Você está na página 1de 31

ANÁLISE DA CORROSÃO DE

BARRAS NO CONCRETO ARMADO


ATRAVÉS DO MÉTODO DE MEDIÇÃO
DO POTENCIAL DE MEIA CÉLULA.

Wanessa Souza de Lima


Orientador: Romilde Almeida de Oliveira

18ª Jornada de Iniciação Científica da UNICAP


INTRODUÇÃO
 Compósito concreto armado: Para contornar a incapacidade
do concreto em absorver inversão de esforços o aço foi
incorporado ao sistema;

 adição do aço patologias durabilidade;

 Corrosão das Armaduras:

 Definição: Interação destrutiva de um material com o meio


ambiente, resultado de reações químicas ou eletroquímicas,
associadas ou não a ações físicas ou mecânicas de deterioração.
INTRODUÇÃO
 A corrosão de armaduras nas estruturas de concreto afeta:
 Segurança;
 Capacidade de serviço.
 O concreto oferece proteção física contra a corrosão:
 Ao separar o aço do meio externo;
 Através da passivação.
 Manifestação:
 ocorre quando o concreto apresenta permeabilidade,
permitindo a entrada da umidade e de substâncias como gás
carbônico e íons cloretos.
 Para a ocorrência da corrosão é necessária o acesso do
oxigênio ao meio (concreto).
INTRODUÇÃO

Fig. 1: Efeitos do acesso de oxigênio ao concreto.


Fonte: CASCUDO, 1999.
INTRODUÇÃO
 Principais mecanismos de propagação:
 Corrosão da armadura por cloretos

Fig. 2: Corrosão por pite decorrente da ação dos íons cloretos.


Fonte: RIBEIRO et al, 2013.
INTRODUÇÃO
 Principais mecanismos de propagação:
 Corrosão da armadura por cloretos

Fig. 3: Penetração do CO2 e do processo de carbonatação.


Fonte: RIBEIRO et al, 2013.
INTRODUÇÃO
 O processo corrosivo no concreto armado é
“silencioso” e seus sintomas só aparecem muito
depois do de iniciado e propagado, sendo sua
identificação precoce muito difícil. Merecendo,
portanto, acompanhamento periódico.

 Avaliação e monitoramento da corrosão em armaduras


 inspeção visual;
 avaliação da qualidade do concreto em relação à
porosidade;
 monitoramento e previsão da corrosão das armaduras.
OBJETIVOS
 Objetivos Gerais
 Estudo dos agentes que ocasionam a corrosão das armaduras e
o impacto provocado sobre projetos e/ou manutenção de obras
afetadas com tal patologia;
 Atuação dos íons cloreto e da carbonatação do concreto no
processo de corrosão das armaduras.

 Objetivos Específicos
 Estudos sobre o método da medição do potencial de meia célula
para detectar corrosão ativa em armaduras;
 Análise e avaliação das medidas de potencial de corrosão de
dois pilares da Torre de Salvamento do CBMPE (Corpo de
Bombeiros Militar de Pernambuco).
MATERIAIS E MÉTODOS
 Estrutura inspecionada:
 Torre de Salvamento do CBMPE (Corpo de Bombeiros
Militar de Pernambuco).
 Idade estimada: 40 anos.

 Classe de agressividade ambiental: Classe III

(NBR 6118:2014)

Fig. 4: Representação esquemática das


seções transversal e longitudinal dos
pilares da estrutura inspecionada.
MATERIAIS E MÉTODOS
MATERIAIS E MÉTODOS
 Pilares inspecionados:
MATERIAIS E MÉTODOS

 Metodologia adotada: medição do potencial de


corrosão de meia célula.
 Não destrutivo;
 Fácil execução;
 Rápida obtenção de resultados.

 Equipamentos utilizados:
 Localizador de barras: Profoscope;
 Analisador de corrosão Canin+.
MATERIAIS E MÉTODOS
 Analisador de corrosão Canin+
MATERIAIS E MÉTODOS
 Detector de barras Profoscope
MATERIAIS E MÉTODOS
 Princípios da medição:
 relação eletroquímica entre o aço e o concreto;
 eletrodo de referência - meia célula de cobre/sulfato
(Cu/CuSO4) com resistência é de 10 MΩ;

Fig. 5: Desenho esquemático do sistema para medição do


potencial de corrosão de meia célula. Fonte: CASCUDO, 1999.
MATERIAIS E MÉTODOS
 Finalidades:
 obter uma ‘imagem’ característica do estado de
corrosão da superfície do aço dentro do concreto;
 indicar as probabilidades de ocorrência da corrosão e
classificar o estado do concreto através dos potenciais
medidos;

 Normas e Regulamentos Aplicados:


 RILEM TC 154-EMC – União Europeia;
 ASTM C876-91 – EUA.
MATERIAIS E MÉTODOS

Fig. 6: Etapas necessárias para a aplicação da metodologia adotada.


Fonte: Proceq, 2012
MATERIAIS E MÉTODOS

Preparação e execução das medições.


RESULTADOS E DISCUSSÃO

ELEMENTO P1 ELEMENTO P2

Pilar P1 Pilar P2
Potencial (mV) Potencial (mV)
Posição (cm) Posição (cm)
Lado Esquerdo Lado Direito Lado Esquerdo Lado Direito
40 -355 -315
80 -150 -135
80 -220 -235
130 -100 -130
120 -140 -180
180 -185 -155 160 -150 -175
230 -220 -180 200 -135 -155
280 -155 -160 240 -155 -175
330 -125 -110 280 -185 -235
380 -220 -145 320 -155 -190
430 -175 -130 360 -125 -80
400 -70 -95
Tabela 1: Potencial de corrosão em P1. 440 -125 -115

Tabela 2: Potencial de corrosão em P2.


RESULTADOS E DISCUSSÃO

ELEMENTO P1 ELEMENTO P2

Gráfico 1: Mapa de potencial - P1.


Gráfico 2: Mapa de potencial - P1.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
 Critérios de avaliação dos resultados:
Concreto saturado de água sem O2 -0,9 ... -1,0 V
Concreto úmido contaminado com cloreto -0,4 ... -0,6 V
Concreto úmido isento de cloreto +0,1 ... -0,2 V
Concreto úmido carbonatado +0,1 ... -0,4 V
Concreto seco carbonatado +0,2 ... 0,0 V
Concreto seco não carbonatado +0,2 ... 0,0 V
Fig. 7: Intervalos do potencial de meia célula do aço em concreto medidas em relação
a um eletrodo de referência de Cu/CuSO4 (Fonte: RILEM TC 154-EMC, 2003).

Fig. 8: Probabilidade de ocorrência de corrosão da armadura em função do potencial,


definida pela norma americana ASTM C-876/91 (Fonte: RIBEIRO et al, 2013).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
 Elemento P1

Gráfico 3: Correlação entre as medidas de potencial de corrosão referentes ao


elemento P1 e os critérios de avaliação constantes na norma ASTM C-876/91
RESULTADOS E DISCUSSÃO
 Elemento P1

Gráfico 4: Correlação entre as medidas de potencial de corrosão referentes ao


elemento P1 e os critérios de avaliação constantes na recomendação RILEM TC 154-
EMC.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
 Elemento P2

Gráfico 5: Correlação entre as medidas de potencial de corrosão referentes ao


elemento P2 e os critérios de avaliação constantes na norma ASTM C-876/91
RESULTADOS E DISCUSSÃO
 Elemento P2

Gráfico 6: Correlação entre as medidas de potencial de corrosão referentes ao


elemento P2 e os critérios de avaliação constantes na recomendação RILEM TC 154-
EMC.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
 Frequências acumulativas - Elemento P1
RESULTADOS E DISCUSSÃO
 Frequências acumulativas - Elemento P2
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 É comum que os valores obtidos sejam negativos
independente do estado da armadura;
 O elemento P2 apresentou valores mais eletronegativos
que P1;
 A posição de P2 em relação à estrutura principal da
torre, estando diretamente inserido na estrutura,
 O elemento P1 se encontra mais afastado, estando
conectada à torre por meio de uma viga;
 É provável que a ocorrência de valores mais
eletronegativos nas áreas inferiores do pilar se deva à
ação da umidade e das infiltrações ao longo do tempo;
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Os valores das medições em P1 se encontram em
sua maioria na condição de concreto seco
carbonatado, segundo os critérios da recomendação
RILEM TC 154-EMC (Fig. 6)

 Em P2 a maior parte dos valores se encontra na


condição de concreto seco carbonatado,
apresentando também representação em menor
escala de concreto úmido carbonatado. Na base do
pilar detectou-se contaminação por cloretos
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Quanto ao método da medição do potencial de corrosão de meia
célula, pode-se dizer que se trata de um meio rápido e prático
para a detecção de mudanças no sistema aço/concreto;
 Vantagens:
 Baixo custo, simplicidade dos equipamentos, rápido mapeamento de
potenciais, fornecimento de uma indicação da intensidade da
corrosão por meio da análise do gradiente de potencial apresentado;
 Desvantagens:
 Limitações na aplicação da técnica em casos de corrosão devido à
carbonatação, distorções causadas pela espessura ou a alta
resistividade do cobrimento, a influência de fatores como umidade e
teor de oxigênio no concreto, o não fornecimento de dados
quantitativos da taxa de corrosão.
AGRADECIMENTOS
 Ao Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco,
especialmente o Capitão Marcelo Lima e Silva e
equipe da Engenharia do Quartel Central do
CBMPE, por todo o suporte prestado;
 Ao Prof. Dr. Romilde Almeida de Oliveira pela
oportunidade e orientação;
 A todos os amigos que de alguma forma
contribuíram para a realização deste trabalho.

Você também pode gostar