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Formação de Professores

e Educação Ambiental
o curso de Licenciatura em Geografia da
UFMA

Telésforo Rodrigues Martins Filho


1. INTRODUÇÃO

Para melhoria na qualidade do ensino, uma das estratégias


de grande importância consiste em observarmos a formação de
professores, assim como a reformulação das políticas, que nos
países capitalistas constitui em elencar competências para atender
às propostas neoliberais, e fazer destas as metas basilares para
elevar a qualidade da educação.”
Tais configurações mercadológicas
tem impulsionado a dominação da
natureza pelas frentes de produção
capitalista criando um clima de
insustentabilidade.
1. INTRODUÇÃO

A Geografia como ciência que busca a compreensão das


transformações espaciais pelos movimentos da sociedade, é
passível de trabalhar a Educação Ambiental numa apropriação
transversal.

Dessa forma buscamos nesta pesquisa compreender as


contradições nas políticas de diretrizes do processo de formação do
professor no curso de licenciatura de Geografia da UFMA.
2. Fundamentação Teórico-Metodológica

 Análise qualitativa
 Materialismo histórico dialético
Consideramos o caráter dinâmico do objeto de estudo, e um
fenômeno que se constrói em uma realidade histórica.
O caráter dialético se dá pela “realidade social sempre se apresentar
de forma conflituosa.” (LEFEBVRE, 1997)
 Procedimentos Metodológicos
 Levantamento Bibliográfico e Normativo
 Entrevista semiestruturada (10 professores)
3. Políticas Públicas de Formação de
Professores
 Políticas Públicas  Transformações nos campos sociais 
Respostas das configurações da ideologia política vigente
Políticas de formação de professores  Movimentos de
reformulação dos cursos de formação e definição das políticas
educacionais.
 1970 a 1980
Libertação da concepção tecnicista
 A década de 1990
LDBN nº 9.394/96 (Parâmetros Nacionais,
Diretrizes Curriculares)
3.1 Institucionalização da Formação de
Professores
 Porém a reformulação esperada com as novas políticas somente
reorganizaram o sistema educacional às demandas mercadológicas da
sociedade contemporânea.

 Documentos que institucionalizaram a formação do


professor:
 Resolução CNE/CEB nº 02/97
 Parecer nº 115/99
 Decreto CNE nº 3.276/99
 Resolução CNE nº 01/2002
3.2 Interferência dos Organismos
Multilaterais
 FMI, OMC e Banco Mundial
 Banco Mundial, 1986
“Prioridade do Estado deve ser a educação básica.”
 Banco Mundial, 1995
“Fomentar a maior diferenciação das instituições, incluindo o
desenvolvimento de instituições privadas. [...] Redefinir a função do
governo no ensino superior.”
OMC, 1999: Educação como bem público  Educação como
serviço de regulação econômica
Crítica ao ‘Trinômio das Universidades’.
3.2 Interferência dos Organismos
Multilaterais
 Percebemos que esses Organismos Internacionais não concebem
a educação como um direito humano e muito menos o meio
ambiente saudável como uma preocupação que esteja à cima das
forças produtivas de multiplicação do capital.
 A formação do professor quando a salvo das investidas
neoliberais, é passível de ser um processo que inclui o ensino
dialético em sua construção, superando alienação que é imposta
pelo capital. (ROIO, 2006)
4. Educação Ambiental e Mercado
Capitalista
 Segundo Jacobi (2009), a emergência ecológica, é uma crise do
estilo de pensamento, dos imaginários sociais e do conhecimento
que sustentaram a modernidade, dominando a natureza e
multiplicando a lógica consumista.
 A Educação Ambiental deve surgir como práticas educativas
articuladas com a problemática ambiental, que deve ser
compreendida como processo pedagógico que reforce um pensar
orientado para a sustentabilidade.
 A Educação Ambiental ganhou legitimidade com a Lei nº
9.795/99
4. Educação Ambiental e Mercado
Capitalista
 A Educação Ambiental crítica, transformadora e
emancipatória, portanto, é formulada a partir da ideia de que a
educação é prática social construída e construtora da humanidade.
 A Geografia carece, dessa forma, de um currículo que avance
para além da ‘Geografia ensinada’ e passe a promover no contexto
escolar uma análise crítica, rumo a uma ‘Educação Geográfica’.
(CALLAI, 2013)
 Deixar o simples acúmulo de informações  Adotar uma
percepção geográfica em sua espacialidade.
5. O currículo do curso de Licenciatura

 Histórico do curso
 1953 – Curso de Geografia e História
(Faculdade de Filosofia de São Luís)
 1956 – Legitimação do curso como Bacharelado e do curso de
Didática
 1979 – Lei nº 6.664, legaliza o profissional da Geografia
 O Parecer nº 492/2001 declara que a Geografia deve procurar
caminhos teóricos e metodológicos capazes de interpretar e
explicar a atual realidade dinâmica do espaço e do tempo.
5. O currículo do curso de Licenciatura

 A organização curricular do curso divide-se em:


 Núcleo de Fundamentação Humanística (1.950 horas)
 Núcleo de Fundamentação Teórico-complementar (240 horas)
 Núcleo de Atividades Complementares (210 horas)
 Núcleo de Formação Pedagógica (360 horas)
 Núcleo de Práticas Pedagógicas e Estágio Curricular (1.095 horas)
 TOTAL: 3.855 horas
 Tais núcleos apontam para o perfil de egressos que o curso deseja formar, e
segundo o Projeto Pedagógico do curso deve-se levar em consideração a
tendência da globalização nos processos de desenvolvimento político,
econômico e social.
5.1 O Projeto Pedagógico do curso de
Geografia e a Educação Ambiental
 A organização curricular do curso:
 Das 43 disciplinas que deverão ser cursadas ao longo da
formação, apenas 15 contemplam a conteúdos da Educação
Ambiental.
 O Projeto pedagógico dita caminhos para um ensino
direcionado para “o planejamento de ações concretas quanto à
racionalidade do processo produtivo, especialmente quanto à
interação sociedade-espaço, com vistas aos projetos, planos e
modelos de desenvolvimento autosustentado”. (UFMA,
Departamento de Geografia, 2006)
5.1 O Projeto Pedagógico do curso de
Geografia e a Educação Ambiental
 Todavia segundo o corpo docente:
“A declaração brasileira política exige que essa temática seja
trabalhada como um tema transversal, ou seja, toda e quaisquer
disciplinas deveriam levar em consideração algum conteúdo de
educação ambiental pra que ela venha a ser abordada. Porém
grande parte dos professores ainda desconhece o conceito e
principalmente como aplicar esse conceito, porque a abordagem
da educação ambiental acaba se resumindo aquele histórico: de
como surgiu, as conferências etc, mas de modo prático o que se
vê são ações muito isoladas e professores que não sabem como
trabalhar.” (DOCENTE B)
5.1 O Projeto Pedagógico do curso de
Geografia e a Educação Ambiental
 Os desafios para a prática de uma Educação Ambiental
significativa para muitos dos docentes:
 Falhas na formação continuada dos professores
 Limitação do tempo da disciplina e o cumprimento dos
conteúdos ligados diretamente à disciplina.
 Libertação do caráter meramente ecológico na abordagem da
Educação Ambiental segundo as ementas.
 Divergência na compreensão da prática da Educação
Ambiental
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 Políticas públicas para o Ensino Superior com caráter


democrático.
 Currículo para os interesses da sociedade.
 Sistematização pedagógica que favoreça formação de sujeitos
com fundamentos filosófico-políticos e teórico-metodológicos
para uma educação ambiental crítica.
 A Geografia instrumentalizada pela investigação dialética,
oferecendo saberes para intervenção pedagógica na realidade
globalizante de investidas neoliberais.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

“o profissional da educação na área da geografia necessita de


reformulações políticas que colaborem para uma formação de
qualidade que lhe possibilite intervir com suas ações
pedagógicas visando a disseminação na educação básica da
compreensão crítica do fenômeno da educação ambiental.”

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