacronia da língua é possível
perceber esse caráter.

 Diacronia: O estudo diacrônico da língua está enredado com as substituições


de um termo por outro ao longo do tempo; com fenômenos e acontecimentos
que modificaram a língua, mas que não possuem relação direta com o
sistema da língua, ainda que sejam capazes de transformá-lo. Os
acontecimentos dessa ordem não podem ser percebidos pela comunidade
falante atual, até porque são transformações que atravessam longos períodos
de tempo e cujas origens estão, agora, muito distantes de nós.
Alguns exemplos:

 Origem da palavra “trabalho”;


 Origem da palavra “flor”;
 Caso de concordância em uma crônica de Lima Barreto:
“[...]Só se desgosta com o mundo, só tem ânsia de ser esposa de
Jesus ou praticar a profunda caridade vicentina, as damas ricas e
brancas, como a Nossa Senhora da Aparecida, de São Paulo. É mesmo
católica essa religião?”
A tão falada diversidade

“Num país que ainda demoniza a variação linguística, refletir sobre ela tem uma
relevância toda especial: os/as alunos/as precisam aprender a perceber, sem
preconceito, a linguagem como um conjunto múltiplo e entrecruzado de variedades
geográficas, sociais e estilísticas; e a entender essa variabilidade como
correlacionada com a vida e a história dos diferentes grupos sociais de falantes. Só
assim desenvolverão uma necessária atitude crítica diante dos pesados preconceitos
linguísticos que embaraçam seriamente nossas relações sociais.”(FARACO, 2003, p.
10).

 A diferença entre usos da língua, além de ser dada pelo caráter geográfico, será
bastante acentuada por um caráter econômico-social.
Exemplos

 Diferenças do uso da língua entre as regiões


Nordeste e Sudeste.
 Literatura: Dalcídio Jurandir:
“Das palavras dela escorria o bom tempo, aquele,
dos primeiros cajus comidos no degrau ‘evém chuva,
evém chuva, me deixa me molhar, caju com chuva
faz casar” (p. 12).
A capacidade de expressão em um texto(segundo
Othon Garcia)

Quando um texto não consegue transmitir a mensagem desejada,


pode-se supor, pelo menos, três consequências diferentes:
 Ele pode não ser de todo compreendido;
 O texto pode ser compreendido de um modo totalmente, ou
parcialmente, diverso daquele que era a intenção inicial de quem o
escreveu;
 A qualidade dessa contradição não apenas compromete nosso texto,
mas o torna vulnerável às críticas daqueles que ali estão a fim de
nos avaliar.

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