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Nucleossíntese

Formação dos elementos químicos e


o ciclo de vida das estrelas

Aula 2
Partículas Radioativas
Fusão Nuclear
Ainda sobre a nucleossíntese no Big Bang

Até 1 seg. Após 1 seg.

Essencialmente “barions”

Partículas sub-atômicas
Momento da formação dos elementos químicos....

Grande parte dos elementos


químicos da natureza foi e
ainda é formada durante as
sínteses estrelares
(nucleossíntese).
No entanto, alguns poucos
elementos leves, como o H,
He, Li e Be foram formados
logo após a explosão do Big
Bang e/ou durante o
espalhamento de energia
(partículas subatômicas) no
universo.
Nucleossíntese no Big Bang
Evolução de energia e massa no universo...
Formação de massa no Universo
EVOLUÇÃO ESTRELAR
Astrônomos acreditam que densas nuvens de
matéria e gás localizadas em determinadas regiões
do universo são testemunhos de nascimento de
estrelas. Estas regiões são conhecidas como
nebulosas. O processo de formação e evolução
estrelar “replicam”, pelo menos parcialmente, a
origem do universo – logo após ao Big Bang.
As nebulosas (densas) se colapsam e formam
“proto-estrelas”. Inicialmente a energia gravitacional
produzida pela aglomeração da matéria é a força
energética preponderante.
Uma vez que a densidade aumenta muito.... e a
temperatura no núcleo fica suficientemente alta
para dar inicio as reações nucleares, a proto-estrela
inicia seu processo de “ignição”, tornando-se uma
PRC95-44b Hubble Wide Field Image
to the HST press release describing this image estrela da seqüência principal, transformando o
elemento Hidrogênio em Hélio em seu núcleo.
Assim começa a seqüência estrelar....
Berçário estrelar = Nebulosa
Uma nova estrela !

Explosão de gases em uma jovem estrela binária


Colapso e formação de proto-estrelas

Assim, estrelas se formam pela acumulação de


poeira e gás – “nebulosa”. A partir daí, a
atração gravitacional promove a agregação de
cada vez mais material.
G m1 m 2
F 2
r
A contração no interior da nebulosa causa
aumento de pressão e temperatura, e é
proporcional a sua massa.
Como funciona uma estrela

Estrelas são estruturas em


equilíbrio por duas forças:
(1) Gravidade de fora para
dentro – que produz a
fusão nuclear e formação
dos elementos químicos;
(2) Pressão – de dentro para
fora – devido aos
elementos formados no
núcleo.
Em estado de equilíbrio estas
duas forças mantém a
estabilidade da estrela.
Um balanço…..
Energia liberada durante uma fusão nuclear promove o aumento da
forca da gravidade.

Através a vida de uma estrela, estas duas


forcas determinam os diferentes estágios
de vida de uma estrela.
Fusão Nuclear !

Ao atingir ca. de 15 milhões de graus Celsius


o centro da proto-estrela inicia a fusão
nuclear!
4 (1H) --> 4He + 2 e+ + 2 neutrinos + energia
De onde vem esta energia ?
Massa de 4 1H > Massa de 1 4He
E = mc2
Quanta Energia….

4 (1H) --> 4He + 2 e+ + 2 neutrinos + energia

Energia liberada = 25 MeV


= 4 x 10 -12 Joules
= 1 x 10 -15 Calories

O sol produz esta energia 1038 vezes por segundo !


Sol tem 1056 átomos de H a serem “queimados” !
Observem......
Algumas evidências ...

As estrelas tem….
• Diferentes cores e brilho
 as quais indicam diferentes temperaturas

As estrelas mais quentes são aquelas


que mais rapidamente queimam seus
“combustíveis”, isto é hidrogênio…..
Primeiro estágio estrelar......

 No primeiro estágio estrelar, dois núcleos de hidrogênio se fundem para formar
o núcleo de deutério (dêuteron), emitindo um pósitron e um neutrino. O neutrino
(desprovido de carga elétrica e transparente ao campo gravitacional), escapa
imediatamente do interior estelar.
O pósitron e o elétron mais próximo (partícula/antipartícula) se aniquilam
emitindo radiação gama. A seguir o núcleo de deutério funde com o hidrogênio
para formar um isótopo do hélio com dois prótons e um nêutron em seu núcleo
emitindo mais radiação gama.
Finalmente, dois desses núcleos se fundem para formar um núcleo de hélio e
um núcleo de hidrogênio.
Outro estágio da nucleossítense estrelar.....

Em interiores de estrelas maiores do que o Sol com temperaturas também mais


altas, predomina o ciclo carbono-nitrogênio.

Esse ciclo tem inicio com a fusão de um núcleo de hidrogênio e um núcleo de


carbono, tendo como produtos um isótopo do nitrogênio e radiação gama. Após
a inserção de mais três núcleos de hidrogênio, o ciclo termina, tendo como
produtos o núcleo de hélio e o núcleo de carbono.

Ciclos alternativos, envolvendo isótopos de oxigênio também ocorrem. Esses


processos são chamados ciclo do carbono-nitrogênio-oxigênio (CNO).

Estrelas maiores, com interiores mais quentes ainda fundem núcleos de hélio
para formar núcleos de carbono. Como no processo são gastos três núcleos de
hélio (partícula alfa), ele é chamado triplo-alfa. Nesse caso, duas partículas alfa
interagem para formar o berílio. Esse elemento nessa condição é muito instável
existindo o tempo suficiente para interagir com uma terceira partícula alfa e
produzir o carbono com emissão de radiação gama.
Recapitulando.....
Nucleossíntese em estrelas !

Do hélio até o ferro, os elementos químicos são fabricados por fusão nuclear
nos núcleos das estrelas, no processo de produção de energia.

As reações nucleares ocorrem pelo seguinte esquema:

(1) Queima de Hidrogênio produz Hélio


(2) Queima de Hélio produz Carbono, Oxigênio e Neônio
(3) Queima de Carbono, Oxigênio e Neônio produz todos os elementos até o
Silício
(4) Queima de Silício produz todos os elementos até o Ferro.

E os elementos químicos mais pesados que o ferro???


Ainda recapitulando......
Formação de elementos mais pesados que o Ferro

Elementos químicos mais pesados que o ferro são produzidos por captura de
nêutrons durante a explosão de uma supernova.

O exemplo abaixo demonstra como são formados diferentes isótopos de ferro,


cobalto e níquel através da captura sucessiva de nêutrons:

56
Fe + n = 57Fe
57
Fe + n = 58Fe
58
Fe + n = 59Fe = 59Co
59
Co + n = 60Co = 60Ni

É importante notar que a nucleossíntese é um ciclo contínuo e progressivo, ou


seja, depois das primeiras estrelas concluíram seu ciclo evolutivo e ejetaram
para o meio interestelar os elementos químicos mais pesados, este material fez
parte da geração seguinte de estrelas, que em seu ciclo de vida produziu
material ainda mais enriquecido em elementos pesados, e assim
sucessivamente.
Todos os tipos de estrelas….

Como vimos, as estrelas tem cores Diferentes,


as quais indicam diferentes temperaturas
SEQUÊNCIA ESTRELAR

Classifica as estrelas conforme sua temperatura fotosférica, isto


é, conforme suas características espectrais, ou seja, seu
combustível. A uma determinada luminosidade da estrela se
associa uma composição química e uma idade.
Uma vez que as estrelas têm um suprimento limitado de
hidrogênio para queimar em seus núcleos...elas têm uma vida
limitada, a qual se reflete em sua luminosidade a sua massa.
Tendo exaurido todo o hidrogênio, a estrela torna-se
avermelhada grande e mais luminosa, conhecida como
GIGANTE VERMELHA, por exemplo......
Através da relação entre a massa e o tempo de vida das
estrelas, os astrônomos calculam a idade do universo.
Todos os tipos de estrelas….

Seqüência Estrelar

Annie J Cannon
(1863-1941)

Oh, Be A Fine Girl--Kiss Me!


SEQUÊNCIA ESTRELAR

morte

queima He,
produz C

Anãs marrons
Anãs pretas nascimento
Como estimar a idade de uma estrela ?
A massa do núcleo de hidrogênio: H1: 1.007852 = 4 H1 = 4.031408 u.m.a.
A massa do núcleo de hélio resultante: He4: 4.002603 u.m.a.
A diferença: 0.028805 (0.7 % da massa)

Usando E=mc2 = 26.73 MeV (1MeV = 1 milhão eletrons-volt)

Isto pode ser usado, por exemplo, para estimar o tempo de vida de uma
estrela (ex: Sol):

A luminosidade do SOL pode ser medida da Terra: 4×1033 erg/s (4e+23 kW)

A massa total pode ser estimada pelas leis de Kepler:


Assim, o Sol tem 2×1033 g , o que corresponde a 1.8×1054 ergs
Assumindo que 0.7 % da massa podem ser convertidas em energia: 1.52×1052
ergs

Daí, o tempo de vida do Sol pode ser estimado:


1.52×1052 / 4×1033 = 1011 anos
Ciclo de vida das estrelas
O ciclo de vida das estrelas depende de sua massa

Estrelas do tipo do Sol Estrelas Massivas


Processos nas estrelas solares....

Estrelas Solares – etapa 1

Estrelas Solares – etapa 2


Processos nas estrelas solares....

Estrelas Solares – etapa 3


O inicio do fim: Gigantes Vermelhas

Após o consumo de todo hidrogênio


do núcleo ...
A energia liberada pela fusão nuclear age inversamente
a força gravitacional.
Assim, o núcleo entra em colapso:
 Energia cinética do colapso é convertida em calor;
 Este calor expande as camadas externas da
estrela.
 Com isso, se aumenta a temperatura e a pressão.
Gigantes Vermelhas
Estrutura da Gigante Vermelha
Mais Fusão ?????

Atingindo 100 milhões de graus Celsius,


ocorre a fusão do helio:

3 (4He) --> 12C + energia


(apenas 7.3 MeV são produzidos)

Esta energia sustenta a expansão das


camadas externas das
Gigantes Vermelhas.
Ciclo de vida das estrelas
O fim para as estrelas do tipo Solar

Após a exaustão de todo helio, as camadas mais externas


da estrela são expelidas
Nebulosa planetária
Anãs Brancas

No centro de uma Nebulosa Planetária


pode existir uma anã branca.

• As anãs brancas têm aproximadamente o


tamanho da Terra com a massa do Sol (“
Uma tonelada por colher”)

• As forças de atração gravitacional são


balanceadas pela forças de repulsão dos
elétrons.
Ciclo de vida de uma estrela Solar

Simulação da evolução de uma estrela como o Sol, que passa


para a fase de gigante, super-gigante, ejeta uma nebulosa
planetária e transforma-se em uma anã branca.
Ciclo de vida das estrelas
Super-Gigante Vermelha
Os processos nas estrelas massivas

Após todo helio ter sido exaurido, o núcleo se colapsa


novamente até atingir temperaturas suficientemente
quentes para iniciar a fusão de átomos de carbono,
formando magnésio ou oxigênio:

12C + 12C --> 24Mg


ou
12C + 4H --> 16O

Através da combinação de processos, elementos químicos


sucessivamente mais pesados vão se formando.
O fim de uma estrela massiva
Estrelas massivas
“queimam” elementos
químicos
sucessivamente mais
pesados.

Ferro é o elemento
químico mais estável a
ser formado.

Não ocorre fusão nuclear


de átomos de ferro no
núcleo de estrelas.
Tabela Periódica

Elementos leves Elementos pesados

28
Si +44He
He
7(
3(
4C
16
12 O4(4He)
1He)
+++H)C-N-O
16C 56
12
16
12 4 Ni
O 12
O
C C
He Ciclo
16
32
20
24 O
++++
S
Ne
Mg energia
energia
+energia
+energia
energia Fe
+energia
energia
56
Supernova !

Representação artística
produzida pela NASA
Remanescentes de Supernova: SN1987A

a b a) Telescópio Óptico -
Fev 2000:
Iluminação de material
ejetado por uma
explosão estrelar.
b) Radiotelescópio -
c d Set 1999
c) Raio-X - Out 1999
d) Raio-X - Jan 2000
• As ondas de choque
aquecem a poeira e o
gás circulante.
Remanescentes de Supernova: Cas A
10.000 anos-luz de distância.

Óptico Raio-X

Este processo observado “agora” deve ter


ocorrido há cerca de 300 anos atrás.
O que resta após a explosão de uma Supernova ?

(1) Estrela de Nêutron, se:


massa < 5 x massa Solar
Neste caso, a estrela entra em colapso, os prótons e
elétrons se combinam formando nêutrons.

(2) Buracos Negros, se:


massa > 5 x massa Solar
Neste caso, nem mesmo os nêutrons compactados
podem suportar o peso destas estrelas super-
massivas, gerando atração gravitacional....
O início de uma nova vida:
Exemplo de Raio-X em estrelas binárias

Em sistemas binários próximos, o material passa do estado de uma


estrela normal para uma estrela de Nêutron ou um Buraco Negro.
Raios-X emitidos por um disco de gás no entorno da estrela de
Nêutron/Buraco Negro.
Buracos Negros – um “Close”

Evento Horizonte
Disco de acreção

Jato
Singularidade (nem sempre presente)
(centro)
E o ciclo continua…..

Explosões de
Supernovas produzem
um aumento da
concentração de poeira
e gases no espaço
inter-estrelar.

A compressão deste
material inicia um novo
colapso com a formação
de uma nova estrela.

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