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AS GRANDES ESTRUTURAS

DE BASE

LINHAGEM ESTRUTURAL PSICÓTICA E A


LINHAGEM ESTRUTURAL NEURÓTICA

Professora Elizangela Felipi


CLASSIFICAÇÃO DE DIFERENTES
ORGANIZAÇÕES PSÍQUICAS

A originalidade de uma tentativa de classificação verdadeiramente


psicanalítica das estruturas mentais não pode repousar sobre
“supercategorias” manifestas, mas, ao contrario, sobre as precisões e
nuances trazidas ao exame atento do modo de funcionamento das infra-
estruturas psíquicas latentes, tanto no estado normal quanto nas
evoluções mórbidas dessas organizações de base [...] mostrar em que
diferem, no plano econômico, as organizações entre elas [...] (BERGERET,
1998, p. 66)
Meus principais critérios de classificação:
- Natureza da angústia latente;
- Modo de relação de objeto;
- Principais mecanismos de defesa;
- Modo de expressão habitual do sintoma
ESQUEMA GERAL DA
PSICOGÊNESE
ESTRUTURA PSICÓTICA
ESTRUTURA PSICÓTICA
A estrutura psicótica corresponde a uma falência da
organização narcísica primária dos primeiros
instantes da vida.

ESTRUTU
RA A psicose é essencialmente caracterizada por uma
fixação e uma não-ultrapassagem do registro pré-
PSICÓTIC objetal.

A
O indivíduo sofre sérias fixações, estas fixações
ocorrem durante a fase oral ou, no mais tardar,
durante a primeira parte da fase anal (expulsiva).
A Linhagem Estrutural Psicótica

A ESTRUTURA PSICÓTICA
O EGO SE PRÉ-ORGANIZA NESTA
CORRESPONDE A UMA FALÊNCIA DA
PRIMEIRA ETAPA SEGUNDO A
ORGANIZAÇÃO NARCÍSICA PRIMÁRIA
LINHAGEM ESTRUTURAL PSICÓTICA.
DOS PRIMEIROS INSTANTES DA VIDA.

Por ocasião da adolescência, na


imensa maioria dos casos, um ego pré-
A "PRÉ-ORGANIZAÇÃO" SOFRE UMA organizado de forma psicótica
PARADA EVOLUTIVO DURANTE O simplesmente prosseguirá sua
PERÍODO DE LATÊNCIA. evolução no seio da linhagem psicótica
e se organizará de forma definitiva, sob
a forma de estrutura psicótica estável.
A FUNÇÃO MATERNA E A ESTRUTURA
PSICÓTICA
Mãe hiperprotetora, não permitindo à Mãe que não entende a demanda do
criança alcançar o registro do desejo. Mãe ausente (mais raramente) – a filho – constituem uma das mais sólidas
Está sempre presente (prevenindo seus função materna não cumprirá seu papel raízes da inaptidão a mentalizar as
menores desejos, que ela torna assim – tão importante - de ligação da moção pulsões, a representá-las, e a dizê-las. A
inexistentes). pulsional em curso de emergência com função do desejo, perturbada, mostra-se
seu objeto significante. incapaz de significar realmente o
movimento pulsional (uma incapacidade
de representação da pulsão).

É uma impossibilidade, para a criança, A mãe do psicótico pode, por suas


de constituir-se como objeto distinto da Esta relação mais ou menos fusionada
atitudes profundas, manter o filho, e com a mãe, segundo as variedades de
"mãe", ela mesma, incompleta, não mais tarde o paciente, em uma situação
podendo conceber separar-se desta psicose, encontrar-se-á incessantemente
imprópria para facilitar a eclosão das repetida no plano interpessoal.
parte indispensável ao seu próprio ego. manifestações personantes.
... a mãe do psicótico não soube deixar se instalar o esboço
de uma relação personada, levada, como se viu,
FUNÇÃO essencialmente por sua própria necessidade patológica de
MATERNA exclusividade. Essa disposição de espírito tenderá
EA igualmente a afastar a criança de toda saída para o exterior
ESTRUTURA e muito especialmente para esse outro representado
PSICÓTICA habitualmente pelo pai do psicótico.
ela [a mãe do psicótico] eliminará fundamentalmente de
A FUNÇÃO seus próprios conteúdos tudo aquilo que pode lembrar e
evocar o lugar do terceiro personagem, do Outro, do pai,
MATERNA tudo o que poderia, nesse nível, introduzir a criança em
uma dimensão triangular, pela presença reconhecida de
EA um terceiro no imaginário da mãe e em seu discurso...

ESTRUTU
RA
Esse fenômeno foi introduzido na problemática analítica
PSICÓTIC por Lacan, sob o nome de forclusão, se reveste de uma

A importância decisiva na edificação egóica insuficiente do


psicótico.
A FUNÇÃO
A atitude simbiótica da mãe e a necessidade de total
MATERNA dependência do filho em relação a ela, impede a constituição de
EA uma diferenciação em relação à:

ESTRUTUR 1- realidade psíquica/realidade material e

A 2- ego/não-ego, sujeito/objeto.

PSICÓTICA
Por sua vez, o pai do psicótico se mostra, falho em sua
função, ele não consegue ajudar, com sua
A FUNÇÃO intervenção, a criança em sua separação da mãe,
PATERNA E A assim, esta criança se encontrará irremediavelmente
ESTRUTURA confinada no registro unipolar e fusional impróprio
PSICÓTICA para uma implantação objetal satisfatória e
impróprio, igualmente, para um bom funcionamento
mental.
O ego jamais está completo; encontra-se de saída fragmentado.

A angústia está centrada na fragmentação, na destruição, na morte por estilhaçamento.

O Ego na
Estrutura A atividade sintética do ego encontra-se abolida nos casos extremos, ou então enfraquecida.

Psicótica
O superego não atinge o papel organizador ou conflitual de base.

Conflito: O conflito subjacente não é causado pelo superego, nem pelo ideal de ego, mas pelas
necessidades pulsionais em face à realidade, o que leva a uma recusa de todas as partes desta
realidade que tenham-se tornado demasiado frustrantes.
Dinâmica de funcionamento

O delírio, com a recusa da realidade, tornar-se indispensável para a


manutenção da vida por meio da reconstrução de uma nova realidade.

Quanto mais o sujeito de estrutura psicótica se encontrar ameaçada, mais


prevalecerá nele o processo primário, em detrimento do funcionamento sob o
processo secundário.

O processo primário leva o funcionamento mental a sair do controle da


realidade para tender à alucinação dos desejos.
• Recusa (realidade) – Termo usado por Freud num sentido específico:
Os modo de defesa que consiste numa recusa por parte do sujeito em
reconhecer a realidade de uma percepção traumatizante. Este

principais mecanismo é evocado por Freud em particular para explicar o


fetichismo (recusa em perceber a ausência de pênis
na mulher) e nas psicoses.
mecanismos
de defesa • Projeção (Projektion) – Termo utilizado por Sigmund Freud a partir
de1895 para designar um modo de defesa primário pelo qual o
sujeito projeta num outro sujeito ou num objeto desejos que provêm
psicóticos dele.

são: • Clivagem do eu (Ichspaltung) – Termo introduzido por Sigmund Freud


em 1927 para designar um fenômeno que se traduz pela coexistência,
no cerne do eu, de duas atitudes contraditórias, uma que consiste
em recusar a realidade, outra, em aceitá-la.
(passam a existir dois mundos diferentes no sujeito: o real e o
delirante).
LINHAGEM ESTRUTURAL PSICÓTICA

Esquizofrênica

Melancólica

Paranóica
Estrutura Esquizofrênica
- Fixação tópica sobre a hesitação da dialética eu/não eu
- Situa-se na posição mais regressiva (libidinal e ego)

LINHAGEM - Fixação na primeira oral


- Frustrações muito precoces (figuras parentais)
ESTRUTUR - Mãe simbiótica/tóxica (autoritária, superprotetora,
AL ansiosa e culpabilizada – marcada pela frieza afetiva
pessoal)
PSICÓTICA - A relação objetal autística – recuperação narcísica
primária
- Sentimento de estranheza e desapego
- O delírio comumente aparece como única forma de
reinvertir os objetos
Estrutura Melancólica:
– Essa estrutura corresponde, no plano tópico, a uma falha do self e a falência
do ideal de self.
- A economia pulsional que havia chegado no nível do falismo organizador, vê-
se obrigado a regredir reativado por uma ferida narcísica arcaica fundamental.
- Ocupa um lugar a parte na classificação estrutural de modo psicótico – tem

LINHAGEM autenticidade de organização psicótica, mas se diferencia quanto a sua etiologia.

ESTRUTUR - A angústia que era de Perda do objeto retorna para uma angústia de
fragmentação, mas conserva marcas de ansiedade anaclítica e fóbica – mais
AL progressivas.
- Ocupa uma posição intermediária entre a estrutura esquizofrênica e a
PSICÓTICA estrutura paranoica – isso referente ao grau de evolução libidinal, mas não em
relação a estruturação egóica, que é superior (maturação e adaptação) que a
estrutura paranoica.
- Mãe ambivalente – conservou-se aspectos frustrantes.
- Relação objetal ambivalente de ódio e amor anterior, assume posição cada vez
mais violentos.
- A estrutura melancólica corresponde aos aspectos depressivos e maníacos
autenticamente psicótico.
- Problemas tópicos ligados a um eu nitidamente distinto do não-eu – mas sem poder se
autonomizar-se, a não ser em uma dependência agressiva do objeto.

- Ocupa a posição menos regressiva no plano da evolução libidinal. Quanto ao Ego, não se
LINHAGEM sabe.

ESTRUTUR Fixação primeira sub fase anal (Jamais superou o primado da economia anal de rejeição)

AL Retraimento diante de um fracasso dos aportes da segunda fase anal.

PSICÓTICA Mãe narcisista autoritária ocultada por uma imagem paterna.

– Estrutura Relação objetal centrada no temor de perseguição e de necessidade de domínio.

PARANÓIC - Sistema linear de pensamento – uma ideia de cada vez – a qual se apega com firmeza e
obstinação.

A - Sentimento de perseguição – arranjo entre solidão e intimidade em relação ao objeto

- Ansiedade de invasão - penetração sádica por parte do objeto


LINHAGEM
ESTRUTUR A angústia da estrutura psicótica é sempre de FRAGMENTAÇÃO,
AL para todas as subestruturas.

PSICÓTICA
EVOLUÇÃO
ESTRUTURAL
PSICÓTICA
INDIFERENCIAÇÃO SOMATO-PSÍQUICA
QUADRO SINTÉTICO DAS
ESTRUTURAS PSICÓTICAS
Título
ESTRUTURA NEURÓTICA

LINHAGEM ESTRURURAL NEURÓTICA


O indivíduo pré-organizado de forma neurótica tem acesso à
triangulação genital. Sem frustrações precoces demasiado

LINHAGE pesadas, sem fixações pré-genitais anteriores


demasiadamente severas.

M
ESTRUTUR O segundo subestágio anal (retentivo) e estágio fálico são

AL superados sem grandes dificuldades.

NEURÓTIC
A o Édipo começa a pré-organizar a futura estrutura sob o
primado genital.
Da mesma forma que na linhagem psicótica, o
período de latência operará, aqui, uma parada

LINHAGE momentânea da evolução estrutural.

M
ESTRUTUR A adolescência desencadeará as tempestades

AL afetivas.

NEURÓTIC
A Na grande maioria dos casos e em contextos
normalmente socializados, o ego neuroticamente
pré-organizado permanece na linha de
estruturação neurótica de forma definitiva.
LINHAGEM ESTRUTURAL
NEURÓTICA

Esta organização estrutural não mais poderá variar a seguir e, se um sujeito desta
linhagem adoecer, não poderá fazê-lo senão conforme um dos modos neuróticos
autênticos: neurose obsessiva e histeria (de angústia ou de conversão).

A linhagem estrutural neurótica é, acima de tudo, caracterizada pela organização


da personalidade sob o primado do genital.
O superego apenas entra em jogo de forma efetiva depois do
Édipo.
Não se pode falar de superego propriamente dito, senão nas

LINHAGE
estruturas neuróticas.

M O conflito neurótico situa-se entre o superego e as pulsões e


desenrola-se no interior do ego.

ESTRUTU
RAL
NEURÓTIC
O ego está completo na estrutura neurótica.

A Assim, a angústia específica das organizações neuróticas não se


aproxima, absolutamente, do perigo de fragmentação. A angústia
característica da estruturação neurótica é de Castração.
LINHAGEM ESTRUTURAL NEURÓTICA

A regressão neurótica, em caso


de acidente mórbido, diz antes
respeito à libido que ao ego, A relação de objeto neurótica
sem jamais atingir o nível das realiza-se segundo um modo
regressões pré-genitais plenamente genital e objetal.
massivas das estruturas
psicóticas.
A Defesa Neurótica

Outros mecanismos podem vir


A defesa neurótica
em auxílio deste recalcamento As exigências do princípio do
característica foi longamente
conforme as variedades prazer sempre ficam mais ou
descrita por Freud sob o
neuróticas, Contudo, jamais menos submetidas ao controle
vocábulo Verdrãngung,
ocorre a recusa do princípio de realidade.
traduzido por recalcamento.
da realidade.
Estrutura Obsessiva

LINHAGEM Estrutura Histérica


NEURÓTICA b.1 Estrutura Histérica de angústia

b.2 Estrutura Histérica de conversão


As observações clínicas levam a crer que o sujeito de estrutura obsessiva teria
mantido com os pais uma relação bastante particular, incidindo, da parte de
ambos os pais:

uma valorização dos controles e das inibições, uma interdição das duas
pulsões, agressiva (ódio ao pai do mesmo sexo) e sexual (amor pelo pai do sexo
oposto).

Estrutura
De outra parte, a mãe muito cedo, superinveste os cuidados corporais,
intestinais e anais aplicados à criança.

Obsessiva A criança toma um impulso no sentido de satisfazer a mãe, mas o pai intervém,
está lá tanto para “ameaçar” o filho quanto para “satisfazer” a mãe.

Diante desta angústia e decepção simultâneas, a criança desenvolve fixações


anais.

Assim, a estrutura obsessiva apresenta-se como a mais regressiva da


estruturação neurótica no plano libidinal.
ESTRUTURA OBSESSIVA

O primado da organização genital A linguagem obsessiva é marcada pela


A angústia obsessiva está ligada à luta certamente é mantida, mas colocado rigidez, comumente mascarada por
contra a ideia obsedante. vigília. A economia anal é colocada à trás de uma sobriedade
frente de uma forma disfarçada. aparentemente modesta e reservada.

O objeto, no discurso, é tratado como


uma criança e mantido, por isto, a
Ele se pretende preciso e a serviço do meia distância, de modo a interessar
O estilo é impregnado de nitidez e raciocínio lógico; na realidade, no plano intelectual sem jamais
parcimônia. permanece matizado de recriminação seduzir no plano afetivo. Um estilo
e secura afetiva. especialmente “administrativo”,
evitando contato pessoal –
histerização do obsessivo.
• O mecanismo de defesa da estrutura obsessiva é o recalcamento - atua sobre as
representações pulsionais intoleráveis, principalmente as que têm a ver com o
desejos ou dificuldades sexuais da infância.
• O recalcamento é auxiliado, em sua ação repressiva, pelo isolamento (1) e pelo
deslocamento (2):

Defesa da 1. Consiste em isolar um pensamento ou comportamento, de modo a cortar as suas


ligações com outros pensamentos. incluir pausas durante o pensamento, fórmulas,

estrutura rituais, e em geral todas as medidas para estabelecer um hiato temporário na sucessão
de pensamentos ou atos.

obsessiva O obsessivo isola o afeto


2. Pelo deslocamento, o sujeito transfere pulsões e emoções do seu objeto natural,
mas "perigoso", para um objeto substituto, mudando assim o objeto que satisfaz a
pulsão. Exemplos: o funcionário que sofre de conflitos no emprego e é agressivo ao
chegar a casa; a criança que desloca a cólera sentida pelos pais para a boneca.
São também acionados as defesas por racionalização e anulação.
Em estado de saúde, esses mecanismos, conjuntamente, conseguem manter o sujeito
fora de conflitos importantes.
Regressão da libido
Pulsões agressivas e sádico-
anais
Regressão de
duplo aspecto Regressão do ego
Manifestação puramente
mentalizada- superestimação
constante do pensamento
Do ponto de vista tópico,
A estrutura histérica,
a estrutura histérica não
A constitui a estrutura mais
elaborado em direção à
comporta regressão do
ego, mas uma simples
ESTRUTU maturidade.
regressão da libido.

RA
HISTÉRIC A estruturação histérica
apresenta importantes
A fixações ao estágio fálico
guardando também fortes
componentes orais.
A estrutura histérica, constitui a estrutura
A mais elaborado em direção à maturidade.

ESTRUTU Do ponto de vista tópico, a estrutura histérica


RA não comporta regressão do ego, mas uma
simples regressão da libido.
HISTÉRIC
A A estruturação histérica apresenta
importantes fixações ao estágio fálico
guardando também fortes componentes orais.
A ESTRUTURA HISTÉRICA
A principal característica do
Os investimentos objetais
modo de estruturação histérica Outra característica da estrutura
mostram-se facilmente móveis,
é a força do componente histérica refere-se às defesas, ou
variados e múltiplos, embora
erótico, do qual todos os seja, no caso, a prevalência dos
não permaneçam forçosamente
aspectos dominam a vida do mecanismos de recalcamento
em um plano puramente
histérico e as experiências sobre os demais procedimentos.
superficial.
relacionais diversas.

Estabelecidos os traços comuns,


cabe agora determinar as - Estrutura histérica de angústia
diferenças nosológicas entre as e a Estrutura histérica de
duas variedades da estrutura conversão
histérica:
A relação inicial do Os pais, ao mesmo
histerofóbico com seus tempo, operam sobre a
pólos parentais tem em 1 criança uma excitação
A estrutura conta a ambivalência
das identificações:
e uma interdição
sexual.
Histérica de
Angústia 2

Histeriofóbic
Muito solicitada no
a As identificações com
ambos os pais revelam-
plano erótico, a criança
3 não sabe bem como
se, ao mesmo tempo,
conciliar provocações e
difíceis e ambíguas.
interditos.
A Estrutura Histérica de Angústia
Histerofóbica

Os movimentos pulsionais
As identificações com
Na histerofobia a libido ambivalentes (agressividade
A estrutura histerofóbica ambos os pais revelam-se,
permanece essencialmente em relação a objetos de
constitui a mais regressiva ao mesmo tempo, difíceis e
genital e o mecanismo amor e afeição pelos
dos dois modos de ambíguas - Flutuação
principal continua sendo o objetos agredidos)
estruturação histérica. identificatória - ligados aos
recalcamento. conservam uma atitude
estados de devaneios.
geral incoerente.
A Estrutura Histérica de Angústia
Histerofóbica

A estrutura histerofóbica de base distingue-se por outras características específicas:

O recalcamento, apesar de sua importância, não é completamente exitoso:

- Existe um certo grau de fracasso desse mecanismo, devendo-se apelar para mecanismos acessórios. (deslocamento e evitação).

- A pulsão intolerável que reaparece é de início deslocada sobre um objeto menos evidente; depois junta-se a este deslocamento de um
objeto interno para um objeto externo uma evitação deste objeto exterior. (as ruas - ao invés das moças da rua)
A Estrutura Histérica de Angústia
Histerofóbica

A relação de objeto continua sendo


proximal, contudo uma tela é colocada
entre o sujeito e o objeto, sob a forma de
A regressão libidinal corresponde, na evitação fóbica, comumente bastante sutil
estrutura histerofóbica, a um simples quando não se trata de um sintoma
retorno de apenas parte da libido sobre mórbido perfeitamente evidente; esta tela
fixações orais e anais precoces. permite ao mesmo tempo conservar e
evitar o contato com o objeto
representativo.
A Estrutura Histérica de Angústia
Histerofóbica

A angústia diz respeito, esse pensamento acha-


certamente, à castração; angústia de ver se deslocado sobre um
no mecanismo específico o pensamento realizar- elemento de defesa
da histerofobia, trata-se se. fóbica.
de uma
A relação inicial do histeriofóbico
Muito solicitada no plano erótico, a
com seus pólos parentais tem
criança não sabe como conciliar
ambivalência das identificações –
provocações e interditos, quem
ambos os pais, ao mesmo tempo,
espera e quem proibi a aproximação
operam uma excitações e
erotizada.
interdições sexuais.

A Estrutura A simbolização é muito

Histérica de Nas organizações estruturais


histeriofóbicas, trata-se de uma
desenvolvida – esconde o desejo de
proximidade objetal e as mescla
com erotização e agressividade –

Angústia
sedução indireta e ambivalente na
discurso histeriofóbido
qual toma parte a linguagem.
entrecortado, alternante,
contraditório.

Histerofóbica Prisioneiro de um sistema de defesa


o histeriofóbico tem um linguagem
aparentemente agressiva - diferente
do que é sua verdadeira
personalidade profunda – a fim de
mascarar sua erotização subjacente.
A Estrutura Histérica de Conversão
A relação inicial com os pais está marcada por uma separação já mais nítida de papéis:

a excitação emana mais do pai de sexo oposto e a interdição mais classicamente do pai do mesmo
sexo.

A parada eventual do desenvolvimento libidinal, tão próximo da maturidade afetiva, pode ser
compreendida pelo fato de a criança não haver ainda conseguido a resolução do Édipo estabelecendo
uma fixação.

O medo da castração pelo pai de mesmo sexo leva o ego a uma convicção da ameaça, enquanto a
satisfação pelo outro sexo permanece do domínio da provocação, sem qualquer certeza de que a
realização seja realmente aceita.

A troca de objeto sexual apenas se torna possível de modo incomplete, incorreto, insatisfatório; a
erotização e a resposta do superego são intensas, os fantasmas de realização sempre inquietos e
incompletos.
A Estrutura Histérica de Conversão

A conversão de natureza
histérica é caracterizada pela logo mais angustiantes porque
somatização, simbolizada a este mais interditas e culpáveis,
nível, de um investimento podendo acarretar a castração
libidinal retirado das punitiva da parte do pai de
representações amorosas mesmo sexo.
concernentes à imagem do pai
de sexo oposto,
A Estrutura Histérica de Conversão

Esta somatização corresponde, pois, a um deslocamento sobre uma parte do corpo não
escolhida ao acaso, mas designada, ao mesmo tempo, por seu valor simbólico e por seu
investimento erógeno, por ocasião da evolução da sexualidade infantil, intervindo
também a importância revestida por esta região corporal enquanto investimento
narcisista, por ocasião da constituição do esquema corporal do indivíduo.

A conversão, nos seus múltiplos planos e sentidos, corresponde tanto ao medo da


castração quanto ao modo para evita-la.
A Estrutura Histérica de Conversão

Na estrutura histérica de conversão a angústia


permanece ligada a um

temor de ver realizar-se uma atuação interditada -


Medo do ato se realizar.

muito mais do que a um temor do pensamento, como na


estrutura histerofóbica.
A Na estrutura histérica de conversão, a
Estrutura linguagem é utilizada visando à sedução
direta do objeto. A ênfase e a riqueza
Histérica aparente no manejo das palavras constituem
de um fogo de artifício.
Conversão

A expressividade está aumentada.


Tudo está em tudo!?
• É necessário atentar-se para as sutilezas diferenciais
• A distinção permanece centrada em dois níveis:
- latente e profundo – que evolui para uma estruturação
cada vez mais precisa e imutável.
- série de fenômenos manifestos e superficiais - muito
menos específicos e, com isso muito mais modificáveis.
A terapêutica se torna mais eficaz se desde o início
considerasse as fundações estruturais, e o tratamento se
dirigiria em fazer o sujeito atingir ou reencontrar a sua
própria “normalidade”.
EVOLUÇÃO
ESTRUTURAL
NEURÓTICO
Título
QUADRO SINTÉTICO
DAS ESTRUTURAS
NEURÓTICAS
Título
COMPARAÇÃO ENTRE AS LINHAGENS ESTRUTURAIS
(Bergeret, 1991)
  INSTÂNCIA NATUREZA DO NATUREZA DA PRINCIPAIS RELAÇÃO DE
DOMINANTE CONFLITO ANGÚSTIA DEFESAS OBJETO
NA
ORGANIZAÇÃO

ESTRUTURA Superego Superego com De Castração Recalcamento Genital


NEURÓTICA Id

ESTRUTURA Id Id Com a De Fragmen Negação da Fusional


PSICÓTICAS Realidade tação Realidade
Desdobrament
o Do Ego

ESTADOS Ideal de Ego Ideal de Ego De Perda de Clivagem dos Anaclítica


LIMÍTROFES Com: Objeto Objetos
-Id Forclusão
-Realidade
DIAGNÓSTICO ESTRUTURAL
CRITÉRIOS (Bergeret)

• 1 – angústia predominante
• 2 - tipos de defesas
• 3- Pautas de relacionamento objetal
• 4 – grau de desenvolvimento libidinal
• 5 – relação com a realidade
REFERÊNCIAS
BERGERET, Jean. As Grandes Estruturas de Base. Psicopatologia: teoria
e clínica. 9. ed. Porto Alegre: Artmed.

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