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Colônia e Império


Paulo Ghiraldelli Jr.
2001
Colônia


O período colonial durou de 1500 até a Independência,
1822.
A educação escolar no período político do Brasil-
Colônia, passou por três fases, a fase de:
*Predomínio dos jesuítas;
*Reformas realizadas pelo Marquês de Pombal,
principalmente a partir da expulsão dos jesuítas do
Brasil e de Portugal em 1759;
*Período em que D. João VI, então rei de Portugal,
trouxe a Corte para o Brasil (1808-1821) (GHIRALDELLI
Jr., 2003, p.05).
Colônia


Jesuítas

O marco pioneiro da educação institucional no Brasil, só


ocorreu quase cinquenta anos após o descobrimento.
O Brasil ficou sob o regime de Capitanias Hereditárias de
1532 até 1549, quando então D. João III criou o Governo
Geral e, na primeira administração deste, com Tomé de
Souza, aportaram aqui o Padre Manoel de Nóbrega e dois
outros jesuítas que iniciaram a instrução e a catequese
dos indígenas. (GHIRALDELLI Jr., 2003, p.05-06).
Colônia


Jesuítas

Manoel de Nóbrega montou um plano de ensino adaptado ao


local e ao que ele entendia que era a sua missão. Tal plano
de estudos, em uma primeira etapa, continha o ensino do
português, a doutrina cristã e a “escola de ler e escrever”.
Previa também, em uma segunda etapa, o ensino da música
instrumental e do canto orfeônico. Esta segunda etapa
evoluía em determinado momento da vida do estudante
para uma saída com duas opções: ou terminar os estudos
com o aprendizado profissional ligado à agricultura ou
seguir em aulas de gramática e, então, finalizar os estudos
na Europa (GHIRALDELLI Jr., 2003, p.06).
Colônia


Jesuítas

Os jesuítas tiveram praticamente o monopólio do


ensino regular escolar a partir de Nóbrega, e
chegaram a fundar vários colégios com vistas à
formação de religiosos. É claro que nem todos os
filhos da elite da Colônia que frequentaram tais
colégios queriam se tornar padres. Mas eles eram os
únicos colégios existentes e, assim, os grupos
dirigentes ou emergentes da época não tinham outra
opção senão a de submeter seus filhos à orientação
jesuítica (GHIRALDELLI Jr., 2003, p.06).
Colônia


Jesuítas

A educação jesuítica no Brasil evoluiu para o


sistema proposto pelo Ratio Studiorum, o plano
de estudos da Companhia de Jesus que articulava
um curso básico de humanidades com um de
Filosofia seguido por um de Teologia, sendo que
tudo isto culminava com uma viagem de
finalização de estudos na Europa. (GHIRALDELLI
Jr., 2003, p.06).
Colônia


Jesuítas

No seio das famílias mais ricas vigorou ou o


preceptorado ou o ensino sob os auspícios de um parente
mais letrado, de modo que os estabelecimentos dos
jesuítas se especializaram menos na educação infantil
do que na educação de jovens já basicamente instruídos.
Os colégios jesuíticos exerceram forte influência sobre a
sociedade e sobre a elite. Eram poucos para a demanda,
mas suficientes para a criação de uma relação de
respeito entre os que eram os donos das terras e os que
eram os donos das almas (GHIRALDELLI Jr., 2003, p.07).
Colônia


Jesuítas

Quando os jesuítas foram expulsos, em 1759, eles


tinham aqui no Brasil mais de cem estabelecimentos de
ensino.

A Companhia de Jesus foi expulsa de Portugal e do


Brasil quando o Marquês de Pombal, então ministro de
Estado em Portugal, empreendeu uma série de reformas
no sentido de adaptar aquele país e suas colônias ao
mundo moderno, tanto do ponto de vista econômico
quanto político e cultural (GHIRALDELLI Jr., 2003, p.07).
Colônia


Pombal
A partir de 1759, o Estado assumiu a educação em
Portugal e no Brasil, de modo a realizar concurso,
verificar a literatura que deveria ser usada e a que
deveria ser censurada. O curso de Humanidades,
ficando em seu lugar as “aulas régias”, aulas avulsas
de latim, grego, filosofia e retórica (GHIRALDELLI Jr.,
2003, p.09).
Colônia


Corte (1808-1821)

Mas o ensino realmente começou a se alterar


mais profundamente no nosso país, quando em
1807 Portugal foi invadido pelas tropas de
Napoleão e, então, a Corte Portuguesa se
deslocou para o Brasil sob escolta e proteção dos
ingleses. O Brasil, com D. João VI no Rio de
Janeiro, passou a ser a sede do reino português
(GHIRALDELLI Jr., 2003, p.11-10).
Colônia


Corte (1808-1821)

Com isto, uma série de cursos, tanto profissionalizantes em


nível médio como em nível superior, bem como militares,
foram criados para fazer do local algo realmente parecido
com uma Corte. Houve a “Abertura dos Portos”, o nascimento
da Imprensa Régia, a criação do Jardim Botânico do Rio de
Janeiro. Em 1808 nasceu o Curso de Cirurgia na Bahia, e o
Curso de Cirurgia e Anatomia no Rio de Janeiro. No decorrer,
nasceu o Curso de Medicina no Rio de Janeiro e, em seguida,
em 1910, a Academia Real Militar (que mais tarde tornou-se a
Escola Nacional de Engenharia) (GHIRALDELLI Jr., 2003, p.11-
10).
Colônia


Corte (1808-1821)

O ensino no Império foi estruturado, então, em três


níveis: primário, secundário e superior.
O primário era a “escola de ler e escrever”, que ganhou
um incentivo da Corte e aumentou suas “cadeiras”
consideravelmente. O secundário se manteve dentro do
esquema das “aulas régias”, mas recebeu várias novas
“cadeiras” (disciplinas), principalmente em cidades de
Pernambuco, Minas Gerais e, é claro, Rio de Janeiro
(GHIRALDELLI Jr., 2003, p.10).
Império


Constituição de 1824

Em 1821 a Corte voltou para Portugal, e um ano depois


D. Pedro I liderou a Independência, outorgando em
seguida uma Constituição ao nosso país – a
Constituição de 1824 que continha um tópico
específico em relação à educação. Discriminava em
seu texto que o Império deveria possuir escolas
primárias, ginásios e universidades; esta ideia da
Constituição de 1824 inspirou um sistema nacional de
educação. (GHIRALDELLI Jr., 2003, p.10).
Império


Constituição de 1824

Neste período adotou-se o método lancasteriano de


ensino, pela Lei de outubro de 1827. Por tal método,
o ensino acontecia por ajuda mútua entre alunos
mais adiantados e alunos menos adiantados. Os
alunos menos adiantados ficavam sob o comando de
alunos-monitores, e estes, por sua vez, eram
chefiados por um inspetor de alunos (não
necessariamente alguém com qualquer experiência
com o magistério) que se mantinha em contato com
o professor. (GHIRALDELLI Jr., 2003, p.10).
Império


O destaque da época imperial foi, sem dúvida, a
criação do Colégio Pedro II. Ele foi inaugurado em
1838, e seu destino era o de servir como modelo de
ensino. Tal instituição nunca se efetivou realmente
como modelo de ensino secundário, mas sim como
uma instituição preparatória ao Ensino Superior
( GHIRALDELLI Jr., 2003, p. 12)
Império


Outro ponto marcante do ensino no Império foi a Reforma Leôncio de
Carvalho, de 1879. Leôncio de Carvalho, Ministro do Império e professor da
Faculdade de Direito de São Paulo, promulgou o decreto 7.247 de 19 de abril
de 1879.

A Lei instituiu a liberdade do ensino primário e secundário no município da


Corte, e a liberdade do ensino superior em todo o país. Por “liberdade de
ensino” a nova lei entendia que todos os que se achassem, por julgamento
próprio, capacitados a ensinar, poderiam expor suas ideias e adotar os
métodos que lhes conviessem (GHIRALDELLI Jr., 2003, p. 13)

(
Império


O Império, com tal procedimento, tornou o ensino brasileiro
menos um projeto educacional público e mais um sistema
de exames, este “modelo” permaneceu durante toda a
Primeira República. (GHIRALDELLI Jr., 2003, p. 13).

(
Considerações


Os jesuítas cumpriram, pela catequese e pela instrução, o processo de
aculturação da população colonial nas tradições e nos costumes do
colonizador (SAVIANI,2019, p.47).
A reformas pombalinas instituem o privilégio do Estado em matéria de
instrução. Enfrentou dificuldades para implantação, tais como: escassez de
mestres, insuficiência de recursos, isolamento da colônia (SAVIANI, 2019,
p.114).
No império, a ideia de sistema nacional de ensino foi pensada enquanto forma
de organização prática da educação, constituindo-se numa ampla rede de
escolas, abrangendo todo o território da nação, articuladas entre si segundo
normas comuns e com objetivos comuns. (SAVIANI, 2019, p.166). As ideias
nacionais de ensino não se conclui devido as condições materiais e
pedagógicas (SAVIANI, 2019, p.168).

(
Referências:


GHIRALDELI Jr, Paulo. Filosofia e história da Educação brasileira.
Barueri,SP: Manole, 2003.

SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no Brasil.


Campinas,SP:Autores Associados, 2010.

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