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NOVO TESTEMENTO I

AULA II
A Crítica Histórica da Redação.
A exegese dos Evangelhos deve ser feita com muito
cuidado e sem preconceito. Embora muitos tenham a
critica bíblica como um inimigo da tradição cristã
conservadora, a critica bíblica tem contribuído de forma
compensadora para o desenvolvimento de uma exegese
sadia.
Esse método de interpretação dos escritos bíblicos
se baseia nos seguintes pontos:
 1º - Cada evangelista deve ser compreendido como autor
criativo, que elaborou teologicamente o Evangelho que
trás o seu nome e não um mero compilador das
tradições;
 2º - Os Evangelhos não devem ser vistos como simples
histórias narradas, mas como histórias interpretadas;
 3º - É preciso compreender o interesse didático e
pedagógico que está inserido no conteúdo de cada
Evangelho;
 4º - Cada evangelista harmonizou, não somente
o conteúdo de seu Evangelho, como também
os recursos ilustrativos.
 5º - O material apresentado em cada evangelho
tem uma história de uso anterior, na igreja
primitiva que o recebeu oralmente, antes da
redação;
 6º - Os evangelistas atuaram como editores,
que se sentiram livres para inserir suas idéias
teológicas no conteúdo dos Evangelhos, a
medida que precisavam reformular o texto.
Sendo assim a crítica da redação
representa a tentativa de discernir a ênfase
teológica com que cada evangelista escreveu
como autor criativo. A crítica bíblica deve estar
a serviço da fé e não como ameaça a fé.
Apresentação Do Novo Testamento
O Cristianismo, nas suas etapas iniciais,
considerou o Antigo Testamento como a sua única
“Bíblia”. Jesus, como os seus discípulos e
apóstolos, e o resto do povo judeu, citou-o como
"as Escrituras", "a Lei" ou "a Lei e os Profetas" (cf.
Mc 12.24 Mt 12.5 Lc 16.16).
Com o passar do tempo, a Igreja produziu
muitos escritos acerca da vida e da obra do Senhor,
estabeleceu e transmitiu a sua doutrina, e estendeu
a mensagem evangélica a regiões cada vez mais
distantes da Palestina. Dentre esses escritos foi-se
destacando aos poucos um grupo de vinte e sete,
que pelos fins do séc. II começou a ser conhecido
como Novo Testamento. Eram textos redigidos na
língua grega, desiguais tanto em extensão como em
natureza e gênero literário. Todos, porém, foram
considerados com especial reverência como
procedentes dos apóstolos de Jesus ou de pessoas
muito próximas a eles.
O uso cada vez mais freqüente que os crentes
faziam daqueles vinte e sete escritos
(convencionalmente chamados "livros") conduziu a
uma geral aceitação da sua autoridade. A fé
descobriu, sem demora, nas suas páginas a
inspiração do Espírito Santo e o testemunho
fidedigno de que em Jesus Cristo, o Filho de Deus,
cumpriam-se às antigas profecias e se convertiam
em realidade às esperanças messiânicas do povo
de Israel. Conseqüentemente, a Igreja entendeu
que os escritos hebraicos, que chamou de Antigo
Testamento, requeriam uma segunda parte que
viesse a documentar o cumprimento das
promessas de Deus. E, enfim, após um longo
processo e já bem avançado no séc. V, ficou
oficialmente reconhecido o cânon geral da Bíblia
como a soma de ambos os Testamentos.
Divisão do Novo Testamento
Desde o séc.V o índice do Novo Testamento agrupa
os livros da seguinte maneira:

1. Evangelhos (4)
a). Sinóticos (3): Mateus, Marcos e Lucas.
b). João.

2. Atos dos Apóstolos (1).

3. Epístolas (21):
a) Paulinas (13): Romanos, 1Coríntios, 2Coríntios,
Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses,
1Tessalonicenses, 2Tessalonicenses, 1Timóteo,
2Timóteo, Tito e Filemom.
b) Epístola aos Hebreus (1)
c) Universais (7): Tiago, 1Pedro,2Pedro, 1João, 2João,
3João e Judas

4. Apocalipse (1)
Essa catalogação dos livros do Novo
Testamento não corresponde à ordem
cronológica da sua redação ou publicação
é, antes, um agrupamento temático e por
autores. Talvez, deve-se ver nesse
agrupamento o propósito de apresentar a
revelação de Deus e o anúncio do Seu
Reino Eterno a partir da boa nova da
encarnação (Evangelhos) até a boa nova
do retorno glorioso de Cristo no fim dos
tempos (Apocalipse), passando pela
história intermediária da vida e da
incumbência apostólica da Igreja
(Epístolas).
Evangelhos Sinópticos
Os Evangelhos têm o objetivo de
manter viva a lembrança do Ministério de
Cristo Jesus. Os Evangelhos são usados
pelo Espírito Santo para fortalecer os
cristãos diante das conseqüências do
crescimento da Igreja e de suas
dificuldades.
O Espírito Santo trabalha através dos
Evangelhos fazendo uma descrição de
Jesus sob quatro aspectos. Temos no A.T.
o texto do profeta Ezequiel.Ez.1:10,10:1,
conhecido como, a prefiguração dos
Evangelhos.
Nessa descrição há uma analogia
de quatro seres com os Evangelhos
de Jesus Cristo. Sendo eles:
 O Leão – Rei (Mateus).

 O Boi – Servo (Marcos).

 O Homem – Humanidade (Lucas).


 A Águia – Deus (João).
Esse quadro é conhecido como a
Prefiguração dos Evangelhos.
O termo sinótico se deriva do grego
“SYNOPTIKOS”, forma adjetiva de
“SINOPSIS” formada de “SYN” (com) e
“OPSIS” (vista), o que aplicado aos
Evangelhos veio a significar “Vistos de um
ponto comum de vista”. São eles: Mateus,
Marcos e Lucas.
Os quatro evangelhos não têm a
intenção de dar uma biografia completa de
Cristo. O propósito deles é o de mostrar
Cristo, "para que creiais que Jesus é o
Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo,
tenhais vida em seu nome".(Jo 20.31)
Mesmo que os quatros se
complementassem, um ao outro,
mostrando partes da vida de Cristo que o
outro não relatou, os quatros testemunham,
juntamente, em diferentes áreas, assim
revelando a ênfase dos escritos dos
evangelhos que é a vida de Cristo e a Sua
obra salvadora completa para o homem
pecador. Cada evangelista narra a vida,
deste Filho de Deus, de uma maneira
diferente assim complementando um ao
outro. Três, dos quatro, são parecidos e
juntos fazem como um resumo da vida de
Cristo. Mateus, Marcos e Lucas, por este
resumo, são chamados os evangelhos
sinópticos.
Os sinópticos diferem do
Evangelho de João, nas seguintes
maneiras:

Mateus, Marcos e Lucas João


Os fatos da vida exterior de Cristo A vida intima de Cristo
Os aspectos da sua vida humana A vida divina de Cristo
Os seus discursos públicos Os discursos pessoais
O ministério na Galiléia O ministério na Judéia
Mateus mostra Cristo como Rei, o
soberano que veio ordenar e reinar. Marcos
mostra Cristo como Servo, aquele que veio
servir e sofrer. Lucas mostra Cristo como
Filho do Homem, o homem que veio
repartir e compadecer-se. João mostra
Cristo como Filho de Deus, aquele que
veio revelar e redimir. Assim, os quatro
relatam os tipos mostrados em Ezequiel
1.10 e João em Apocalipse 4.6-8 ilustrando
os quatro animais "no meio do trono, e ao
redor do trono" com a semelhança de leão
(Mateus - rei), bezerro (Marcos ! servo),
rosto como de homem (Lucas - filho de
homem) e semelhante a uma águia voando
(João - filho de Deus).
A base do Antigo Testamento era
profética, agora no Novo Testamento tudo
se focaliza nas doutrinas que se baseiam
nos fatos descritos nos quatro evangelhos.
Mudamos agora, do que era em maior
parte ao Judeu, para o que é para o cristão.
Trocamos marchas nos quatro evangelhos:
Moisés para Cristo, da lei para graça. Os
quatros combinam, harmoniosamente, as
características de cada um para ser uma
testemunha única de Cristo.

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