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Deficiência Mental e

Comunicação
Revisão bibliográfica

Pedro Almeida - Deficiência Mental e


08/04/2020 Comunicação - ISEIT Santo André
índice
 Comunicação – O que é?
 Comunicação – Linguagem não Verbal
 Comunicação – Linguagem Verbal
 Deficiência Mental – Evolução histórica
 Deficiência Mental – Classificação e definição
 Etiologia
 Traços mais comuns da pessoa com
Deficiência Mental
 Deficiência Mental e comunicação

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08/04/2020 Comunicação - ISEIT Santo André
Comunicação – O que é?
 comunicação é transferência de informação
Batteau (1968)
 Sistema de comunicação de Shannon e
W.Weaver (1949)
Receptor
Emissor Me
ns agem
ag ns
em Me
Canal

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Comunicação – O que é?
 O que é comunicado é aquilo que é entendido
pelo receptor e não aquilo que é enviado pelo
emissor.

ruído
Receptor
Emissor Me B??
ns agem
A ag ns
em Me
Canal

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08/04/2020 Comunicação - ISEIT Santo André
Comunicação – Linguagem não
Verbal
 A comunicação não verbal é
essencialmente motora associada às
capacidades físicas e anatómicas do
Homem, que têm uma origem
filogenética e ontogenética (Fonseca,
1995)
 Segundo Piaget (1973) a linguagem não
verbal, nasce com os primeiros reflexos
do bebé e a interacção com o meio

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08/04/2020 Comunicação - ISEIT Santo André
Comunicação – Linguagem não
Verbal
 desenvolvimento da comunicação verbal que
será sempre dependente da comunicação não
verbal (Fonseca, 1995);

 altera contextos e mensagens através de


expressões faciais, olhares, tons de voz,
posturas, gestos, distâncias interpessoais e
até a própria aparência influência a
comunicação (Fonseca, 1995; Matos, 1998);

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Comunicação – Linguagem não
Verbal
Os primeiros instrumentos de comunicação,
segundo Vítor da Fonseca (1995)
 O tacto
 O olfacto
 O paladar
 A audição e a vocalização
 Os gestos e a motricidade
 A proxémica

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08/04/2020 Comunicação - ISEIT Santo André
Comunicação – Linguagem não
Verbal
 Este manancial de sentidos e actos
motores têm influência primeiramente
sobre a cognição e maturação
neurológica e sustentam depois, uma
linguagem verbal legislada por símbolos
e signos (Fonseca, 1995; Piaget, 2000)

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Comunicação – Linguagem Verbal

 Através:
 Do Som;
 Da escrita;
 Da linguagem gestual;

 pressupõe a existência de símbolos


conhecidos pelo grupo social, fazendo parte
da identidade cultural de um povo ou de uma
sociedade
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08/04/2020 Comunicação - ISEIT Santo André
Comunicação – Linguagem Verbal

 Surge a partir dos 2 anos de idade;


 alterações ao nível da estruturação do
pensamento e da relação intra-pessoal
(Piaget, 2000);
 a linguagem constitui o meio do indivíduo
poder expressar sentimentos, ideias,
pensamentos e entender os outros
descodificando os símbolos sonoros, gráficos
ou gestuais (Ruiz e Ortega,1997)

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08/04/2020 Comunicação - ISEIT Santo André
Comunicação – Linguagem Verbal

 Surge sempre associada à linguagem


não verbal, segundo Matos (1998)

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08/04/2020 Comunicação - ISEIT Santo André
Deficiência Mental – Evolução
histórica
 nas épocas anteriores ao cristianismo -
rejeição, veneração (atribuídos poderes
mágico-religiosos à pessoa com
deficiência);
 idade média – protecção e discriminação
positiva;
 Séc. XIX – iluminismo, trouxe tolerância
sobre a deficiência e o direito à
diferença
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08/04/2020 Comunicação - ISEIT Santo André
Deficiência Mental – Evolução
histórica
 Na actualidade –

rejeição e segregação VS Integração e inclusão

 Distinção de 3 períodos:
1º período – 1800 até finais do séc. XIX
2º período - finais do séc. XIX até à 2ª grande guerra
3º período - pós-guerra até à actualidade

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Deficiência Mental – Evolução
histórica
 1º período:
- separação entre a deficiência
mental e a doença mental;
- contribuições dos estudos de
Jean Itard, Guggenbuehl, Séguin
 2º período:
- 1876 fundação da Associação
Americana de Deficiência Mental
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Deficiência Mental – Evolução
histórica
 2º período (conti.):
- Binet e Simon relacionam deficiência mental e nível
de inteligência (Q.I.)

- baixa capacidade intelectual e incompetência


ao nível das aprendizagens
- testes psicométricos
- teoria bifactorial (Spearman)
- teoria multifactorial (Thorndike
- Teoria dos Factores primários (Thurstone)

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Deficiência Mental – Evolução
histórica
3º período:
espírito humanitário e democrático
desenvolvimento científico
deficiência mental não é mensurável
inteligência como a capacidade que um
individuo tem para se adaptar a uma
determinada tarefa num “determinado
domínio de actividade” (Fonseca, 1992)
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Deficiência Mental – Classificação e
definição
Primeira definição
 testes psicométricos
 impulsionadores foram Binet e Simon

 “A deficiência mental refere-se a um


funcionamento intelectual geral
significativamente inferior à média surgido
durante o período de desenvolvimento e
associado a um défice no comportamento
adaptativo” (Grossman, 1983 citado por
Pacheco e Valencia, 1997).

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Deficiência Mental – Classificação e
definição
Níveis Escalas de Standford-Binet e CattelQ.I. Wechsler
= I.M. / I.C.
O Quociente=16)
 (desvio-padrão de inteligência, proposto
(desvio-padrão = 15)
por stern, tem influência na classificação
Ligeirodo grau
67 –de
52 deficiência
69 mental;
– 55
Moderado 51 – 36 54 – 40
Severo 35 – 20 39 - 25
Profundo 19 e inferior 27 e inferior

Grossman,
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199708/04/2020 Comunicação - ISEIT Santo André
Deficiência Mental – Classificação e
definição
 Deficiência mental Ligeira – educável a
nível escolar;
 Deficiência mental moderada –
treináveis a nível escolar;
 Deficiência mental severa – dependente;
 Deficiência mental profunda – necessita
de apoio e não é autónomo.
(Claudino, 1998)
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08/04/2020 Comunicação - ISEIT Santo André
Deficiência Mental – Classificação e
definição
 Criticas à corrente psicométrica:
 O Q.I não consegue avaliar os
processos cognitivos e adaptativos, e
por isso torna-se difícil definir e
classificar a deficiência mental (Morato,
1995; Fonseca, 2001; Albuquerque,
2000).

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Deficiência Mental – Classificação e
definição
“ A deficiência mental refere-se a um estado de
funcionamento atípico no seio da comunidade,
manifestado logo na infância, em que as limitações do
funcionamento intelectual (inteligência) coexistem com
as limitações no comportamento adaptativo. Para
qualquer pessoa com deficiência mental a descrição
deste estado de funcionamento exige o conhecimento
das suas capacidades e uma compreensão da
estrutura e expectativas do meio social e pessoal do
individuo” (Luckanssom et al.,1992 citados por
Correia1999)

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Etiologia

A deficiência mental poderá ter causas:


 Genéticas;

 factores externos, nos períodos:


 Pré-natal
 Peri-natal
 Neo-natais
 Pós-natais

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Traços mais comuns da pessoa
com Deficiência Mental
Dificuldades físicas:
falta de equilíbrio;
dificuldades de locomoção;
Dificuldades de coordenação;
Dificuldades de manipulação.

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Traços mais comuns da pessoa
com Deficiência Mental
Dificuldades pessoais:
ansiedade;
falta de auto-controlo;
Inibição;
possíveis sintomas e sinais de
perturbações da personalidade.

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Deficiência Mental e comunicação

Dificuldades sociais:
atraso evolutivo em situações de jogo,
lazer e actividade sexual ;
dificuldades nas relações pessoais;
défice linguístico;
personalidade problemática;
problemas de memória.

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Deficiência Mental e comunicação

 é necessário efectuar uma adaptação


das estratégias de comunicação e
aprendizagem;
 Os problemas de comunicação, nas
pessoas com deficiência mental, variam
consoante o grau da deficiência;

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Deficiência Mental e comunicação

 Pessoas com deficiência mental ligeira têm


possibilidade de angariar uma boa linguagem verbal e
bons comportamentos sociais.
 Pessoas com deficiência mental moderada, têm
dificuldades na expressão oral mas utilizam a
linguagem verbal como meio de comunicação.
 Pessoas com deficiência mental grave, têm uma
linguagem verbal deficitária, aprendem por isso a
outros modos de comunicação.
 Pessoas com deficiência mental profunda,
apresentam grandes problemas de comunicação

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Deficiência Mental e comunicação

 pessoas com deficiência mental revelam


realmente um atraso na aquisição da
linguagem;
 problemas psicomotores, nomeadamente o
ligeiro atraso no controlo do tónus, da
equilibração e na definição da lateralização,
fazendo com que não haja estruturas
cerebrais livres para desenvolver a
simbolização, o tratamento e processamento
da informação e elaboração gnósica
(Fonseca, 1992; Pacheco e Valências, 1997)
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Deficiência Mental e comunicação

 as crianças com deficiência mental


mantêm distâncias muito menores entre
si, perturbação da proxémica
 Pessoas com deficiência mental
profunda têm uma linguagem
essencialmente não verbal baseado em
vocalizações, gestos e expressões
faciais;

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Referências bibliográficas
 Albuquerque, M. C. P. (2000). A criança com deficiência mental
ligeira. Lisboa: Secretariado Nacional para a Reabilitação e
Integração das Pessoas com Deficiência.
 Claudino, A. A. D. (1998). A orientação para a formação
profissional de jovens com deficiência intelectual. Lisboa:
Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das
Pessoas com Deficiência.
 Correia, L. M. (1999). Alunos com Necessidades Educativas
Especiais nas classes regulares. Porto: Porto editora.
 Fonseca, V. (2001). Cognição e aprendizagem. Lisboa: Âncora
editora.
 Fonseca, V. (1992). Manual de observação Psicomotora. Lisboa:
editorial notícias.
 Kirk, S. A.; Gallagher, J. J. (2002). Educação da criança
excepcional. São Paulo: Martins Fontes editora.

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 Matos, M. G. (1998). Comunicação e Gestão de
Conflitos na escola. Lisboa: Fmh Edições.
 Morato, P. P. (1995). Deficiência Mental e aprendizagem.
Lisboa: Secretariado Nacional para a Reabilitação e
Integração das Pessoas com Deficiência.

 Nova Enciclopédia Larrouse (1997). Círculo de leitores.


 Piaget, J. (2000). Seis Estudos de Psicologia. Lisboa:
Dom Quixote
 Pacheco, B. D.; Valencia, R. P. (1997) A deficiência
mental. In Bautista, R. (Eds.), Necessidades educativas
especiais (pp. 249 – 269) Lisboa: Dinalivro.
 Ruiz, J. R. G.; Ortega J. L. G. (1997) As perturbações da
linguagem. In Bautista, R. (Eds.), Necessidades
educativas especiais (pp. 83 – 108) Lisboa: Dinalivro.
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08/04/2020 Comunicação - ISEIT Santo André
 Salomé, J. (1989). Papá, Mamã, escutem-me com
atenção, para compreender as diferentes linguagens da
criança. Lisboa: Instituto Piaget.
 Sfez, L. (1991). A comunicação. Lisboa: Instituto Piaget.
 Soczka, L. (2000). Contextos territoriais e a perspectiva
ecológica em psicologia social. In Vala, J.; Monteiro, M.
B. (Eds) Psicologia Social (pp. 503 – 534) Lisboa:
Fundação Calouste Goulbenkian.
 Vieira, F. D.; Pereira, M. C. (2003). Se houvera quem me
ensinara…A educação da pessoa com deficiência
mental. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
 ALMADA, F. Comunicação pessoal, Instituto Superior de
Estudos Interculturais e Transdisciplinares de Santo
André, 2003.

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