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O Mundo Romano no Apogeu do Império

Antiguidade Clássica
Invasão da Península
Ibérica pelos romanos 218 a.C.
Ditadura de César

Início da 46 a.C.
509 a.C.
República
Nascimento de Cristo

753 a.C. 264 a.C. 476


27 a.C.
Início das Queda do
Fundação Início do Período
Guerras Púnicas Império
de Roma Imperial
(com Cartago) Romano
no Ocidente

150 a.C.

Conquista da Grécia
pelos romanos
Da cidade à construção do Império
As origens do povo romano e a fundação de Roma.

(Doc.1; p.91)

Durante o 1º Milénio a.C., a Península Itálica foi habitada por povos, como os
Sabinos e os Latinos, que viviam sob um regime Monárquico.
(Doc.1A; p.90)
Viviam da agricultura e pastorícia de subsistência.
A Expansão e o domínio do Mediterrâneo
Procura de segurança
Os motivos da
expansão romana Interesses económicos Prestígio
foram:

Necessidade de mão-de-obra (doc. 1; p.90)

Levando os romanos a expandir-se e a impor-se sobre os outros povos

Com o crescimento do Império romano muitos povos e culturas conquistadas


não reagiam a este domínio de igual forma.

O domínio destes povos só foi possível através da acção do exército que,


ao permanecer nas regiões, asseguravam:
A manutenção da paz e da ordem
A Expansão e o domínio do Mediterrâneo
Conquista da Península Itálica,
entre 500 a.C e 270 a.C
A construção deste grande
Império foi realizada em
quatro etapas: Conquista de Cartago, Sicília
Península Ibérica e Grécia,
(doc.1; p.91) entre 270 a.C. e 146 a.C.

Conquista da costa do Mediterrâneo


no Norte de África e Gália, entre
O Império Romano desenvolveu-se
100 a.C. e 20 d.C.
à volta do Mar Mediterrâneo, ao
qual chamavam Mare Nostrum.
Conquista da Britânia, Dácia e parte
da Ásia Menor, entre 20 d.C. e 220

O Imperialismo Romano durou cerca de 900 anos, possibilitando:


• o domínio de várias regiões
• acesso a riquezas inimagináveis de todo o Império.
A Expansão e o domínio do Mediterrâneo

A expansão do Império Romano (doc.1; p.91)

Cartago, antiga colónia fenícia do Norte de África, surge como objectivo


estratégico, visto ser uma cidade mercantil que dominava todo o
comércio no Mar Mediterrâneo.
Sendo necessário conquistá-la

Levando os romanos e cartagineses a envolverem-se, no ano de 264 a.C.,


num conflito que duraria mais de 1 século – As Guerras Púnicas –
terminando com a vitória romana.
Passando a controlar todo o comércio
no mediterrâneo
A Expansão e o domínio do Mediterrâneo

O Império Romano no século II, estendia-se por três continentes


e contava com 70 milhões de pessoas - de diferentes origens.

Este grande Império estendia-


-se por toda a bacia do
Mediterrâneo - Mare Nostrum,
confinando a:
Norte com o rio Danúbio,
incluindo a Britânia.

A Sul estendia-se pela faixa


costeira do Norte de África e
Egipto;
A Oriente, a Síria, a Judeia
e Ásia Menor.
O Poder Político
Na história de Roma podemos distinguir três modelos de regimes políticos:

(doc. 1; p.91)

A Monarquia - sistema politico instaurado em 753 a.C, com a chegada ao poder


dos Etruscos. Este regime terminaria em 509 a.C., com a expulsão do rei etrusco
Tarquínio.

A República - sistema politico instaurado em 509 a.C, com a chegada ao poder


dos Etruscos. Este regime terminaria em 27 a.C. É nesta fase que Roma se torna
num grande Império.

O Império - Octávio, sobrinho de Julio César, irá assumir o poder em 27 a.C.


Será nomeado como o 1º dos senadores. Octávio César Augusto, concentrou nas
suas mãos todos os poderes de Estado.
(doc.1; p.92)
O Poder Político
O 1º Imperador Romano, 27 a.C. - Octávio César Augusto
(doc.1; p.92)

Funções e atributos.

• A sua pessoa era divina e intocável - Augustus;


• Era o supremo chefe religioso - Pontifex Maximus;
• Tinha o direito de veto das decisões do senado;
• Detinha o comando supremo do exército;
• Controlava a administração pública; (doc.3/4; p.101)
• nomeava os governadores das províncias;
• Cunhava moeda de ouro e prata.
(Ler pág. 92)
A Unidade Imperial
Factores que
contribuíram para a As legiões romanas e os funcionários administrativos,
que nas terras conquistadas, representavam o poder
unidade do Império
de Roma e estabeleciam laços com as populações
locais – PAX RONANA
Processo de
integração dos
Os colonos e mercadores, que percorriam as províncias
povos
e faziam chegar a todo o império não só os produtos,
mas também a cultura e os costumes romanos.

A rede de estradas, 100.000Km, com objectivos


económicos, militares e políticos, uma vez que facilitava a
circulação de bens e pessoas, soldados e cobradores de
A romanização destes impostos, também facilitou a romanização dos povos
povos não resultou ocupados.
só do uso da força,
mas também da melhoria das condições de vida dos povos
conquistados (Doc.4; p. 93)
A Unidade Imperial
Factores que
contribuíram para a A língua, o latim como língua oficial do Império, para
unidade do Império Haver um melhor entendimento entre os povos.
(Doc.2; p. 92)

Processo de O direito romano, conjunto de leis romanas que regiam


integração dos as vidas, direitos e deveres dos habitantes do Império.
povos
O direito romano esteve na base dos primeiros
(Ler pág. 92)
Códigos Civis, elaborados no séc. XIX na Europa.

A administração local, as cidades mais importantes


tinham o estatuto de municípios, tinham uma certa
autonomia de Roma.

Em 212, o imperador Caracala estendeu o direito de


cidadania a todos os habitantes livres do Império
O Dinamismo Económico do Mundo Romano
A expansão e manutenção do Grande Império Romano (muito populoso e
extenso) obrigou ao desenvolvimento dos sectores económicos , como:

Agricultura Extracção Mineira Produção Artesanal

Desenvolvimento do comércio

À cidade de Roma chegavam diversos produtos


oriundos das diversas regiões do Império. (doc.1; p.94)
Da zona Ocidental vinham os excedentes agrícolas (cereais; azeite e
vinho), carnes, peles, lã e minérios.

Da zona Oriental chegavam tecidos, tapeçarias e jóias, resultantes da


actividade artesanal.
(doc.3; p.95)
O Dinamismo Económico do Mundo Romano
Nos séculos I e II, o Império Romano viveu um período de grande:

prosperidade

desenvolvimento económico

Entre as diversas províncias e municípios romanos, estabeleceu-se um circuito


comercial muito favorecido pelas muitas vias de comunicação, facilitando a
deslocação dos mercadores.
Estradas Rios

A cidade de Roma funcionou


como um centro distribuidor de
diferentes produtos que iam
chegando de todos os cantos do
Império.
Características da economia
Romana: (Doc.3;p. 95)
• Urbana;
• Comercial (Doc.2;p. 94)
• Monetária e Esclavagista
A Sociedade
No Mundo Romano, havia profundas diferenças
E
sociais entre a população.
S
T
R
A Estrato social muito hierarquizado,
T Homens Livres onde cada individuo ocupava um
O
S lugar na sociedade de acordo
(Doc. 4; p. 95)
com:
S
O
C Escravos Riqueza Pessoal
I
A
I
S Direitos políticos e sociais
Estrato social mais baixo da sociedade
romana, era composto por homens não
livres.
Eram prisioneiros de guerra
Por este motivo, a sociedade romana era
esclavagista
A Sociedade
Hierarquia Social
(Doc. 4 b); p. 95)

Ordem Senatorial – Homens mais ricos e influentes que desempenhavam cargos


políticos – senadores ou magistrados. Muitos deles eram possuidores de grandes
propriedades, latifúndios, cultivadas por escravos.
(Doc. 4 a); p. 95)

Ordem Equestre ou Cavaleiros - Homens endinheirados e com prestígio social.


Eram cobradores de impostos, negociantes ou estavam ligados às obras públicas. Eram os
novos ricos da sociedade, desempenhavam também importantes cargos no exército e na
administração.

Plebeus – Homens livres, menos poderosos e ricos que os grupos anteriores. Eram pequenos
proprietários, comerciantes ou artesãos. Muitos plebeus encontravam-se desempregados devido à
concorrência da mão-de-obra escrava. Uns eram muito pobres, que viviam da esmola; outros
tornavam-se clientes de homens ricos, recebendo sustento em troca do seu voto para o Senado ou
outros cargos na administração.
(Doc. 4 c); p. 95)

Os Escravos e Libertos – Normalmente eram prisioneiros de guerra, criminosos ou


adquiridos por compra. Não dispunham de quaisquer direitos cívicos ou jurídicos. Estavam
totalmente dependentes de seus amos, que lhes davam abrigo e alimentação. O escravo era
considerado um objecto, podendo ser vendido, castigado, morto ou abandonado
O quotidiano de um romano
Na As rotinas diárias de um romano dependiam do grupo
social a que pertenciam.
cidade

As famílias mais abastadas (senadores e ordem equestre)


viviam: (doc.1; p.96)
•nas Domus – palácios localizados na cidade.
•Villae – residências localizadas na periferia das cidades

• Rede de esgotos e água canalizada;


• Banhos privados; Equipadas
• Climatização; com:
• Jardins bem cuidados;
• Pavimentos e paredes decorados com mosaicos
e pinturas murais.
• Política
Viviam uma vida agitada entre: • Festas e banquetes
(doc.2; p.97)
• Termas
• Espectáculos - circos ou teatros
Construções habitacionais.

Domus

Casas particulares unifamiliares (embora pudessem viver várias gerações)


onde moravam os cidadãos mais ricos.
A sua planta foi sofrendo algumas variações nas dimensões e materiais.
1800 domus
Características básicas:
• Aspecto modesto, feita de tijolo e ladrilho cozido - paredes exteriores com taipa e
estuques nos interiores.
• Geralmente baixa, 1 só piso e eventualmente 2, possuía telhado ligeiramente inclinado
para o interior, coberto com telhas de cerâmica.
• Encontrava-se voltada para si própria, pois não tinha aberturas para o exterior senão
a porta e uma ou outra janela nas traseiras.
• As dependências internas organizavam-se em torno de 1 ou 2 pátios interiores - atrium
e peristilo - onde se fazia a iluminação/arejamento da casa e circulação de pessoas
• A decoração interior baseava-se em pavimentos de mármore policromos ou mosaicos;
belos estuques pintados nas paredes das divisões nobres - triclinium e tablinium
Construções habitacionais.

Villae

As famílias mais abastadas possuíam variantes maiores e mais luxuosas

• Eram rodeadas por grandes espaços ajardinados e agrícolas,


• Localizadas nos arredores das cidades.
• eram verdadeiras cortes destinadas a albergar numerosa criadagem,
milícias militares e comitivas políticas - os palácios imperiais.

As mais conhecidas são:


• Domus Aurea
• Villa Adriana.
O quotidiano de um romano
Na As rotinas diárias de um romano dependiam do grupo
social a que pertenciam.
cidade
(doc.1; p.96)

A Plebe – vivia miseravelmente no ruído da cidade.


•nas Insulae – com poucas condições de higiene, sem saneamento
ou água canalizada e sobrelotados

Usavam:
• Banhos públicos;
• Termas Públicas
(doc.2; p.97)

• Circos – corridas de carros de


Divertiam-se a assistir espectáculos :
cavalos; lutas de pugilato;
• Anfiteatros – lutas gladiadores
Construções habitacionais.
Insulas
No séc. IV, Roma tinha cerca de: 46.600 insulae

A concentração populacional nas cidades durante a época imperial criou outra


tipologia de habitações - as ínsulae.

Prédios de aluguer, com várias habitações a fazer lembrar os apartamentos


actuais.
• Continham em média 3 / 4 andares, alguns chegaram ao 8 pisos
• O rés-do-chão era geralmente recuado e utilizado para lojas
• A fachada avançava sobre o rés-do-chão, criando um pórtico,
uma multiplicidade de pequenas divisões (os Cenácula).
O legado da civilização romana

O Urbanismo - foi também um dos maiores contributos romanos para a nossa


civilização.
Os romanos construíam cidades à imagem das suas necessidades.

Na planificação das cidades eram tomados


em conta os seguintes aspectos:

• Utilidade dos edifícios;


• sistema de abastecimento de água;
• saneamento;
• arruamento.
Roma: o modelo urbano no império
No final da República houve grande preocupação com o ordenamento urbano

Legenda:
• Coliseu
• Circo Máximo
• Fórum
• Aqueduto
• Tempo Roma
• Termas tornou-se
centro do
Império.

Ponto de partida e de chegada das rotas terrestres e marítimas que uniam


todas as partes do grande Império.

Permitindo a circulação e intercâmbio das gentes,


produtos e notícias
• Soldados
Agentes da
• Políticos
• Comerciantes Romanização dos
(Doc. 1, p.98) • Colonos povos conquistados
A Arquitectura

Os primeiros exemplos de uma arte verdadeiramente romana encontram-se na


arquitectura, a arte que melhor testemunha o génio inventivo de Roma e
melhor documenta a sua evolução histórico e social.

O seu legado foi um precioso para as gerações vindouras.

A arquitectura romana preocupa-se especialmente com a resolução:

• dos aspectos práticos e técnicos da arte de construir

• com soluções criativas e inovadoras


(precursoras dos modernos sistemas e concepções de edificação
às crescentes necessidades demográficas, económicas, políticas
e culturais da cidade e do Império.
A Arquitectura

Filiando-se directamente nas formas: • ítalo-etruscas


• modelos gregos e helenísticos

a construção romana só conseguiu uma linguagem arquitectónica original por


meados do Período Republicano.

Utilidade e grandeza

O carácter da
arquitectura Solidez
romana

Poder e força

(Doc. 2/3, p.99)


Arte

Ao barroquismo/requinte da decoração

Originalidade
da arquitectura Os materiais utilizados
Romana
(Doc. 2/3/5, p.102/3)
Desenvolvimento das técnicas e instrumentos de
engenharia construtiva;

Os tradicionais:
Materiais Inovadores e
• pedra
usados mais económicos:
• tijolo
• Opus Caementicium
• madeira
espécie de cimento
À criação de novos sistemas construtivos;

O uso do arco de volta perfeita Arcadas


Técnicas
Construtivas (Doc. 3, p.103)

Permitiu a construção das


Abóbadas
seguintes estruturas
(Doc. 2/5, p.103)
Cúpulas
Os Deuses Romanos

A religião romana estava associada ao culto dos antepassados e vida familiar


(Doc.4, p.105)

Os romanos veneravam os deuses protectores do Lar, como: Lares e Penates

Deuses relacionados com as actividades agrícolas e forças da natureza, como:


Ceres e Júpiter

À medida que Roma se expandiu e contactou com outros povos, foi assimilando
novos deuses
(Doc.1, p.104)

Os romanos para ficarem em paz com os deuses e a troco de


Formas de protecção e favores, faziam: • Ofertas
culto • Sacrifícios

Os cultos aos deuses eram realizados nos templos e santuários


(doc.4; p.103)
(doc.3; p.103)

(doc.2; p.102)
(Ler pág.104)

(doc.3; p.105)
A romanização da Península Ibérica

A administração Os romanos dividiram a península Ibérica em 3 províncias


da
Península Ibérica • Terraconense
• Bética
• Lusitânia

A capital da Lusitânia era Mérida Augusta, situada entre o Douro e


o Guadiana, incluía a maior parte do território que compreende
Portugal
A maior parte das cidades forma obtendo o estatuto de relativa
autonomia administrativa - Municípios.

(doc.4/5; p.107)
A romanização da Península Ibérica

Na Língua - o latim substitui as línguas locais


Vestígios da e está na origem da Língua portuguesa
cultura romana na
Península Ibérica
Na economia, a presença romana significou
que esta deixasse de ser exclusivamente
(pág.109)
agrícola para passar a ser também comercial,
assente nas trocas comerciais entre as
diversas províncias do Império.

O urbanismo, a construção de uma rede de


O Direito - introdução do estradas ainda hoje visível, a fundação de
Direito Romano implicou que cidades.
os habitantes ficassem
sujeitos às mesmas leis de A arquitectura, a construção de grandes obras
Roma. públicas, pontes, aquedutos, termas, arcos do
Triunfo, edifícios religiosos.
O legado da civilização romana

O direito romano - toda a administração do Império funcionava com base num


conjunto de leis que regiam as relações entre os cidadãos e os órgãos de
administração
As leis decretadas eram redigidas e compiladas em dois códigos:

Direito público - conjunto de leis que regulam o


funcionamento do Estado.

Direito privado - legislação que regia as relações


entre os cidadãos, tais como a propriedade privada,
matrimónio, contratos (…).

Organização administrativa e religiosa da Europa assenta na organização


administrativa romana das províncias dioceses e municípios.
O legado da civilização romana

A cultura romana foi profundamente influenciada pela cultura


Literatura grega e helenística

Depois da integração da Grécia no Império Romano, o grego tornou-se na 2ª


língua dos romanos mais cultos; dos poetas e dos filósofos romanos.

O apogeu das letras romanas coincidiu com o final da República e início do


período imperial.
O legado da civilização romana

No final da República destacou-se em Roma o grande orador


Literatura e pensador Cícero

Já na época de Augusto, no período Imperial, viveram alguns dos mais conhecidos


poetas romanos como:
• Virgílio
• Horácio
• Ovídio

Também na História, que servia para a glorificação de Roma e seu Império, Tito
Lívio foi quem mais se destacou.
A Arquitectura e Obras Públicas
Foram as construções mais populares da
arquitectura romana de lazer.
Anfiteatros
Soluções estruturais/caracterização

• Eram de planta circular ou elíptica;


• Erguiam-se à altura de 3/4 andares, sustentando-se
a si mesmos, através de …
• sistema de abóbadas radiais e concêntricas,
formando galerias (bastidores) …
• que sustentam as bancadas e a própria arena

Decoração exterior
• Seguindo o modelo do Tabularium - 3 níveis de
arcadas;
• Ladeados por colunas adossadas, com ordens
diferentes, de acordo com as suas proporções e
antiguidade.
• separados por entablamentos encimados por um ático.

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