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DERMATITE ASSOCIADA

A UMIDADE
Enfª intensivista: Vivian Fernandes de Brito Rodrigues
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COREN-DF 211785
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE

 Maior órgão do corpo;


2 metros quadrados de superfície e 16% do peso
corporal;
 Função de proteção contra agressões;
 Controle da temperatura corporal;
 Controle hidroeletrolítico;
 Resposta imunológica;
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 Síntese de vitamina D.
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LESÕES DA PELE ASSOCIADAS À
UMIDADE
 2010  MASD - termo geral para inflamação ou erosão da
pele causada por exposição prolongada a uma fonte de
umidade.
 Causas: EXPOSIÇÃO PROLONGADA A UMIDADE -
urina, fezes, suor, exsudato de feridas, muco, saliva, entre
outros.
 Outros fatores complicadores: mecânicos (fricção), químicos
(irritantes contidos na fonte de umidade) ou microbianos
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(microrganismos). 
LESÕES DA PELE ASSOCIADAS À
UMIDADE

 Dermatite associada à Incontinência (DAI);

 Dermatite Intertriginosa (DIT);

 Dermatite Periferida (DPF);

 Dermatite Periestomal (DPE). 5


DERMATITE ASSOCIADA À
INCONTINÊNCIA (DAI)
 Introdução:

 2005 - pesquisa em base de dados  variedade de termos


 sem consenso:

Crianças: erupção cutânea por uso de fraldas, dermatite irritativa de


fraldas, dermatite perineal, dermatite amoniacal.
Adultos: maceração por umidade, dermatite perineal, dermatite irritante,
dermatite de contato, intertrigo e erupção cutânea por calor.
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DERMATITE ASSOCIADA À
INCONTINÊNCIA (DAI)
 2007 – 1º consenso que padronizou a expressão;

 2011 – 2º consenso (revisão, atualização e


recomendações para prevenção e tratamento);

 2015 – 3º consenso, esse ficou conhecido como “global”.

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DERMATITE ASSOCIADA À
INCONTINÊNCIA (DAI)
 Conceito:

DA resposta da
pele a
a materiais
urinários

I
exposição
e/ou fecais
crônica

 Acomete períneo, região perineal, perigenital, perianal e


adjacências. 8
DERMATITE ASSOCIADA À
INCONTINÊNCIA (DAI)

 Fonte de umidade: Urina e fezes

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DERMATITE ASSOCIADA À
INCONTINÊNCIA (DAI)

 Caracteriza-se por eritema e aparência macerada da


pele.
 Em situações mais graves, pode progredir para erosões
cutâneas dolorosas de espessura parcial e drenagem de
exsudato seroso.
 Se não for tratada e sofrer agravos de pressão e ou atrito,
favorecerá a formação da lesão por pressão, atingindo
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estruturas mais profundas da pele e tecidos subjacentes.
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Fonte: acervo de Denise Maria Nascimento Chimentão extraido do livro: Manual para prevenção de lesões de pele: recomendações baseadas em
evidências/organizadores: Rita de Cássia Domansky, Eline Lima Borges. – Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2012.
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Fonte: <http://www.misodor.com/PERGESCOLH.php?ESCOLHA=DERMATOSES%20COMUNS%20INF%C3%82NCIA>
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Fonte: acervo de Denise Maria Nascimento Chimentão extraido do livro: Manual para prevenção de lesões de pele: recomendações baseadas em
evidências/organizadores: Rita de Cássia Domansky, Eline Lima Borges. – Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2012.
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Fonte: <http://casojoannamarcenal.blogspot.com.br/2010/10/assadura-ou-queimadura.html>
DERMATITE ASSOCIADA À
INCONTINÊNCIA (DAI)
 Fisiopatologia:

Irritantes/umidade (duração e frequência da exposição)

Urina: Uréia-amônia; pH; microrganismos


Dupla
Fezes:atividade enzimática fecal; pH; microrganismos
incontinê
ncia

Higienização frequente: irritação química e física

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DERMATITE ASSOCIADA À
INCONTINÊNCIA (DAI)
 Fisiopatologia:

Permeabilidade e Função de barreira

Crescimento bacteriano exacerbado  infecção cutânea 


enfraquecimento da pele (fricção: atrito da pele produzido por
higienização, fraldas, roupas e superfícies)

DAI 16
DERMATITE ASSOCIADA À
INCONTINÊNCIA (DAI)
 Epidemiologia:

O aumento da DAI está associado ao processo de


envelhecimento;

 Uso de fraldas e cuidados da equipe de enfermagem;

 Prevalência: 5,6% a 50% em pacientes com incontinência;

 Incidência: 3,4% quando adotado um protocolo de


cuidados e 25% sem protocolo de cuidados. 17
DERMATITE ASSOCIADA À
INCONTINÊNCIA (DAI)

 Prevenção e Tratamento:

 Direcionar o plano de cuidados (avaliação adequada da


pele)  DAI x LPP;

 Evitar ou minimizar a exposição aos fatores causais da


incontinência, em combinação a um rol de cuidados com
a pele; 18
DERMATITE ASSOCIADA À
INCONTINÊNCIA (DAI)

 Prevenção e Tratamento:

 Uso de Protocolos de cuidados (prevenção, intervenção e


identificação da DAI)  produto de limpeza, produto de
barreira, secagem da pele e escolha da fralda adequada;

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DERMATITE ASSOCIADA À
INCONTINÊNCIA (DAI)

 Prevenção e Tratamento:

Cuidados de enfermagem:

- Manter região limpa e seca;

- Realizar troca de fraldas frequentes;

- Evitar o uso de sabão em todas as trocas de fraldas;

- Quando necessário o uso de higienizantes/sabão, utilizar


aquele com o pH semelhante ao da pele (pH 5,0);
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DERMATITE ASSOCIADA À
INCONTINÊNCIA (DAI)
 Prevenção e Tratamento:

Cuidados de enfermagem:

- Limpeza suave;

- Utilização de hidratantes: umectantes (glicerina),


emolientes (ác. graxos) e oclusivos (a base de óxido de
zinco);

- Uso de produtos de barreira: película polimérica;

- Em alguns casos, um dispositivo de contenção ou desvio 21

das fezes líquidas pode ser indicado.


DERMATITE INTERTRIGINOSA (DIT)

 Conceito:

resposta da
a umidade,
DIT pele a
exposição
crônica
ao calor e a
fricção 

 Acomete dobras cutâneas (ex: pescoço, axilas, região


infra mamária, abdome, região inguinal e parte interna 22

da coxas)
DERMATITE INTERTRIGINOSA (DIT)

 Fonte de umidade: suor

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DERMATITE INTERTRIGINOSA (DIT)
 Inicio insidioso com prurido, queimação e ardência
na pele;
 Caracteriza-se por placas eritematosas, com uma
descamação leve que podem evoluir para a formação de
erosão, vesículas, exsudação e crostas. Também pode
gerar fissuras na pele e se houver uma
outra infecção superveniente podem
surgir pústulas cheias de pus;
 Pode estar associado a bactérias, vírus e fungos 24

(geralmente por Candida albicans).


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Fonte: <https://www.tuasaude.com/intertrigo-candidiasico/>
26

Fonte: <https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-da-pele/infec%C3%A7%C3%B5es-f%C3%BAngicas-da-pele/intertrigo>
27

Fonte: <https://www.tuasaude.com/intertrigo-candidiasico/>
DERMATITE INTERTRIGINOSA (DIT)

 Fatores de risco:
 Pessoas acima do peso;

 Portadores de diabetes;

 Mulheres no período menstrual.

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DERMATITE INTERTRIGINOSA (DIT)

 Prevenção e Tratamento:
Cuidados de enfermagem:

- Manter dobras da pele limpas e frescas;

- Realizar limpeza das regiões de dobras da pele com água e


sabão neutro;

- Secar a pele delicadamente, especialmente as regiões de dobras,


com uma compressa em algodão ou gaze, sem fricção;
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DERMATITE INTERTRIGINOSA (DIT)

 Prevenção e Tratamento:
Cuidados de enfermagem:
- Minimizar o atrito entre a pele com pele;
- Aplicar pomadas a base de óxido de zinco em dobras cutâneas;

- Orientar o paciente quanto ao uso de roupas leves, de tecidos


naturais ou que absorvam a umidade da pele;

- Prevenir infecção secundária, controlando ou desviando a fonte


de umidade.
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DERMATITE PERIFERIDA (DPF)

exposição ao

DP inflamação e
exsudato, por
infecção e/ou
traumatismo

F
erosão da pele decorrente da
remoção de
adesivos.

 Acomete um raio de 4 cm da margem da lesão 31


DERMATITE PERIFERIDA (DPF)

 Fonte de umidade: exsudato

32
33

Fonte: <http://web.udl.es/usuaris/dermatol/PaginesGrans/ulcera_venosaG4.html />


DERMATITE PERIFERIDA (DPF)

 Prevenção e Tratamento:
Cuidados de enfermagem:
- Realizar limpeza da pele periferida com solução fisiológica
estéril;
- Enxaguar com água e secar a pele periferida delicadamente,
com uma compressa em algodão ou gaze, sem fricção;

- Aplicar o protetor cutâneo na pele ao redor da lesão a cada troca


de curativo;
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DERMATITE PERIFERIDA (DPF)

 Prevenção e Tratamento:
Cuidados de enfermagem:
- Controlar ou desviar a fonte de umidade usando curativos
absortivos;
- Avaliar a necessidade de aplicação de curativos absortivos com
prata, considerando o risco ou a presença de infecção na lesão;

- Avaliar a necessidade de troca das coberturas primária e/ou


secundária, mantendo a integridade da pele periferida.
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DERMATITE PERIESTOMAL (DPE)

exposição ao

DP inflamação e
exsudato, por
infecção e/ou
traumatismo

E
erosão da pele decorrente da
remoção de
adesivos.

 Acomete um raio de 10 cm ao redor do estoma 36


DERMATITE PERIESTOMAL (DPE)

 Fonte de umidade: Efluente estomal

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Fonte: <http://crohnistas.blogspot.com.br/2009_06_01_archive.html.>
39

Fonte: <https://www.coloplast.com.br/estomia/pessoas-com-estoma/vivendo-com-um-estoma/#-.>
DERMATITE PERIESTOMAL (DPE)

 Prevenção e Tratamento:
Cuidados de enfermagem:

- Realizar limpeza da pele ao redor do estoma com água e sabão


neutro;

- Enxaguar com água e secar a pele delicadamente, com uma


compressa em algodão ou gaze, sem fricção;

- Aplicar o protetor cutâneo na pele ao redor do estoma;


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DERMATITE PERIESTOMAL (DPE)

 Prevenção e Tratamento:
Cuidados de enfermagem:

- Controlar ou desviar a fonte de umidade mantendo a integridade


da pele através da aplicação de sistema coletor;

- Usar sistemas coletores com base adesiva de resina natural,


sintética ou mista. Recortar a base adesiva do tamanho do estoma;

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DERMATITE PERIESTOMAL (DPE)

 Prevenção e Tratamento:
Cuidados de enfermagem:

- Avaliar a existência de atrito da pele periestomal e a necessidade


de uso de outros produtos de barreira;

- Evitar uso de fitas adesivas sobre a pele periestomal;

- Remover adequadamente o sistema coletor para evitar


traumatismo.
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REFERÊNCIAS:
 Manual para prevenção de lesões de pele: recomendações baseadas em
evidências/organizadores: Rita de Cássia Domansky, Eline Lima Borges. –
Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2012.

 CHIANCA, Tânia Couto Machado et al. Dermatite associada à


incontinência: estudo de coorte em pacientes críticos. Rev. Gaúcha
Enferm. [online]. 2016, vol.37, n.spe, e68075.  Epub Mar 30, 2017. ISSN
1983-1447. 

 Couto, Marcia Cristina Abreu. Protocolo técnico da comissão de prevenção


e tratamento de lesões e estomas do Hospital Governador Israel Pinheiro /
Marcia Cristina Abreu Couto; Sarah Buzato de Souza Motta. - Belo
Horizonte: Ipsemg, 2016.

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 Dermatite Associada à Umidade (MASD) pode
comprometer a qualidade de vida daqueles que são
acometidos por este agravo.

 Pacientes internados possuem o risco de desenvolver


MASD, em especial, aqueles portadores de estomias,
feridas exsudativas, os que utilizam fraldas e dependam
de auxílio para manutenção da higiene corporal.

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 A presença desta dermatite representa um fator de risco
para o desenvolvimento de úlceras por pressão. Portanto é
necessária a Prevenção.

 As recomendações para a sua prevenção, com forte grau


de recomendação, ainda são poucas, havendo a
necessidade de pesquisas com metodologias mais
apuradas que possibilitem a obtenção de resultados com
maiores níveis de evidências.
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