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LICITAÇÕES E

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

AULA 02

Prof. Marcello Costa


marcelloeng93@gmail.com

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REAJUSTE DE PREÇOS
A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de
preços, as atualizações, compensações ou penalidades
financeiras, o empenho de dotação orçamentária
suplementar, NÃO CARACTERIZAM ALTERAÇÃO DO
CONTRATO, podendo ser registrados por simples apostila,
dispensando a celebração de aditamentos.

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REAJUSTE DE PREÇOS
• Em contratos com prazo de DURAÇÃO IGUAL OU
SUPERIOR A UM ANO é admitida cláusula com previsão de
reajuste de preços;
• Para concessão de reajuste, o marco inicial conta-se da
DATA DA APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA ou da DATA
DO ORÇAMENTO a que a proposta referir-se, conforme
previsto no edital e no contrato, ou ainda do último
reajustamento.
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REAJUSTE DE PREÇOS
• Admite a Lei no 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, para
reajustar contratos, a utilização de ÍNDICES DE PREÇOS
GERAIS, SETORIAIS ou que reflitam a variação dos custos
de produção ou dos insumos utilizados. Esses índices devem
estar previamente estabelecidos no edital e no contrato;
• Deve o reajuste ser ANTECEDIDO DE MANIFESTAÇÃO do
setor responsável pelo contrato, com indicação de que os
novos preços estão em conformidade com os de mercado e
continuam vantajosos para a Administração. 5
REAJUSTE DE PREÇOS
• Preços contratuais podem ser reajustados PARA MAIS OU
PARA MENOS, de acordo com a variação dos índices
indicados no contrato.

Índice INCC na data base da proposta: I0

Índice INCC na data do reajustamento: I

Reajuste = (I-I0)/I0 + 1

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DELIBERAÇÕES DO TCU

Acórdão 2655/2009 Plenário (Sumário)


Faca constar nos editais e nos respectivos contratos, ainda
quando o prazo de duração do ajuste for inferior a 12 (doze)
meses, cláusula que estabeleça o critério de reajustamento
dos preços, indicando expressamente no referido instrumento
o índice de reajuste contratual a ser adotado, nos termos do
disposto nos arts. 40, inc. XI, e 55, inc. III, da Lei no
8.666/1993. 9
DELIBERAÇÕES DO TCU

Decisão 1315/2002 Plenário (Voto do Ministro Relator)


Em relação ao limite de 25% para os acréscimos ou
supressões que se fizerem nos contratos, nos termos dos §§
1o e 2o do art. 65 da Lei n.o 8.666/1993, os reajustes de
preços, por serem meras atualizações dos valores
originalmente pactuados, não se submetem a esse limite.

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PRAZOS CONTRATUAIS
• PRAZO DE VIGÊNCIA: é o intervalo de tempo no qual o
objeto deve ser executado, entregue e aceito pela
Administração Pública. A vigência tem início com a
ASSINATURA DO CONTRATO (PUBLICAÇÃO DOU?);
• PRAZO DE EXECUÇÃO: inicia-se com a ORDEM DE
SERVIÇO, que é a autorização para que a empresa inicie os
trabalhos;
• A prorrogação do prazo de vigência, por ser cláusula
contratual, deve ser alterada através de um Aditivo de Prazo.
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DELIBERAÇÕES DO TCU

Acórdão 2357/2007 Plenário (Relatório do Ministro


Relator)
Os deveres contratuais não estarão em vigor até que tenha
ocorrido a PUBLICAÇÃO DO EXTRATO do contrato, sendo
os prazos contratuais contados a partir da data da publicação
e não da data da assinatura (in Comentários a Lei de
Licitações e Contratos Administrativos - Marcal Justen Filho -
p. 528 - 11a ed.). 14
MODIFICAÇÕES NOS CONTRATOS

Alterações podem ser UNILATERAIS, por iniciativa exclusiva


da Administração, ou por ACORDO ENTRE AS PARTES.
MODIFICAÇÃO UNILATERAL (Art. 65):
• alteração qualitativa: quando a Administração necessitar
modificar o projeto ou as especificações para melhor
adequação técnica aos seus objetivos (Decisão 215/99);
• alteração quantitativa: quando for necessária a
modificação do valor do contrato em razão de acréscimo ou
diminuição nos quantitativos do objeto, restrito aos limites; 19
MODIFICAÇÕES NOS CONTRATOS
ACRÉSCIMO OU SUPRESSÃO

O contratado fica obrigado aceitar acréscimos ou supressões


que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% do
valor inicial do contrato. No caso de reforma de edifício ou
equipamento, até 50% para acréscimos.

Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites


anteriores, salvo as supressões resultantes de acordo entre
as partes.
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MODIFICAÇÕES NOS CONTRATOS

Excepcionalmente as alterações contratuais QUALITATIVAS


podem ultrapassar os limites da lei, desde que satisfeitos
cumulativamente os seguintes pressupostos (Decisão
215/1999 – Plenário):

I – não acarretar para a Administração encargos contratuais


superiores aos oriundos de uma eventual rescisão contratual
por razões de interesse público, acrescidos aos custos da
elaboração de um novo procedimento licitatório;
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MODIFICAÇÕES NOS CONTRATOS

II – não possibilitar a inexecução contratual, à vista do nível


de capacidade técnica e econômico-financeira do contratado;

III – decorrer de fatos supervenientes que impliquem em


dificuldades não previstas ou imprevisíveis por ocasião da
contratação inicial;

IV – não ocasionar a transfiguração do objeto originalmente


contratado em outro de natureza e propósito diversos;

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MODIFICAÇÕES NOS CONTRATOS
V – ser necessárias à completa execução do objeto original, à
otimização do cronograma de execução e à antecipação dos
benefícios sociais e econômicos decorrentes;

VI – demonstrar-se, na sua justificativa, que as


conseqüências da outra alternativa (a rescisão contratual,
seguida de nova licitação e contratação) importam sacrifício
insuportável ao interesse coletivo a ser atendido pela obra ou
serviço, ou seja gravíssimas a esse interesse; inclusive
quanto à sua urgência e emergência.” 25
MODIFICAÇÕES NOS CONTRATOS
Serão proporcionais aos itens, etapas ou parcelas os
acréscimos ou supressões de quantitativos que se fizerem
necessários nos contratos.
Na hipótese de acréscimo, é necessário que o gestor
verifique se os preços contratados continuam compatíveis
com os de mercado e vantajosos para a Administração.

Nos acréscimos de serviços novos, os preço unitários serão


fixados mediante acordo entre as partes (usar critérios
objetivos). 26
MODIFICAÇÕES NOS CONTRATOS

No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o


contratado já houver adquirido os materiais e posto no local
dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração
pelos custos de aquisição, podendo haver indenização por
outros danos, desde que comprovados.

Os limites devem ser verificados, separadamente, tanto nos


acréscimos quanto nas supressões de itens ao contrato, e
nao pelo computo final que tais alterações. 27
MODIFICAÇÕES NOS CONTRATOS

REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO (Art. 65):


aplicável quando da ocorrência de uma das seguintes
hipóteses:
• fatos imprevisíveis;
• fatos previsíveis, porém de consequências incalculáveis;
• fatos retardadores ou impeditivos da execução;
• caso de força maior ou fortuito.
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MODIFICAÇÕES NOS CONTRATOS

REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO: para que


possa ser concedido, a Administração deverá verificar os
custos dos ítens constantes da proposta contratada, em
confronto com a planilha de custos que deve acompanhar a
solicitação de reequilíbrio.

Concedido reequilíbrio do contrato, inicia-se novo prazo para


contagem de reajuste ou repactuação futura.

Reequilíbrio não é vinculado a qualquer índice de preço. 30


GESTÃO x FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

Em geral, existe uma tendência na Administração Pública


de se focar no PROCESSO LICITATÓRIO e de deixar
para segundo plano a GESTÃO DE CONTRATOS.

Normalmente a atuação do GESTOR / FISCAL se


resume ao “atesto” da nota fiscal.

Existem várias denominações: fiscal, gestor, executor, RA


(representante da administração), AF (agente fiscalizador)
e até agente 67. 31
GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

Art. 67 da Lei 8.666/93:

A execução do contrato deverá ser acompanhada e


fiscalizada por UM REPRESENTANTE DA
ADMINISTRAÇÃO, especialmente designado, permitida
a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de
informações pertinentes a essa atribuição.

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GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

§ 1º O representante da Administração anotará em


registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a
execução do contrato, determinando o que for necessário
à regularização das faltas ou defeitos observados.

§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a


competência do representante deverão ser solicitadas a
seus superiores em tempo hábil para adoção das
medidas convenientes.
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GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

O GESTOR é o representante da administração para


acompanhar a execução do contrato, solidariamente com
o ORDENADOR DE DESPESAS.
A eficiência de um contrato está diretamente relacionada
com o acompanhamento de sua execução. Assim, deve
agir de forma pró-ativa e preventiva, observar o
cumprimento das regras previstas no instrumento
contratual, buscar os resultados esperados no ajuste e
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trazer benefícios e economia para a Administração.
GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS
Não se deve confundir GESTÃO com FISCALIZAÇÃO de
contrato.

Na GESTÃO OU ADMINISTRAÇÃO DE CONTRATO


cuida-se, por exemplo, do reequilíbrio econômico-
financeiro, de incidentes relativos a pagamentos, da
documentação, do controle dos prazos de vencimento, de
prorrogação, etc.

É um SERVIÇO ADMINISTRATIVO, que pode ser exercido


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por uma pessoa ou setor.
GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

Já a FISCALIZAÇÃO DE CONTRATO é exercida


necessariamente por um representante da administração,
especialmente designado, que acompanhará do dia-a-dia
das atividades de cada contrato. Trata-se de uma
ATIVIDADE DE ACOMPANHAMENTO CONTÍNUO.

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GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

PERFIL DO GESTOR / FISCAL: a Lei 8.666/93 não faz


referência expressa ao perfil do gestor / fiscal do contrato.
Todavia, em face da relevância do encargo, é importante
que o servidor designado seja dotado de certas
qualificações, tais como:

a) gozar de boa reputação ética-profissional; e

b) possuir conhecimentos administrativos (GESTOR) ou


específicos do objeto a ser fiscalizado (FISCAL). 37
REQUISITOS PARA ATUAÇÃO DO GESTOR /
FISCAL DE CONTRATO
SABER quebrar paradigmas, tais como: “sempre foi feito
assim”, “mandaram fazer assim”, “isso é feito há vinte anos”
ou ainda “o TCU nunca questionou isso”.

OBS: caso o servidor designado para acompanhar o


contrato não se sinta capaz, deverá solicitar imediata
capacitação, nos termos do Decreto n° 5.507 / 2006, que
estabelece a necessidade de capacitação do servidor
público, pelo menos uma vez ao ano. 40
Eng. Marcello Costa
Consultoria e Treinamento em
Gestão de Projetos, Licitações e
Fiscalização de Contratos
Administrativos.
FIM
Contatos:
marcelloeng93@gmail.com
(61) 99350-8754
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