DOS PROFESSORES DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL TERCEIRA REFLEXÃO:
O EXERCÍCIO DO AMOR CRISTÃO
NA VIDA DO PROFESSOR E o amor é o agente regulador de nossas atividades! Jesus nos deixou um exemplo maravilhoso de amor ao lavar os pés dos discípulos, os quais dentre eles havia os que iam traí-lo, negá-lo, não acreditar na sua ressurreição, entre outras coisas. Mas a frase de Jesus ecoa até os nossos dias em busca de discípulos que queiram aprender com o Mestre a arte de amar e ensinar a amar: “Compreendeis o que vos fiz? ... Dei-vos um exemplo para que como Eu vos fiz, também vós o façais.” Jo.13:12,15 E falar de amor cristão em qualquer área da vida, até mesmo na área do ensino, nos faz recorrer aos sentidos do termo amor. A palavra amor em nosso vocabulário pode ser entendida como um sentimento abstrato; uma demonstração de carinho e afeto entre duas ou mais pessoas. Mas sempre será enriquecedor se nos lembrarmos que aprendemos o verdadeiro sentido do amor cristão com o próprio Cristo. E Jesus nos trouxe a consciência de algumas diferenças naquilo que era chamado de amor em Seus dias. Nos dias de Jesus era comum o uso de pelo menos quatro palavras para se desenvolver uma definição do termo amor: 1ª Palavra: EROS!
Trata do que é físico; sexual. Eros é um
amor que toma; arrebatador (paixão). Esse tipo de amor pode até incluir algum sentimento verdadeiro, mas é, basicamente, atração física, desejo sexual e expectativa de satisfação pessoal. O eros apresenta-se como amor pelo outro mas é amor por si próprio 2ª Palavra: STORGE! É o amor mais relacionado à família – Rm 12.10 “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros”. O desaparecimento desse amor é mencionado em Rm 1.31 “... insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia”, e 2 Tm 3.3 “...sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons”. 3ª Palavra: PHILOS! Philos é um amor que troca. Relaciona-se com a alma, mais do que com o corpo. Lida com a personalidade humana – o intelecto, as emoções e a vontade. Envolve compartilhamento mútuo. Em português, a palavra mais próxima é amizade. A forma nominal é usada apenas uma vez no Novo Testamento (Tg 4.4), mas o verbo “amar”, no sentido de “gostar”, e o adjetivo “amável” são usados muitas vezes. Este é o grau de afeição que Pedro disse ter por Jesus quando este lhe perguntou, “Simão, filho de João, tu me amas?”. O pescador respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”. No original grego, o sentido é: “Sim, Senhor, tu sabes que gosto de ti, que sou teu amigo” (Jo 21. 15,16). 4ª Palavra: ÁGAPE!
Esse tipo de amor não é alimentado pelo mérito
ou valor da pessoa amada, mas por Deus. Ágape ama até mesmo quando a pessoa amada não é amável, não tem muito valor, não corresponde. Esse amor não é egoísta, não busca a própria felicidade, mas a do outro, a qualquer preço. A ilustração clássica desse tipo de amor encontra-se na história do bom samaritano (Lucas 10:29–37), que é contada para ilustrar o amor (ágape) ao próximo (v. 27). Quando o samaritano olhou para o homem ferido e sangrando, não houve atração física (eros). O homem que havia sido açoitado não era um ente ou conhecido querido; os judeus e os samaritanos se odiavam (não tinham amor storge). O homem deixado à beira da estrada não era um amigo; ele não tinha nada para oferecer; não havia possibilidade de ação recíproca (philos). Qual seria a única motivação possível para o viajante ajudá-lo? Ele era um semelhante; um ser humano; e o bom samaritano disse, em outras palavras: “Por isso eu vou ajudá-lo”. Isto é amor ágape. Tendo o exemplo de Jesus Cristo como base para o desenvolvimento de nosso ministério de educadores, precisamos estar cientes da luta que é a manutenção do amor no ensino. Vivemos hoje em uma dura realidade que foi revelada a nós pela Palavra de Deus: “E por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se esfriará”. Mt.24:12 O exercício do amor cristão na vida do professor é uma necessidade urgente, uma vez que estamos mergulhados em um século de iniqüidades. E o amor cristão pode ser entendido e visto também em ações conjuntas. Como estamos inseridos em um século que ensina, vive e defende princípios contrários ao amor cristão precisamos harmonizar nossas ações no desenvolvimento de um ensino eficaz. Nossas ações podem durar realmente toda uma vida de aprendizagem, como acontece na educação dos filhos. E educar uma criança, por exemplo, é trabalhar num projeto de vida, e, os pais são os responsáveis diante de Deus. Vemos que biblicamente isso é possível tendo a Palavra de Deus como fundamento e Cristo como modelo! Há na Bíblia três instituições reconhecidas com autoridade outorgadas por Deus: a família, a igreja e o governo civil. Porém, só aos dois primeiros cabe prover educação (Ef 6:4; Mt 28:18-20), uma vez que o governo civil jamais poderia atuar em nome da família, representando seus valores e objetivos próprios. O Estado traduz o pensamento da coletividade, partindo do princípio que a maioria está certa. E em relação à Escola Bíblica Dominical todos nós precisamos entender que ela também só vai ter uma maior eficiência na realidade de vida dos alunos cristãos quando estiver, também, em plena comunhão com as famílias cristãs. A visão é de famílias unidas em Cristo Jesus, contando com a participação da Igreja, trabalhando na formação de uma geração consciente de seus valores e responsabilidades, capacitada para exercer seu ministério na sociedade e cumprir o propósito de Deus. Trata-se de uma aliança estratégica para garantir a expansão do Reino mesmo no meio de uma geração perversa e corrupta. Isso é manifestação de amor cristão! REFLEXÃO E DEBATE
Qual tem sido realmente o sentido de amor
que tem me conduzido a ensinar? Até que ponto eu realmente estou disposto (a) a viver o amor ágape? CONCLUSÃO
O que podemos concluir até esse momento é que a
realidade envolvendo a prática dos líderes e professores nas Escolas Bíblicas Dominicais, bem como nas outras áreas da vida cristã exige o desenvolvimento do amor cristão. Trabalhando com o amor cristão, nós podemos experimentar a manifestação do Poder de Deus a cada lição e a cada relacionamento que o Senhor nos conceder. Que todos nós sejamos achados fiéis ao Senhor; vivendo o amor cristão no nível que o Senhor Jesus nos determinou: