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RECURSOS PARA AVALIAÇÃO EM

SAÚDE MENTAL

2.2. AVALIAÇÃO DA FAMÍLIA:


GENOGRAMA E LINHA DO TEMPO

Dra. Ana Karkow


Cesuca – Faculdade INEDI
Curso de Psicologia
AVALIAÇÃO DA FAMÍLIA
 Atendimento individual ou de familia
 Ponto do ciclo vital em que se encontra
 Momentos mais significativos da vida pessoal/familiar
 Família modela e programa o comportamento e o sentido de
identidade de seus membros (Minuchin, 1982)
ANAMNESE DA FAMÍLIA: GENOGRAMA
E LINHA DE TEMPO
 Famílias desenvolvem uma estrutura característica.
 Padrão bem definido e repetitivo de papéis e regras que irão
nortear a conduta de seus membros.
 Rede de relações que é preexistente ao sujeito – Perpectiva
Intergeracional

 Famílias saudáveis – regras e padrões servem de guia para o


crescimento grupal e individual. Livres para mudar as regras e
padrões
 Famílias disfuncionais – regras inibem a mudança e mantem
o statu quo.
 História da família transmitida de geração a geração, por meio
de condutas repetitivas.
 Herança da perpectiva intergeracional (Bowen)– transmissão
de valores, padrões, costumes, segredos, mitos e problemas de
pais para filhos.
 Padrões vinculares de uma geração proporcionam modelos
implícitos para o funcionamento pessoal e familiar nas gerações
seguintes.
 O genograma permite mostrar à pessoa e a sua família os
padrões repetitivos disfuncionais
 Profissional deve estar atento e fazer conexões na hora da
avaliação
 As convicções, os valores culturais, as características genéticas,
os mitos transmitidos de geração a geração devem ser
colocados também.
 Eixo Vertical ou Transgeracional
 Papéis e funções característicos da família
 Nível de autonomia e diferenciação de cada elemento
 Eixo horizontal do aqui-agora

 Estudo dos padrões de interação pessoal ou familiar


 Modo como o indivíduo e o grupo lidam com as dificuldades
 Patologia do sujeito identificado só pode ser compreendida em
relação ao sistema emocional do qual faz parte.
 Transmissão multigeracional ou intergeracional – padrões
vinculares em determinada geração proporcionam modelos
implícitos para o funcionamento pessoal e familiar nas gerações
seguintes.
GENOGRAMA FAMILIAR
GENOGRAMA OU GENETOGRAMA
FAMILIAR
 Instrumento clínico de investigação e tratamento (Teoria
sistêmica familiar e árvore genealógica de Bowen)
 Entrevista de avaliação da família ao longo de três gerações

 Nomes, idades, atividades


 Data de nascimento, casamentos, separações, mortes, doenças
+datas,
 Mapa – imagem gráfica da estrutura e do funcionamento familiar
 “Rápida gestalt” dos padrões familiares
 Fonte de hipótese, retrata riscos herdados
 Realizado através de uma entrevista de avaliação clínica
 Pode ser realizado na primeira consulta

 Entrevistado pode ser um ou mais membros da família (melhor


com mais – maior fidedignidade)
 Tanto o clínico quanto o paciente/familia percebem os
problemas no seu contexto atual e histórico.
 O paciente identificado deixa de ser o foco e passa a ser o
elo de um sistema disfuncional, gerador de sofrimento.
OBJETIVO
 Estrutura e do ciclo vital da família
 Padrões repetitivos através das gerações

 Eventos importantes

 Funcionamento da família

 Padrões relacionais

 Triangulações

 Estabilidade

 Desequilíbrio familiar
POSSÍVEIS ITENS PARA RASTEAR NO
GENOGRAMA

 Fatores socioeconômicos
 Ocupação, nível de educação
 Fatores físico-genéticos

 Cor de cabelo, tendências a doenças


 Valores religiosos
 Prática religiosa
 Fatores ambientais e genéticos

 Habilidades artísticas/musicais/literárias
 Características da personalidade
 Experiência cultural

 Valores familiares
 Educação, interesses políticos, éticos
ORIENTAR AS PERGUNTAS
 Do problema atual até o contexto maior do problema
 Da família imediata até a extensa e sistemas sociais mais
amplos
 Da situação atual da família até uma cronologia histórica de
eventos familiares
 De indagações fáceis e não ameaçadoras até questões difíceis

 De fatos óbvios ao julgamento do funcionamento e


relacionamentos até hipóteses sobre padrões familiares
 Trabalho geo-histórico-médico-social da família importante
para o diagnóstico e também para o tratamento.
 Delineamento dos relacionamentos entre os membros
 Padrões de interação: íntimo, distante, conflitivo,
dependente
 Papéis de cada membro: submisso, fracassado, dominador,
problemático.
 Mudanças em torno dos eventos: nascimentos, mortes,
INTERPRETAÇÃO

 Teoria
 Teoria Geral dos Sistemas – relações familiares
determinantes da saúde emocional dos membros
 Interpretação de seis categorias

 Estrutura familiar
 Adaptação ao ciclo vital
 Sucesso da vida
 Funcionamento familiar
 Padrões vinculares e triângulos
 Equilíbrio e desequilíbrio
 Reformulação de hipótese e promoção de mudanças
DOIS INSTRUMENTOS UTILIZADOS EM
AVALIAÇÃO DA FAMÍLIA
 A linha do tempo familar
 Genograma linha do tempo
LINHA DO TEMPO FAMILIAR (CERVENY,
1994)
 Linha horizontal ou vertical com datas e fatos mais importantes
da família nuclear, numa sequência de tempo.
 Faz parte do diagnóstico da família.

 Linha da esquerda para a direita

 Observação se há concordância entre o casal (se algo é


importante para um ou outro)
 Pode ser feita também com a família de origem (observação dos
padrões repetitivos e intergeracionais, momentos de estresse)
 Perguntas:
 Em que ano essa família começa?
 Em que data começa a história de vcs?
 CRONOLOGIA DA FAMÍLIA (McGoldrick & Gerson,
1985): quando a relação ordenada dos fatos da história da
família podem ter afetado o individuo.
SÍMBOLOS PADRÃO PARA O GENOGRAMA
EXERCÍCIO EM AULA
 Realizar a linha do tempo familiar e o genograma do caso Júlia,
p. 104 do capítulo Burd e Baptista (2010).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Método de investigação e de intervenção em saúde emocional
do indivíduo e da família
 Ao contar sua história, o sujeito faz ligações entre os
momentos estressores e os sintomas que se intensificaram ou
apareceram, identificando as circunstâncias psicossociais.
 Há uma decodificação mais aprofundada dos sintomas por
meio da construção do genograma
REFERÊNCIAS
Burd, M. & Baptista, C. (2010). Anamnese da família:
genograma e linha de tempo. Em.: Mello Filho, J. & Burd, M.
(Orgs.). Doença e Família. São Paulo: Casa do Psicólogo, p.
93-110.
Werlang, B. (2000). Avaliação inter e transgeracional da família.
Em.: Cunha, J. (org.). Psicodiagnóstico V – 5ª Ed. Revisada e
ampliada. Porto Alegre: Ed. Artmed, p. 141-150.

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